O documento discute os diferentes tipos de geração de energia elétrica, incluindo usinas hidrelétricas, termelétricas e nucleares. Apresenta as vantagens e desvantagens de cada tipo de usina, além de discutir a matriz energética brasileira e os desafios do setor elétrico.
A produção mundial de energia e as fontes de energia no brasil parte ii
1. Prof.ª Renata M. Rodrigues
email: rena7hynh@hotmail.com
geo-educacao.blogspot.com.br
2. ENERGIA ELÉTRICA
É produzida principalmente em usinas
termelétricas, hidrelétricas e termonucleares.
Nos diferentes tipos de usinas, o que difere é a
energia primária utilizada para mover as
turbinas.
3. ENERGIA HIDRELÉTRICA
O uso da energia hidráulica foi uma das primeiras formas de
substituição do trabalho animal pelo
mecânico, particularmente para bombeamento de água e
moagem de grãos.
Entre as características energéticas mais
importantes, destacam-se as seguintes: disponibilidade de
recursos, facilidade de aproveitamento e, principalmente, seu
caráter renovável.
Ao contrário das demais fontes renováveis, já representa uma
parcela significativa da matriz energética mundial e possui
tecnologias devidamente consolidadas.
Atualmente, é a principal fonte geradora de energia elétrica
para mais de 30 países e representa cerca de 20% de toda a
eletricidade gerada no mundo.
4. No Brasil, água e energia têm uma forte e histórica
interdependência, de forma que a contribuição da energia
hidráulica ao desenvolvimento econômico do país tem sido
expressiva.
Seja no atendimento das diversas demandas da economia –
atividades industriais, agrícolas, comerciais e de serviços –
, ou da própria sociedade, melhorando o conforto das
habitações e a qualidade de vida das pessoas.
Também desempenha papel importante na integração e
desenvolvimento de regiões distantes dos grandes centros
urbanos e industriais.
Representa cerca de 15% do consumo energético total.
Cerca de 73% da energia elétrica do país provém de usinas
hidrelétricas.
5. A Figura ilustra o potencial técnico de aproveitamento da energia hidráulica no
mundo. Como se observa, os maiores potenciais estão localizados na América
do Norte, antiga União Soviética, China, Índia e Brasil. O Continente Africano é
o que apresenta os menores potenciais.
Fonte: Elaborado a partir de IJHD, 2000.
6. O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em
cerca de 260 GW, dos quais 40,5% estão localizados
na Bacia Hidrográfica do Amazonas.
O potencial hidráulico do país é considerado o terceiro
do mundo, após o da Rússia e da China.
Entre as demais bacias, destacam-se a do Paraná, com
23% desse potencial, a do Tocantins (10,6%) e a do
São Francisco (10%).
As bacias do Uruguai e do Atlântico Leste representam
cerca de 5% cada uma e as demais (Atlântico Sudeste
e Atlântico Norte/Nordeste) somam juntas apenas 5%
do referido potencial.
7.
8. Quanto ao uso regional da energia
hidrelétrica...
O Centro-Sul consome mais de 80% do total
nacional, seguido da região Nordeste.
A bacia hidrográfica mais aproveitada é a do
Paraná (onde cerca de 40 000 MW de seu
potencial eram utilizados em 2005).
Isso de deve à sua proximidade dos maiores
centros consumidores de eletricidade do país.
9. VANTAGENS
Esse tipo de energia apresenta uma série de
vantagens em relação às usinas termelétricas e
às atômicas.
A água não se esgota, embora existam
períodos de secas fluviais. Seu custo
operacional é menor que das usinas
termelétricas, além de ser menos poluente.
10. DESVANTAGENS
O espaço que ocupa com o lago artificial
imposto pela construção da usina.
Ocasionam um grande impacto ambiental e
social: com perda de bons solos
agricultáveis, de flora e faunas
locais, necessidade de remoção das
populações ribeirinhas.
O Caso de Itaipu e Amazônia.
11. Salto de Sete Quedas – Rio Paraná
Resquícios da cachoeira aparecem
quando o nível de água da usina está
baixo.
12. A USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
O projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte surgiu há mais de trinta anos, ainda no período de ditadura
militar;
O projeto foi engavetado em 1989, sob pressões de grupos
indígenas;
A construção da hidrelétrica ocupará as regiões dos municípios
paraenses de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio
e Vitório do Xingu.
O lago gerado pela usina terá 516 km² de
área, inundando 51.600 hectares de
floresta, deixará submerso parte do Xingu
(Volta Grande) e um terço de Altamira.
Estima-se que a hidrelétrica de Belo Monte
produzirá 11.233 MW de energia em
épocas de cheias, que compreendem a
quatro meses ao ano, e 4.000 MW nas
épocas de baixa.
13. A obra gerará sérias consequências...
Segundo a professora Sônia Barbosa Magalhães, da Universidade Federal
do Pará, em análise crítica ao Estudo de Impacto Ambiental (EIMA-RIMA)
de Belo Monte, a obra gerará sérias consequências:
Inundação constante dos igarapés de Altamira, no lugar da inundação
sazonal;
Redução da vazão da água e bloqueio do transporte fluvial até o Rio
Bacajá;
Remanejamento de famílias locais;
Alteração do regime do rio relacionado aos meios bióticos e
socioeconômicos.
Segundo a ONG WWF , a construção da hidrelétrica de Belo Monte
poderia ser substituída pela repotencialização das usinas já existentes
no país, pela redução do desperdício no sistema de distribuição
elétrica, além de investimentos em fontes limpas de energia.
14. CRISE – SETOR ELÉTRICO
1968–1973 – época do “milagre econômico”: grande crescimento
econômico exigiu mais energia elétrica;
1974 – recesso econômico, com taxas de desenvolvimento econômico
inferiores às da evolução demográfica (limitou a demanda por
eletricidade);
CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE INVESTIMENTOS:
1995 – processo de privatização do setor elétrico com a venda de
inúmeras empresas estatais;
2001 – economia voltou a crescer, crise de energia elétrica no país:
Racionamento de energia elétrica;
Encargo de Capacidade Emergencial – APAGÃO (2002-2005)
2005 – projetos do governo para a criação de 17 novas usinas
hidrelétricas;
2009 – APAGÃO (18 estados dos país).
15. Usinas hidrelétricas
(UHEs) em operação
no País - situação em
setembro de 2003
Fonte: Elaborado a partir de AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL. Banco de Informações de
Geração - BIG. 2003. Disponível em: www.aneel.gov.br/15.htm. Acesso em: 04 mai. 2012.
16. TERMELETRICIDADE
Usina termelétrica é uma instalação industrial usada
para geração de energia elétrica/eletricidade a partir
da energia liberada em forma de calor, normalmente por
meio da combustão de algum tipo
de combustível renovável ou não renovável.
EXEMPLOS:
Carvão mineral;
Petróleo;
Gás Natural;
Biomassa (bagaço de cana, lenha etc.).
17. A queima do bagaço de cana-de-açúcar é uma das
alternativas mais atraentes para complementar o fornecimento
de energia elétrica no País.
Turbogerador com potência de 25
MW instalado na destilaria JB, em
PE.
18. Veja como funciona a co-geração de
energia com o bagaço da cana:
1. O bagaço de cana abastece o
forno responsável pelo
aquecimento da caldeira;
2. A água em ebulição produz
vapor saturado sob
pressão, que é conduzido por
uma tubulação até a turbina
elétrica;
3. A turbina é movimentada pelo
vapor sob pressão, fazendo
com que o gerador produza
energia;
4. A energia gerada deve
abastecer a rede elétrica, pois
não pode ser armazenada.
19. VANTAGENS
A construção de uma usina desse tipo requer
investimentos menores que a de uma hidrelétrica;
A localização da usina é determinada pelo mercado
consumidor e não pelo relevo e hidrografia;
O gás natural pode ser usado como matéria-prima para
gerar calor, eletricidade e força motriz, nas indústrias
siderúrgica, química, petroquímica e de
fertilizantes, com a vantagem de ser menos poluente
que os combustíveis derivados do petróleo e o carvão.
20. DESVANTAGENS
A obtenção de energia elétrica pela termeletricidade é
feita com maiores custos e com maior impacto
ambiental.
O alto preço do combustível é um fato desfavorável.
Enquanto a fonte primária das usinas hidrelétricas é a
água, disponível no local onde é instalada, a das
termelétricas tem de ser extraída e transportada, o que
encarece o produto final: a energia elétrica.
21. Necessidade de diversificar a matriz
energética no Brasil
Resumo da Situação Atual dos Empreendimentos
Potência
Fonte de energia Situação
Associada (kW)
44 empreendimento(s) de fonte Termelétrica em construção 6.320.197
1547 empreendimento(s) de fonte Termelétrica em operação 33.429.193
http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/FontesEnergia.asp?. Acesso em 04 mai. 2012
Na busca por maior diversidade na nossa matriz energética, pretende-
se, com o incentivo à instalação de termelétricas, evitar novas
crises.
As usinas hidrelétricas, que produzem energia mais barata,
permanecem prioritárias no abastecimento, mas as termelétricas
podem ser acionadas em períodos de pico no consumo, quando é
necessário preservar o nível de águas nas represas.
22. ENERGIA NUCLEAR
A energia nuclear é proveniente da fissão do urânio em
reator nuclear. Apesar da complexidade de uma usina
nuclear, seu princípio de funcionamento é similar ao de
uma termelétrica convencional, onde o calor gerado
pela queima de um combustível produz vapor, que
aciona uma turbina, acoplada a um gerador de corrente
elétrica.
23. Na usina nuclear, o calor é produzido pela fissão do
urânio no reator (urânio-235), cujo sistema mais
empregado (PWR – Pressurized Water Reactor) é
constituído de três circuitos, a saber:
primário, secundário e de refrigeração.
1) No primeiro, a água é aquecida a uma temperatura de
aproximadamente 320°C, sob uma pressão de 157
atmosferas.
2) Em seguida, essa água passa por tubulações e vai até
o gerador de vapor, onde vaporiza a água do circuito
secundário, sem que haja contato físico entre os dois
circuitos.
3) O vapor gerado aciona uma turbina, que movimenta o
gerador e produz corrente elétrica
[Eletronuclear, 2001].
25. A energia nuclear no contexto do setor
elétrico internacional
Os choques internacionais do petróleo, nos anos
1970, e a crise energética subsequente levaram à
busca de fontes alternativas de geração de eletricidade.
Nesse contexto, a energia nuclear era vista como a
alternativa mais promissora, recebendo a atenção de
muitos analistas e empreendedores, assim como
vultosos investimentos.
Em pouco mais de duas décadas, passou de uma
participação desprezível (0,1%) para 17% da produção
mundial de energia elétrica, ocupando assim o terceiro
lugar entre as fontes de geração(1)
[Eletronuclear, 2001].
26. No fim da década de1960, o governo brasileiro
começou a definir o Programa Nacional
Brasileiro, destinado a implantar no país a produção de
energia atômica.
Com o argumento de que faltaria energia elétrica por
volta de 2000, em virtude do esgotamento do potencial
hidrelétrico, em 1973 o governo propôs, por meio da
Eletrobrás, um plano de construir oito usinas
nucleares até 1990.
Em 1974 foi criada a Nuclebrás (Empresas Nucleares
Brasileiras S.A.), que ficou responsável pela execução
desse plano.
27. A primeira dessas usinas, Angra I (que foi adquirida à empresa
Westinghouse, dos EUA), com potência de 625 MW, começou a
funcionar em 1981, mas em seguida foi paralisada por problemas
técnicos. Apenas no fim de 1983 seu funcionamento foi retomado em
forma de testes e a usina ainda não entrou em operação permanente
com capacidade total. Seu custo, orçado inicialmente em 300
milhões, acabou ficando em 1,2 bilhão.
Usinas de Angra I (o cilindro) e Angra
II (a cúpula), instaladas na cidade de
Angra dos Reis (RJ). Os problemas
que cercam a primeira usina nuclear
doo Brasil (Angra I) são numerosas:
tecnologia cara e obsoleta; construção
em local inadequado (há ali uma falha
geológica que pode originar
instabilidade); problemas técnicos que
frequentemente paralisam o
funcionamento da usina (daí ela ter
sido apelida de pisca-pisca); ausência
de um plano seguro de retirada da
população local no caso de um
acidente grave.
28. As usinas Angra II e Angra III, também localizadas na
cidade de Angra do Reis (RJ), deveriam funcionar a
partir de 1983 e 1984, mas Angra II só entrou em
operação em 2000, com potência de 1309 MW, e Angra
III até hoje não funciona.
As restantes, duas das quais seriam instaladas no litoral
de São Paulo, não tiveram continuidade.
CRÍTICAS E RISCOS (PESQUISAR SOBRE...)
29. Reservas, extração e beneficiamento de
urânio no Brasil
Com cerca de 30% do território prospectado, o Brasil
possui atualmente a sexta maior reserva de urânio do
mundo. As reservas nacionais são estimadas em 309.200
toneladas. Desse total, 46% estão localizados no
município de Santa Quitéria (mina de Itataia), no Ceará, e
33%, no Estado da Bahia, nos municípios de Lagoa Real e
Caetité.
O urânio é um metal branco-níquel, pouco menos resistente
que o aço, encontrado nas rochas da crosta terrestre.
Sua principal aplicação comercial é a geração de energia
elétrica, como combustível para reatores nucleares de
potência. Para isso, passa por uma série de estágios e
processos, dentre os quais a mineração, o beneficiamento
e a produção do elemento combustível, composto por
pastilhas de dióxido de urânio (UO2) [INB, 2001].
30. O primeiro complexo mínero-industrial de urânio no
Brasil foi instalado em 1982, no município de Caldas, no
sul de Minas Gerais [INB, 2001].
Segundo a referida fonte, desde o início de sua
operação, a unidade de Caldas produziu cerca de 1.300
toneladas de concentrado de urânio (U3O8) – o
suficiente para o suprimento de Angra I e de programas
de desenvolvimento tecnológico.
A extração de urânio nas reservas de Caldas já não é
mais viável economicamente, de modo que foi
transferida para a unidade de Lagoa
Real, permanecendo em Caldas apenas o
beneficiamento. A produção de elementos combustíveis
é feita em Resende-RJ, onde há duas unidades
produtoras.
31. Fonte: INB, 2001.
Reservas nacionais de urânio, unidades de
extração, beneficiamento e produção de
elementos combustíveis e usina
termonuclear de Angra dos Reis
32. O futuro da energia nuclear
Contudo, o futuro da energia nuclear não é muito
promissor, em virtude dos problemas de segurança e
dos altos custos de disposição dos rejeitos nucleares.
Com exceção de pouquíssimos países, dentre os quais
a França e o Japão, a opinião pública internacional tem
sido sistematicamente contrária à geração termonuclear
de energia elétrica.
Nos últimos anos, o número de centrais nucleares em
operação tem sido radicalmente reduzido, sendo
comparável àquele dos anos 1960, quando teve início o
desenvolvimento da indústria de energia nuclear.
33. ENERGIA SOLAR
Quase todas as fontes de energia –
hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e
energia dos oceanos – são formas indiretas de energia
solar.
Além disso, a radiação solar pode ser utilizada
diretamente como fonte de energia térmica, para
aquecimento de fluidos e ambientes e para geração de
potência mecânica ou elétrica.
Pode ainda ser convertida diretamente em energia
elétrica, por meio de efeitos sobre determinados
materiais, entre os quais se destacam o termoelétrico e
o fotovoltaico.
34. A energia solar chega à Terra nas formas térmica e
luminosa.
Segundo o estudo sobre Outras Fontes constante do
Plano Nacional de Energia 2030, produzido pela
Empresa de Pesquisa Energética, sua irradiação por
ano na superfície da Terra é suficiente para atender
milhares de vezes o consumo anual de energia do
mundo.
Essa radiação, porém, não atinge de maneira uniforme
toda a crosta terrestre. Depende da latitude, da estação
do ano e de condições atmosféricas como nebulosidade
e umidade relativa do ar.
35. A tecnologia para o uso da energia solar
encontra-se ainda em estágio incipiente, mas é
bastante pesquisada nos países desenvolvidos
(especialmente nos Estados Unidos).
O uso mais frequente da energia solar nos dias
de hoje, especialmente no Brasil, é para
aquecimento de água e habitações.
Placa coletora de energia solar.
Fonte: Stock.XCHNG (www.sxc.hu).
36. Impactos socioambientais
Uma das restrições técnicas à difusão de projetos de
aproveitamento de energia solar é a baixa eficiência dos
sistemas de conversão de energia, o que torna
necessário o uso de grandes áreas para a captação de
energia em quantidade suficiente para que o
empreendimento se torne economicamente viável.
Comparada, contudo, a outras fontes, como a energia
hidráulica, por exemplo, que muitas vezes requer
grandes áreas inundadas, observa-se que a limitação
de espaço não é tão restritiva ao aproveitamento da
energia solar.
37. ENERGIA EÓLICA
A energia eólica é, basicamente, aquela obtida da
energia cinética (do movimento) gerada pela migração
das massas de ar provocada pelas diferenças de
temperatura existentes na superfície do planeta.
Não existem informações precisas sobre o período em
que ela começou a ser aplicada, visto que desde a
Antiguidade dá origem à energia mecânica utilizada na
movimentação dos barcos e em atividades econômicas
básicas como bombeamento de água e moagem de
grãos.
38. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do
cata-vento, elementos integrantes da usina. Ao girar, essas
pás dão origem à energia mecânica que aciona o motor do
aerogerador, que produz a eletricidade.
A quantidade de energia mecânica transferida – e, portanto, o
potencial de energia elétrica a ser produzida – está
diretamente relacionada à densidade do ar, à área coberta
pela rotação das pás e à velocidade do vento.
A exemplo do que ocorre com outras fontes, como a
hidráulica, a obtenção da energia eólica também
pressupõe a existência de condições naturais específicas
e favoráveis.
A avaliação destas condições – ou do potencial eólico de
determinada região – requer trabalhos sistemáticos de
coleta e análise de dados sobre a velocidade e o regime
dos ventos.
39. Potencial e produção de energia eólica
no Brasil
O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se
caracterizam por uma presença duas vezes superior
à média mundial e pela volatilidade de 5% (oscilação
da velocidade), o que dá maior previsibilidade ao
volume a ser produzido.
Além disso, como a velocidade costuma ser maior em
períodos de estiagem, é possível operar as usinas
eólicas em sistema complementar com as usinas
hidrelétricas, de forma a preservar a água dos
reservatórios em períodos de poucas chuvas.
Sua operação permitiria, portanto, a “estocagem” da
energia elétrica.
40. No Brasil, a participação da energia eólica na
geração de energia elétrica ainda é pequena. Em
setembro de 2003 havia apenas 6 centrais eólicas em
operação no País, perfazendo uma capacidade
instalada de 22.075 kW.
Entre essas centrais, destacam-se Taíba e Prainha, no
Estado do Ceará, que representam 68% do parque
eólico nacional.
Central eólica outorgada em Camocim, Potência (kW)
249.900.
Eólica de Prainha, Aquiraz – CE, Potência (kW) 10.000
Eólica de Taíba, São Gonçalo do Amarante – CE, Potência (kW) 5.000
41. Parque eólico de Praia Formosa -
Camocim
Parque eólico de Praia Formosa, em
Camocim, tem 50 aerogeradores, com
capacidade instalada de 104,1 megawatts.
42. A BIOMASSA, OS BIOCOMBUSTÍVEIS E
OUTRAS ALTERNATIVAS ENERGÉTICAS
Do ponto de vista da geração de energia, o termo biomassa abrange
os derivados recentes de organismos vivos utilizados
como combustíveis ou para a sua produção. Do ponto de vista da
ecologia, biomassa é a quantidade total de matéria viva existente
num ecossistema ou numa população animal ou vegetal. Os dois
conceitos estão, portanto, interligados, embora sejam diferentes.
Na definição de biomassa para a geração de energia excluem-se os
tradicionais combustíveis fósseis, embora estes também sejam
derivados da vida vegetal (carvão mineral) ou animal (petróleo e gás
natural), mas são resultado de várias transformações que requerem
milhões de anos para acontecerem. A biomassa pode considerar-se
um recurso natural renovável, enquanto que os combustíveis
fósseis não se renovam a curto prazo.
Desde a década de 1980, a utilização da biomassa tem crescido como
43. Biocombustíveis
São fontes de energia renováveis originadas de
produtos vegetais como cana-de-açúcar, plantas
oleaginosas e resíduos agropecuários e florestais, entre
outros.
Os biocombustíveis apresentam muitas vantagens
ambientais. Entre elas estão a diminuição das emissões
de gás carbônico (CO2) e menor geração de partículas
poluentes.
PESQUISAR SOBRE O PLANO NACIONAL DE AGROENERGIA (2005)
44. ÁLCOOL (IMPORTANTE)
Criado em 1975, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) foi uma
tentativa brasileira de desenvolver fontes alternativas de energia que
substituíssem o petróleo, pelo menos parcialmente. A alternativa escolhida
pelo governo foi principalmente o álcool de cana (o etanol ou álcool
etílico), empregado em veículos automotivos tanto misturado a gasolina
(22%) para motores comuns, quanto na forma hidratada para os veículos
fabricados especialmente pra usarem álcool.
Subsídios fornecidos pelo governo e a fabricação dos veículos a álcool
expandiu o consumo. Em 1991 cerca de 60% dos 10 milhões de veículos
do país era movidos a álcool, porém com a queda do preço do petróleo o
governo federal deixou de subsidiar o álcool combustível.
Aspectos negativos do Proálcool: ocupação de grandes extensões de
terras que produziam gêneros alimentícios (pelo cultivo de cana-de-
açúcar), o que contribui para a elevação dos preços dos gêneros agrícolas
básicos. Seria melhor produzir metanol (álcool metílico) a partir do
eucalipto, pois essa planta pode ser cultivada em solos mais pobres e por
ser menos poluente que o etanol. Uma minoria da população de beneficiou
do uso do álcool como combustível em substituição a gasolina.
45. A retomada...
Em março de 2003 pelo alto preço do petróleo a indústria automobilística
retomou a utilização intensiva do álcool como combustível, passando a equipar
parte de seus veículos com motores flexíveis.
Em 2005 mais da metade de veículos leves já era produzida com esse tipo de
motor (motor flex, total flex).
Com as novas técnicas de cultivo e correção de solos, não é mais necessário
que a cana-de-açúcar ocupe terras de boa qualidade.
O bagaço da cana-de-açúcar utilizada na produção de etanol é aproveitado para
geração de energia elétrica. Uma parte dessa energia move as usinas e o
restante é comercializado.
Em mais de 25 anos de história de utilização do etanol em larga
escala, o Brasil desenvolveu tecnologia de motores e logística sem
precedentes no mundo.
O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8
bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome e ainda vende
excedentes.
A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para
desenvolver máquinas e equipamentos mais eficientes para as
usinas de álcool.
As pesquisas, privada e pública, na área agrícola (cana, laranja,
eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.
46. IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS
Desde seu primeiro ciclo no século dezesseis, até hoje, a produção da
cana-de-açúcar conserva algumas características marcantes.
Subvencionada pelo Estado; exploradora de mão de obra
escrava; concentradora de grandes porções de terra; agressora
do meio ambiente.
Apesar da roupagem moderna e ecologicamente correta
divulgada pelo marketing da indústria automobilística, é das
senzalas do corte de cana de açúcar que mais se libertam
trabalhadores em situação de trabalho escravo.
A safra 2008/09 da cana-de-açúcar terminou com uma série de
impactos socioambientais negativos, como violações aos direitos
trabalhistas, degradação ambiental e desrespeito aos direitos de
populações indígenas.
Os problemas trabalhistas se
concentram no excesso de jornada e
em más condições de
segurança, higiene e alimentação. As
violações em termos laborais não
envolvem apenas pequenos produtores.
48. BIOGÁS
Biogás é uma mistura gasosa composta principalmente de gás metano
(CH4) e é obtido pela digestão anaeróbia (em ausência de oxigênio) de
matéria orgânica, onde microrganismos atuam em um ecossistema
balanceado com limites de temperatura, pH, nutrientes e teor de
umidade.
A produção de biogás pode ocorrer de forma natural, como nos aterros
sanitários ou com a implantação de uma usina de biogás (Biodigestor e
Biofermentador), cujo processo é totalmente limpo, eficaz e
sustentável.
O biogás é considerado um combustível gasoso que possui um
conteúdo energético muito elevado, um alto poder
calorífico, semelhante ao do gás natural. Sendo o metano o principal
constituinte do biogás, este não tem cheiro, cor, nem sabor, mas o
biogás apresenta um leve odor desagradável devido alguns gases
presentes em sua composição.
49. Matéria orgânica
A matéria orgânica utilizada na alimentação dos
biodigestores anaeróbicos pode ser derivada de vários
tipos de resíduos orgânicos:
produção animal: suinocultura, pecuária e avicultura
(dejetos e rejeitos);
produção vegetal (restos de cultura);
atividade humana (esgoto, resíduos domésticos
orgânicos);
vinhaça;
amido;
efluentes industriais com elevada carga
orgânica, entre outros
52. Biodiesel (IMPORTANTE)
Biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivado do petróleo. Pode
ser usado em carros e qualquer outro veículo com motor diesel.
Fabricado a partir de fontes renováveis
(girassol, soja, mamona, dendê, babaçu, amendoim, qualquer
oleaginosa), é um combustível que emite menos poluentes que o diesel.
Pode ser usado puro ou misturado ao diesel. O diesel do petróleo é um
combustível não renovável, o petróleo leva milhões de anos para se
formar.
53. VANTAGENS
É energia renovável. No Brasil há muitas terras cultiváveis que podem
produzir uma enorme variedade de oleaginosas, principalmente nos
solos menos produtivos, com um baixo custo de produção.
O biodiesel é um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil do motor.
O uso como combustível proporciona ganho ambiental para todo o
planeta, pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa.
O biodiesel é uma fonte limpa e renovável de energia que vai gerar
emprego e renda para o campo, principalmente nas regiões mais
carentes como o Norte, o Nordeste e o Semiárido.
DESVANTAGENS
Os grandes volumes de glicerina previstos (subproduto) só poderão ter
mercado a preços muito inferiores aos atuais; todo o mercado de óleos-
químico poderá ser afetado. Não há uma visão clara sobre os possíveis
impactos potenciais desta oferta de glicerina.
No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes
potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas
tropicais, importantes bolsões de biodiversidade. Embora, aqui no Brasil,
essas lavouras não tenham o objetivo de serem usadas para biodiesel,
essa preocupação deve ser considerada.
54. ENERGIA E MEIO AMBIENTE
Fazer leitura do texto “ENERGIA E MEIO
AMBIENTE” no blog.