Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Bakhtin erika
1. Estética da criação verbal (Mikhail Bakhtin)
Por Érika Amâncio
1. O problema e sua definição
Campos da atividade humana -> ligados ao uso da linguagem
Uso da linguagem -> caráter e formas multiformes
Língua -> materializa-se na forma de enunciados orais ou escritos (finalidade)
Gêneros do discurso -> tipos relativamente estáveis de enunciados (grande
heterogeneidade)
Gêneros -> priorização dos literários, sem considerar questões lingüísticas
acerca de seus enunciados
Gêneros discursivos primários e secundários
o Primários -> simples – comunicação discursiva imediata
o Secundários -> complexos – reelaboração de gêneros primários; convívio
cultural mais complexo e relativamente muito desenvolvido e organizado
Língua -> realizada através de enunciados concretos
Enunciados concretos -> vida entra na língua
TODO ENUNCIADO É INDIVIDUAL -> reflete a individualidade do falante
Formas padronizadas -> menos individualidade
Língua nacional na linguagem individual -> problema do enunciado (?)
Estilo e gênero -> relação orgânica e indissolúvel -> estilos de linguagem ou
funcionais
Gêneros -> condições específicas de dado campo
Estilo -> unidade de gênero do enunciado
Mudanças históricas dos estilos de linguagem -> mudanças dos gêneros do
discurso
Enunciados e seus tipos -> gêneros discursivos -> correias de transmissão entre
história da sociedade e da linguagem
Penetração da linguagem literária em todos os gêneros -> reconstrução e
renovação dos gêneros do discurso
ONDE HÁ ESTILO HÁ GÊNERO
2. Estilos individuais e da língua -> satisfazem gêneros do discurso (?)
Gramática e léxico ≠ estilística
Sintagma -> relacionado aos campos da gramática e da estilística
Sistema da língua per se -> gramática
Conjunto de um enunciado individual ou do gênero discursivo -> estilística
Escolha de determinada forma gramatical pelo falante -> ato estilístico
Enunciado como unidade real da comunicação discursiva -> compreensão da
natureza das unidades da língua (palavras e orações)
2. O enunciado como unidade da comunicação discursiva. Diferença entre
essa unidade e as unidades da língua (palavras e orações)
Lingüística do século XIX (Humboldt) -> função comunicativa da linguagem
em segundo plano (primeiro plano: função da formação do pensamento)
Vossler -> função expressiva (expressão do mundo individual do falante)
Essência da linguagem -> criação espiritual do indivíduo
Língua -> necessita somente do falante e do objeto da sua fala (ouvinte:
passivo)
Ficções na linguística -> ouvinte e entendedor (na realidade, o ouvinte não é
passivo)
TODA COMPREENSÃO DA FALA VIVA É DE NATUREZA ATIVAMENTE
RESPONSIVA -> passível de resposta
Ouvinte -> falante
Compreensão plena real -> ativamente responsiva -> fase inicial preparatória
da resposta
Falante -> respondente em maior ou menor grau
Ouvinte -> compreensão passiva -> não corresponde ao participante real da
comunicação discursiva (abstração)
Uso impreciso e ambíguo de termos como fala ou fluxo da fala (palavra:
ilimitada e indefinida/indefinível)
REAL UNIDADE DA COMUNICAÇÃO DISCURSIVA: ENUNCIADO
Discurso -> enunciações concretas de determinado falantes/sujeitos do discurso
Limites do enunciado -> definidos pela alternância dos sujeitos do discurso
3. Enunciado -> não é unidade convencional, mas real -> alternância dos sujeitos
do discurso -> transmissão da palavra ao outro
Réplicas
o possuem conclusibilidade específica
o interligadas
o pressupõem outros
Gêneros secundários -> determinados por diferentes formas de introdução,
construção do enunciado, gêneros primários e relações entre eles
ORAÇÃO X ENUNCIADO
ORAÇÃO
o limites nunca determinados pela alternância de sujeitos do discurso
o contexto da oração -> fala do mesmo sujeito do discurso (falante)
o carece de capacidade de determinar a resposta
o ganha capacidade apenas no conjunto do enunciado
Qualidade e peculiaridades -> se incorporam à oração até torná-la
enunciado pleno
Gêneros secundários -> unidades de comunicação discursiva: influência da
individualidade do autor (caráter interno)
PECULIARIDADES DO ENUNCIADO
o alternância de sujeitos
o conclusibilidade específica (possibilidade de responder a ele)
Inteireza acabada do enunciado -> 3 elementos:
o exauribilidade do objeto e do sentido
o projeto ou vontade do discurso (do falante)
o formas típicas composicionais e de gênero do acabamento
Campos da criação -> única exauribilidade semântico-objetal muito relativa
(objeto como tema do enunciado ganha relativa conclusibilidade em
determinadas condições)
Intenção discursiva de discurso ou a vontade discursiva do falante ->
enunciado -> escolha do objeto (limites) e forma do gênero
Intenção discursiva do falante -> determina a escolha do objeto, seus
limites e a escolha da forma do gênero
Língua materna -> chega ao nosso conhecimento a partir de enunciações
concretas
Aprender a falar -> aprender a construir enunciados
4. Formas de gênero -> diferem das formas da língua (estabilidade e
correção) para o falante
Vontade discursiva -> limita-se à escolha de determinado gênero (apenas
leves matizes de uma entonação expressiva refletem a individualidade do
falante
Gêneros padronizados x gêneros livres: É PRECISO DOMINAR BEM OS
GÊNEROS PARA EMPREGÁ-LOS LIVREMENTE
Dominação dos gêneros -> emprego da individualidade
Falante: língua nacional + gêneros do discurso
Enunciado singular -> não pode ser considerado uma combinação
absolutamente livre de formas da língua
Enunciado -> pode exigir uma ou mais orações
Formas intermediárias entre oração e enunciado -> conclusibilidade
(enunciado) e comensurabilidade (oração) -> ex: “frase”, “comunicação”
Frase e comunicação: artificiais -> não consideram alternância dos sujeitos
ou limites entre enunciados
Cada oração isolada -> absolutamente compreensível do ponto de vista
lingüístico, mas não ocupa posição responsiva
Oração -> precisa ser contextualizada para gerar resposta
o Contextualização: ENUNCIADO
Oração enquanto enunciado acabado -> sentido pleno
Oração = enunciado acabado -> interpretação errônea (conclusibilidade
abstrata)
Enunciado -> conteúdo semântico-objetal (relação direta com falante e
participantes) + elemento expressivo (relação subjetiva falante-conteúdo)
UM ENUNCIADO ABSOLUTAMENTE NEUTRO É IMPOSSÍVEL
Elemento expressivo do discurso: fenômeno da língua como sistema? NÃO!
Recursos lingüísticos -> neutros (“As palavras são de ninguém, em si mesmas
nada valorizam” (p. 290))
Oração -> adquire aspecto expressivo unicamente em um enunciado
concreto
Entonação expressiva -> pertence ao enunciado, não à palavra
Palavra -> significado extra-emocional, mas neutro (só ganha carga
expressiva no enunciado)
5. Gênero -> dá à palavra expressão típica (auréola estilística)
Expressão do gênero da palavra -> impessoal (?)
Palavra -> existe para o falante em três aspectos:
o língua neutra (não pertencente a ninguém)
o alheia dos outros
o minha palavra
Assimilação das palavras do outro -> a expressividade de algumas palavras
pode ser um eco de uma expressão individual alheia
Orações que funcionam como enunciados plenos: exclamativas, interrogativas
e exortativas (ilusão sobre a natureza expressiva da oração)
Expressão -> peculiaridade dos enunciados
Falante -> determina o enunciado
Enunciado -> ocupa uma posição definida em uma dada esfera da
comunicação
Expressão do enunciado = conteúdo semântico-objetal + enunciados do outro
Enunciado -> pleno de tonalidades dialógicas (“Nossa própria idéia nasce e se
forma no processo de interação e luta com os pensamentos dos outros”)
Discurso do outro -> dupla expressão: a alheia e a expressão do enunciado que
acolheu esse discurso
Enunciado: elo na cadeia da comunicação discursiva -> não pode ser separado
dos elos que o determinam
Traço essencial do enunciado: direcionamento a alguém (destinatário
determinado pelo campo da atividade humana e da vida a que tal
enunciado se refere)
Destinatário do enunciado: pode coincidir com aquele que responde o
enunciado (o que importa é a diferença de papéis)
A POSIÇÃO SOCIAL, O TÍTULO E O PESO DO DESTINATÁRIO SÃO DE ÍNDOLE
ESPECIAL
Hierarquia social -> influência sobre a construção e o estilo do enunciado
Gêneros familiares -> grau de proximidade pessoal determina gênero/estilo
Discurso íntimo (confiança no destinatário): ≠ gênero familiar (“barulhenta
franqueza”)
Estilos neutros -> concentrados ao máximo em seu objeto (Ex: ?)
6. Literatura -> gêneros secundários representam formas diversas de gêneros
primários (?)
FIM