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No dia vinte e três de novembro de dois mil e onze (23/11/2011) no turno matutino, eu Karla
Verônica dos Santos Costa, profissão professora com Licenciatura Plena em Geografia pela
UESC, mestranda em Geografia pela UNICAMP, fui para a penúltima consulta do pré-natal
com o meu obstetra, Dr. Viriato Luiz Correa Neto – CREMEB 6630, cujo atendimento foi
realizado na Policlínica de Ilhéus, situada na Rua Visconde de Mauá, 207 – Centro – Ilhéus
– Bahia, CEP: 45653-260. Nesta consulta foi apresentado ao Dr. Viriato os resultados dos
últimos exames solicitados por ele: Hemograma completo, V.D.L.R, Toxoplasmose (IGM),
HIV, Urianálise e Glicemia, os quais todos estavam normais. Fui examinada e estava com
a saúde perfeita, principalmente a saúde do BEBÊ, que já possuía 3300 kg. Antes de
encerrar o atendimento o Dr. Viriato solicitou que eu retornasse ao seu consultório no
intervalo de quinze dias (15) para ser examinada novamente e marcarmos o parto, essa
consulta foi agendada para o dia oito de dezembro de dois mil e onze (08/12/2011), mas
caso eu precisasse de atendimento durante o final de semana nos dias vinte e seis (26) e
vinte e sete (27) do mês de novembro, período este que o mesmo estaria fora da cidade de
Ilhéus, participando de um congresso, eu poderia ligar para o seu colega de profissão, o Dr.
Ernesto Leite da Silveira – CREMEB 7641, que ele estaria ciente e pronto para me ajudar. O
Dr. Viriato forneceu para mim o número do celular de Dr. Ernesto.
Diante do exposto, no dia vinte e sete de novembro de dois mil e onze (27/11/2011) às vinte
três horas e trinta minutos (23h30min) a bolsa rompeu e o primeiro procedimento realizado
foi ligar para o nº do celular do Dr. Ernesto para informá-lo e solicitar a vossa presença na
Maternidade Santa Helena, situada na Ladeira da Vitória, 113 – Centro – Ilhéus – Bahia,
CEP: 45653-420, o mesmo informou por telefone ao meu esposo Laudelino Quinto de
Souza Júnior, que estava fora da cidade de Ilhéus e que eu poderia ser conduzida para a
Maternidade acima citada que lá existia um médico plantonista que realizaria os
procedimentos necessários.
Atendendo as orientações do Dr. Ernesto, fui conduzida para a Maternidade em questão e
dei entrada aproximadamente às vinte e três horas (23h00min) do dia vinte e sete de
novembro de dois mil e onze (27/11/2011). A recepcionista Ana Rebelo solicitou meu
documento de identificação para preencher a ficha e logo em seguida a mesma me
conduziu para a sala de Pré-Parto, pois estava perdendo líquido Amniótico. Ao chegar neste
ambiente citado anteriormente me deparei com uma quantidade de cinco mulheres
gestantes em evolução para o trabalho de parto. Apresentei-me as duas técnicas de
Enfermagem de plantão, a Sr.ª Marinez e a Sr.ª Rosane, informando a ambas que a minha
bolsa havia rompido e que a minha gestação era de oito meses. Fui para a sala de exames
às vinte três horas e quarenta e cinco minutos (23h45min) para ser submetida ao
atendimento do Médico Plantonista, o Dr. Carlos Alberto de Lira – CREMEB 5813, o mesmo
escutou os batimentos cardiofetais do BEBÊ e disse: “O coração do seu filho está melhor
do que o meu”, em seguida o Dr. citado anteriormente realizou o primeiro toque em mim e
informou que estava apenas com dois centímetros (2cm) de dilatação e que eu só teria o
meu filho no dia seguinte, pois o meu colo estava muito alto e usando a seguinte frase: “Até
amanhã a noite o seu filho nascerá. Como eu estava perdendo muito líquido e
impressionado pela quantidade e intensidade ele disse: “quanta água é essa mulher? Está
parecendo um rio, o rio Cachoeira”. Antes de sair da sala de exames eu avisei para o Dr.
Lira que a minha gestação era de oito meses e que eu não podia esperar até a noite do dia
seguinte para ter o meu filho.
Retornei para sala de Pré-Parto,ainda sem sentir contrações e a Técnica de Enfermagem
Marinez solicitou que uma das gestantes que ali se encontrava, saísse da cama para ceder
o lugar a mim, pois eu estava perdendo muito líquido e pediu para que ela sentasse na
cadeira. Só depois de aproximadamente trinta minutos (00:30min.), os dois lençóis que
estavam na cama sendo utilizados pela gestante anterior foram substituídos por outros
limpos. Durante a coleta das amostras de sangue para a realização de exames V.D.L.R. e
ABO a Técnica de Enfermagem, Rosane disse: “Porque você veio para cá”? Dr. “Viriato
não faz parto pelo SUS”, e eu lhe respondi: “ Eu sei, por isso mesmo que no dia oito
de dezembro iríamos agendar o meu parto”, quando eu lhe respondi isso ela disse a
seguinte frase: “por você está com oito meses de gestação, você deveria ir para o
Hospital da cidade de Itabuna onde possui UTI Neonatal”. A Técnica citada
anteriormente deveria passar essa informação para a minha família que aguardava notícias
na recepção da Maternidade, pois onde eu estava não resolveria coisa alguma. Neste
momento chegou mais uma gestante em trabalho de parto e ficou sentada na cadeira, pois
não havia mais cama disponível na sala de Pré-Parto.
Nesse ambiente existiam duas gestantes, dentre as seis, que gritavam muito, sofrendo com
as dores das contrações, pedindo as Técnicas de Enfermagem que as ajudassem e
imploravam para o Médico Plantonista realizar o parto logo, pois não aguentavam mais as
dores, uma delas começou a defecar em cima da cama. O Médico não satisfeito com os
gritos disse a uma delas: “Se não era para sentir dor porque fez filho então?”. Neste
momento eu já estava angustiada com a falta de humanidade do Médico Plantonista,
apresentando uma postura sarcástica. Por volta de uma hora da manhã (01h00min) do
dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze (28/11/2011), chegou à sala de Pré-Parto
mais uma gestante que foi conduzida a este local pela SAMU (Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência), a mesma também ficou aguardando sentada na cadeira. A Técnica de
Enfermagem Marinez disse: “o jeito é vocês dividirem a cama... deitando de ‘VALETE’,
porque não tem mais cama disponível”.
Diante do exposto e observando a lotação do ambiente por volta de uma hora e quinze
minutos da manhã (01h15min) autorizada pela recepcionista Ana Rebelo a minha mãe
Marize adentrou a sala de Pré-Parto trazendo consigo uma tolha de banho para utilizá-la na
cama, pois os lençóis estavam completamente molhados. Quando minha mãe percebeu a
quantidade de líquido amniótico que eu estava perdendo, pediu que eu fosse
submetida ao parto Cesário, mas a Técnica de Enfermagem Marinez informou a ela
que o Médico Plantonista só fazia Parto Normal. Observando o estado em que eu me
encontrava, sentindo contrações, fazendo vômito, a minha mãe pediu um recipiente para eu
descartar o vômito e a técnica citada anteriormente disse que era para realizar em um dos
vasos de lixo que existiam ali mesmo, vasos estes que estavam cheios de luvas
descartáveis sujas de sangue. A técnica disse ainda: “olha lá para não sujar os lençóis,
porque não tem mais lençóis limpos”. A minha mãe me orientou como proceder na hora
que as contrações voltassem, dizendo para eu não esquecer de respirar e depois fazer força
para baixo. Ana Rebelo informou para a minha mãe que ela não podia ficar muito
tempo na sala de Pré-Parto, porque o Médico não gostava e também não permitia.
Então ela precisou se retirar do ambiente citado, havendo desta forma a NEGAÇÃO do
DIREITO garantido por LEI nº 11.108 de tê-la como PARTURIENTE. Minha mãe
retornou para a recepção da maternidade e se juntou a companhia do meu pai
Raimundo Eduardo e do meu esposo Laudelino Júnior, e ambos foram ao encontro da
recepcionista Ana Rebelo para solicitar o Parto Cesário PARTICULAR, mas a
recepcionista disse só realizavam tal procedimento com agendamento e que custava
R$ 2.500,00. Minha família informou para ela que eu não poderia esperar muito tempo para
ter o BEBÊ e que era preciso fazer uma Cesariana particular URGENTE por ser uma
gestação de oito meses, e a mesma disse: “Meu filho, guarde seu dinheirinho para outra
necessidade porque sua filha vai ter o bebê de parto normal logo, fique tranquilo”.
Paralelamente a esse momento, às duas horas da manhã (02h00min) as contrações eram
intensas, eu estava na sala de Exames sendo submetida ao atendimento do Médico
Plantonista pela segunda vez, o mesmo escutou os batimentos cardiofetais que estavam
normais e realizou o toque em mim e disse que meu colo ainda estava alto, nesse momento
saiu uma grande quantidade de líquido amniótico, então eu implorei que o Dr. Lira
realizasse uma cesariana, pois eu estava perdendo muito líquido, que meu BEBÊ era
de oito meses e que eu estava com medo dele ficar sem respirar, mas meu pedido não
foi atendido. Mais uma vez eu escutei do profissional que eu deveria ter paciência e
esperar porque o meu filho nasceria de Parto Normal.
Retornei a sala de Pré-Parto com fortíssimas contrações e deitei na cama, obedecendo às
orientações da Técnica de Enfermagem Marinez, que era para fazer força para baixo
quando eu sentisse as contrações igual a “força de fazer coco”, esse procedimento foi feito
por diversas vezes. Devido à perda de bastante líquido amniótico eu solicitei lençóis limpos,
pois a cama estava completamente molhada, mas a minha solicitação não foi atendida
porque a técnica citada anteriormente informou que não tinha mais lençóis limpo, então ela
me entregou um avental limpo para uso das gestantes e eu utilizei debaixo da perna,
aparando o líquido amniótico.
Por volta das três horas da manhã (3h00min) a gestante que havia chegado por último,
conduzida pela SAMU e que aguardava o parto sentada na cadeira, teve o seu recém
nascido na sala de Exames, pois não houve tempo de levá-la para a sala de Parto. As
outras gestantes aguardavam o parto, sentindo fortes contrações, algumas gritavam muito
suplicando que a Técnica de Enfermagem chamasse o Médico Plantonista para fazer o
parto, era um desespero. Gritavam dizendo assim: “Enfermeira me ajude pelo amor de
DEUS, eu não estou aguentando mais”.
Então diante das circunstâncias expostas as Técnicas de Enfermagem não gostando dos
gritos diziam: “para com isso, não adianta gritar, porque você só vai ter o seu filho na
hora certa”. Vendo essa situação fiquei ainda mais nervosa, pois minhas contrações se
intensificavam mais, voltei a fazer vômito devido às fortes dores que sentia. As gestantes
começaram a ser levadas para realização do Parto Normal, as primeiras foram aquelas que
mais gritavam de dor. Passei a ouvir os choros dos recém-nascidos e comecei a agradecer
em oração a DEUS pelas vidas que chegavam ao mundo. Meu coração encheu de
esperança, pois acreditava que seria uma das próximas gestante a ter o BEBÊ, mas
não foi o que ocorreu, isso já se passava das quatro horas da manhã (04h00min). Na
sala de Pré-Parto só restavam duas gestantes para ter os vossos recém-nascidos, e uma
delas era eu.
As cinco para seis da manhã (05h55min) do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze
(28/11/2011) o Médico Plantonista Dr. Carlos Lira, ansioso para encerrar o vosso plantão,
adentrou a sala de Pré-Parto para saber quantas gestantes ainda restavam para ele realizar
o Parto Normal, como restava eu e mais outra gestante, a Técnica de Enfermagem Marinez
me conduziu a sala de exames para o médico realizar novamente o atendimento comigo.
Escutou os batimentos cardiofetais do meu filho que estavam normais, e pela terceira vez
fez o toque em mim para saber quanto eu tinha de dilatação, nesse momento ele disse:
“ainda sai água dessa mulher, é água viu... vamos ver se você vai ter seu filho agora,
vamos para a sala de parto”.
Entrei na Sala de Parto pela primeira vez na companhia da Técnica de Enfermagem Marinez
e do Dr. Carlos Lira, nesse momento ambos começaram a dialogar sobre o plantão que
estava perto de encerrar, o médico acima citado disse: “foram quatorze (14) partos nesse
plantão, ainda bem que só foram dois (2) cesários”. A técnica disse: “eu fiquei para
noite para fazer hora extra, vamos vê se eu vou receber essa extra, já não estão
pagando o salário direito, quanto mais extra”. Durante esse diálogo eu estava deitada na
mesa de parto aguardando o início do parto, pois não sabia como proceder por ser o meu
primeiro filho, só depois que fui orientada pela técnica que eu deveria segurar no ferro
afixado nas laterais da mesa, puxar para trás abrindo os braços, fazendo força para baixo e
empurrando meu queixo em direção ao peito quando eu sentisse as contrações. Fiz o que
ela havia pedido somente três (3) vezes, então o médico disse:“ela ainda tem colo, não vai
dá para fazer”. Eu então supliquei: “Dr. vamos tentar mais uma vez, faça o meu parto
por favor”, e ele respondeu: “você ainda não tem passagem”, eu insisti para ele fazer
meu Parto Cesário, mas não obtive êxito no pedido. Ele me mandou sair da mesa e
retornar para a sala de Pré-Parto dizendo para técnica que era para aplicar o Soro
Glicosado com Ocitocina em mim para aumentar as contrações e que eu deveria ficar
deambulando para obter passagem.
Às seis horas e quinze minutos (06h15min) eu estava na sala de Pré-Parto fazendo o
que o médico havia ordenado, a técnica vendo a minha agonia disse para mim: “deite
na cama que eu vou tentar afastar seu colo”, meu desespero era tanto que no mesmo
instante deitei e ela realizou tal procedimento, foi uma dor horrível, mas se era para o
meu filho nascer logo, não hesitei em fazer. Continuei andando pela sala de Pré-Parto,
segurando a bolsa de soro que estava tomando e quando vinham as fortes contrações eu
segurava na cabeceira da cama, fazendo a bendita força para baixo, a “força de fazer
coco”. Às seis horas e trinta minutos (06h30min) o médico plantonista adentrou a sala onde
eu estava nesse momento ele já havia tomado banho, trocado de roupa e todo perfumado,
esperando o encerramento do horário do vosso plantão.
Paralelamente a esse horário, na recepção os meus familiares angustiados aguardavam
notícias minhas, a funcionária recepcionista Ana Rebelo, havia se ausentado do seu posto
de trabalho às três horas e trinta minutos da manhã (03h:30min) do dia vinte e oito de
novembro de dois mil e onze, a mesma trancou a porta que dava acesso a área interna da
maternidade e sumiu. Só retornando ao seu posto às seis horas e trinta minutos
(06h:30min), pois nesse instante o Médico que estava chegando para assumir o plantão
batia forte na porta para ter acesso ao seu ambiente de trabalho. O mesmo vendo o
desespero da minha mãe perguntou se existia alguma funcionária no posto de atendimento,
e ela respondeu: “a muito tempo ela, Ana Rebelo, foi lá para dentro e não retornou até
agora para dá notícias, sumiu... Oh meu Deus cuida da minha filha e do meu neto.”
Após uns dez minutos a funcionária citada anteriormente apareceu e abriu a porta dizendo:
“Dr. Luiz uma hora dessa aqui, chegou cedo heim?” O Médico respondeu: “que demora
foi essa para abrir a porta? ... já tem uns minutos que estou batendo e ninguém veio
abrir.”
Às seis horas e cinqüenta e cinco minutos (06h55min), fui conduzida a sala de exames pela
Técnica de Enfermagem Ana Rita, que acabava de chegar para o seu dia de trabalho,
juntamente com o Dr. Luiz Antônio Rodrigues – CRM 20970, a pedido da Técnica de
Enfermagem Marinez que dizia: “faça logo o parto dela porque ela já perdeu muito
líquido”. O médico que assumiu a função do Dr. Carlos Lira, escutou os batimentos
cardíacos do meu BEBÊ, que nesse instante já não tinha a mesma intensidade do que
antes, fez o toque em mim e pediu para Técnica Ana Rita me conduzir imediatamente
para a sala de parto. Vale ressaltar que o Dr. Luiz Antônio utilizando apenas as luvas, não
trocou as vossas vestes por vestuário específico, o uniforme privativo (calça e blusa, propé
ou sapato privativo, gorro, máscara e avental cirúrgico) para a realização do meu parto, por
não tê-lo disponível na Maternidade, essa informação foi dada pela Técnica de
Enfermagem, pois a pessoa responsável em fornecer tais materiais não havia chegado
ainda para seu expediente de trabalho. Às sete horas (07h00min) fui conduzida para a sala
de Parto na companhia da Técnica de Enfermagem Ana Rita e do Dr. Luiz Antônio para ter o
meu filho. Ouvi as orientações de como proceder durante o trabalho de parto e assim eu fiz.
Mas durante esses minutos eu só senti contrações fortes apenas uma vez, então
desesperadamente quando eu escutava o médico falar: “quando as contrações vierem
você faça força para baixo”. Como as contrações já não vinham, passei a fazer força
para baixo assim mesmo no intuito de ajudar o meu filho a sair do meu ventre com
vida o mais rápido possível. Na intenção de ajudar, a Técnica de Enfermagem Ana
Rita começou a pressionar meu abdômen, com o objetivo de empurrar o meu útero
para baixo, mais uma dor que eu precisei sentir para meu filho nascer com vida. Não
obtendo êxito com esse procedimento "Manobra de Cristeler" a Técnica de Enfermagem
acima citada chamou uma colega de profissão, a Técnica de Enfermagem Nicélia, vulgo Ni,
para ajudar a empurrar meu útero para baixo, foram várias tentativas. Como eu já estava
exausta, comecei a sentir falta de ar, pois já não suportava mais as fortes dores da
pressão que ambas estavam fazendo sobre o meu abdômen. Em uma dessas tentativas
ouvi da Técnica de Enfermagem Nicélia: “mãe, você também tem que ajudar”. Quer dizer
que o meu filho estava com dificuldade de sair porque eu não estava colaborando?
Na última tentativa o Médico fez a episiotomia (um corte cirúrgico feito no períneo, região
muscular que fica entre a vagina e o ânus). Esse corte é feito durante o Parto Normal, com a
ajuda de uma anestesia local, o que NÃO foi feito, para facilitar a passagem da cabeça do
bebê. Por eu já possuir dez (10) centímetros de dilatação e nesse momento as Técnicas de
Enfermagem Ana Rita e Nicélia fizeram pressões mais intensas no meu abdômen e eu disse
para Nicélia que ela estava me machucando muito, por está apertando a minha costela do
lado esquerdo. O médico cortou ainda mais a minha vagina para poder retirar o meu BEBÊ,
dizendo: “o ombro dele não está passando, vou abrir mais”. O meu filho não resistiu a
tanto esforço e nasceu sem chorar. Quando olhei para o meu filho, vi que ele estava com
a cabeça roxa e todo o seu corpo branco, sem uma gota de sangue. Vendo a minha
tristeza umas das Técnicas de Enfermagem cortou o cordão umbilical do meu filho e
levou ele para uma incubadora para fazer a reanimação. O Médico se ausentou da sala
de Parto, pois passei a olhá-lo com muita tristeza por ele não ter salvado o meu filho,
iniciando desta forma o seu dia de trabalho com um óbito. A Técnica de Enfermagem Ana
Rita veio a meu encontro para me confortar e eu disse: “a culpa não foi minha pela
demora do meu filho ter nascido... ele não resistiu em esperar tanto” e ela respondeu:
“claro que não, você não tem culpa alguma... você está nova e Deus vai te abençoar
com outros filhos que virão... eu também já passei por isso uns dez anos atrás”.
Após alguns minutos na tentativa de reanimarem o meu filho eu escutei das profissionais, as
Técnicas de Enfermagem que surgiram na sala de Parto, e em volta dele passaram a
examiná-lo como se fosse um cadáver de análise, falando diagnósticos grotescos para a
causa morte. Uma apertava o abdômen e dizia: “ele tem o abdômen muito estendido... a
barriga dele está muito ‘gelatinosa’... parece que está faltando um dos rins”, outra
dizia: “o saco dele é muito grande”, outra dizia: “parece que ele tem malformação”,
outra dizia: “o olho dele é rasgado, acho que ele tem alguma síndrome”. Como em
todos os momentos eu estava ATILADA fiquei ainda mais esperta ao que as Técnicas
falavam em vossos diálogos.
Depois de ouvir tantas asneiras por vários minutos, o Médico retornou para a sala de Parto
para realizar em mim a episiorrafia (sutura) também feita SEM anestesia que, aliás, foi um
“alinhavamento” muito mau feito. Nesse momento a recepcionista Ana Rebelo que
estava no seu posto de trabalho, passou uma notícia ERRÔNEA para a minha família,
dizendo que meu filho tinha nascido e que estava bem, fazendo um gesto com as
mãos de POSITIVO. Quando a Enfermeira Virgínia (Coordenadora da Maternidade)
chegou para mais um dia de trabalho, por nos conhecer, parabenizou o meu esposo
pelo nascimento do primogênito e se dirigiu a sala de parto para saber notícias
minhas, a mesma se deparou com a minha tristeza em saber que meu filho foi a
ÓBITO. Então ela retornou a recepção da maternidade e chamou meu esposo para dá
à terrível notícia para o pai que aguardava a vinda do seu filho tão amado ainda no
ventre. O Médico na companhia da Enfermeira citada anteriormente foi falar com a minha
mãe e a mesma começou a gritar: “eu disse que era para fazer o Parto Cesário na minha
filha”, e o médico respondeu para ela: “mesmo se eu fizesse um Parto Cesário, já não
tínhamos mais tempo...”.
Na sala de Parto, já por volta das sete horas e quarenta minutos (07h40min) da
manhã, apareceu à pediatra Dr.ª Mônica Regina da Silva Raial – CRM 17532, e
começou a levantar suas possíveis hipóteses da causa morte do meu filho. Em
diálogo com a Enfermeira Virgínia a Dr.ª Mônica acreditava que meu filho tinha uma
malformação, talvez uma INFECÇÃO CONGÊNITA, ou uma POLIDRAMNIA. A Pediatra
Dr. Mônica após apalpar o abdômen do meu FILHO disse: “parece que ele está com o
fígado grande”. Então a mesma começou a ligar para Lauro Juliano Marin (Professor
Doutor da UESC responsável pelo LAFEM – Farmacogenômica e Epidemiologia Molecular)
para saber como ela deveria coletar uma amostra de secreção existente na boca do meu
filho para a realização de análise, a médica não sabia em qual recipiente ela deveria
armazenar a secreção coletada. Então orientada por Lauro Juliano ela realizou a coleta.
Como uma profissional que não sabe onde armazenar a secreção coletada pode
afirmar em seu diagnóstico, apenas no ‘OLHOMETRO’, que o meu FILHO apresentava
uma HEPATOMEGALIA, sem submetê-lo a algum tipo de exame?
O meu filho (Erick) nasceu com 3740 kg e 51 cm, considerado grande para idade
gestacional, oito (8) meses e principalmente para ser submetido a um parto normal.
Ao sair da sala de Parto fui conduzida em uma maca para o corredor da Maternidade
próximo a um Posto de Enfermagem, quando vi meu esposo desesperado e chorando muito
por saber do óbito do nosso filho e a minha mãe em estado de choque sem condições de
falar palavras de consolo para mim. Eu só conseguia dizer ao meu esposo a seguinte
expressão: “amor eu fiz força para Erick nascer com vida... eu ajudei”. Ele disse: “eu
sei que você fez tudo que estava ao seu alcance para ajudá-lo”. A minha mãe se
aproximou e disse: “minha filha você foi uma GUERREIRA”. A Pediatra Drª. Mônica
começou a me questionar sobre as ultrassonografias e os exames realizados durante o Pré-
Natal, duvidando da realização dos mesmos. Então eu disse que havia feito tudo que o meu
Obstetra tinha solicitado, mas como eu só tinha os resultados dos últimos exames ela queria
vê os demais, peguei o celular da minha mãe e liguei para minha cunhada e pedi para a
mesma buscar na minha casa os outros exames que estavam guardados em uma pasta e
subsequente levá-los até a Maternidade que a Pediatra queria ver tudo. A Drª. citada
anteriormente perguntou se eu tinha feito a Ultrassonografia Morfológica e se foi realizada
em Ilhéus ou em Itabuna, apresentando uma preferência pelas Ultrassonografias realizadas
em Itabuna. Eu disse que tinha feito em Ilhéus no Instituto de Ultra-som como o Dr. Mauro
Pereira Souza – CREMEB 11126. A mesma ainda contou uma “história” de uma gestante
que tinha feito uma ultrassonografia morfológica em Ilhéus e o BEBÊ apresentou uma
MORFOLOGIA ANORMAL, mas quando o ele nasceu estava perfeito e normal, conclusão
os exames estavam errados. A Drª. Mônica apresentou uma mal postura, duvidando da
VERACIDADE dos meus exames. Quando os exames chegaram ela disse: “é seu Obstetra
realmente solicitou todos os exames, você realizou tudo e estão certos”.
Eu disse para os profissionais plantonistas que estavam presentes que meu filho
estava perfeito e com saúde, mas infelizmente demoraram de fazer o meu parto e ele
não resistiu. É muito fácil transferir o problema para quem está MORTO, procurar
anomalia para o recém nascido para se isentar de qualquer tipo de ERRO.
Às oito horas da manhã (08h00min) fui conduzida ao apartamento n°16 da Maternidade com
dores em toda parte do meu corpo, principalmente cóccix, devido ao esforço excessivo no
trabalho de parto. Mas essas dores não eram nada diante da dor da perda que eu estava
sentindo de não ter meu filho vivo nos meus braços. Durante o restante das horas da manhã
do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze (28/11/2011), sentindo fortes dores no
cóccix e na região do períneo, fui consolada pela minha família e pelos meus amigos com
palavras de carinho e conforto. Só pude retribuir tais gestos com lágrimas que rolavam dos
meus olhos. Uma Técnica de Enfermagem aferiu a minha pressão, retirou de mim o cateter
intravenoso utilizado para a aplicação do soro e me entregou um comprimido de Dipirona
para eu tomar.
Diante de todas as circunstâncias eu ainda não tinha visto o meu primogênito como toda
mãe deseja vê-lo após o parto, seja esse normal ou cesário, que com certeza é um
momento sublime. Então aproximadamente às onze horas (11h00min) da manhã,
atendendo ao meu pedido, adentrou no apartamento onde eu estava uma Técnica de
Enfermagem carregando em vossos braços o meu filho amado, que estava enrolado em um
lençol branco. Quando ela desenrolou o meu BEBÊ, que vestia roupa azul, com toca, luvas
e meias, “estava tão lindo”, com muito amor coloquei-o em meus braços para beijá-lo, tocá-
lo e acariciá-lo. Foi um momento muito especial, passei a olhá-lo com mais ternura ainda
quando percebi o quanto ele tinha a mistura do pai e da mãe, tinha os olhos, as bochechas
e o nariz da mãe, a boca e as orelhinhas do pai, era tão perfeito, uma obra prima que DEUS
havia nos concedido. Toda mãe sonha e espera após o nascimento de um filho, ouvi-lo
chorar, mas Erick não chorou porque ele esperou muito dos Médicos e dos Profissionais de
Enfermagem trazê-lo a esse mundo tão cruel, passando da hora de nascer. Após alguns
minutos, a Técnica de Enfermagem levou meu filho ao necrotério para aguardar o velório e o
sepultamento.
Como tinha mais de quinze (15) horas sem ingerir alimentos, informei a minha mãe que eu
estava com fome, então ela foi procurar saber da técnica que estava no posto de
enfermagem se existia alguma restrição alimentar no meu prontuário, a mesma informou
para ela que a minha dieta era livre, prescrição feita pelo Dr. Luiz Antônio. Após alguns
minutos, a refeição (almoço) chegou, fiz o meu desjejum. Às treze horas (13h00min) fui
conduzida por minha mãe ao banheiro para tomar banho, não aguentava andar sozinha,
quando ela observou as marcas existentes no meu abdômen ela começou a falar em voz
alta: “Meu DEUS, o que fizeram com minha filha... olha para isso, quantos hematomas
fizeram na barriga dela”. As Técnicas de Enfermagem que estavam observando meu
banho trocaram olhares que apresentavam um espanto no que estavam vendo. Após o
banho fui conduzida por minha mãe para a cama, ainda sem conseguir andar sozinha,
devido as fortes dores no cóccix. Deitei para tentar descansar.
Paralelo a esse momento, meu filho foi registrado no Cartório pelo seu pai e recebeu o
nome de Erick Costa de Souza. Ao sair do Cartório, o meu esposo juntamente com a
minha sogra e meu pai foram agilizar o velório e o sepultamento de Erick.
Exaurida devido ao esforço do trabalho de parto, tentei dormir, mas não consegui. Durante a
tarde fiquei na companhia de uma prima e duas tias enquanto os outros membros da minha
família e os meus amigos velavam Erick.
Aproximadamente às dezesseis horas e trinta minutos (16h:30min) o Médico Dr. Luiz
Antônio, o profissional que realizou o parto, compareceu no apartamento onde eu estava
instalada para saber sobre o meu pós-parto, perguntou o que eu estava sentindo e respondi
para ele que sentia muitas dores no cóccix e na região do períneo, mas a dor maior era a
ausência do meu filho. Ele disse: “eu também estou muito sentido com o que
aconteceu... para mim é muito difícil começar o dia perdendo uma vida, mas eu fiz o
que pude”. O mesmo prescreveu dois medicamentos: Nimesulida e Dostinex (para secar o
leite materno), subsequente me examinou e disse que o fluxo de sangramento que saía da
vagina estava normal. Antes de sair do apartamento ele me informou que realizava
atendimento na CRI – Clínica Radiológica de Ilhéus, localizada na Rua Conselheiro Dantas
nº 29, Centro – Ilhéus – Bahia. “Estarei disponível para atendê-la se você precisar... e se
quiser você me mostrar o resultado do exame que foi para a LAFEM/UESC analisar”.
Agradeci a atenção e ele se despediu informando que já tinha autorizado a minha alta
médica para o dia seguinte, vinte e nove de novembro de dois mil e onze (29/11/11).
Às dezessete horas (17h:00min) ocorreu o sepultamento no cemitério da Vitória localizado
na Rua Teresópolis nº 81, Centro – Ilhéus – Bahia. Meus pais e meu esposo após sepultar
Erick, ficaram ainda mais abalados com a situação que estávamos vivendo, um momento de
muita dor, a perda de um SER tão indefeso, um BEBÊ que foi acompanhado durante todo o
pré-natal (oito consultas), pelo obstetra Dr. Viriato e que estava SAUDÁVEL durante os oito
meses de gestação, como aceitar as explicações dadas pelos profissionais da Maternidade
da causa morte de Erick, isso com certeza era IMPOSSÍVEL. Fiquei muito indignada ao
ouvir as pessoas propagar uma notícia de que o meu filho tinha uma malformação no
abdômen. E para mim que carreguei no ventre por meses, sabia que ele havia passado da
hora de nascer, pois todo o líquido amniótico que existia na placenta e que o mantê-lo-ia
vivo eu tinha perdido completamente.
Por volta das dezoito horas (18h:00min) adentrou no apartamento onde eu estava uma
funcionária trazendo o café da noite, mas eu não senti vontade de alguma de me alimentar,
estava na companhia de duas primas e uma delas pernoitou comigo. Foi certamente uma
noite longa, pois as lembranças da madrugada anterior eram muito triste e principalmente
para uma MÃE que NÃO teve a oportunidade de ouvir o CHORO do vosso FILHO, escutar
os choros dos recém-nascidos que estavam na maternidade e lembrar que o seu
primogênito NÃO CHOROU. Passei a noite e a madrugada chorando muito, pois a
SAUDADE era grande.
No dia vinte e nove de novembro de dois mil e onze (29/11/11) aproximadamente às sete
horas (07h:00min) fui conduzida pela minha prima para o banheiro, no momento em que
estava tomando banho, ainda sentindo fortes dores no cóccix, adentraram no apartamento
onde eu estava duas Técnicas de Enfermagem e passaram a observar o meu banho, uma
delas era a Técnica de Enfermagem Marinez e disse: “eu soube o que aconteceu, foi uma
pena... mas você está nova e terá outro filho...” ainda observando o meu banho trocou
olhares com a sua colega de profissão e disse: “ela vai ficar com o corpo ótimo, vai se
recuperar logo”.
Aproximadamente às sete horas e trinta minutos (07h:30min) fiz o meu desjejum e logo após
minha prima ligou para o meu esposo informando que eu já estava de alta médica, minutos
depois ele foi nos buscar na Maternidade. Antes de ir embora apareceu no apartamento a
Enfermeira Obstetra Daiana para prestar algumas explicações da causa morte do meu Filho,
dizendo que leu o meu PRONTUÁRIO e que ouviu das colegas de trabalho que estavam no
dia do meu parto o que tinha ocorrido. A enfermeira citada anteriormente começou a explicar
que provavelmente o meu filho uma malformação no abdômen e que isso seria resultado de
uma polidramnia, repetiu o que eu já tinha escutado da Pediatra Dr. Mônica e da Enfermeira
Virgínia, eu ouviu atentamente e em silêncio o que ela falava, mas eu tinha certeza absoluta
que o meu filho tinha passado da hora de nascer, porque só eu sabia o que tinha ocorrido
durante toda a madrugada que antecedeu ao parto. Como ainda não tinha condições de
conversar nada falei. Depois a mesma fez uma oração e subsequente fui conduzida por ela
até a área externa da Maternidade, pois sentia ainda muitas dores no cóccix. Ao nos
despedir agradeci a atenção da Enfermeira Daiana e fui embora com meu esposo e minha
prima.
Ao chegar a minha casa, pedi para a minha Mãe olhar os meus pontos, pois estava sentindo
muitas dores, quando ela olhou se assustou com o que viu e disse que iria ligar
imediatamente para o meu Obstetra Dr. Viriato para marcar uma consulta urgente para o
mesmo me examinar, pois a sutura estava mal feita e a vulva da vagina muito inchada.
Atendendo ao meu pedido minha cunhada registrou em sua câmera digital as imagens da
minha ‘parte íntima’ para mostrar ao meu Obstetra. A consulta então foi agendada para o
dia seguinte, pois o médico já tinha chegado da viagem realizada por ele. Passei a receber
todo cuidado, atenção e carinho da minha família.
No dia trinta de novembro de dois mil e onze (30/11/11) fui conduzida por meus pais e meu
esposo a Policlínica para consulta com o meu Obstetra Dr. Viriato que estava agendada
para às nove horas e trinta minutos (09h:30min). Ao entrar no consultório, o médico acima
citado lamentou a perda do meu Filho. Ele perguntou como eu estava passando, então
informei que havia obedecido as orientações dadas por ele na minha última consulta
realizada do pré-natal e disse para ele que no momento em que a minha bolsa rompeu a
primeira coisa que meu esposo fez foi ligar para o número do celular do Dr. Ernesto, porque
foi essa orientação que o Sr. tinha nos dado, dizendo: “estarei ausente neste final de
semana, mas qualquer coisa pode ligar para Dr. Ernesto que ele já está sabendo” e
assim nós fizemos, mas ele informou por telefone ao meu esposo que também estava fora
da cidade. O Dr. Viriato respondeu: “poxa eu quebrei dois galhos para ele semana
passada e ele não me falou que iria viajar”. Relatei todos os maus tratos que eu havia
sofrido durante o Pré-Parto e no Parto pelos profissionais plantonistas nos dias vinte e sete
e vinte e oito de novembro de dois mil e onze (27 e 28/11/11) na Maternidade Santa Helena.
Depois de ouvir meu relato o Dr. Viriato disse: “você infelizmente foi submetida a um
Parto “MEDIEVAL” e não a um Parto NORMAL... BOLSA ROTA com menos de trinta e
sete (37) semanas não deve ser tocada... o profissional deveria entrar com uma
medicação para segurar o BEBÊ enquanto preparava o Centro Cirúrgico para o
PARTO CESÁRIO e não esperar as contrações e muito menos estimulá-las com
Ocitocina, pois você estava perdendo bastante líquido amniótico e sua gestação era
de trinta e seis (36) semanas correspondente a oito (8) meses... pela demora o seu
FILHO perdeu todo o líquido amniótico existente na placenta... era o que iria mantê-lo
vivo até a hora do PARTO CESÁRIO... ele era GRANDE e você NÃO tinha passagem
para tê-lo de PARTO NORMAL... é preciso parar de insistir em fazer Parto Normal em
Gestante sem condições para tal procedimento só para satisfazer o sistema dando
ESTATÍSTICA ao SUS”. Depois desse desabafo o Dr. Viriato me examinou e se espantou
com a sutura mal feita na região do períneo e mais ainda com trauma na vulva da vagina
(fotos em ANEXO), observou também os hematomas que existiam no meu abdômen
devido ao procedimento "Manobra de Cristeler" realizado pelas técnicas. Prescreveu
Ciprofloxacino, Andoba e Tensart este último para efeito sedativo e prolongamento do sono,
pois não estava dormindo devido as lembranças negativas. O Dr. acima citado disse:
“depois de dois (2) meses quero vê você aqui para examiná-la e com quatro (4) meses você
poderá engravidar tranquilamente se quiser, posso também acompanhá-la durante todo o
seu Pré-Natal e dessa vez eu não viajarei enquanto não realizar o seu parto eu me
COMPROMETO desde de já”. Ao se despedir ele me abraçou e disse que eu tinha quase a
idade da filha dele e se ele pudesse evitaria todos os sofrimentos vivenciados por mim, e
que estava muito sentido com o que tinha acontecido. Antes de sair do consultório o meu
Pai disse ao Dr. Viriato: “nós já sabíamos que estava tudo certo com a gestação da
nossa filha e que o nosso neto estava saudável, mas queríamos ouvir do Sr. que
realmente faltou a realização dos procedimentos CORRETOS na hora CERTA... agora
eu quero saber do Sr. onde e quem devemos procurar para denunciar tudo isso... não
queremos nada material e sabemos que não trará nosso neto de volta , mas queremos
JUSTIÇA porque esperamos que tais fatos não se repitam com outras gestantes”. O
Dr. Viriato orientou meu Pai a procurar o Conselho Regional de Medicina localizado no
Edifício Cidade Ilhéus que lá ele se informaria melhor como proceder, avisou também que
não poderia testemunhar por fazer parte do Conselho, exercendo a função de secretário,
mas que todos os exames que eu tinha em mãos eram suficientes para provar que meu
FILHO estava BEM e com SAÚDE.
Retornei para casa por volta das dez horas e quinze minutos da manhã (10h:15min)
juntamente com os meus pais. Aproximadamente às onze horas da manhã (11h:00min) meu
pai se dirigiu a Maternidade Santa Helena para conversar com a Coordenadora para saber
os nomes dos profissionais que estavam de plantão nos dias em que eu estava em trabalho
de parto e informou que iria tomar providências sobre os maus tratos que eu tinha sofrido, a
Coordenadora Enfermeira Virgínia se mostrou nervosa e orientou meu Pai a procurar o
Jurídico da Maternidade, o Dr. Arruda para conversar. Atendendo a orientação da
coordenadora o meu Pai procurou do Dr. Arruda para conversar sobre o que tinha
acontecido, mas o Dr. citado começou a elogiar o Médico Obstetra Plantonista Dr. Carlos
Alberto de Lira e disse: “ele é um EXCELENTE profissional nunca houve queixas dele e
inclusive ele é o DIRETOR MÉDICO e ADMINISTRATIVO do HOSPITAL SÃO JOSÉ...
mas se o Sr. quiser pode conversar com o provedor da Santa Casa o Sr. Eusignio
Gesteira... eu peço que o Sr. não faça nada até que apuremos os fatos e depois
entraremos em contato com o Sr. para conversarmos melhor”. Meu Pai foi procurar o
provedor, mas o mesmo havia sumido da Santa Casa, muito frustrado com o descaso, ele
foi então ao Conselho Regional de Medicina e conversou sobre o que tinha acontecido com
a atendente, a Srª Kátia e a mesma orientou-o a como proceder. Pediu para eu relatar tudo
o que eu vivenciei e ouvir desde a minha última consulta do Pré-Natal, passando pelo Pré-
Parto, Parto e Pós-Parto, pediu para informar todos os profissionais envolvidos, informou
que eu tinha direito a uma cópia do meu PRONTUÁRIO e disse para solicitar na
Maternidade, pois era preciso tê-lo em ANEXO ao meu relatório, bem como todos os
resultados dos exames realizados durante a gestação.
Por volta das vinte horas (20h:00min) do dia trinta de novembro de dois mil e onze
(30/11/11) recebi a visita da Srª. Daiana (Enfermeira Obstetra da Maternidade Santa
Helena), A mesma já sabia da ida do meu Pai a Maternidade pela manhã. Eu estava me
alimentando quando a mesma chegou a minha casa e disse que estava ali como amiga e
queria me examinar caso permitisse tal procedimento. A minha Mãe informou a ela que eu já
tinha sido examinada pelo meu Obstetra. Eu disse para Daiana que iria tomar banho ainda.
Enquanto ela aguardava o término do banho, meu Esposo e a minha Mãe lhe fez companhia
e dialogaram sobre o ocorrido durante as horas de HORROR que eu havia passado durante
todo o trabalho de parto. Minha Mãe disse para “nós estamos tomando as providências
necessárias contra os maus tratos que a minha Filha sofreu”. A Enfermeira Obstetra
Daiana disse: “eu avisei para minha Coordenadora que mexeram com uma pessoa
esclarecida e que a família também é esclarecida... por isso não irão deixar por menos
e aceitar qualquer diagnóstico para a causa morte”. Quando sai do banho pedi a minha
Mãe para fazer o curativo, após esse momento autorizei a entrada da Enfermeira Obstetra
citada anteriormente para vê a minha sutura, a vulva inchada e as marcas, deixadas pelas
Técnicas de Enfermagem, no meu abdômen. Ela disse que as técnicas fizeram uma
manobra “Manobra de Cristler”, para me ajudar e que era um procedimento necessário no
Parto Normal, mas eu informei para ela que as técnicas que participaram do parto tinha me
machucado muito. Enfim relatei tudo que eu tinha vivenciado durante todo o meu
trabalho de parto pagando um preço muito caro pela negligência médica e que Erick
veio com uma missão. Eu não iria descansar enquanto não vê as TRANSFORMAÇÕES
para MELHOR na MATERNIDADE. Porque eu creio que NÃO será preciso outros
ÓBITOS para que haja mudanças no seu vosso ambiente de trabalho.
Somente no dia sete de novembro de dois mil e onze (07/12/11) consegui ter acesso
ao meu PRONTUÁRIO, pois eu já havia solicitado o mesmo no dia primeiro de
dezembro de dois mil e onze (01/12/11) e os profissionais da Maternidade informaram
que teríamos que aguardar o DIRETOR do HOSPITAL assinar a autorização para ter
uma cópia do prontuário. Então mais uma vez precisamos esperar a “BOA” vontade
do bendito Dr. Carlos Lira em exercer a vossa função.
No dia quatorze de dezembro de dois mil e onze (14/12/11) eu e meu esposo fomos ao
LAFEM/UESC para buscar o resultado do exame de PCR para detecção de
CITOMEGALOVIRUS na saliva de Erick Costa de Souza, o resultado foi NEGATIVO. Já
sabíamos que o nosso FILHO está SAUDÁVEL, mas os profissionais queriam jogar a
culpa para o recém-nascido, com eu não acreditei no diagnóstico dado para causa
morte dele, autorizei a realização do exame para provar para os profissionais que
infelizmente meu FILHO tinha passado da hora de nascer, por isso faltou-lhe
oxigenação.
Até a presente data, vinte de dezembro de dois mil e onze (20/12/11), o Jurídico da
MATERNIDADE não nos procurou para esclarecer absolutamente nada.
Queremos apuração dos fatos e eu creio que não será mais preciso outros ÓBITOS de
RECÉM NASCIDOS para que as providências sejam tomadas. Só Jesus Cristo para
nos confortar nesse momento de dor, a perda do nosso FILHO tão AMADO por todos
os familiares e amigos.

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O Dois de Julho
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Baile da Saudade / Loja Maçônica Segredo, Força e União de Juazeiro Ba
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Relato de parto em maternidade pública

  • 1. No dia vinte e três de novembro de dois mil e onze (23/11/2011) no turno matutino, eu Karla Verônica dos Santos Costa, profissão professora com Licenciatura Plena em Geografia pela UESC, mestranda em Geografia pela UNICAMP, fui para a penúltima consulta do pré-natal com o meu obstetra, Dr. Viriato Luiz Correa Neto – CREMEB 6630, cujo atendimento foi realizado na Policlínica de Ilhéus, situada na Rua Visconde de Mauá, 207 – Centro – Ilhéus – Bahia, CEP: 45653-260. Nesta consulta foi apresentado ao Dr. Viriato os resultados dos últimos exames solicitados por ele: Hemograma completo, V.D.L.R, Toxoplasmose (IGM), HIV, Urianálise e Glicemia, os quais todos estavam normais. Fui examinada e estava com a saúde perfeita, principalmente a saúde do BEBÊ, que já possuía 3300 kg. Antes de encerrar o atendimento o Dr. Viriato solicitou que eu retornasse ao seu consultório no intervalo de quinze dias (15) para ser examinada novamente e marcarmos o parto, essa consulta foi agendada para o dia oito de dezembro de dois mil e onze (08/12/2011), mas caso eu precisasse de atendimento durante o final de semana nos dias vinte e seis (26) e vinte e sete (27) do mês de novembro, período este que o mesmo estaria fora da cidade de Ilhéus, participando de um congresso, eu poderia ligar para o seu colega de profissão, o Dr. Ernesto Leite da Silveira – CREMEB 7641, que ele estaria ciente e pronto para me ajudar. O Dr. Viriato forneceu para mim o número do celular de Dr. Ernesto. Diante do exposto, no dia vinte e sete de novembro de dois mil e onze (27/11/2011) às vinte três horas e trinta minutos (23h30min) a bolsa rompeu e o primeiro procedimento realizado foi ligar para o nº do celular do Dr. Ernesto para informá-lo e solicitar a vossa presença na Maternidade Santa Helena, situada na Ladeira da Vitória, 113 – Centro – Ilhéus – Bahia, CEP: 45653-420, o mesmo informou por telefone ao meu esposo Laudelino Quinto de Souza Júnior, que estava fora da cidade de Ilhéus e que eu poderia ser conduzida para a Maternidade acima citada que lá existia um médico plantonista que realizaria os procedimentos necessários. Atendendo as orientações do Dr. Ernesto, fui conduzida para a Maternidade em questão e dei entrada aproximadamente às vinte e três horas (23h00min) do dia vinte e sete de novembro de dois mil e onze (27/11/2011). A recepcionista Ana Rebelo solicitou meu documento de identificação para preencher a ficha e logo em seguida a mesma me conduziu para a sala de Pré-Parto, pois estava perdendo líquido Amniótico. Ao chegar neste ambiente citado anteriormente me deparei com uma quantidade de cinco mulheres gestantes em evolução para o trabalho de parto. Apresentei-me as duas técnicas de Enfermagem de plantão, a Sr.ª Marinez e a Sr.ª Rosane, informando a ambas que a minha bolsa havia rompido e que a minha gestação era de oito meses. Fui para a sala de exames às vinte três horas e quarenta e cinco minutos (23h45min) para ser submetida ao atendimento do Médico Plantonista, o Dr. Carlos Alberto de Lira – CREMEB 5813, o mesmo escutou os batimentos cardiofetais do BEBÊ e disse: “O coração do seu filho está melhor
  • 2. do que o meu”, em seguida o Dr. citado anteriormente realizou o primeiro toque em mim e informou que estava apenas com dois centímetros (2cm) de dilatação e que eu só teria o meu filho no dia seguinte, pois o meu colo estava muito alto e usando a seguinte frase: “Até amanhã a noite o seu filho nascerá. Como eu estava perdendo muito líquido e impressionado pela quantidade e intensidade ele disse: “quanta água é essa mulher? Está parecendo um rio, o rio Cachoeira”. Antes de sair da sala de exames eu avisei para o Dr. Lira que a minha gestação era de oito meses e que eu não podia esperar até a noite do dia seguinte para ter o meu filho. Retornei para sala de Pré-Parto,ainda sem sentir contrações e a Técnica de Enfermagem Marinez solicitou que uma das gestantes que ali se encontrava, saísse da cama para ceder o lugar a mim, pois eu estava perdendo muito líquido e pediu para que ela sentasse na cadeira. Só depois de aproximadamente trinta minutos (00:30min.), os dois lençóis que estavam na cama sendo utilizados pela gestante anterior foram substituídos por outros limpos. Durante a coleta das amostras de sangue para a realização de exames V.D.L.R. e ABO a Técnica de Enfermagem, Rosane disse: “Porque você veio para cá”? Dr. “Viriato não faz parto pelo SUS”, e eu lhe respondi: “ Eu sei, por isso mesmo que no dia oito de dezembro iríamos agendar o meu parto”, quando eu lhe respondi isso ela disse a seguinte frase: “por você está com oito meses de gestação, você deveria ir para o Hospital da cidade de Itabuna onde possui UTI Neonatal”. A Técnica citada anteriormente deveria passar essa informação para a minha família que aguardava notícias na recepção da Maternidade, pois onde eu estava não resolveria coisa alguma. Neste momento chegou mais uma gestante em trabalho de parto e ficou sentada na cadeira, pois não havia mais cama disponível na sala de Pré-Parto. Nesse ambiente existiam duas gestantes, dentre as seis, que gritavam muito, sofrendo com as dores das contrações, pedindo as Técnicas de Enfermagem que as ajudassem e imploravam para o Médico Plantonista realizar o parto logo, pois não aguentavam mais as dores, uma delas começou a defecar em cima da cama. O Médico não satisfeito com os gritos disse a uma delas: “Se não era para sentir dor porque fez filho então?”. Neste momento eu já estava angustiada com a falta de humanidade do Médico Plantonista, apresentando uma postura sarcástica. Por volta de uma hora da manhã (01h00min) do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze (28/11/2011), chegou à sala de Pré-Parto mais uma gestante que foi conduzida a este local pela SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a mesma também ficou aguardando sentada na cadeira. A Técnica de Enfermagem Marinez disse: “o jeito é vocês dividirem a cama... deitando de ‘VALETE’, porque não tem mais cama disponível”. Diante do exposto e observando a lotação do ambiente por volta de uma hora e quinze minutos da manhã (01h15min) autorizada pela recepcionista Ana Rebelo a minha mãe
  • 3. Marize adentrou a sala de Pré-Parto trazendo consigo uma tolha de banho para utilizá-la na cama, pois os lençóis estavam completamente molhados. Quando minha mãe percebeu a quantidade de líquido amniótico que eu estava perdendo, pediu que eu fosse submetida ao parto Cesário, mas a Técnica de Enfermagem Marinez informou a ela que o Médico Plantonista só fazia Parto Normal. Observando o estado em que eu me encontrava, sentindo contrações, fazendo vômito, a minha mãe pediu um recipiente para eu descartar o vômito e a técnica citada anteriormente disse que era para realizar em um dos vasos de lixo que existiam ali mesmo, vasos estes que estavam cheios de luvas descartáveis sujas de sangue. A técnica disse ainda: “olha lá para não sujar os lençóis, porque não tem mais lençóis limpos”. A minha mãe me orientou como proceder na hora que as contrações voltassem, dizendo para eu não esquecer de respirar e depois fazer força para baixo. Ana Rebelo informou para a minha mãe que ela não podia ficar muito tempo na sala de Pré-Parto, porque o Médico não gostava e também não permitia. Então ela precisou se retirar do ambiente citado, havendo desta forma a NEGAÇÃO do DIREITO garantido por LEI nº 11.108 de tê-la como PARTURIENTE. Minha mãe retornou para a recepção da maternidade e se juntou a companhia do meu pai Raimundo Eduardo e do meu esposo Laudelino Júnior, e ambos foram ao encontro da recepcionista Ana Rebelo para solicitar o Parto Cesário PARTICULAR, mas a recepcionista disse só realizavam tal procedimento com agendamento e que custava R$ 2.500,00. Minha família informou para ela que eu não poderia esperar muito tempo para ter o BEBÊ e que era preciso fazer uma Cesariana particular URGENTE por ser uma gestação de oito meses, e a mesma disse: “Meu filho, guarde seu dinheirinho para outra necessidade porque sua filha vai ter o bebê de parto normal logo, fique tranquilo”. Paralelamente a esse momento, às duas horas da manhã (02h00min) as contrações eram intensas, eu estava na sala de Exames sendo submetida ao atendimento do Médico Plantonista pela segunda vez, o mesmo escutou os batimentos cardiofetais que estavam normais e realizou o toque em mim e disse que meu colo ainda estava alto, nesse momento saiu uma grande quantidade de líquido amniótico, então eu implorei que o Dr. Lira realizasse uma cesariana, pois eu estava perdendo muito líquido, que meu BEBÊ era de oito meses e que eu estava com medo dele ficar sem respirar, mas meu pedido não foi atendido. Mais uma vez eu escutei do profissional que eu deveria ter paciência e esperar porque o meu filho nasceria de Parto Normal. Retornei a sala de Pré-Parto com fortíssimas contrações e deitei na cama, obedecendo às orientações da Técnica de Enfermagem Marinez, que era para fazer força para baixo quando eu sentisse as contrações igual a “força de fazer coco”, esse procedimento foi feito por diversas vezes. Devido à perda de bastante líquido amniótico eu solicitei lençóis limpos, pois a cama estava completamente molhada, mas a minha solicitação não foi atendida
  • 4. porque a técnica citada anteriormente informou que não tinha mais lençóis limpo, então ela me entregou um avental limpo para uso das gestantes e eu utilizei debaixo da perna, aparando o líquido amniótico. Por volta das três horas da manhã (3h00min) a gestante que havia chegado por último, conduzida pela SAMU e que aguardava o parto sentada na cadeira, teve o seu recém nascido na sala de Exames, pois não houve tempo de levá-la para a sala de Parto. As outras gestantes aguardavam o parto, sentindo fortes contrações, algumas gritavam muito suplicando que a Técnica de Enfermagem chamasse o Médico Plantonista para fazer o parto, era um desespero. Gritavam dizendo assim: “Enfermeira me ajude pelo amor de DEUS, eu não estou aguentando mais”. Então diante das circunstâncias expostas as Técnicas de Enfermagem não gostando dos gritos diziam: “para com isso, não adianta gritar, porque você só vai ter o seu filho na hora certa”. Vendo essa situação fiquei ainda mais nervosa, pois minhas contrações se intensificavam mais, voltei a fazer vômito devido às fortes dores que sentia. As gestantes começaram a ser levadas para realização do Parto Normal, as primeiras foram aquelas que mais gritavam de dor. Passei a ouvir os choros dos recém-nascidos e comecei a agradecer em oração a DEUS pelas vidas que chegavam ao mundo. Meu coração encheu de esperança, pois acreditava que seria uma das próximas gestante a ter o BEBÊ, mas não foi o que ocorreu, isso já se passava das quatro horas da manhã (04h00min). Na sala de Pré-Parto só restavam duas gestantes para ter os vossos recém-nascidos, e uma delas era eu. As cinco para seis da manhã (05h55min) do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze (28/11/2011) o Médico Plantonista Dr. Carlos Lira, ansioso para encerrar o vosso plantão, adentrou a sala de Pré-Parto para saber quantas gestantes ainda restavam para ele realizar o Parto Normal, como restava eu e mais outra gestante, a Técnica de Enfermagem Marinez me conduziu a sala de exames para o médico realizar novamente o atendimento comigo. Escutou os batimentos cardiofetais do meu filho que estavam normais, e pela terceira vez fez o toque em mim para saber quanto eu tinha de dilatação, nesse momento ele disse: “ainda sai água dessa mulher, é água viu... vamos ver se você vai ter seu filho agora, vamos para a sala de parto”. Entrei na Sala de Parto pela primeira vez na companhia da Técnica de Enfermagem Marinez e do Dr. Carlos Lira, nesse momento ambos começaram a dialogar sobre o plantão que estava perto de encerrar, o médico acima citado disse: “foram quatorze (14) partos nesse plantão, ainda bem que só foram dois (2) cesários”. A técnica disse: “eu fiquei para noite para fazer hora extra, vamos vê se eu vou receber essa extra, já não estão pagando o salário direito, quanto mais extra”. Durante esse diálogo eu estava deitada na mesa de parto aguardando o início do parto, pois não sabia como proceder por ser o meu
  • 5. primeiro filho, só depois que fui orientada pela técnica que eu deveria segurar no ferro afixado nas laterais da mesa, puxar para trás abrindo os braços, fazendo força para baixo e empurrando meu queixo em direção ao peito quando eu sentisse as contrações. Fiz o que ela havia pedido somente três (3) vezes, então o médico disse:“ela ainda tem colo, não vai dá para fazer”. Eu então supliquei: “Dr. vamos tentar mais uma vez, faça o meu parto por favor”, e ele respondeu: “você ainda não tem passagem”, eu insisti para ele fazer meu Parto Cesário, mas não obtive êxito no pedido. Ele me mandou sair da mesa e retornar para a sala de Pré-Parto dizendo para técnica que era para aplicar o Soro Glicosado com Ocitocina em mim para aumentar as contrações e que eu deveria ficar deambulando para obter passagem. Às seis horas e quinze minutos (06h15min) eu estava na sala de Pré-Parto fazendo o que o médico havia ordenado, a técnica vendo a minha agonia disse para mim: “deite na cama que eu vou tentar afastar seu colo”, meu desespero era tanto que no mesmo instante deitei e ela realizou tal procedimento, foi uma dor horrível, mas se era para o meu filho nascer logo, não hesitei em fazer. Continuei andando pela sala de Pré-Parto, segurando a bolsa de soro que estava tomando e quando vinham as fortes contrações eu segurava na cabeceira da cama, fazendo a bendita força para baixo, a “força de fazer coco”. Às seis horas e trinta minutos (06h30min) o médico plantonista adentrou a sala onde eu estava nesse momento ele já havia tomado banho, trocado de roupa e todo perfumado, esperando o encerramento do horário do vosso plantão. Paralelamente a esse horário, na recepção os meus familiares angustiados aguardavam notícias minhas, a funcionária recepcionista Ana Rebelo, havia se ausentado do seu posto de trabalho às três horas e trinta minutos da manhã (03h:30min) do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze, a mesma trancou a porta que dava acesso a área interna da maternidade e sumiu. Só retornando ao seu posto às seis horas e trinta minutos (06h:30min), pois nesse instante o Médico que estava chegando para assumir o plantão batia forte na porta para ter acesso ao seu ambiente de trabalho. O mesmo vendo o desespero da minha mãe perguntou se existia alguma funcionária no posto de atendimento, e ela respondeu: “a muito tempo ela, Ana Rebelo, foi lá para dentro e não retornou até agora para dá notícias, sumiu... Oh meu Deus cuida da minha filha e do meu neto.” Após uns dez minutos a funcionária citada anteriormente apareceu e abriu a porta dizendo: “Dr. Luiz uma hora dessa aqui, chegou cedo heim?” O Médico respondeu: “que demora foi essa para abrir a porta? ... já tem uns minutos que estou batendo e ninguém veio abrir.” Às seis horas e cinqüenta e cinco minutos (06h55min), fui conduzida a sala de exames pela Técnica de Enfermagem Ana Rita, que acabava de chegar para o seu dia de trabalho, juntamente com o Dr. Luiz Antônio Rodrigues – CRM 20970, a pedido da Técnica de
  • 6. Enfermagem Marinez que dizia: “faça logo o parto dela porque ela já perdeu muito líquido”. O médico que assumiu a função do Dr. Carlos Lira, escutou os batimentos cardíacos do meu BEBÊ, que nesse instante já não tinha a mesma intensidade do que antes, fez o toque em mim e pediu para Técnica Ana Rita me conduzir imediatamente para a sala de parto. Vale ressaltar que o Dr. Luiz Antônio utilizando apenas as luvas, não trocou as vossas vestes por vestuário específico, o uniforme privativo (calça e blusa, propé ou sapato privativo, gorro, máscara e avental cirúrgico) para a realização do meu parto, por não tê-lo disponível na Maternidade, essa informação foi dada pela Técnica de Enfermagem, pois a pessoa responsável em fornecer tais materiais não havia chegado ainda para seu expediente de trabalho. Às sete horas (07h00min) fui conduzida para a sala de Parto na companhia da Técnica de Enfermagem Ana Rita e do Dr. Luiz Antônio para ter o meu filho. Ouvi as orientações de como proceder durante o trabalho de parto e assim eu fiz. Mas durante esses minutos eu só senti contrações fortes apenas uma vez, então desesperadamente quando eu escutava o médico falar: “quando as contrações vierem você faça força para baixo”. Como as contrações já não vinham, passei a fazer força para baixo assim mesmo no intuito de ajudar o meu filho a sair do meu ventre com vida o mais rápido possível. Na intenção de ajudar, a Técnica de Enfermagem Ana Rita começou a pressionar meu abdômen, com o objetivo de empurrar o meu útero para baixo, mais uma dor que eu precisei sentir para meu filho nascer com vida. Não obtendo êxito com esse procedimento "Manobra de Cristeler" a Técnica de Enfermagem acima citada chamou uma colega de profissão, a Técnica de Enfermagem Nicélia, vulgo Ni, para ajudar a empurrar meu útero para baixo, foram várias tentativas. Como eu já estava exausta, comecei a sentir falta de ar, pois já não suportava mais as fortes dores da pressão que ambas estavam fazendo sobre o meu abdômen. Em uma dessas tentativas ouvi da Técnica de Enfermagem Nicélia: “mãe, você também tem que ajudar”. Quer dizer que o meu filho estava com dificuldade de sair porque eu não estava colaborando? Na última tentativa o Médico fez a episiotomia (um corte cirúrgico feito no períneo, região muscular que fica entre a vagina e o ânus). Esse corte é feito durante o Parto Normal, com a ajuda de uma anestesia local, o que NÃO foi feito, para facilitar a passagem da cabeça do bebê. Por eu já possuir dez (10) centímetros de dilatação e nesse momento as Técnicas de Enfermagem Ana Rita e Nicélia fizeram pressões mais intensas no meu abdômen e eu disse para Nicélia que ela estava me machucando muito, por está apertando a minha costela do lado esquerdo. O médico cortou ainda mais a minha vagina para poder retirar o meu BEBÊ, dizendo: “o ombro dele não está passando, vou abrir mais”. O meu filho não resistiu a tanto esforço e nasceu sem chorar. Quando olhei para o meu filho, vi que ele estava com a cabeça roxa e todo o seu corpo branco, sem uma gota de sangue. Vendo a minha tristeza umas das Técnicas de Enfermagem cortou o cordão umbilical do meu filho e
  • 7. levou ele para uma incubadora para fazer a reanimação. O Médico se ausentou da sala de Parto, pois passei a olhá-lo com muita tristeza por ele não ter salvado o meu filho, iniciando desta forma o seu dia de trabalho com um óbito. A Técnica de Enfermagem Ana Rita veio a meu encontro para me confortar e eu disse: “a culpa não foi minha pela demora do meu filho ter nascido... ele não resistiu em esperar tanto” e ela respondeu: “claro que não, você não tem culpa alguma... você está nova e Deus vai te abençoar com outros filhos que virão... eu também já passei por isso uns dez anos atrás”. Após alguns minutos na tentativa de reanimarem o meu filho eu escutei das profissionais, as Técnicas de Enfermagem que surgiram na sala de Parto, e em volta dele passaram a examiná-lo como se fosse um cadáver de análise, falando diagnósticos grotescos para a causa morte. Uma apertava o abdômen e dizia: “ele tem o abdômen muito estendido... a barriga dele está muito ‘gelatinosa’... parece que está faltando um dos rins”, outra dizia: “o saco dele é muito grande”, outra dizia: “parece que ele tem malformação”, outra dizia: “o olho dele é rasgado, acho que ele tem alguma síndrome”. Como em todos os momentos eu estava ATILADA fiquei ainda mais esperta ao que as Técnicas falavam em vossos diálogos. Depois de ouvir tantas asneiras por vários minutos, o Médico retornou para a sala de Parto para realizar em mim a episiorrafia (sutura) também feita SEM anestesia que, aliás, foi um “alinhavamento” muito mau feito. Nesse momento a recepcionista Ana Rebelo que estava no seu posto de trabalho, passou uma notícia ERRÔNEA para a minha família, dizendo que meu filho tinha nascido e que estava bem, fazendo um gesto com as mãos de POSITIVO. Quando a Enfermeira Virgínia (Coordenadora da Maternidade) chegou para mais um dia de trabalho, por nos conhecer, parabenizou o meu esposo pelo nascimento do primogênito e se dirigiu a sala de parto para saber notícias minhas, a mesma se deparou com a minha tristeza em saber que meu filho foi a ÓBITO. Então ela retornou a recepção da maternidade e chamou meu esposo para dá à terrível notícia para o pai que aguardava a vinda do seu filho tão amado ainda no ventre. O Médico na companhia da Enfermeira citada anteriormente foi falar com a minha mãe e a mesma começou a gritar: “eu disse que era para fazer o Parto Cesário na minha filha”, e o médico respondeu para ela: “mesmo se eu fizesse um Parto Cesário, já não tínhamos mais tempo...”. Na sala de Parto, já por volta das sete horas e quarenta minutos (07h40min) da manhã, apareceu à pediatra Dr.ª Mônica Regina da Silva Raial – CRM 17532, e começou a levantar suas possíveis hipóteses da causa morte do meu filho. Em diálogo com a Enfermeira Virgínia a Dr.ª Mônica acreditava que meu filho tinha uma malformação, talvez uma INFECÇÃO CONGÊNITA, ou uma POLIDRAMNIA. A Pediatra Dr. Mônica após apalpar o abdômen do meu FILHO disse: “parece que ele está com o
  • 8. fígado grande”. Então a mesma começou a ligar para Lauro Juliano Marin (Professor Doutor da UESC responsável pelo LAFEM – Farmacogenômica e Epidemiologia Molecular) para saber como ela deveria coletar uma amostra de secreção existente na boca do meu filho para a realização de análise, a médica não sabia em qual recipiente ela deveria armazenar a secreção coletada. Então orientada por Lauro Juliano ela realizou a coleta. Como uma profissional que não sabe onde armazenar a secreção coletada pode afirmar em seu diagnóstico, apenas no ‘OLHOMETRO’, que o meu FILHO apresentava uma HEPATOMEGALIA, sem submetê-lo a algum tipo de exame? O meu filho (Erick) nasceu com 3740 kg e 51 cm, considerado grande para idade gestacional, oito (8) meses e principalmente para ser submetido a um parto normal. Ao sair da sala de Parto fui conduzida em uma maca para o corredor da Maternidade próximo a um Posto de Enfermagem, quando vi meu esposo desesperado e chorando muito por saber do óbito do nosso filho e a minha mãe em estado de choque sem condições de falar palavras de consolo para mim. Eu só conseguia dizer ao meu esposo a seguinte expressão: “amor eu fiz força para Erick nascer com vida... eu ajudei”. Ele disse: “eu sei que você fez tudo que estava ao seu alcance para ajudá-lo”. A minha mãe se aproximou e disse: “minha filha você foi uma GUERREIRA”. A Pediatra Drª. Mônica começou a me questionar sobre as ultrassonografias e os exames realizados durante o Pré- Natal, duvidando da realização dos mesmos. Então eu disse que havia feito tudo que o meu Obstetra tinha solicitado, mas como eu só tinha os resultados dos últimos exames ela queria vê os demais, peguei o celular da minha mãe e liguei para minha cunhada e pedi para a mesma buscar na minha casa os outros exames que estavam guardados em uma pasta e subsequente levá-los até a Maternidade que a Pediatra queria ver tudo. A Drª. citada anteriormente perguntou se eu tinha feito a Ultrassonografia Morfológica e se foi realizada em Ilhéus ou em Itabuna, apresentando uma preferência pelas Ultrassonografias realizadas em Itabuna. Eu disse que tinha feito em Ilhéus no Instituto de Ultra-som como o Dr. Mauro Pereira Souza – CREMEB 11126. A mesma ainda contou uma “história” de uma gestante que tinha feito uma ultrassonografia morfológica em Ilhéus e o BEBÊ apresentou uma MORFOLOGIA ANORMAL, mas quando o ele nasceu estava perfeito e normal, conclusão os exames estavam errados. A Drª. Mônica apresentou uma mal postura, duvidando da VERACIDADE dos meus exames. Quando os exames chegaram ela disse: “é seu Obstetra realmente solicitou todos os exames, você realizou tudo e estão certos”. Eu disse para os profissionais plantonistas que estavam presentes que meu filho estava perfeito e com saúde, mas infelizmente demoraram de fazer o meu parto e ele não resistiu. É muito fácil transferir o problema para quem está MORTO, procurar anomalia para o recém nascido para se isentar de qualquer tipo de ERRO.
  • 9. Às oito horas da manhã (08h00min) fui conduzida ao apartamento n°16 da Maternidade com dores em toda parte do meu corpo, principalmente cóccix, devido ao esforço excessivo no trabalho de parto. Mas essas dores não eram nada diante da dor da perda que eu estava sentindo de não ter meu filho vivo nos meus braços. Durante o restante das horas da manhã do dia vinte e oito de novembro de dois mil e onze (28/11/2011), sentindo fortes dores no cóccix e na região do períneo, fui consolada pela minha família e pelos meus amigos com palavras de carinho e conforto. Só pude retribuir tais gestos com lágrimas que rolavam dos meus olhos. Uma Técnica de Enfermagem aferiu a minha pressão, retirou de mim o cateter intravenoso utilizado para a aplicação do soro e me entregou um comprimido de Dipirona para eu tomar. Diante de todas as circunstâncias eu ainda não tinha visto o meu primogênito como toda mãe deseja vê-lo após o parto, seja esse normal ou cesário, que com certeza é um momento sublime. Então aproximadamente às onze horas (11h00min) da manhã, atendendo ao meu pedido, adentrou no apartamento onde eu estava uma Técnica de Enfermagem carregando em vossos braços o meu filho amado, que estava enrolado em um lençol branco. Quando ela desenrolou o meu BEBÊ, que vestia roupa azul, com toca, luvas e meias, “estava tão lindo”, com muito amor coloquei-o em meus braços para beijá-lo, tocá- lo e acariciá-lo. Foi um momento muito especial, passei a olhá-lo com mais ternura ainda quando percebi o quanto ele tinha a mistura do pai e da mãe, tinha os olhos, as bochechas e o nariz da mãe, a boca e as orelhinhas do pai, era tão perfeito, uma obra prima que DEUS havia nos concedido. Toda mãe sonha e espera após o nascimento de um filho, ouvi-lo chorar, mas Erick não chorou porque ele esperou muito dos Médicos e dos Profissionais de Enfermagem trazê-lo a esse mundo tão cruel, passando da hora de nascer. Após alguns minutos, a Técnica de Enfermagem levou meu filho ao necrotério para aguardar o velório e o sepultamento. Como tinha mais de quinze (15) horas sem ingerir alimentos, informei a minha mãe que eu estava com fome, então ela foi procurar saber da técnica que estava no posto de enfermagem se existia alguma restrição alimentar no meu prontuário, a mesma informou para ela que a minha dieta era livre, prescrição feita pelo Dr. Luiz Antônio. Após alguns minutos, a refeição (almoço) chegou, fiz o meu desjejum. Às treze horas (13h00min) fui conduzida por minha mãe ao banheiro para tomar banho, não aguentava andar sozinha, quando ela observou as marcas existentes no meu abdômen ela começou a falar em voz alta: “Meu DEUS, o que fizeram com minha filha... olha para isso, quantos hematomas fizeram na barriga dela”. As Técnicas de Enfermagem que estavam observando meu banho trocaram olhares que apresentavam um espanto no que estavam vendo. Após o banho fui conduzida por minha mãe para a cama, ainda sem conseguir andar sozinha, devido as fortes dores no cóccix. Deitei para tentar descansar.
  • 10. Paralelo a esse momento, meu filho foi registrado no Cartório pelo seu pai e recebeu o nome de Erick Costa de Souza. Ao sair do Cartório, o meu esposo juntamente com a minha sogra e meu pai foram agilizar o velório e o sepultamento de Erick. Exaurida devido ao esforço do trabalho de parto, tentei dormir, mas não consegui. Durante a tarde fiquei na companhia de uma prima e duas tias enquanto os outros membros da minha família e os meus amigos velavam Erick. Aproximadamente às dezesseis horas e trinta minutos (16h:30min) o Médico Dr. Luiz Antônio, o profissional que realizou o parto, compareceu no apartamento onde eu estava instalada para saber sobre o meu pós-parto, perguntou o que eu estava sentindo e respondi para ele que sentia muitas dores no cóccix e na região do períneo, mas a dor maior era a ausência do meu filho. Ele disse: “eu também estou muito sentido com o que aconteceu... para mim é muito difícil começar o dia perdendo uma vida, mas eu fiz o que pude”. O mesmo prescreveu dois medicamentos: Nimesulida e Dostinex (para secar o leite materno), subsequente me examinou e disse que o fluxo de sangramento que saía da vagina estava normal. Antes de sair do apartamento ele me informou que realizava atendimento na CRI – Clínica Radiológica de Ilhéus, localizada na Rua Conselheiro Dantas nº 29, Centro – Ilhéus – Bahia. “Estarei disponível para atendê-la se você precisar... e se quiser você me mostrar o resultado do exame que foi para a LAFEM/UESC analisar”. Agradeci a atenção e ele se despediu informando que já tinha autorizado a minha alta médica para o dia seguinte, vinte e nove de novembro de dois mil e onze (29/11/11). Às dezessete horas (17h:00min) ocorreu o sepultamento no cemitério da Vitória localizado na Rua Teresópolis nº 81, Centro – Ilhéus – Bahia. Meus pais e meu esposo após sepultar Erick, ficaram ainda mais abalados com a situação que estávamos vivendo, um momento de muita dor, a perda de um SER tão indefeso, um BEBÊ que foi acompanhado durante todo o pré-natal (oito consultas), pelo obstetra Dr. Viriato e que estava SAUDÁVEL durante os oito meses de gestação, como aceitar as explicações dadas pelos profissionais da Maternidade da causa morte de Erick, isso com certeza era IMPOSSÍVEL. Fiquei muito indignada ao ouvir as pessoas propagar uma notícia de que o meu filho tinha uma malformação no abdômen. E para mim que carreguei no ventre por meses, sabia que ele havia passado da hora de nascer, pois todo o líquido amniótico que existia na placenta e que o mantê-lo-ia vivo eu tinha perdido completamente. Por volta das dezoito horas (18h:00min) adentrou no apartamento onde eu estava uma funcionária trazendo o café da noite, mas eu não senti vontade de alguma de me alimentar, estava na companhia de duas primas e uma delas pernoitou comigo. Foi certamente uma noite longa, pois as lembranças da madrugada anterior eram muito triste e principalmente para uma MÃE que NÃO teve a oportunidade de ouvir o CHORO do vosso FILHO, escutar os choros dos recém-nascidos que estavam na maternidade e lembrar que o seu
  • 11. primogênito NÃO CHOROU. Passei a noite e a madrugada chorando muito, pois a SAUDADE era grande. No dia vinte e nove de novembro de dois mil e onze (29/11/11) aproximadamente às sete horas (07h:00min) fui conduzida pela minha prima para o banheiro, no momento em que estava tomando banho, ainda sentindo fortes dores no cóccix, adentraram no apartamento onde eu estava duas Técnicas de Enfermagem e passaram a observar o meu banho, uma delas era a Técnica de Enfermagem Marinez e disse: “eu soube o que aconteceu, foi uma pena... mas você está nova e terá outro filho...” ainda observando o meu banho trocou olhares com a sua colega de profissão e disse: “ela vai ficar com o corpo ótimo, vai se recuperar logo”. Aproximadamente às sete horas e trinta minutos (07h:30min) fiz o meu desjejum e logo após minha prima ligou para o meu esposo informando que eu já estava de alta médica, minutos depois ele foi nos buscar na Maternidade. Antes de ir embora apareceu no apartamento a Enfermeira Obstetra Daiana para prestar algumas explicações da causa morte do meu Filho, dizendo que leu o meu PRONTUÁRIO e que ouviu das colegas de trabalho que estavam no dia do meu parto o que tinha ocorrido. A enfermeira citada anteriormente começou a explicar que provavelmente o meu filho uma malformação no abdômen e que isso seria resultado de uma polidramnia, repetiu o que eu já tinha escutado da Pediatra Dr. Mônica e da Enfermeira Virgínia, eu ouviu atentamente e em silêncio o que ela falava, mas eu tinha certeza absoluta que o meu filho tinha passado da hora de nascer, porque só eu sabia o que tinha ocorrido durante toda a madrugada que antecedeu ao parto. Como ainda não tinha condições de conversar nada falei. Depois a mesma fez uma oração e subsequente fui conduzida por ela até a área externa da Maternidade, pois sentia ainda muitas dores no cóccix. Ao nos despedir agradeci a atenção da Enfermeira Daiana e fui embora com meu esposo e minha prima. Ao chegar a minha casa, pedi para a minha Mãe olhar os meus pontos, pois estava sentindo muitas dores, quando ela olhou se assustou com o que viu e disse que iria ligar imediatamente para o meu Obstetra Dr. Viriato para marcar uma consulta urgente para o mesmo me examinar, pois a sutura estava mal feita e a vulva da vagina muito inchada. Atendendo ao meu pedido minha cunhada registrou em sua câmera digital as imagens da minha ‘parte íntima’ para mostrar ao meu Obstetra. A consulta então foi agendada para o dia seguinte, pois o médico já tinha chegado da viagem realizada por ele. Passei a receber todo cuidado, atenção e carinho da minha família. No dia trinta de novembro de dois mil e onze (30/11/11) fui conduzida por meus pais e meu esposo a Policlínica para consulta com o meu Obstetra Dr. Viriato que estava agendada para às nove horas e trinta minutos (09h:30min). Ao entrar no consultório, o médico acima citado lamentou a perda do meu Filho. Ele perguntou como eu estava passando, então
  • 12. informei que havia obedecido as orientações dadas por ele na minha última consulta realizada do pré-natal e disse para ele que no momento em que a minha bolsa rompeu a primeira coisa que meu esposo fez foi ligar para o número do celular do Dr. Ernesto, porque foi essa orientação que o Sr. tinha nos dado, dizendo: “estarei ausente neste final de semana, mas qualquer coisa pode ligar para Dr. Ernesto que ele já está sabendo” e assim nós fizemos, mas ele informou por telefone ao meu esposo que também estava fora da cidade. O Dr. Viriato respondeu: “poxa eu quebrei dois galhos para ele semana passada e ele não me falou que iria viajar”. Relatei todos os maus tratos que eu havia sofrido durante o Pré-Parto e no Parto pelos profissionais plantonistas nos dias vinte e sete e vinte e oito de novembro de dois mil e onze (27 e 28/11/11) na Maternidade Santa Helena. Depois de ouvir meu relato o Dr. Viriato disse: “você infelizmente foi submetida a um Parto “MEDIEVAL” e não a um Parto NORMAL... BOLSA ROTA com menos de trinta e sete (37) semanas não deve ser tocada... o profissional deveria entrar com uma medicação para segurar o BEBÊ enquanto preparava o Centro Cirúrgico para o PARTO CESÁRIO e não esperar as contrações e muito menos estimulá-las com Ocitocina, pois você estava perdendo bastante líquido amniótico e sua gestação era de trinta e seis (36) semanas correspondente a oito (8) meses... pela demora o seu FILHO perdeu todo o líquido amniótico existente na placenta... era o que iria mantê-lo vivo até a hora do PARTO CESÁRIO... ele era GRANDE e você NÃO tinha passagem para tê-lo de PARTO NORMAL... é preciso parar de insistir em fazer Parto Normal em Gestante sem condições para tal procedimento só para satisfazer o sistema dando ESTATÍSTICA ao SUS”. Depois desse desabafo o Dr. Viriato me examinou e se espantou com a sutura mal feita na região do períneo e mais ainda com trauma na vulva da vagina (fotos em ANEXO), observou também os hematomas que existiam no meu abdômen devido ao procedimento "Manobra de Cristeler" realizado pelas técnicas. Prescreveu Ciprofloxacino, Andoba e Tensart este último para efeito sedativo e prolongamento do sono, pois não estava dormindo devido as lembranças negativas. O Dr. acima citado disse: “depois de dois (2) meses quero vê você aqui para examiná-la e com quatro (4) meses você poderá engravidar tranquilamente se quiser, posso também acompanhá-la durante todo o seu Pré-Natal e dessa vez eu não viajarei enquanto não realizar o seu parto eu me COMPROMETO desde de já”. Ao se despedir ele me abraçou e disse que eu tinha quase a idade da filha dele e se ele pudesse evitaria todos os sofrimentos vivenciados por mim, e que estava muito sentido com o que tinha acontecido. Antes de sair do consultório o meu Pai disse ao Dr. Viriato: “nós já sabíamos que estava tudo certo com a gestação da nossa filha e que o nosso neto estava saudável, mas queríamos ouvir do Sr. que realmente faltou a realização dos procedimentos CORRETOS na hora CERTA... agora eu quero saber do Sr. onde e quem devemos procurar para denunciar tudo isso... não
  • 13. queremos nada material e sabemos que não trará nosso neto de volta , mas queremos JUSTIÇA porque esperamos que tais fatos não se repitam com outras gestantes”. O Dr. Viriato orientou meu Pai a procurar o Conselho Regional de Medicina localizado no Edifício Cidade Ilhéus que lá ele se informaria melhor como proceder, avisou também que não poderia testemunhar por fazer parte do Conselho, exercendo a função de secretário, mas que todos os exames que eu tinha em mãos eram suficientes para provar que meu FILHO estava BEM e com SAÚDE. Retornei para casa por volta das dez horas e quinze minutos da manhã (10h:15min) juntamente com os meus pais. Aproximadamente às onze horas da manhã (11h:00min) meu pai se dirigiu a Maternidade Santa Helena para conversar com a Coordenadora para saber os nomes dos profissionais que estavam de plantão nos dias em que eu estava em trabalho de parto e informou que iria tomar providências sobre os maus tratos que eu tinha sofrido, a Coordenadora Enfermeira Virgínia se mostrou nervosa e orientou meu Pai a procurar o Jurídico da Maternidade, o Dr. Arruda para conversar. Atendendo a orientação da coordenadora o meu Pai procurou do Dr. Arruda para conversar sobre o que tinha acontecido, mas o Dr. citado começou a elogiar o Médico Obstetra Plantonista Dr. Carlos Alberto de Lira e disse: “ele é um EXCELENTE profissional nunca houve queixas dele e inclusive ele é o DIRETOR MÉDICO e ADMINISTRATIVO do HOSPITAL SÃO JOSÉ... mas se o Sr. quiser pode conversar com o provedor da Santa Casa o Sr. Eusignio Gesteira... eu peço que o Sr. não faça nada até que apuremos os fatos e depois entraremos em contato com o Sr. para conversarmos melhor”. Meu Pai foi procurar o provedor, mas o mesmo havia sumido da Santa Casa, muito frustrado com o descaso, ele foi então ao Conselho Regional de Medicina e conversou sobre o que tinha acontecido com a atendente, a Srª Kátia e a mesma orientou-o a como proceder. Pediu para eu relatar tudo o que eu vivenciei e ouvir desde a minha última consulta do Pré-Natal, passando pelo Pré- Parto, Parto e Pós-Parto, pediu para informar todos os profissionais envolvidos, informou que eu tinha direito a uma cópia do meu PRONTUÁRIO e disse para solicitar na Maternidade, pois era preciso tê-lo em ANEXO ao meu relatório, bem como todos os resultados dos exames realizados durante a gestação. Por volta das vinte horas (20h:00min) do dia trinta de novembro de dois mil e onze (30/11/11) recebi a visita da Srª. Daiana (Enfermeira Obstetra da Maternidade Santa Helena), A mesma já sabia da ida do meu Pai a Maternidade pela manhã. Eu estava me alimentando quando a mesma chegou a minha casa e disse que estava ali como amiga e queria me examinar caso permitisse tal procedimento. A minha Mãe informou a ela que eu já tinha sido examinada pelo meu Obstetra. Eu disse para Daiana que iria tomar banho ainda. Enquanto ela aguardava o término do banho, meu Esposo e a minha Mãe lhe fez companhia e dialogaram sobre o ocorrido durante as horas de HORROR que eu havia passado durante
  • 14. todo o trabalho de parto. Minha Mãe disse para “nós estamos tomando as providências necessárias contra os maus tratos que a minha Filha sofreu”. A Enfermeira Obstetra Daiana disse: “eu avisei para minha Coordenadora que mexeram com uma pessoa esclarecida e que a família também é esclarecida... por isso não irão deixar por menos e aceitar qualquer diagnóstico para a causa morte”. Quando sai do banho pedi a minha Mãe para fazer o curativo, após esse momento autorizei a entrada da Enfermeira Obstetra citada anteriormente para vê a minha sutura, a vulva inchada e as marcas, deixadas pelas Técnicas de Enfermagem, no meu abdômen. Ela disse que as técnicas fizeram uma manobra “Manobra de Cristler”, para me ajudar e que era um procedimento necessário no Parto Normal, mas eu informei para ela que as técnicas que participaram do parto tinha me machucado muito. Enfim relatei tudo que eu tinha vivenciado durante todo o meu trabalho de parto pagando um preço muito caro pela negligência médica e que Erick veio com uma missão. Eu não iria descansar enquanto não vê as TRANSFORMAÇÕES para MELHOR na MATERNIDADE. Porque eu creio que NÃO será preciso outros ÓBITOS para que haja mudanças no seu vosso ambiente de trabalho. Somente no dia sete de novembro de dois mil e onze (07/12/11) consegui ter acesso ao meu PRONTUÁRIO, pois eu já havia solicitado o mesmo no dia primeiro de dezembro de dois mil e onze (01/12/11) e os profissionais da Maternidade informaram que teríamos que aguardar o DIRETOR do HOSPITAL assinar a autorização para ter uma cópia do prontuário. Então mais uma vez precisamos esperar a “BOA” vontade do bendito Dr. Carlos Lira em exercer a vossa função. No dia quatorze de dezembro de dois mil e onze (14/12/11) eu e meu esposo fomos ao LAFEM/UESC para buscar o resultado do exame de PCR para detecção de CITOMEGALOVIRUS na saliva de Erick Costa de Souza, o resultado foi NEGATIVO. Já sabíamos que o nosso FILHO está SAUDÁVEL, mas os profissionais queriam jogar a culpa para o recém-nascido, com eu não acreditei no diagnóstico dado para causa morte dele, autorizei a realização do exame para provar para os profissionais que infelizmente meu FILHO tinha passado da hora de nascer, por isso faltou-lhe oxigenação. Até a presente data, vinte de dezembro de dois mil e onze (20/12/11), o Jurídico da MATERNIDADE não nos procurou para esclarecer absolutamente nada. Queremos apuração dos fatos e eu creio que não será mais preciso outros ÓBITOS de RECÉM NASCIDOS para que as providências sejam tomadas. Só Jesus Cristo para nos confortar nesse momento de dor, a perda do nosso FILHO tão AMADO por todos os familiares e amigos.