SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  15
Brasil: a partir de 1882
rafabebum.blogspot.com
 Arte descomprometida
rafabebum.blogspot.com
(“arte pela arte”)
rafabebum.blogspot.com
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício.
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Olavo Bilac
 Arte descomprometida
 Aproximação poesia – arte plástica
rafabebum.blogspot.com
rafabebum.blogspot.com
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
....................
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito (...)
(Profissão de Fé, de Olavo Bilac)
 Arte descomprometida
 Aproximação poesia – arte plástica
 Descritivismo
 Cultura clássica
 Perfeição formal
rafabebum.blogspot.com
 Vocabulário raro
 Soneto
 Rimas ricas (classes gramaticais diferentes)
 Versos decassílabos e alexandrinos
(alexandrino: dodecassílabo com
hemistíquios)
 “enjambement”, encadeamento ou
cavalgamento
rafabebum.blogspot.com
(o fim do verso não coincide com o término da
oração)
Esta de áureos relevos, trabalhada
De divas mãos, brilhante copa, um dia,
Já de aos deuses servir como cansada
Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.
Era o poeta de Teos que a suspendia
Então, e, ora repleta ora esvasada,
A taça amiga aos dedos seus tinia,
Toda de roxas pétalas colmada.
Depois... Mas o lavor da taça admira,
Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas
Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce,
Ignota voz, qual se da antiga lira
Fosse a encantada música das cordas,
Qual se essa voz de Anacreonte fosse.
rafabebum.blogspot.com
 Olavo Bilac
rafabebum.blogspot.com
― tematiza a pátria, o amor, a
história...
rafabebum.blogspot.com
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".
rafabebum.blogspot.com
Chega-te a mim! entra no meu amor,
E à minha carne entrega a tua carne em flor!
Preme contra o meu peito o teu seio agitado,
E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
 Olavo Bilac
 Alberto de Oliveira
rafabebum.blogspot.com
― poesia fria e descritiva
rafabebum.blogspot.com
Foram-se os deuses, foram-se, eu verdade;
Mas das deusas alguma existe, alguma
Que tem teu ar, a tua majestade,
Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma.
Ao ver-te com esse andar de divindade,
Como cercada de invisível bruma,
A gente à crença antiga se acostuma
E do Olimpo se lembra com saudade.
De lá trouxeste o olhar sereno e garço,
O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto,
Rútilo rola o teu cabelo esparso...
Pisas alheia terra... Essa tristeza
Que possuis é de estátua que ora extinto
Sente o culto da forma e da beleza.
 Olavo Bilac
 Alberto de Oliveira
 Raimundo Correia
rafabebum.blogspot.com
― poesia objetivamente
pessimista
rafabebum.blogspot.com
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
Das pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...
Também dos corações onde abotoam
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

Contenu connexe

Tendances

História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
rafabebum
 
Arcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismoArcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismo
rafabebum
 
P E S S O A Ortónimo(Meu)
P E S S O A   Ortónimo(Meu)P E S S O A   Ortónimo(Meu)
P E S S O A Ortónimo(Meu)
ildatome
 
Memórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubasMemórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubas
rafabebum
 
Oswald de andrade
Oswald de andradeOswald de andrade
Oswald de andrade
rafabebum
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
litegatuga
 
Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
AMLDRP
 
Alvaro de campos... portugues
Alvaro de campos... portuguesAlvaro de campos... portugues
Alvaro de campos... portugues
Allane Lima
 
Vinicius de-moraes-antologia-poetica
Vinicius de-moraes-antologia-poeticaVinicius de-moraes-antologia-poetica
Vinicius de-moraes-antologia-poetica
jcmucuge
 
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
Paulo Martins
 

Tendances (20)

Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)História das literaturas portuguesa e brasileira   cáráter pendular (aula)
História das literaturas portuguesa e brasileira cáráter pendular (aula)
 
Arcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismoArcadismo ou neoclassicismo
Arcadismo ou neoclassicismo
 
P E S S O A Ortónimo(Meu)
P E S S O A   Ortónimo(Meu)P E S S O A   Ortónimo(Meu)
P E S S O A Ortónimo(Meu)
 
Álvaro Campos - 3ª Fase
Álvaro Campos - 3ª FaseÁlvaro Campos - 3ª Fase
Álvaro Campos - 3ª Fase
 
Memórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubasMemórias póstumas de brás cubas
Memórias póstumas de brás cubas
 
Oswald de andrade
Oswald de andradeOswald de andrade
Oswald de andrade
 
Modernismo em Portugal
Modernismo em PortugalModernismo em Portugal
Modernismo em Portugal
 
Tabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de CamposTabacaria - Álvaro de Campos
Tabacaria - Álvaro de Campos
 
Os pobres raul brandao
Os pobres   raul brandaoOs pobres   raul brandao
Os pobres raul brandao
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
2.º tempo modernista no brasil (poesia)
2.º tempo modernista no brasil (poesia)2.º tempo modernista no brasil (poesia)
2.º tempo modernista no brasil (poesia)
 
Fernando pessoa ortónimo e heterónimos
Fernando pessoa ortónimo e heterónimos Fernando pessoa ortónimo e heterónimos
Fernando pessoa ortónimo e heterónimos
 
Alvaro de campos... portugues
Alvaro de campos... portuguesAlvaro de campos... portugues
Alvaro de campos... portugues
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de Campos
 
Noivado do sepulcro
Noivado do sepulcroNoivado do sepulcro
Noivado do sepulcro
 
Vinicius de-moraes-antologia-poetica
Vinicius de-moraes-antologia-poeticaVinicius de-moraes-antologia-poetica
Vinicius de-moraes-antologia-poetica
 
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de CamposOde Triunfal de Álvaro de Campos
Ode Triunfal de Álvaro de Campos
 
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
"Estou cansado, é claro," Álvaro de Campos
 
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
Álvaro de Campos - "Ode Triunfal"
 

En vedette (12)

Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
 
Mário de andrade
Mário de andradeMário de andrade
Mário de andrade
 
Mário de Andrade
Mário de AndradeMário de Andrade
Mário de Andrade
 
Trovadorismo
TrovadorismoTrovadorismo
Trovadorismo
 
Macunaíma...
Macunaíma...Macunaíma...
Macunaíma...
 
Clarice lispector
Clarice lispectorClarice lispector
Clarice lispector
 
Macunaíma
MacunaímaMacunaíma
Macunaíma
 
O Modernismo na pintura e na literatura
O Modernismo na pintura e na literaturaO Modernismo na pintura e na literatura
O Modernismo na pintura e na literatura
 
Power Point Pintura Modernista
Power Point Pintura ModernistaPower Point Pintura Modernista
Power Point Pintura Modernista
 
MODERNISMO EM PORTUGAL
MODERNISMO EM PORTUGALMODERNISMO EM PORTUGAL
MODERNISMO EM PORTUGAL
 
Slide teoria do conto
Slide teoria do contoSlide teoria do conto
Slide teoria do conto
 

Similaire à Parnasianismo

Quintana 08 03_2013_rapallo
Quintana 08 03_2013_rapalloQuintana 08 03_2013_rapallo
Quintana 08 03_2013_rapallo
Patrizia Ercole
 
Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]
eb23cv
 
Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]
eb23cv
 
Revisando o parnasianismo, 03
Revisando o parnasianismo, 03Revisando o parnasianismo, 03
Revisando o parnasianismo, 03
ma.no.el.ne.ves
 
Assis, m os deuses de casaca
Assis, m   os deuses de casacaAssis, m   os deuses de casaca
Assis, m os deuses de casaca
Nicolas Pelicioni
 
Trabalho da bia de artes
Trabalho da bia de artesTrabalho da bia de artes
Trabalho da bia de artes
lobotutb
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
jcmucuge
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
jcmucuge
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia romântica
ma.no.el.ne.ves
 

Similaire à Parnasianismo (20)

Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
PARNASIANISMO-AUTORES1.ppt
PARNASIANISMO-AUTORES1.pptPARNASIANISMO-AUTORES1.ppt
PARNASIANISMO-AUTORES1.ppt
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Quintana 08 03_2013_rapallo
Quintana 08 03_2013_rapalloQuintana 08 03_2013_rapallo
Quintana 08 03_2013_rapallo
 
Parnasianismo
ParnasianismoParnasianismo
Parnasianismo
 
Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]
 
Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]Literatura Da 1ª Republica[1]
Literatura Da 1ª Republica[1]
 
POESIA PARNASIANA.pptx
POESIA PARNASIANA.pptxPOESIA PARNASIANA.pptx
POESIA PARNASIANA.pptx
 
Revisando o parnasianismo, 03
Revisando o parnasianismo, 03Revisando o parnasianismo, 03
Revisando o parnasianismo, 03
 
2º ANO MATUTINO - PARNASIANISMO NO BRASIL
2º ANO MATUTINO - PARNASIANISMO NO BRASIL2º ANO MATUTINO - PARNASIANISMO NO BRASIL
2º ANO MATUTINO - PARNASIANISMO NO BRASIL
 
Assis, m os deuses de casaca
Assis, m   os deuses de casacaAssis, m   os deuses de casaca
Assis, m os deuses de casaca
 
Trabalho da bia de artes
Trabalho da bia de artesTrabalho da bia de artes
Trabalho da bia de artes
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-iiVinicius de-moraes-novos-poemas-ii
Vinicius de-moraes-novos-poemas-ii
 
Crítica ao livro «Reflexões à Boca de Cena / Onstage Reflections» de João Ric...
Crítica ao livro «Reflexões à Boca de Cena / Onstage Reflections» de João Ric...Crítica ao livro «Reflexões à Boca de Cena / Onstage Reflections» de João Ric...
Crítica ao livro «Reflexões à Boca de Cena / Onstage Reflections» de João Ric...
 
20120803 caderno poemas_ciclo_3
20120803 caderno poemas_ciclo_320120803 caderno poemas_ciclo_3
20120803 caderno poemas_ciclo_3
 
Parnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e SimbolismoParnasianismo e Simbolismo
Parnasianismo e Simbolismo
 
Sobre as Asas
Sobre as AsasSobre as Asas
Sobre as Asas
 
Segunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia românticaSegunda geração da poesia romântica
Segunda geração da poesia romântica
 
Poetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistasPoetas parnasianos e simbolistas
Poetas parnasianos e simbolistas
 

Plus de rafabebum

Plus de rafabebum (20)

LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 3.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 3.ppsxLITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 3.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 3.ppsx
 
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 2.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 2.ppsxLITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 2.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 2.ppsx
 
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 1.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 1.ppsxLITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 1.ppsx
LITERATURA, 3.º EM, apostila 1, frentes 2 e 3, módulo 1.ppsx
 
Dois Irmãos.ppsx
Dois Irmãos.ppsxDois Irmãos.ppsx
Dois Irmãos.ppsx
 
Nós Matamos o Cão Tinhoso.ppsx
Nós Matamos o Cão Tinhoso.ppsxNós Matamos o Cão Tinhoso.ppsx
Nós Matamos o Cão Tinhoso.ppsx
 
Machado de Assis blog.ppsx
Machado de Assis blog.ppsxMachado de Assis blog.ppsx
Machado de Assis blog.ppsx
 
Romanceiro da Inconfidência.ppsx
Romanceiro da Inconfidência.ppsxRomanceiro da Inconfidência.ppsx
Romanceiro da Inconfidência.ppsx
 
Romanceiro da Inconfidência - análise.pdf
Romanceiro da Inconfidência - análise.pdfRomanceiro da Inconfidência - análise.pdf
Romanceiro da Inconfidência - análise.pdf
 
Quincas Borba.ppsx
Quincas Borba.ppsxQuincas Borba.ppsx
Quincas Borba.ppsx
 
Quincas Borba - estudo.pdf
Quincas Borba - estudo.pdfQuincas Borba - estudo.pdf
Quincas Borba - estudo.pdf
 
Poemas Escolhidos - análise.pdf
Poemas Escolhidos - análise.pdfPoemas Escolhidos - análise.pdf
Poemas Escolhidos - análise.pdf
 
Nove Noites.ppsx
Nove Noites.ppsxNove Noites.ppsx
Nove Noites.ppsx
 
Angústia - material de aula.pdf
Angústia - material de aula.pdfAngústia - material de aula.pdf
Angústia - material de aula.pdf
 
Angústia.ppsx
Angústia.ppsxAngústia.ppsx
Angústia.ppsx
 
Vinicius de Moraes.pptx
Vinicius de Moraes.pptxVinicius de Moraes.pptx
Vinicius de Moraes.pptx
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
"Caminhos Cruzados", de Érico Veríssimo
"Caminhos Cruzados", de Érico Veríssimo"Caminhos Cruzados", de Érico Veríssimo
"Caminhos Cruzados", de Érico Veríssimo
 
"Minha Vida de Menina", de Helena Morley
"Minha Vida de Menina", de Helena Morley"Minha Vida de Menina", de Helena Morley
"Minha Vida de Menina", de Helena Morley
 
Minha vida de menina
Minha vida de meninaMinha vida de menina
Minha vida de menina
 
Terra sonâmbula
Terra sonâmbulaTerra sonâmbula
Terra sonâmbula
 

Parnasianismo

  • 1. Brasil: a partir de 1882 rafabebum.blogspot.com
  • 3. rafabebum.blogspot.com Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício. Porque a Beleza, gêmea da Verdade, Arte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. Olavo Bilac
  • 4.  Arte descomprometida  Aproximação poesia – arte plástica rafabebum.blogspot.com
  • 5. rafabebum.blogspot.com Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. .................... Torce, aprimora, alteia, lima A frase; e, enfim, No verso de ouro engasta a rima, Como um rubim. Quero que a estrofe cristalina, Dobrada ao jeito Do ourives, saia da oficina Sem um defeito (...) (Profissão de Fé, de Olavo Bilac)
  • 6.  Arte descomprometida  Aproximação poesia – arte plástica  Descritivismo  Cultura clássica  Perfeição formal rafabebum.blogspot.com
  • 7.  Vocabulário raro  Soneto  Rimas ricas (classes gramaticais diferentes)  Versos decassílabos e alexandrinos (alexandrino: dodecassílabo com hemistíquios)  “enjambement”, encadeamento ou cavalgamento rafabebum.blogspot.com (o fim do verso não coincide com o término da oração)
  • 8. Esta de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás-de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. rafabebum.blogspot.com
  • 9.  Olavo Bilac rafabebum.blogspot.com ― tematiza a pátria, o amor, a história...
  • 10. rafabebum.blogspot.com "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem, quando estão contigo?" E eu vos direi: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas".
  • 11. rafabebum.blogspot.com Chega-te a mim! entra no meu amor, E à minha carne entrega a tua carne em flor! Preme contra o meu peito o teu seio agitado, E aprende a amar o Amor, renovando o pecado!
  • 12.  Olavo Bilac  Alberto de Oliveira rafabebum.blogspot.com ― poesia fria e descritiva
  • 13. rafabebum.blogspot.com Foram-se os deuses, foram-se, eu verdade; Mas das deusas alguma existe, alguma Que tem teu ar, a tua majestade, Teu porte e aspecto, que és tu mesma, em suma. Ao ver-te com esse andar de divindade, Como cercada de invisível bruma, A gente à crença antiga se acostuma E do Olimpo se lembra com saudade. De lá trouxeste o olhar sereno e garço, O alvo colo onde, em quedas de ouro tinto, Rútilo rola o teu cabelo esparso... Pisas alheia terra... Essa tristeza Que possuis é de estátua que ora extinto Sente o culto da forma e da beleza.
  • 14.  Olavo Bilac  Alberto de Oliveira  Raimundo Correia rafabebum.blogspot.com ― poesia objetivamente pessimista
  • 15. rafabebum.blogspot.com Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas Das pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada. E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais, de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam Os sonhos, um a um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais.