3. OUTRAS DEFINIÇÕES:
Do grego dialégein: Arte do Diálogo e da
Discussão.
Arte de descobrir a verdade no diálogo.
Processo gerado por oposições (tese x
antítese) que temporariamente se resolve
em uma unidade (síntese).
4. O QUE É DIALÉTICA?
Grécia Antiga
Dialética na acepção
moderna
Aristóteles Zenôn de Eléia Sócrates
6. ZENÔN/ ZENÃO DE ELÉIA – APROX.
489 a.C.:
Discípulo mais conhecido
de Parmênides.
Com Zenôn a dialética
tornou-se um organon, o
instrumento da razão par
excellence, um método de
pensamento, uma arte que
consiste em confrontações
de teses constituídas por
intermédio de perguntas e
respostas.
7. ARGUMENTOS DE ZENÔN CONTRA A
PLURALIDADE:
Zenão vai criticar o pluralismo levando-os
às ultimas consequências e demonstrando
logicamente os absurdos contidos nas
teses sobre as quais se fundamentavam a
defesa da multiplicidade e do movimento.
Nesta passagem, coisas devem ser
entendidas como conjuntos de unidades, ou
seja, de corpúsculos.
8. PARMÊNIDES DE ELÉIA – 540 a.C. –
470 a.C.:
Opõe-se a dialética de
Heráclito de Éfeso;
Primeiro filósofo a formular o
princípio de identidade e de
não-contradição, princípios
supremos de todo o
pensamento metafísico;
Valoriza o ser da razão
(estático) e desvaloriza o ser
dos sentidos (dinamismo);
O ser é, o não-ser não é.
9. HERÁCLITO DE ÉFESO:
Heráclito de Éfeso (séc. VI
a.C)
Em Heráclito, a dialética
encontra-se na estrutura
contraditória da realidade; ou
seja uma coisa se
transforma na outra, está na
outra;
Não nos banhamos duas
vezes no mesmo rio;
É a mesma coisa, ser vivo
ou ser morto, jovem ou
velho, desperto ou
adormecido.
10. SÓCRATES:
Com Sócrates, (470-399 a.C) a
dialética adquiriu uma função
decisiva na elaboração do
conhecimento.
Sócrates realiza um caminho que
leva da ignorância ao saber.
Fase da ironia (interrogação):
estabelece uma espécie de
combate (demolição de
preconceitos, falsas opiniões,
arrogância do saber).
Nesta fase, Sócrates através de
perguntas feitas com sabedoria e
ciência, conduz o interlocutor ao
reconhecimento de sua
ignorância, possibilitando através
da maiêutica (parto) o
desenvolvimento de um processo
construtivo que vai gerar o
verdadeiro conhecimento.
11. PLATÃO – 428/427 a.C. – 348/347
a.C.:
Foi um filósofo e matemático
do período clássico da Grécia
Antiga, autor de diversos
diálogos filosóficos e fundador
da Academia em Atenas, a
primeira instituição de educação
superior do mundo ocidental.
Para Platão o mundo é uma
aparência (é o mundo dos
prisioneiros da Caverna), é uma
cópia ou sombra do mundo
verdadeiro e real.
12. A DIALÉTICA PLATÔNICA:
É um procedimento intelectual e linguístico que parte de
alguma coisa que deve ser separada ou dividida em dois ou
duas partes contrárias ou opostas, de modo que se conheça
sua contradição e se possa determinar qual dos contrários é
verdadeiro e qual é falso.
A cada divisão surge um par de contrários, que devem ser
separados e novamente divididos, até que se chegue a um
termo indivisível, isto é, não formado por nenhuma oposição
ou contradição e que será a ideia verdadeira ou a essência da
coisa investigada.
Partindo de sensações, imagens, opiniões contraditórias
sobre alguma coisa, a dialética vai separando os opostos em
pares, mostrando que um dos termos é aparência e ilusão e o
outro, verdadeiro ou essência.
13. ARISTÓTELES – 384 a.C. – 322 a.C.:
Foi um filósofo grego, aluno de
Platão e professor de
Alexandre, o Grande.
Seus escritos abrangem
diversos assuntos, como a
física, a metafísica, as leis da
poesia e do drama, a música, a
lógica, a retórica, o governo, a
ética, a biologia e a zoologia.
14. Aristóteles, no entanto, considerou a dialética
inadequada ao pensamento;
Considera desnecessário separar realidade e
aparência em dois mundos diferentes;
Em segundo lugar, Aristóteles considera que a
dialética não é um procedimento seguro para o
pensamento e a linguagem da Filosofia e da
ciência;
15. Aristóteles criou a lógica propriamente
dita, que ele chamava de analítica;
Diferença entre a dialética platônica e a
lógica (ou analítica) aristotélica;
16. GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL –
1770 a 1831:
A dialética como método
encontra sua primeira
formulação moderna com
Georg Friedrich Hegel.
Em sua obra Fenomenologia
do Espírito ele apresenta o
exemplo da flor e do fruto.
Com esse exemplo, Hegel
quer demonstrar um processo
fundado na evolução
ininterrupta da realidade, ou
seja o caminho dialético
percorrido pela realidade.
17. HEGEL AFIRMA:
Em Lógica I, Hegel afirma:
O único meio de alcançar o processo científico é o conhecimento desta
proposição lógica: o negativo está junto com o positivo, ou seja: aquilo que
se contradiz não se resolve no zero, no nada absoluto, mas se resolve
essencialmente só na negação do seu conteúdo particular (...)
Surge então um novo conceito, superior e mais rico que o precedente, pois
contém em si aquele e ainda mais: é a unidade deste e de seu contrário.
O método dialético é uma visão da realidade – do homem, do mundo, da
história - que ressalta o desenvolvimento através da luta.
18. KARL HEINRICH MARX – 1818 a
1883:
Foi um intelectual e
revolucionário alemão,
fundador da doutrina
comunista moderna,
que atuou como
economista, filósofo,
historiador, teórico
político e jornalista.
19. LEIS GERAIS DA DIALÉTICA MARXISTA:
1) lei da passagem da quantidade à qualidade (e vice-versa):
A primeira lei se refere ao fato de que, ao mudarem, as coisas não
mudam sempre no mesmo ritmo; o processo de transformação por
meio do qual elas existem passa por períodos lentos (nos quais se
sucedem pequenas alterações quantitativas) e por períodos de
aceleração (que precipitam alterações qualitativas, isto é, "saltos",
modificações radicais)
2) lei da interpenetração dos contrários:
A segunda lei é aquela que nos lembra que tudo tem a ver com tudo,
não se pode compreender um fenômeno sem conhecer aqueles que
estão a ele interligados, não se pode conhecer um fenômeno
isoladamente
3)lei da negação da negação:
A terceira lei seria a síntese, o surgimento do novo, isto porque você
nega aspectos negativos da tese e traz aspectos positivos da síntese.
20. CONCLUSÃO:
Uma das características essenciais da dialética é o espírito crítico e
auto-crítico. Assim como examinam constantemente o mundo em que
atuam, os dialéticos devem estar sempre dispostos a rever as
interpretações em que se baseiam para atuar.
A dialética não dá "boa consciência" a ninguém. Sua função não é
tornar determinadas pessoas plenamente satisfeitas com elas mesmas.
O método dialético nos incita a revermos o passado à luz do que está
acontecendo no presente; ele questiona o presente em nome do futuro,
o que está sendo em nome do que "ainda não é" (Ernst Bloch). Um
espírito agudamente dialético como o poeta Bertolt Brecht disse uma
vez: "O que é, exatamente por ser tal como é, não vai ficar tal como
está".
A dialética intranquiliza os comodistas, assusta os preconceituosos,
perturba desagradavelmente os pragmáticos ou utilitários.
A dialética resistiu, prevaleceu e evoluiu a partir do renascimento,
sendo atualmente um importante instrumento para os estudos
científicos, a política e a evolução de ideias.
21. REFERÊNCIAS:
ASSMANN, Selvino José. Filosofia. CAD/UFSC, Florianópolis, 2006.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, 2000.
GENEROSO, Ruy Alexandre. A Dialética de Hegel. Material Apostilado.
Disponível em <http://ruyalexandre.zzl.org/arquivos/peddialetica.pdf>.
Acesso em 24 mar 2012 às 20:15 horas.
HAMLYN, David Walter. Uma história da Filosofia Ocidental. Ed. Jorge
Zahar, 1990.
KONDER, Leandro. O que é Dialética. Ed. Brasiliense, Brasília, 25ª
edição, ano ?. Disponível em
<http://araguaia2.ufmt.br/professor/disciplina_arquivo/16/20110814530.pdf
>. Acesso em 15 mai 2013 às 19:52 horas.