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A CRIAÇÃO E ATUALIZAÇÕES NOS SETE ANOS DA
LEI, O QUE REPRESENTA NOS MOMENTOS
POLÍTICO, CULTURAL E ECONÔMICO, AS
TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES.
JORNADA
PROAC – LEI DO ICMS SP
Docente: Inti Queiroz
Inti.queiroz@gmail.com
HISTÓRICO
Data de 1986, a 1ª lei de incentivo à cultura no país, a Lei
Sarney, lei federal que em 1991, dá lugar à Lei Rouanet.
 Ao lado das leis de incentivo de panorama federal,
temos os mecanismos das esferas governamentais
menores, como as leis de incentivo à cultura estaduais e
municipais.
A cidade de Vitória no Espírito Santo foi à pioneira na
criação de uma lei de incentivo cultural em âmbitos
municipais, seguida, meses depois, pela criação da lei
municipal na cidade de São Paulo, a Lei Mendonça.
HISTÓRICO
 Logo depois, no ano de 1992, o estado do Rio de
Janeiro criou a primeira lei estadual de incentivo à
cultura.
Até 2003, 17 estados do Brasil contavam com leis
culturais de incentivo em âmbitos estaduais e
municipais.
Hoje, de acordo com dados encontrados no site do
Ministério da Cultura, estima-se que 24 estados
brasileiros já dispõem de algum tipo de mecanismo
estadual de incentivo fiscal à cultura.
HISTÓRICO
No ano de 1996, o Estado de São Paulo
regulamentou sua primeira a lei estadual de
incentivo à cultura, lei 8.819/94, também conhecida
como LINC (Lei de Incentivo à Cultura).
A LINC foi escrita e implantada por Marcos
Mendonça.
Apesar de um início crescente, a lei teve um
decrescimento de investimentos governamentais ao
longo dos primeiros anos e no ano de 1999, foi
engavetada.
PROAC HISTÓRICO
Até que, em 2006, após a mobilização de produtores
locais, aconteceu a regulamentação de uma nova lei
estadual de incentivo à cultura.
Sob a batuta do então Secretario Estadual de Cultura o
cineasta João Batista de Andrade foi lançado o programa
de incentivo à cultura do Estado de São Paulo, o PAC
(Programa de Ação Cultural), regulamentado pela lei
12.268/2006, que utiliza os benefícios fiscais do ICMS
para o incentivo à cultura no Estado.
O programa foi chamado a partir do ano de 2009 de
PROAC para que não houvesse coincidência com o
programa de economia federal, com sigla homônima,
lançado pouco tempo depois.
LEGISLAÇÃO PROAC
Lei 12.268/2006 – Lei do ICMS
Decreto SF nº 51.944, de 29 de junho de 2007 – revê as
alíquotas de patrocínio.
Decreto nº 54.275, de 27 de abril de 2009 – regulamenta
a lei criando novos critérios(complementa a lei).
RESOLUÇÃO SC Nº 96, DE 22 DE NOVEMBRO
DE 2011 - critérios de envio de projetos.
 RESOLUÇÃO SC Nº 48, 03/08/2012 – contrapartidas
RESOLUÇÃO SC Nº 49, 03/08/2012 – tabelas FGV
RESOLUÇÃO SC Nº 50, 03/08/2012 – Tetos por
segmento.
RESOLUÇÃO SC Nº 96, 22 novembro 2011
No 2o semestre de 2011, após uma mobilização de
produtores locais, apoiados pelo então coordenador do
Proac André Sturm, a SEC realizou alterações nos
procedimentos de inscrição de projetos culturais via
mecenato propondo novas regras.
As novas regras buscavam organizar a inscrição de
projetos, porém, a resolução ampliou o volume de
documentos solicitados aos proponentes e também a
complexidade da burocracia.
A resolução foi escrita em conjunto com diversos
produtores locais que participaram da mobilização e
auxiliaram na escrita do texto em conjunto com o então
Coordenador do PROAC André Sturm.
O PROAC
O PROAC (Programa de Ação Cultural) se divide em 2
modalidades:
Mecenato – ICMS - Patrocínio
Editais – verba direta fundo estadual de cultura
As duas modalidades estão diretamente
relacionadas com a lei 12.268/2006.
EDITAIS PROAC
Desde a 1a edição em 2006, os editais do PROAC
trouxeram a oportunidade para projetos
desenvolvidos em todo o estado de São Paulo, nas
mais diversas áreas, de realizar atividades artísticas e
culturais.
O Programa de Ação Cultural viabilizou a realização
de projetos de diversos tamanhos e tipos ao contar
com modalidades diferentes em cada um dos editais.
Já no primeiro ano 26 editais foram criados e 500
projetos culturais de diversas áreas artísticas
apoiados com verba direta do estado.
EDITAIS PROAC
Em 2008 o programa já era considerado um sucesso por
conta do histórico de mais de 1000 projetos incentivados
por meio dos editais, com investimento de 19 milhões.
No mesmo ano foram aproximadamente 250 projetos
aprovados no mecenato, totalizando um investimento de
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No ano de 2012 o Proac ofereceu 36 editais sendo que
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No ano de 2013 o programa chegou ao ótimo número de
42 editais, ampliando ainda mais a diversidade de áreas
culturais e o apoio aos artistas iniciantes.
Em 2014 foram 46 editais, 680 milhões e a prioridade
foram projetos no interior e litoral.
EDITAIS PROAC
A criação de editais para projetos de primeiras obras
em diversas áreas artísticas a partir de 2010
democratizou ainda mais o acesso às verbas públicas
de cultura para artistas iniciantes do Estado.
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cultura indígena, tradicional caipira, história em
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e abrangente do programa.
Proac EDITAIS
MECENATO
PROPONENTE
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SECRETARIA DE
ESTADO DA
CULTURA
FINANCIADOR
PATROCINADOR
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no ICMS em SP
SECRETARIA
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ESTADUAL
LEI DO ICMS SP - mecenato
A lei do ICMS de São Paulo prevê a utilização de dedução
fiscal para as empresas patrocinadoras que podem
deduzir parte devida do ICMS (Imposto sobre Operações
Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação
de Serviços de Transporte Interestadual).
Os patrocínios das empresas são baseados em
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apurado pelo contribuinte, devendo esses percentuais
variar de 0,01% a 3,0 % do valor devido de acordo com
escalonamento por faixas de saldo devedor anual.
Sistema PROAC online
A nova lei estadual paulista trouxe um caráter
inovador às leis de incentivo à cultura em todo país
por meio da informatização digital para a inscrição
de projetos proporcionando uma maior
democratização de acesso de informações, com os
trâmites via internet.
Esse pioneirismo influenciou a inscrição de projetos
em outras instituições de cultura como o sistema
SALIC WEB/ MINC.
MECENATO
É necessário pensar o mecenato também a partir das esferas de
influência recíproca que compõe a esfera das políticas culturais.
No primeiro nível temos as esferas: Cultural, econômica e
política. No segundo nível temos:
esfera (pública) estatal - diálogo central
esfera legislativa onde estão inscritas as leis de incentivo.
esfera corporativa, aliada à esfera publicitária - patrocínios
esfera artística onde os projetos são desenvolvidos.
esfera midiática onde os projetos são divulgados.
Marketing cultural X ARTE
Leis de incentivo à cultura – compromisso - constituição e sociedade.
Projeto cultural – caráter artístico / cultural / comercial – produto
cultural – eventual / sustentável
Projeto de captação de recursos – venda do projeto / produto.
Plano de mídia – Mídia paga (assessoria de imprensa, anúncios,
propaganda, etc) e mídia espontânea (releases, clipping, etc)
divulgação do projeto e do patrocinador.
Retorno para o projeto – crescimento da proposta em termos de
conteúdo, público, verba, visibilidade.
Retorno para o proponente – crescimento proponente sustentabilidade
Retorno para o patrocinador – contrapartidas (comunicação / relações
públicas/ responsabilidade social) – visibilidade.
ANÁLISE CRÍTICA
Dedução integral 100% do valor do patrocínio no
imposto estadual (ICMS) no valor máximo de 0,01%
a 3% de acordo com escalonamento por faixas de
saldo devedor anual.
Patrocínio mensal via boleto da Secretaria da
Fazenda estadual – nem sempre funciona.
Dotação (verba) anual não atende a demanda.
Baixo índice de aprovação de projetos (25%).
Prestação de contas muito exigente.
Baixo numero de projetos por proponente.
Reflexões finais...
Qual é a melhor ferramenta para viabilizar meu projeto?
De onde virão os recursos financeiros para realizar meu
projeto?
Inscrição em editais públicos, privados ou captação direta?
Captação de recursos diretamente com uma empresa ou
captadores?
Quando penso em desenvolver meu projeto?
Aprovei e Captei! E agora? Como realizar uma boa
produção cultural?
A prestação de contas e o início de um novo ciclo.
DICAS FINAIS
Faça um calendário com os editais anuais para enviar seu projeto.
Em seus projetos use linguagem objetiva: evite termos acadêmicos ou
metafóricos.
Faça um orçamento compatível: estimativas exorbitantes têm menos
chances
Proponha atividades complementares: atividades gratuitas, oficinas ou
exibições itinerantes são pontos positivos
Atenha-se à cultura: projetos exclusivamente comerciais, de fundo
político ou que tratem de religiões específicas são reprovados.
Especifique o público-alvo e porque o projeto é relevante
É ideal já ter um patrocinador em vista antes da inscrição do projeto.
OBRIGADA! 
Inti.queiroz@gmail.com
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  • 1. A CRIAÇÃO E ATUALIZAÇÕES NOS SETE ANOS DA LEI, O QUE REPRESENTA NOS MOMENTOS POLÍTICO, CULTURAL E ECONÔMICO, AS TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES. JORNADA PROAC – LEI DO ICMS SP Docente: Inti Queiroz Inti.queiroz@gmail.com
  • 2. HISTÓRICO Data de 1986, a 1ª lei de incentivo à cultura no país, a Lei Sarney, lei federal que em 1991, dá lugar à Lei Rouanet.  Ao lado das leis de incentivo de panorama federal, temos os mecanismos das esferas governamentais menores, como as leis de incentivo à cultura estaduais e municipais. A cidade de Vitória no Espírito Santo foi à pioneira na criação de uma lei de incentivo cultural em âmbitos municipais, seguida, meses depois, pela criação da lei municipal na cidade de São Paulo, a Lei Mendonça.
  • 3. HISTÓRICO  Logo depois, no ano de 1992, o estado do Rio de Janeiro criou a primeira lei estadual de incentivo à cultura. Até 2003, 17 estados do Brasil contavam com leis culturais de incentivo em âmbitos estaduais e municipais. Hoje, de acordo com dados encontrados no site do Ministério da Cultura, estima-se que 24 estados brasileiros já dispõem de algum tipo de mecanismo estadual de incentivo fiscal à cultura.
  • 4. HISTÓRICO No ano de 1996, o Estado de São Paulo regulamentou sua primeira a lei estadual de incentivo à cultura, lei 8.819/94, também conhecida como LINC (Lei de Incentivo à Cultura). A LINC foi escrita e implantada por Marcos Mendonça. Apesar de um início crescente, a lei teve um decrescimento de investimentos governamentais ao longo dos primeiros anos e no ano de 1999, foi engavetada.
  • 5. PROAC HISTÓRICO Até que, em 2006, após a mobilização de produtores locais, aconteceu a regulamentação de uma nova lei estadual de incentivo à cultura. Sob a batuta do então Secretario Estadual de Cultura o cineasta João Batista de Andrade foi lançado o programa de incentivo à cultura do Estado de São Paulo, o PAC (Programa de Ação Cultural), regulamentado pela lei 12.268/2006, que utiliza os benefícios fiscais do ICMS para o incentivo à cultura no Estado. O programa foi chamado a partir do ano de 2009 de PROAC para que não houvesse coincidência com o programa de economia federal, com sigla homônima, lançado pouco tempo depois.
  • 6. LEGISLAÇÃO PROAC Lei 12.268/2006 – Lei do ICMS Decreto SF nº 51.944, de 29 de junho de 2007 – revê as alíquotas de patrocínio. Decreto nº 54.275, de 27 de abril de 2009 – regulamenta a lei criando novos critérios(complementa a lei). RESOLUÇÃO SC Nº 96, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2011 - critérios de envio de projetos.  RESOLUÇÃO SC Nº 48, 03/08/2012 – contrapartidas RESOLUÇÃO SC Nº 49, 03/08/2012 – tabelas FGV RESOLUÇÃO SC Nº 50, 03/08/2012 – Tetos por segmento.
  • 7. RESOLUÇÃO SC Nº 96, 22 novembro 2011 No 2o semestre de 2011, após uma mobilização de produtores locais, apoiados pelo então coordenador do Proac André Sturm, a SEC realizou alterações nos procedimentos de inscrição de projetos culturais via mecenato propondo novas regras. As novas regras buscavam organizar a inscrição de projetos, porém, a resolução ampliou o volume de documentos solicitados aos proponentes e também a complexidade da burocracia. A resolução foi escrita em conjunto com diversos produtores locais que participaram da mobilização e auxiliaram na escrita do texto em conjunto com o então Coordenador do PROAC André Sturm.
  • 8. O PROAC O PROAC (Programa de Ação Cultural) se divide em 2 modalidades: Mecenato – ICMS - Patrocínio Editais – verba direta fundo estadual de cultura As duas modalidades estão diretamente relacionadas com a lei 12.268/2006.
  • 9. EDITAIS PROAC Desde a 1a edição em 2006, os editais do PROAC trouxeram a oportunidade para projetos desenvolvidos em todo o estado de São Paulo, nas mais diversas áreas, de realizar atividades artísticas e culturais. O Programa de Ação Cultural viabilizou a realização de projetos de diversos tamanhos e tipos ao contar com modalidades diferentes em cada um dos editais. Já no primeiro ano 26 editais foram criados e 500 projetos culturais de diversas áreas artísticas apoiados com verba direta do estado.
  • 10. EDITAIS PROAC Em 2008 o programa já era considerado um sucesso por conta do histórico de mais de 1000 projetos incentivados por meio dos editais, com investimento de 19 milhões. No mesmo ano foram aproximadamente 250 projetos aprovados no mecenato, totalizando um investimento de 80 milhões de reais/ ano. No ano de 2012 o Proac ofereceu 36 editais sendo que boa parte deles visavam contemplar artistas independentes. No ano de 2013 o programa chegou ao ótimo número de 42 editais, ampliando ainda mais a diversidade de áreas culturais e o apoio aos artistas iniciantes. Em 2014 foram 46 editais, 680 milhões e a prioridade foram projetos no interior e litoral.
  • 11. EDITAIS PROAC A criação de editais para projetos de primeiras obras em diversas áreas artísticas a partir de 2010 democratizou ainda mais o acesso às verbas públicas de cultura para artistas iniciantes do Estado. A inclusão de editais inovadores como os de a cultura indígena, tradicional caipira, história em quadrinhos, fotografia, espaços independentes de arte, difusão da literatura e editais para o público LGBTTs, entre outros, mostraram o caráter inovador e abrangente do programa.
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  • 16. MECENATO PROPONENTE EMPRESA, INSTITUIÇÃO OU PF SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA FINANCIADOR PATROCINADOR Empresa tributada no ICMS em SP SECRETARIA DA FAZENDA ESTADUAL
  • 17. LEI DO ICMS SP - mecenato A lei do ICMS de São Paulo prevê a utilização de dedução fiscal para as empresas patrocinadoras que podem deduzir parte devida do ICMS (Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual). Os patrocínios das empresas são baseados em percentuais aplicáveis ao valor do saldo devedor do ICMS apurado pelo contribuinte, devendo esses percentuais variar de 0,01% a 3,0 % do valor devido de acordo com escalonamento por faixas de saldo devedor anual.
  • 18. Sistema PROAC online A nova lei estadual paulista trouxe um caráter inovador às leis de incentivo à cultura em todo país por meio da informatização digital para a inscrição de projetos proporcionando uma maior democratização de acesso de informações, com os trâmites via internet. Esse pioneirismo influenciou a inscrição de projetos em outras instituições de cultura como o sistema SALIC WEB/ MINC.
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  • 20. MECENATO É necessário pensar o mecenato também a partir das esferas de influência recíproca que compõe a esfera das políticas culturais. No primeiro nível temos as esferas: Cultural, econômica e política. No segundo nível temos: esfera (pública) estatal - diálogo central esfera legislativa onde estão inscritas as leis de incentivo. esfera corporativa, aliada à esfera publicitária - patrocínios esfera artística onde os projetos são desenvolvidos. esfera midiática onde os projetos são divulgados.
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  • 22. Marketing cultural X ARTE Leis de incentivo à cultura – compromisso - constituição e sociedade. Projeto cultural – caráter artístico / cultural / comercial – produto cultural – eventual / sustentável Projeto de captação de recursos – venda do projeto / produto. Plano de mídia – Mídia paga (assessoria de imprensa, anúncios, propaganda, etc) e mídia espontânea (releases, clipping, etc) divulgação do projeto e do patrocinador. Retorno para o projeto – crescimento da proposta em termos de conteúdo, público, verba, visibilidade. Retorno para o proponente – crescimento proponente sustentabilidade Retorno para o patrocinador – contrapartidas (comunicação / relações públicas/ responsabilidade social) – visibilidade.
  • 23. ANÁLISE CRÍTICA Dedução integral 100% do valor do patrocínio no imposto estadual (ICMS) no valor máximo de 0,01% a 3% de acordo com escalonamento por faixas de saldo devedor anual. Patrocínio mensal via boleto da Secretaria da Fazenda estadual – nem sempre funciona. Dotação (verba) anual não atende a demanda. Baixo índice de aprovação de projetos (25%). Prestação de contas muito exigente. Baixo numero de projetos por proponente.
  • 24. Reflexões finais... Qual é a melhor ferramenta para viabilizar meu projeto? De onde virão os recursos financeiros para realizar meu projeto? Inscrição em editais públicos, privados ou captação direta? Captação de recursos diretamente com uma empresa ou captadores? Quando penso em desenvolver meu projeto? Aprovei e Captei! E agora? Como realizar uma boa produção cultural? A prestação de contas e o início de um novo ciclo.
  • 25. DICAS FINAIS Faça um calendário com os editais anuais para enviar seu projeto. Em seus projetos use linguagem objetiva: evite termos acadêmicos ou metafóricos. Faça um orçamento compatível: estimativas exorbitantes têm menos chances Proponha atividades complementares: atividades gratuitas, oficinas ou exibições itinerantes são pontos positivos Atenha-se à cultura: projetos exclusivamente comerciais, de fundo político ou que tratem de religiões específicas são reprovados. Especifique o público-alvo e porque o projeto é relevante É ideal já ter um patrocinador em vista antes da inscrição do projeto.