O documento discute diagnóstico por imagem do fígado, abordando tipos de lesões focais e difusas. As lesões focais incluem hemangioma, hiperplasia nodular focal, adenoma hepático e cistos simples. As lesões difusas podem apresentar distribuição homogênea, segmentar ou nodular, e incluem esteatose hepática, doença do depósito de glicogênio e sobrecarga de ferro. Técnicas de imagem como ultrassom, TC e RM são discutidas.
1. FÍGADO
- DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
PROF. CARLOS JESUS
26. Hemangioma
►Tumor hepático benigno mais comum (5-20% pop.).
►♀ > ♂, no período pós-menopáusico.
►Estruturalmente, consistem de canais vasculares
interconectados em meio a estroma fibroblástico.
São alimentados por ramos da artéria hepática, e sua
circulação interna é lenta.
►Pode ser do tipo capilar ou do tipo cavernoso.
►Assintomáticos.
►Geralmente solitário, de localização subcapsular e
em regiões posteriores do lobo direito.
27. Hemangioma
► s/c: Lesões bem definidas, lobuladas, hipodensas ao parênquima e
isodensas aos vasos intra-hepáticos.
► c/c: (aspecto típico em lesões 2-10cm):
Fase arterial: Realce periférico nodular e descontínuo, com áreas
nodulares ou globuliforme, da periferia para o centro da lesão. Centrípeto.
Fase portal: Realce progressivo e centrípeto (da periferia para o centro).
Fase tardia: Ocorre o preenchimento completo e homogêneo da lesão, com
realce persistente.
► Tempo de enchimento completo depende do tamanho da lesão
► Lesões pequenas (<2cm): enchimento completo rápido
► Lesões grandes (>10cm): preenchimento incompleto da lesão (presença
de trombos, áreas de fibrose e/ou necrose).
31. Hiperplasia Nodular Focal
► 2º tumor hepático benigno mais comum
► Resposta hepática hiperplásica (Proliferação de hepatócitos,
células de Kupffer, ductos biliares primitivos e vasos
sanguíneos) a uma anormalidade vascular local.
► ♀ de meia-idade
► NÃO relacionada a ACO, embora este tenha um efeito trófico
► Geralmente solitária (80%), menores que 5 cm, de localização
subcapsular e no lobo direito (2:1).
► Assintomática.
32. Hiperplasia Nodular Focal
► s/c: lesão bem delimitada, homogênea isodensa ou
discretamente hipodensa.
► c/c: realce intenso, precoce e fugaz.
– Fase arterial: acentuado realce homogêneo, exceto pela cicatriz
central.
– Fase portal: hipo ou isodensa ao parênquima hepático. Início do
realce da cicatriz.
– Fase tardia: isodensa ao parênquima hepático, com realce da
cicatriz.
36. Adenoma Hepático
► ♀ (90%) em idade fértil
► Associação com uso de ACO, anabolizantes e na doença de
depósito de glicogênio (não ocorre em homens, exceto em
associação com as duas últimas condições).
► Assintomático, porém sangra com freqüência. Complicações:
hemorragia (intra-hepática ou intra-peritoneal) e
transformação maligna (>10cm).
► Gravidez aumenta a taxa de crescimento tumoral e de
ruptura.
► Pode conter tecido necrótico e gorduroso.
► Geralmente solitário, > 5cm, localizado em regiões
subcapsulares e no lobo direito (75%)
37. Adenoma Hepático
► s/c: Massa esférica, iso ou hipodensa (devido ao conteúdo lipídico).
Hemorragia: áreas hiperatenuantes intra-tumorais, parenquimatosas
ou subcapsulares.
Pode haver gordura ou calcificações.
► c/c:
– Fase Arterial: Realce intenso (< q na HNF) e heterogêneo
– Fase Portal: Diminuição da atenuação e da heterogeneidade do realce.
– Fase Tardia: Isodenso ao parênquima. Realce não persiste.
41. Cistos Simples
► Lesões comuns (5-14% população)
► Solitários (mais frequente) ou múltiplos (mais que 10, doença
policística deve ser considerada)
► Originam-se do epitélio do ducto biliar, sendo revestidos por
camada única de epitélio cúbico
► ♀s (5:1)
► Assintomáticos
► Complicações: infecção ou sangramento
42. Cistos Simples
►Contornos bem definidos
►Atenuação baixa (semelhante a água, <20 UH)
►Sem realce ao meio de contraste
►Pode haver calcificação na parede do cisto
►Não há septações ou nodularidade mural
47. Abscessos Piogênicos
► Coleção localizada de pus no parênquima hepático
devido a uma infecção bacteriana.
► Origem:
Infecções intestinais com disseminação hematogênica
secundária (diverticulite)
Infecções de vias biliares (colangite)
Extensão direta (vesícula biliar , rim direito...)
Gram negativos e anaeróbios
► QC: paciente de meia idade a idoso com febre,
desconforto abdominal, hepatomegalia, leucocitose
► Icterícia (40%)
48. Abscessos Piogênicos
►s/c: Lesão grosseiramente arredondada, hipodensa
(0-45 HU), podendo conter septações e gás (sinal
específico, presente em menos de 20% dos casos).
Pode haver nível ar-fluido e fluido-debris.
►Realce anelar e/ou das septações após a
administração do contraste.
►Pode haver derrame pleural e atelectasia de lobo
inferior direito.
53. Abscesso Amebiano
► Entamoeba histolytica
► Endêmico em países de clima tropical
► ♂ de meia idade
► Secundário à infecção do cólon (sítio extra-intestinal mais comum)
► Lesão geralmente única, periférica, >3 cm, sendo o lobo direito
mais frequentemente acometido (72%)
► Complicações: Abscesso subfrênico ou subhepático, fístulas com
pleura e pericárdio, rotura para cavidade peritoneal
54. Abscesso Amebiano
►Lesão hipodensa, redonda ou oval, unilocular e
de localização periférica
►Septações internas (30%)
►Não há gás
►Contraste: realce periférico da lesão.
79. ESTEATOSE HEPÁTICA
ACENTUADA
• Ocorre uma diminuição na eficácia da TC de
identificar lesões focais hepáticas.
• Pode ocorrer uma inversão no padrão visual das
lesões focais, em relação às comparações usuais de
atenuação feitas com o fígado normal.
80.
81.
82.
83.
84. ESTEATOSE HEPÁTICA
MULTINODULAR
• Forma mais rara de esteatose hepática.
• É fundamental a correlação com dados
clínicos e com estudos de RM para excluir
doença metastática.
94. Distribuição segmentar
• Fibrose X HCC
– Localização da fibrose:
• Geralmente seg. medial T1
Pós
do lobo esquerdo
• Contornos bem definidos
e angulados
– TC:
• Sem contraste: hipo
• Pós contraste:
– Fibrose: captação tardia
– HCC: Arterial
– RM: pouco valor
95. Distribuição nodular
• Esteatose focal e área
focal preservada
• Cirrose
– Nódulos de regeneração
– Nódulos displásicos
– HCC
• Doença metastática
• Carcinoma hepatocelular
• Doença de Wilson
• Doença hamartomatosa
biliar
96. • Esteatose focal e área focal preservada
– Características:
• 1- Localização
– Periligamentosa
– Periportal
– Leito da vesícula
– Seg. medial LE
• 2- Sem efeito de massa
• 3- Margens definidas e anguladas
• 4- Não esférica
• 5- Não desloca ou distorce vasos
97. • Cirrose
– LD fibrótico T2
– regenerativo LE e
caudado
– Sinais de hipertensão
portal
– Nódulos difusos:
• Nodulos de regeneração? Portografia
• Nódulos displásicos?
• HCC?
98.
99. • Nódulos
regenerativos
T2
– Menor que 3 cm
– TC:
• Sem contraste: Iso ou
hiper
• Intensificação portal
– RM:
• T1: ou
• T2: (Fe)
Portografia
100. • nódulos displásicos
– Lesão pré-neoplásica
– Maior que 3 cm T2
– TC:
• Sem contraste: Iso ou
hiper
• Intensificação portal
– RM:
• T1:
• T2: (Fe)
106. Distribuição perivascular
• Budd-Chiari
– Obstrução do fluxo das vv hepáticas
• Tipo 1
– VCI
• Tipo 2
– VV hepáticas
• Tipo 3 (Doença veno-oclusiva)
– Vênulas centrolobulares
• Causas variadas
– EX.: Tumoral
107. Distribuição perivascular
• Budd-Chiari
– Imagem:
• Trombo intraluminal
• Coágulo, tumoral...
– US: Ecogênico
– TC: hiperdenso
• Obstrução do fluxo
– US Doppler ou angiografia
(RM, TC)
– Dados indiretos
• Colaterais intra-hepáticas
• Estreitamento de veias
• Dilatação da v. ázigos
• Congestão portal e
colaterais
• Ascite e derrame pleural
108. SÍNDROME DE BUDD-CHIARI
• Obstrução da drenagem venosa
hepática no plano das veias
hepáticas ou da VCI.
• Associada às síndromes
mieloproliferativas, trauma, HPN,
carcinoma hepatocelular, gravidez e
uso de anticoncepcionais.
• Ascite, hipertrofia do lobo caudado,
hipertensão portal, aspecto “em
mosaico” do parênquima hepático.
109. Distribuição perivascular
• Budd-Chiari
– Aumento do lobo
caudado
– Atrofia do restante do
parênquima
• “Compressão
periférica”
– Nódulos regenerativos
• T1
• , ou T2
119. CONGESTÃO HEPÁTICA
• Insuficiência cardíaca levando a
estase na VCI e dificuldade de
drenagem das veias hepáticas.
• Hepatomegalia, dilatação da VCI
e das veias hepáticas.
• Aspecto “em mosaico” do
parênquima hepático que se
homogeniza tardiamente.
• Ascite.
• Halo periportal.
123. ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA
• Intensa reação
inflamatória que
resulta em fibrose
periportal.
• Atrofia do lobo direito,
hipertrofia do lobo
esquerdo e
hipertensão portal.