Vozes das crianças adolescentes e jovens _25 novembro_lieve
1. Seminário “Que Educação para Portugal?”
Educação e Inclusão social: a experiência da ACMJ
Instituto de Educação da Universidade de Lisboa
25 de novembro de 2016
Emília Alves (Técnica da Experiência)
Rita Domingos (Técnica Académica)
Entidade Promotora Financiamento
2. Teoria da Interligação (Deklerck, J. & Depuydt, A., 1997)
Prevenção da pequena criminalidade através do desenvolvimento básico de uma atitude de
“Interligação”;
De-linq-uência = falta de link = falta de ligação;
Uma abordagem sistémica na promoção da inclusão social
DesintegraçãoDesintegração
3. Promover a ligação com:
Uma abordagem sistémica na promoção da inclusão social
Próprio corpo e emoções
Própria cultura
Cultura dos outros
Objetos, materiais e equipamentos
Universo (ciclo de vida / a natureza)
4. Projeto Missing Link
Técnico/a da experiência
Vivenciou determinada problemática na sua vida (exclusão social / pobreza / migração /saúde
mental) transformação da experiência em competência
Metodologia de trabalho em tandem
Sinergia estabelecida entre um/a técnico/a académico/a e um/a técnico/a da experiência
De
Lin
k
5. Pedagogias para a inclusão e mudança socialTécnico/a da Experiência – ACMJ
Imigração, pobreza e exclusão social
Flexibilidade e personalização
Centro Tomkiewicz e acompanhamento da técnica de Recursos Humanos
Formação de colaboradores
Mobilização de competências resultantes de experiências vivenciais na prática
profissional
Valorização dessas mesmas competências
Promoção contínua da reflexão sobre experiência de vida transformação da
experiência em competência Portefólio reflexivo
6. • Creche “A Árvore”
• Creche Familiar
• Jardim de Infância
• CATL
• PULO
O setor da educação
Teoria de interligação
Metodologia de
trabalho em tandem
7. Filme
A Ilha Desconhecida
Filme baseado no conto de José Saramago
Matilde Real (realização e edição)
Adaptação
Versão completa em:
https://www.youtube.com/watch?v=Hgo_BLJRHJc&feature=youtu.be
8. Referências bibliográficas
Deklerck, J. & Depuydt, A. (1997). An ethical approach to crime prevention. European
Journal on Criminal Policy & Research, 5:3, pp.71-80.
Deklerck, J. & Depuydt, A.(2001). «Verbondenheid» als antwoord op «de - link-wentie»?
Nederland: ACCO.
Informatiebundel Vzw De Link (2012). (De Link)
Goris, B.; Moreels, W. & Opstal, V. (2010). Werken met en voor mensen in kansarmoede
Een evaluatie van het project TAO Limburg. Onderzoeksrapport in opdracht van vzw De
Link;
9. Rita Domingos
Emília Alves
Associação Cultural Moinho da Juventude
orientacao@moinhodajuventude.pt
alvesemilia50@hotmail.com
Tel.: 214 906 510
www.moinhodajuventude.pt
Entidade promotora Financiamento
10. Rita Domingos
Emília Alves
Associação Cultural Moinho da Juventude
orientacao@moinhodajuventude.pt
alvesemilia50@hotmail.com
Tel.: 214 906 510
www.moinhodajuventude.pt
Entidade promotora Financiamento
Notes de l'éditeur
A ACMJ fundamenta a sua intervenção na teoria de interligação, desenvolvida por Deklerck e Depuydt (1997), ambos criminologistas, no âmbito de um projeto que tinha como objetivo estudar a prevenção da criminalidade através do desenvolvimento de atitudes de interligação. Com base nesta teoria seriam as quebras nas ligações entre as pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade e os diversos sistemas que a constituem e que integra, como os variados sistemas e serviços de determinada sociedade, que estariam na génese de enquadramentos de exclusão social e trajetórias transgressivas.
Recorrendo à etimologia do termo De-linq-uência verificamos que a mesma significa falta de ligação.
Por conseguinte a ACMJ procura através da intervenção que desenvolve, nas suas diversas áreas, promover a interligação do individuo com os diversos sistemas:
Iniciando na promoção da vinculação ao próprio corpo e emoções, reconhecendo-as, aceitando-as e valorizando-as;
A relação com a própria cultura, estimulando a sua valorização e integração de valores, concorrendo para o desenvolvimento da auto-estima, construção de um autoconceito positivo e empowerment – ACMJ entende a cultura como a matriz dos processos conducentes e promotores de inclusão social;
Com a cultura do outro, aceitando-a, integrando as semelhanças e diferenças
Com os objetos, materiais e equipamentos e a este respeito partilho a título de exemplo o facto de o estúdio de musica da ACMJ ter sido construído com o envolvimento dos jovens do Bairro, conduzindo a uma maior valorização do espaço, mas também das suas competências individuais
Com o universo, a totalidade da vida, aceitando o seu ciclo, integrando o passado, construindo perspetivas para o futuro e desenvolvendo uma posição existencial significante para si.
Neste sentido, procurando fazer face aos fossos que se reconhecem existir na estrutura social, é desenvolvido o perfil profissional do técnico/a da experiência, integrado num projeto financiado pelo Programa Leonardo Da Vinci (que inclusivamente foi premiado como o melhor do seu ano), promovido pela organização Belga De Link, no qual o Moinho era parceiro.
O técnico/a da experiência é alguém que vivenciou determinada problemática na sua vivência (pobreza, emigração, exclusão social) e que desenvolveu um processo de transformação da mesma em competências que possibilitem a intervenção nessas mesmas áreas.
Surge, assim, a metodologia de trabalho em tandem, enquanto sinergia estabelecida entre o técnico/a da experiência, portador do conhecimento experiencial da problemática em questão, e do técnico académico, que teórica e sistematicamente desenvolveu conhecimentos sobre a mesma. Desta forma as intervenções desenvolvidas são enriquecidas pela complementaridade do conhecimento experiencial, por parte do técnico da experiência, e teórico, por parte do técnico académico.
Este é um perfil profissional reconhecido em países como Bélgica e Holanda, intervindo, nomeadamente, em áreas como saúde mental ou no próprio IEFP. A ACMJ tem investido no desenvolvimento de um referencial de formação que pretende apresentar à ANQEP a fim de promover o reconhecimento deste perfil profissional também em Portugal.
Na ACMJ os técnicos da experiência intervêm nas áreas de imigração, pobreza e exclusão social, constituindo um desafio trabalhar a partir desta metodologia uma vez que o perfil profissional do técnico da experiência não é reconhecido. Este facto exige ao Moinho uma acentuada flexibilidade e personalização no que concerne à integração destes profissionais, nomeadamente através de um acompanhamento personalizado continuo por parte da responsável de Recursos Humanos, formação de colaboradores e outras, assentes em princípios de valorização das experiências de vida, promovendo a reflexão sobre as mesmas, transformando essa experiência em competência para a intervenção. Para o efeito a ACMJ baseia-se na metodologia de portefólio reflexivo, enquanto processo favorecedor da elaboração da experiência, tanto no que respeita ao técnico da experiência e técnico a académico, como às crianças e idosos integrados nas diversas respostas sociais.
De seguida a Emília partilha brevemente o seu percurso de vida e elabora o reflexo dessa mesma experiência na sua atual prática profissional, dando alguns exemplos práticos mais orientados para o âmbito da educação (relacionados com crianças/jovens, pais e escolas) (aproximadamente 4 min)
No que respeita ao setor da educação a ACMJ tem como respostas sociais a Creche “A Árvore”, a Creche Familiar, o Jardim de Infância, CATL e PULO, refletindo nas suas práticas pedagógicas a teoria de interligação e metodologia de trabalho em tandem.
Partilho a título de exemplo que a coordenação de cada resposta social é assumida por um tandem, bem como que cada sala integra um técnico académico e um técnico da experiência. Exemplo do reflexo da teoria de interligação e valorização do técnico/a da experiência é o vídeo que de seguida partilhamos.
Evidenciando a promoção da vinculação das crianças ao seu corpo e emoções, à sua cultura de origem, simultaneamente à cultura do outro, estimulando-se processos de apropriação, aos equipamentos e objetos, nomeadamente através do manuseamento dos barcos construídos pelos pais , familiares e vizinhos, bem como à totalidade da vida, reconhecendo e integrando valores de referência relacionados com a perspetivação do futuro.