Organizações que possuem inovação em seu resultado final, possuem realmente elementos de cultura que podem estar propiciando e incentivando o desenvolvimento de inovações.Inovação passa a ser considerada, a partir da última década, um tema estratégico na administração para a obtenção de vantagem competitiva.
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Cultura, inovação e qualidade de vida
1. CULTURA ORGANIZACIONAL,
INOVAÇÃO E QUALIDADE DE
VIDA
Edson Marti
Raquel A Santos
Samuel Queiroz
Cultura, Sistema de Informação de Desenvolvimento
Regional
Profa. Dra. Barbara Fadel
2. Sumário
1- Introdução
2- Manual de Oslo
3- Conceitos
4- O valor da Inovação na qualidade de
vida
5- O impacto da inovação na qualidade de
vida. Inovação social para alavancar a
qualidade de vida. Aspectos positivos e
negativos.
6- O conhecimento entre invenção e
tradições.
7- Inovação social e condições
3. Introdução
Inovação passa a ser considerada, a partir da última
década, um tema estratégico na administração para
a obtenção de vantagem competitiva.
No Brasil, a inovação ainda é restrita como fator de
estudo e divulgação de sua reprodução. Este fato se
dá, principalmente, pelas características do meio
organizacional, que visualiza a inovação como uma
vantagem competitiva da organização não devendo,
desta forma, ser reproduzida; no caso, é um segredo
da própria organização.
O pressuposto levantado no trabalho pode ser
confirmado, isto é, organizações que possuem
inovação em seu resultado final, possuem
realmente elementos de cultura que podem estar
propiciando e incentivando o desenvolvimento de
inovações.
4. Manual de Oslo
Em 1990 foi editada pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a
primeira edição do Manual de Oslo - Proposta de
Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados
sobre Inovação Tecnológica, que tem o objetivo de
orientar e padronizar conceitos, metodologias e
construção de estatísticas e indicadores de
pesquisa de P&D de países industrializados.
No Brasil, a primeira tradução para o português foi
produzida e divulgada pela FINEP (Financiadora de
Estudos e Projetos) em meio eletrônico, em 2004.
Segundo o manual tudo o que é lançado no mercado é
uma inovação.
5. Atualmente o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias são
essenciais
para o crescimento da produção e aumento da produtividade.
Nosso entendimento do processo de inovação e seu impacto econômico ainda
é deficiente.
Por exemplo, estamos claramente vivendo uma importante revolução
tecnológica,
com a economia mundial sendo reconfigurada pelas novas tecnologias da
informação
e por mudanças fundamentais em campos como a biotecnologia e a ciência
dos
materiais. Apesar disso, essas radicais alterações tecnológicas não estão
se refletindo em melhorias na produtividade do fator total e nas taxas
de crescimento da produção.
As tentativas de entender esses intrigantes fatos passaram a concentrar-se:
forma como afetam as taxas de difusão. inovação que não a P&D (Pesquisa
e Desenvolvimento)
à ausência de dados confiáveis e sistemáticos.
O sucesso no refinamento das análises sobre inovação e no tratamento dado
aos problemas de política resultantes, dependerá, em parte, da capacidade
de melhorarmos as informações disponíveis.
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6. Conceitos
Inovação, em seu sentido mais
genérico, pode ser definida como algo
novo para a organização. A palavra
inovar, do latim, significa tornar novo,
renovar, enquanto inovação traduz-se
pelo ato de inovar.
O termo inovação também se refere
ao “processo” através do qual uma
nova ideia, um objeto ou uma prática
são criados, desenvolvidos ou
reinventados.
7. Cultura Organizacional
A Cultura é o conjunto de práticas de comportamentos
de um grupo de pessoas - como a maneira certa de
pensar,
agir e sentir - que foram dando certo ao longo da história
do grupo e que por isso vão sendo transmitidas às
gerações futuras. Principalmente em seu surgimento, a
Cultura é fortemente influenciada pelo que chamamos de
“líder fundador”, aquele que, por causa de seu poder
de decisão, orienta as ações que vão sendo
estabelecidas
Como “a forma certa de agir‟ à medida que vão dando
certo naquele contexto.
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SKINNER, B.F (1953/2000); SCHEIN, E. H. (1992); HORTA, R. G. (2006).
8. O valor da inovação
Os países desenvolvidos têm colocado a
produção de conhecimento e a inovação
tecnológica no centro de sua política para o
desenvolvimento.
Fazem isto movidos pela visão de que:
O conhecimento é o elemento central da
nova estrutura econômica que está surgindo;
e
A inovação é o principal veículo da
transformação do conhecimento em valor.
9. O Valor da Inovação para a
qualidade de vida
CULTURA E INOVAÇÃO
A cultura para inovação não está no nível do que é visível (os artefatos) e sim nos
níveis mais profundos: valores e pressupostos.
Artefatos: o que mais aparece. Pressupostos e Valores: o que realmente
importa.
Em Innovator’s Solution, Christensen (2003) afirma como bons projetos de inovação
de valor podem fracassar por não serem conduzidos como prioridade pelo fato dos
valores da organização não permitirem que sejam reconhecidos como tal.
No livro, ele diz que "é fácil sustentar o sucesso quando o foco da capacidade de inovar
migra de recursos para processos e valores."
Isso acontece porque são sim os valores e os pressupostos (conscientes ou não
para o grupo) que determinam quais decisões são importantes no dia-a-dia,
quais clientes devem ser priorizados, quais produtos, quando investir ou não
em novos produtos, competências ou mercados.
10. GOOGLE X APPLE
Qual inova?
A importância de ver além.
Para quem ainda não está convencido, tomemos o case
Google.
Realmente, tudo aquilo que imaginamos de como deve ser
uma cultura para inovação está lá: tempo para projetos,
ambiente
aberto e estimulante, diversão.
Mas qual foi a empresa mais inovadora do mundo no
ano de 2008?
Segundo a pesquisa do Boston Consulting Group3 foi a Apple,
e veja
no quadro abaixo como ela lida com as “5 regras do vale do
silício”,
que transmitem muito do que se espera de uma cultura
11. Comparação da Google e da Apple
frente às “5 regras do Vale do Silício”
GOOGLE APPLE
COOPERAÇÃO Google Android
(código aberto)
Aplicativos para
Iphone
(código fechado)
COMUNICAÇÃO Google Labs
(Projetos em
andamento)
Expectativa
(segredos até o
lançamento)
SEJA BONZINHO Google apps
(Suíte de aplicativos
grátis)
Mac, iTunes, Ipod
(restrições de
compatibilidade)
AME SEUS
CLIENTES
Mantém um bom
relacionamento
Não dá ouvidos
PAPARIQUE SEUS
FUNCIONÁRIOS
Massagens e cafés Administração Rígida
AS MAIS
INOVADORAS
2º. LUGAR 1º. LUGAR
12. RANKING 10 PRIMEIRAS:
1. APPLE mesma posição 2006
2. GOOGLE mesma posição 2006
3. SAMSUNG + 8
4. MICROSOFT mesma posição 2006
5. FACEBOOK + 48
6. IBM - 2
7. SONY + 3
8. HAIER + 20
9. AMAZON - 3
10. HIUNDAY + 12
Fonte: BCG 20013
13. Inovação para qualidade de
vida Existe a esperança de que as novas tecnologias irão
conduzir para vidas mais saudáveis, maiores liberdades
sociais, conhecimento e meios de vida mais dignos. Essa
crença, ao analisar os dados objetivos, é verdadeira, pois os
avanços sociais do século XX apontam para a melhoria do
desenvolvimento humano tendo íntima relação com os
avanços tecnológicos (Relatório do Desenvolvimento
Humano, 2001, p.2).
Podemos citar:
a redução da subnutrição na Ásia do Sul em 30 anos de
40% para 23%;
o acesso ao conhecimento livre pela Internet;
a produção e distribuição de novos medicamentos
e o maior rendimento agrícola.
14. Inovação para a qualidade de
vida Todo este progresso, em tese, propiciaria um
desenvolvimento da qualidade de vida de maneira
ampla; no entanto, muitos desses conhecimentos
estão a serviço do mercado, porque ele se mostrou
uma máquina poderosa para os avanços cientifícos.
Ianni (2002) aponta que a lógica do mercado é
produzir a nova tecnologia para o lucro, não tem
como fim o desenvolvimento humano ou a
qualidade de vida, mas sim a preservação e
reprodução do poder.
Habermas (1987) explica que o mercado age
estrategicamente, com um fim lógico estabelecido que
é busca por mais dinheiro. Contudo, os indivíduos no
mundo da vida – local livre de interferência do
Mercado ou do Estado – podem se apropriar do
conhecimento produzido Estratégias e Políticas
em Qualidade de Vida e ampliar sua esfera de ação
para a busca do conhecimento compartilhado.
(GUTIERREZ e ALMEIDA, 2006).
15. Onde estamos
O Brasil é um dos 30 exportadores mundiais
de alta tecnologia, é considerado um
seguidor dinâmico de tecnologia, isto é, o
Brasil não tem potencial de inovação, apenas
de reprodução das tecnologias já
constituídas. A análise parte do Índice de
Realização de Tecnologia (RDH, 2001),
que coloca o Brasil 43°, atrás de Uruguai,
Chile, México, Argentina e Costa Rica.
O Brasil está nessa colocação porque
investe pouco na qualificação humana, cerca
de 0,8% do PIB. !!!
16. Conclusão
O grande desafio para a humanidade é
transformar a tecnologia num instrumento
para o desenvolvimento humano, isso requer,
muitas vezes, um esforço deliberado e
investimento público para criar e difundir
amplamente as inovações.
Não basta investir na criação, adaptação e
comercialização de produtos necessários, mas
sim no acesso a esses avanços.
Esse talvez seja o desafio e o discurso mais
antigo da humanidade: viver em uma sociedade
mais justa que permita o acesso aos bens
materiais e intelectuais de maneira ampla, e, não
fazer dela uma arma de dominação política,
econômica e militar.
17. Antes de colocarmos o peso das
novas tecnologias na
transformação de uma situação
concreta, devemos pensar se as
tecnologias estão transformando o
modo de pensar dos povos, se elas
são utilizadas como formas de
ampliação da consciência e do
conhecimento compartilhado, ou
estão cada vez
mais a serviço da segregação,
dominação e exploração.
18. Bibliografia
HORTA, R. G. (2006). Análise Funcional do Comportamento como Estratégia de Análise
da Cultura Organizacional. Dissertação de Mestrado, CEPEAD – UFMG.
NONAKA, I (1997). A Empresa Criadora de Conhecimento. IN STARKEY, K. (1997).
Como as Organizações Aprendem: relatos de sucesso das grandes empresas. Futura: São Paulo,
1997.
SCHEIN, E. H. (1992). Organizational culture and leadership. San Francisco: Jossey-Bass.
STOECKICHT, I. P. (2005). Gestão Estratégica do Capital Humano – avaliando o potencial de
inovação de uma empresa: estudo de caso. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal
Fluminense.
SKINNER, B.F (1953/2000). Ciência e Comportamento Humano. (J. C. Todorov e R. Azzi, Trad.).
São Paulo: Martins Fontes. (Trabalho original publicado em 1953).
BCG (2007) Innovation 2007 A BCG Senior Management Survey http://innovation.bcg.com/
MACHADO, DENISE DEL PRÁ NETO, INOVAÇÃO E CULTURA ORGANIZACIONAL: Um estudo
dos elementos culturais que fazem parte de um ambiente inovador, São Paulo 2004. Tese,
Fundação Getúlio Vargas, Escola de Administração de Empresas de São Paulo.
ALMEIDA, MARCO ANTÔNIO BETTINE (2012), Inovação Tecnológica e
Desenvolvimento Humano: aspectos importantes para a análise da qualidade de vida,
DOUTORANDO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FEF-UNICAMP.