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Prof. Dr. Renato H. A. Freitas 
renato.freitas@ufsc.br 
DEPTO DE ECOLOGIA 
E ZOOLOGIA
Os peixes tem emoções? 
Tem inteligência? 
Podem se comunicar? 
Eles sofrem? 
Eles tem direitos?
A expressão das emoções 
Escurecimento do olho em peixes 
Indica submissão 
Qual a implicação? Importância? 
Minimiza possíveis mortes; 
Evita gasto energético; 
Sucesso evolutivo!
Escurecimento do olho em peixes 
Indicador de estresse, tipo de estressor e
e influenciada 
pela idade e sexo.
Descartes 
Mente X Cérebro 
Animal = seres autômatos 
Visão Religiosa 
Teoria Evolutiva 
Etologia
Aprendizagem, memória e cognição 
Idéia usual: 3 atributos colocam os peixes como os menos 
derivados. 
Apresentam circuitos neurais simples => 
comportamento mecânico ou reflexo. 
Até 1990: pallium  capacidade olfatória. Ausência de 
capacidade cognitiva complexa. 
Remoção/ lesão afetam aprendizagem, dominância, 
memória e etc.
Condicionamento Pavloviano 
Necessitam de experiência prévia, repetitiva e associativa. 
9
Condicionamento Clássico 
10 
Cerebelo está relacionado com aprendizagem e memória
Condicionamento Clássico e Pallium 
11 
Condicionamento “trace” => Tempo entre CS e US 
Peixe responde por este tipo de condicionamento. 
Lesão no pallium lateral => prejudica este 
condicionamento de maneira semelhante a uma lesão 
no hipocampo de mamífero. 
Pallium lateral de peixe é homólogo ao hipocampo de 
mamífero. Relação com memória.
Aprendizagem emocional 
Lesão no pallium médio (PM) => altera agressividade, 
comportamentos reprodutivos e parentais. 
Estimulação elétrica do pallium médio =>  excitação, 
 comportamento defensivo e  resposta de fuga. 
Lesão no pallium médio (peixes) e na amígdala 
(mamíferos) => déficit similar nesta aprendizagem. 
Obs.: Mesmo número de treinamentos.
Aprendizagem 
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13 
MP aprendizagem 
emocional. 
LP se envolver tempo.
Respostas emocionais e Cerebelo 
14 
Resposta de bradicardia para estímulo que gera medo. 
Cerebelo => aprendizagem e memória para respostas 
emocionais. 
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Condicionamento de 
estresse em tilápia 
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Naturalistas e Ecologistas 
“Animal Machine” (Harrison, 1964) 
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Dor 
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PREOCUPAÇÕES COM O BEM-ESTAR ANIMAL
Welfare is a wide term that embraces both the physical 
and mental well-being of the animal. Any attempt to 
evaluate welfare, therefore, must take into account the 
scientific evidence available concerning the feelings of 
animals that can be derived from their structure and 
function and also from their behaviour (BRAMBELL 
REPORT, 1965).
Living in harmony with the environment and with 
itself, both physically and psychologically (LORZ, 
1973). 
Animal welfare is dependent solely on the cognitive 
needs of the animals concerned (DUNCAN & 
PETHERICK, 1989)
Fisiologia 
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Psicologia Bem-estar
Ótimo fisiológico?; Oposto de estresse? 
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da truta arco-íris (Oncorhynchusmykiss) 
Ácido => raspar a boca no 
substrato e ficam agitadas. 
Morfina bloqueia a resposta. 
Peixe possui receptores para 
dor e, ao mesmo tempo, não 
tem emoção sobre a dor? 
(Sneddon et al., 2003).
1. Peixes aprendem a evitar áreas e petrechos de pesca 
(associação de diversos estímulos) 
2. Formação de representações mentais do ambiente => 
navegação (Reese, 1989; Rodriguez et al., 1994). 
3. Grupos sociais e reconhecimento de companheiros 
individuais (Swaney et al., 2001). 
4. A donzela (Macropodus opercularis) evita lugares onde 
experimentou um único ataque de predador e continua 
evitando por muitos meses (Czanyi & Doka, 1993).
5. A carpa aprende a evitar uma isca em até 3 anos depois 
que foi fisgada uma única vez (Beukema, 1970). 
6. Evitação de rede de arrasto por mais de 11 meses 
(Brown, 2001). 
7. Aprendizagem sobre predadores ocorre após um 
estímulo (Magurran, 1989) e retém por vários meses 
(Chivers & Smith, 1994). 
8. Várias espécies são capazes de aprender relações de 
espaço complexas e formar mapas mentais (Odling- 
Smee & Braithwaite, 2003) com estrutura homóloga do 
cérebro de mamíferos (Broglio et al., 2003).
Sandoe et al. (2004), Dawkins (2006) e Duncan (2006) => 
Incapacidade do método científico de provar senciência. 
Volpato et al. (2007): e também de demonstrar ausência 
de senciência. 
Premissa ética: Na dúvida é melhor considerar que sim. 
Idéia: canalizar esforços para entender o estado de 
bem-estar. Metodologias. Como avaliar?
Ciência é inapta para provar e “desprovar” senciência; 
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25 
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Toca Sedimento 
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“Real respect for animals will come when we see 
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Marian Stamp Dawkins 
“The more we come to understand other 
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  • 1. Prof. Dr. Renato H. A. Freitas renato.freitas@ufsc.br DEPTO DE ECOLOGIA E ZOOLOGIA
  • 2. Os peixes tem emoções? Tem inteligência? Podem se comunicar? Eles sofrem? Eles tem direitos?
  • 3. A expressão das emoções Escurecimento do olho em peixes Indica submissão Qual a implicação? Importância? Minimiza possíveis mortes; Evita gasto energético; Sucesso evolutivo!
  • 4.
  • 5. Escurecimento do olho em peixes Indicador de estresse, tipo de estressor e
  • 6. e influenciada pela idade e sexo.
  • 7. Descartes Mente X Cérebro Animal = seres autômatos Visão Religiosa Teoria Evolutiva Etologia
  • 8. Aprendizagem, memória e cognição Idéia usual: 3 atributos colocam os peixes como os menos derivados. Apresentam circuitos neurais simples => comportamento mecânico ou reflexo. Até 1990: pallium  capacidade olfatória. Ausência de capacidade cognitiva complexa. Remoção/ lesão afetam aprendizagem, dominância, memória e etc.
  • 9. Condicionamento Pavloviano Necessitam de experiência prévia, repetitiva e associativa. 9
  • 10. Condicionamento Clássico 10 Cerebelo está relacionado com aprendizagem e memória
  • 11. Condicionamento Clássico e Pallium 11 Condicionamento “trace” => Tempo entre CS e US Peixe responde por este tipo de condicionamento. Lesão no pallium lateral => prejudica este condicionamento de maneira semelhante a uma lesão no hipocampo de mamífero. Pallium lateral de peixe é homólogo ao hipocampo de mamífero. Relação com memória.
  • 12. Aprendizagem emocional Lesão no pallium médio (PM) => altera agressividade, comportamentos reprodutivos e parentais. Estimulação elétrica do pallium médio =>  excitação,  comportamento defensivo e  resposta de fuga. Lesão no pallium médio (peixes) e na amígdala (mamíferos) => déficit similar nesta aprendizagem. Obs.: Mesmo número de treinamentos.
  • 13. Aprendizagem Emocional 13 MP aprendizagem emocional. LP se envolver tempo.
  • 14. Respostas emocionais e Cerebelo 14 Resposta de bradicardia para estímulo que gera medo. Cerebelo => aprendizagem e memória para respostas emocionais. (Luz) (Choque) NS
  • 15. Condicionamento de estresse em tilápia 15 Basal (day 0) Final (day 10)
  • 16. Naturalistas e Ecologistas “Animal Machine” (Harrison, 1964) Brambell Committee Dor Sofrimento PREOCUPAÇÕES COM O BEM-ESTAR ANIMAL
  • 17. Welfare is a wide term that embraces both the physical and mental well-being of the animal. Any attempt to evaluate welfare, therefore, must take into account the scientific evidence available concerning the feelings of animals that can be derived from their structure and function and also from their behaviour (BRAMBELL REPORT, 1965).
  • 18. Living in harmony with the environment and with itself, both physically and psychologically (LORZ, 1973). Animal welfare is dependent solely on the cognitive needs of the animals concerned (DUNCAN & PETHERICK, 1989)
  • 19. Fisiologia Ambiente natural Psicologia Bem-estar
  • 20. Ótimo fisiológico?; Oposto de estresse? Alta produtividade => Bem-estar? Hormonal? Comportamentos?
  • 21. Bem-estar animal é uma preocupação antiga. Passado: Bem-estar como oposto de estresse Não aceito: não se pode definir um processo na ausência de outro processo.
  • 22. Multidimensional  vários parâmetros Animal que não demonstra dor está sofrendo? Fisiológica Construções mentais
  • 23. SER PROVIDO DE SENTIMENTOS, EMOÇÕES. NÍVEL MÍNIMO DE  DOR  FRIO  CONFORTO/DESCONFORTO  BOM/RUIM  PRAZER CONSCIÊNCIA. O conceito de bem-estar animal só pode ser aplicado àquele que tem consciência de sensações e sentimentos (senciência).
  • 24. Provar que animais não-humanos são sencientes. Rose (2002): Peixes não são seres sencientes. Até que se prove o contrário, não merecem preocupação com bem-estar. Série de trabalhos e esforços para tentar provar senciência em peixes.
  • 25. Evidência de senciência em peixes: Posição dos mecanorreceptores polimodais () ou nociceptores, receptores mecanotermais () e receptores mecanoquímicos () na cabeça e face da truta arco-íris (Oncorhynchusmykiss) Ácido => raspar a boca no substrato e ficam agitadas. Morfina bloqueia a resposta. Peixe possui receptores para dor e, ao mesmo tempo, não tem emoção sobre a dor? (Sneddon et al., 2003).
  • 26. 1. Peixes aprendem a evitar áreas e petrechos de pesca (associação de diversos estímulos) 2. Formação de representações mentais do ambiente => navegação (Reese, 1989; Rodriguez et al., 1994). 3. Grupos sociais e reconhecimento de companheiros individuais (Swaney et al., 2001). 4. A donzela (Macropodus opercularis) evita lugares onde experimentou um único ataque de predador e continua evitando por muitos meses (Czanyi & Doka, 1993).
  • 27. 5. A carpa aprende a evitar uma isca em até 3 anos depois que foi fisgada uma única vez (Beukema, 1970). 6. Evitação de rede de arrasto por mais de 11 meses (Brown, 2001). 7. Aprendizagem sobre predadores ocorre após um estímulo (Magurran, 1989) e retém por vários meses (Chivers & Smith, 1994). 8. Várias espécies são capazes de aprender relações de espaço complexas e formar mapas mentais (Odling- Smee & Braithwaite, 2003) com estrutura homóloga do cérebro de mamíferos (Broglio et al., 2003).
  • 28. Sandoe et al. (2004), Dawkins (2006) e Duncan (2006) => Incapacidade do método científico de provar senciência. Volpato et al. (2007): e também de demonstrar ausência de senciência. Premissa ética: Na dúvida é melhor considerar que sim. Idéia: canalizar esforços para entender o estado de bem-estar. Metodologias. Como avaliar?
  • 29. Ciência é inapta para provar e “desprovar” senciência; Princípios da ISONOMIA e precaução/prevenção; BEM-ESTAR  pergunta para o animal; Dawkins (2006) Duncan (2006) Volpato et al. (2007) Preferências  BEM-ESTAR
  • 30. Bem estar depende de como o animal percebe seu ambiente, depende de uma avaliação cognitiva deste (Veissier & Boissy 2006), ou seja, suas PREFERÊNCIAS; PREFERÊNCIA  tomada de decisão  processos cognitivos e ser espécie-específica; Ritmos biológicos, ontogenia, ecologia, agrupamento, condições individuais afetam preferências;
  • 31. Volpato et al. (2007) “propose a definition of the state of fish welfare based on fish preferences: the internal state of a fish when it remains under conditions that were freely chosen.” BEM-ESTAR QUANDO O ANIMAL PERMANECE NUMA CONDIÇÃO NA QUAL OPTOU LIVREMENTE POR ESTAR.
  • 32. PREFERÊNCIA ou ESCOLHA; Espectro de opções; Condições abióticas e bióticas; Medidas de preferência Tempo Freqüência
  • 33. Manhã (9 às 11 h) e Tarde (15 às 17 h)  cada 5 min 4 dias consecutivos Vista superior do aquário
  • 34.
  • 35.
  • 36. MOTIVAÇÃO ESFORÇO APRENDIZAGEM “Preço” > Esforço , > Relevância Velocidade + Rápido, + Relevante INDICADORES DE BEM-ESTAR
  • 37. 25 20 15 10 5 0 Toca Amarelo Sedimento Controle Frequência de toque (√n+ 0,5) Esforço 48 hs Esforço 96 hs
  • 38. Amarelo Sem recurso A Toca Sedimento 5 cm 27,5 cm 27,5 cm Preferência
  • 39.
  • 40. Obrigado!!! “Real respect for animals will come when we see them as sentient beings in their own right, with their own views and opinions, their own likes and dislikes. The animal voice should be heard.” Marian Stamp Dawkins “The more we come to understand other animals, the more we will appreciate them as the amazing beings they are, and the more we will come to understand ourselves.” Mark Bekoff rhafreitas@gmail.com