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Jornal Valor --- Página 1 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:08:49
Enxerto
Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:8) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Quinta-feira, 27 de junho de 2013 | F1
Especial
Shopping centers
2012
201120102009
2008
2007
2006
2012201120102009200820072006
201320122011201020092008
2007
2006
351
376
363
392
408
430
457
504*
Número de shoppings
2013
20122011201020092008
2007
2006
Área Bruta Locável (ABL)
Em milhões de m2
50,0
58,0
64,6
74,0
91,0
108,0
119,5
133,84*
FaturamentoEm R$ bilhões
Empregos
A prova
de crises
Todos os indicadores
apresentam
crescimento
10.344
11.403
7.492
8.253
8.645
9.081
9.512
524.090
629.700
700.650 707.166 720.641
775.383
877.000
Fonte: Abrasce *Estimativa
Infografia:AlexSilvaDesign
Desempenho do
setor na bolsa tende
a reverter as perdas,
dizem analistas F11
Carteira
Ambiciososplanosdeinvestimentodoscentrosde
comprastêmobtidobomrespaldodomercadodecapitais,
comcaptaçõesdecercadeR$2binoprimeiro
quadrimestreporpartedetrêsdasempresaslistadas
Q
uem examinar a carteira
de projetos dos shop-
ping centers brasileiros
para os próximos anos rapida-
mente chegará à conclusão que
não há crise para o setor. Dúvi-
das sobre a política monetária
americana, turbulência nos
mercados, dólar em alta, bolsa
em queda — nada disso alterou
os ambiciosos planos de expan-
são dos shopping centers.
Nos últimos seis anos, em mé-
dia 17 shoppings foram abertos a
cadaano.Nestadécada,onúmero
subiu para a casa das duas deze-
nas e novo salto será dado neste
ano. Estão em construção no mo-
mento 41 shoppings para ser
inaugurados ainda em 2013 em
várias partes do país. Outros 30
abremasportasem2014.
“É um momento de forte in-
vestimentonosetor”,dizLuizAl-
berto Marinho, sócio da GS&BW,
unidade especializada em shop-
ping centers da GS&MD Gouvêa
de Souza. Marinho lembra que o
país levou 40 anos para cons-
truir 351 shoppings desde o pri-
meiro, inaugurado em 1966, até
2006. Apenas seis anos depois,
111novosempreendimentosfo-
ram abertos e o total chegou a
462 shoppings em junho e deve
fechar o ano com 503 unidades,
de acordo com dados da Asso-
ciação Brasileira de Shopping
Centers(Abrasce).
Os ambiciosos planos de inves-
timento dos shoppings têm tido
bom respaldo do mercado de ca-
pitais. Três das seis empresas de
shopping que têm capital aberto
levantaram cerca de R$ 2 bilhões
no mercado no primeiro quadri-
mestre, mais do que o R$ 1,9 bi-
lhão captado em todo o ano pas-
sado.AMultiplanfechouemabril
um lançamento de ações de
R$ 704,7 milhões; e o Iguatemi
emitiu em junho R$ 432,4 mi-
lhões.OIguatemihavialevantado
R$ 450 milhões em fevereiro com
a venda de debêntures; e a BR
Malls R$ 400 milhões em abril
tambémcomdebêntures.
Não tem faltado também cré-
ditotradicional,inclusivedoBan-
co Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Em
2010, o banco desembolsou
R$ 366 milhões para o setor de
shoppings; no ano passado, o vo-
lume saltou para R$ 1 bilhão. No
primeiro trimestre foram R$ 108
milhões em comparação a R$ 136
milhões em igual período de
2012. A chefe de departamento
do BNDES, Ana Cristina Costa,
confirma que os últimos anos fo-
ram de investimentos pesados
para os shoppings, que estão cap-
tando em diversas fontes. As li-
nhastêmprazomédiodeseisaoi-
toanosepodemserfornecidasdi-
retamente pelo BNDES ou repas-
sadasporbancosprivados.
O dinheiro obtido pelos shop-
pings será destinado à amplia-
ção das unidades existentes e
construção de novos empreen-
dimentos. Para Marinho, a dis-
ponibilidade de financiamento
para os novos projetos explica o
crescimento do setor, além, é
claro, do desenvolvimento e da
estabilidadedaeconomia.
Jáasempresaspreferemsecon-
centrar em seus negócios. “É o
momento de focar na compa-
nhia; já a situação macroeconô-
mica não está sob nossa influên-
cia. Naturalmente, quando a eco-
nomia cresce, o retorno é mais al-
to. O setor de shopping center
não depende apenas da conjun-
tura do momento, mas também
da demanda dos lojistas. E, em
um período de dificuldade eco-
nômica,umprojetobemplaneja-
do sobrevive”, diz Eduardo Prado,
superintendente de relações com
investidoresdaAliansce,empresa
quefezsuaaberturadecapitalem
2010, captando R$ 672,75 mi-
lhões, e, no fim de 2012, levantou
mais R$ 447,6 milhões com a
emissãodeações.
Em 2012, a Aliansce cresceu
bastante com aquisições. Com-
prou participações ou todo o ca-
pital de seis shoppings, aumen-
tando a Área Bruta Locável (ABL)
em pouco mais de 40%. Este ano
também começou com compras.
Já em janeiro adquiriu uma parti-
cipação adicional de 19,72% da
área bruta locável do Shopping
Iguatemi Salvador por R$ 232,5
milhões. Além disso, está desen-
volvendo três empreendimentos,
sendo dois shoppings, um em
Maceió (AL) com uma torre co-
mercial, que deverá ser inaugura-
do no último trimestre do ano, e
outroemFortaleza(CE).
A Multiplan também está vol-
tada para o futuro. A empresa fez
seu IPO em 2007, quando levan-
tou R$ 687,3 milhões, e outra
emissãoem2009,deR$792,3mi-
lhões. Neste ano, captou mais
R$ 704,7 milhões com a venda de
ações,emmarço,deacordocoma
Comissão de Valores Mobiliários
(CVM). “Acessamos o mercado
com um timing excepcional. O fi-
nanciamentoestátomadoeosre-
cursos para os investimentos es-
tão equalizados. Estamos agora
olhando o crescimento futuro”,
afirmaArmandoD’AlmeidaNeto,
vice-presidente e diretor de rela-
ções com investidores da Multi-
plan. “Naturalmente se o merca-
do está favorável é melhor. Mas a
situação atual não faz diferença
paraumsetorquegeramuitocai-
xa e tem margens altas que per-
mitemreinvestir”,acrescentou.
Desde seu IPO, a Multiplan
abriu cinco novos shoppings. Em
2012 aumentou em 28% a ABL
própria,comaentregadetrêsno-
vos shopping centers, expansões
e torres comerciais. A carteira de
investimentos em execução é de
R$ 1,14 bilhão. Neste ano, vai
abrirumshoppingemMaceió,de
37,7 mil metros quadrados, em
parceria com a Aliansce. Além
disso, está debruçada em algu-
masampliações.Faráduasexpan-
sõesnoshoppingdeRibeirãoPre-
to, que vai ganhar mais 15,2 mil
metros quadrados de ABL em
duas etapas, em agosto e novem-
bro; e fará também uma amplia-
çãodoBarraShopping,noRio.
No primeiro semestre de 2014,
aMultiplanfarámaisampliações,
tantodelojascomodeescritórios,
totalizando 9,5 mil metros qua-
drados. Também vai inaugurar
duas torres comerciais de 74.200
metros quadrados em São Paulo,
oMorumbiCorporate.Aempresa
vaicrescer20%emárea.
O ciclo longo dos investimen-
tos em shoppings é outro moti-
voparaasempresasdaáreaesta-
rem alheias às turbulências do
momento. Um shopping center
novolevadedoisatrêsanospara
abrir as portas a partir do mo-
mento em que for comprado o
terreno em que será construído;
e mais 15 a 20 meses para se de-
senvolver, calcula Leandro Lo-
pes, diretor de relações com in-
vestidores e CFO da BR Malls.
“Quando entra em um projeto, a
empresa deve estar segura do in-
vestimento e do retorno previs-
to. É preciso planejar a longo
prazo”,acrescentaLopes.
Mas, quando um shopping
bem planejado abre as portas, o
faturamentoépraticamentecer-
to:luvas,fluxodealuguéiseesta-
cionamento. A margem opera-
cional é bem alta, calculada pe-
los analistas entre 70% a 80% do
lucro antes dos impostos, juros e
depreciação (Ebitda). A elevada
capacidade dos shoppings de
gerar caixa para bancar os inves-
timentos é outro motivo que os
deixa relativamente tranquilos
com os ambiciosos planos de ex-
pansãoquetêmpelafrente.
A BR Malls levantou R$ 750 mi-
lhões em seu IPO e fez mais três
captações posteriores, totalizan-
doR$2,4bilhões,naesteiradeum
grande plano de investimento.
Neste ano, levantou R$ 400 mi-
lhões com a emissão de debêntu-
res, segundo a CVM. Em 2012,
inaugurou três shoppings. Neste
ano, já inaugurou a expansão do
Plaza Niterói (RJ); e fará am-
pliaçõesnoShoppingNatal
(RN) e no Shopping Rio
Anil,emSãoLuís(MA).
recheada
F4 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013
Enxerto
dores de cidades próximas como
Birigui, Bauru e Presidente Pru-
dente. “Araçatuba passa por uma
grande mudança, com a chegada
deindústriasdeprocessamentode
alimentos”,comentaSallum.
A João Fortes Engenharia, tra-
dicional construtora de shop-
pings, associou-se à Shopinvest
para ampliar as atividades e
atuar na área de desenvolvimen-
to de centros de compras.
A estratégia é também é de im-
plantar shoppings de preferên-
cia fora das capitais, em cidades
com uma população de aproxi-
madamente 500 mil habitantes
emsuaáreadeinfluência,emum
raio de 40 quilômetros a 50 qui-
lômetros.Nofinalde2011,aJoão
Fortes inaugurou o primeiro em-
preendimento de seu portfólio, o
Shopping Park Europeu em Blu-
menau (SC), com 33 mil m² de
ABL, resultado de um investi-
mento de R$ 200 milhões.
Emnovembro,abreasportasdo
Park Lagos, o primeiro equipa-
mento da região dos Lagos (RJ),
com26milm²deÁreaBrutaLocá-
vel, e pretende lançar neste ano
um novo shopping em Volta Re-
donda, com 33 mil m² de ABL.
“Queremos crescer com equipa-
mentospróprios.Paraisso,preten-
demos lançar um shopping por
ano”, explica Leonardo Neves, ge-
rentedenegóciosdaJoãoFortes.
com bom potencial aquisitivo,
mais de 100 mil habitantes, que
ainda não têm centros de com-
pras ou onde há espaço para no-
vos empreendimentos. A meta
da empresa é ambiciosa: chegar
a 2016 com 32 shoppings em
carteira – tem 15 no portfólio.
Nãofaltamrecursosparaameta
se viabilizar. Há dois anos, a Tenco
associou-seàPátriaInvestimentos,
que tem em caixa R$ 1 bilhão para
investir. “Com esses recursos, é
possível levantar aproximada-
menteR$2,5bilhõesememprésti-
mos”, explica Macedo. Para agili-
zarasobraseoretornodosinvesti-
mentos, a empresa desenvolveu
um modelo, o Garden Shopping,
com áreas de 25 m² a 35 m² de
Área Bruta Locável (ABL). “São
bons empreendimentos, que fa-
zem a população sentir-se privile-
giada”,afirmaoexecutivo.
JáoShoppingPraçaNovaAraça-
tuba, com inauguração prevista
para o primeiro semestre de 2014,
é resultado de uma parceria entre
aVDI,gestoradefundosdeinvesti-
mentos, dois investidores locais,
Vetor e SR, e a Lumine, que estão
aplicando R$ 120 milhões. Estrate-
gicamente localizado na entrada
de Araçatuba, no extremo noroes-
te do Estado de São Paulo, o equi-
pamento com 21.581 m² de Área
Bruta Locável e 158 lojas deve
atrair de 350 mil a 400 mil mora-
sões, a aprovação do projeto pelas
prefeituras é mais simples e as
obras são mais rápidas e menos
dispendiosas. Os shoppings são
menores e os projetos são pensa-
dos para reduzir as despesas com
manutenção. “Por suas caracterís-
ticas, esses equipamentos geram
retornosaltos”,explicaSallum.
De olho em perspectivas tão fa-
voráveis, a Tenco foi uma das pri-
meiras a direcionar a maioria dos
empreendimentos para o interior.
Neste mês, durante feira da Asso-
ciação Brasileira de Franchising
(ABF), a companhia mineira lan-
çou cinco shoppings: em Gara-
nhuns (PE), Juazeiro (BA), Itaqua-
quecetuba(SP),Guarapuava(PR)e
Lages (SC), que vão exigir um in-
vestimento de R$ 500 milhões e
oferecer15milempregosdiretose
indiretos. Até o final do ano, a em-
presa inaugura três novos malls,
dois deles no interior — Betim
(MG) e Arapiraca (AL) —, e tem
projetos em diferentes fases de de-
senvolvimento em Varginha (MG)
eBragançaPaulista(SP).
“Com o crescimento da renda
no interior e a disseminação de
informações, as pessoas passam
a exigir produtos e serviços de
melhor qualidade, oferecendo
boas oportunidades”, explica Jú-
lio Macedo, diretor comercial.
A prioridade da Tenco é insta-
lar equipamentos em cidades
Especial|Shoppingcenters
Fonte: Abrasce e Lumine Soluções em Shopping Centers
Rumo ao interior
Localização dos empreendimentos
Shoppings nas capitais
228
No interior
234
Cidades entre 80 mil
e 300 mil habitantes
287
Número de habitantes nessas cidades
40,6 milhões
Renda em bilhões/mês
R$ 31,6 bilhões/mês
Demanda
R$ 10,4 bilhões/mês
TendênciaDe41centroscominauguraçãopróxima,15estãonascapitais
Explorarointeriorpassaa
serestratégiadamaioria
LUISUSHIROBIRA/VALOR
Júlio Macedo, diretor comercial da Tenco: meta da empresa é chegar a 2016 com 32 shoppings em carteira
Jane Soares
Para o Valor, de São Paulo
A tendência de interiorização
dos shoppings se acentua. Neste
mês, a Associação Brasileira de
Shopping Centers (Abrasce)
contabiliza a existência de 234
empreendimentos em cidades
do interior e de 228 nas capitais.
E dos 41 centros de compras
com inaugurações previstas até
o final do ano, apenas 15 estarão
localizados nas capitais — que
ainda são objetos de desejo de
parte significativa da indústria.
“Mais que uma tendência, eu di-
ria que o interior é um caminho
natural para a expansão da in-
dústria de shoppings”, comenta
Luiz Fernando Veiga, presidente
da Abrasce.
A falta e os altos preços dos
terrenos, o aumento da concor-
rência, as crescentes exigências
das prefeituras, os custos das
compensações ambientais e viá-
rias para autorizar a implanta-
ção dos empreendimentos tor-
nam as obras ainda mais onero-
sas nas capitais.
A esses fatores soma-se o ex-
pressivo crescimento da renda
da classe C, de 4,6% ao ano entre
2005 e 2011 — enquanto o das
classes A/B ficou em 2,7% ao ano.
Com isso, 40 milhões de pessoas
ingressaram nesse segmento,
que passou de 34% da população
para54%,segundoaCetelem-Ip-
sos. “Parte significativa da classe
C mora no interior, tornando es-
sas regiões muito atraentes para
os empreendedores”, comenta
Marcelo Sallum, da Lumine Solu-
ções em Shopping Centers.
Os holofotes estão dirigidos
especialmente para as 287 cida-
des de porte médio, com popu-
lação entre 80 mil e 300 mil ha-
bitantes. Esses municípios regis-
tram maior crescimento do PIB,
de 4% ao ano, e reúnem cerca de
40,6 milhões de habitantes, com
uma renda de R$ 31,6 bilhões ao
mês e R$ 10,4 bilhões ao mês
disponíveis para gastar no vare-
jo, como mostra levantamento
feito pela Lumine, baseado em
dados da Abrasce e do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatís-
tica (IBGE). O melhor: 48% deles
não têm nenhum shopping.
Os empreendedores alinham
outras vantagens das cidades mé-
dias: a possibilidade de comprar
terrenos maiores a preços mais
baixos, facilitando futuras expan-
Cidades menores
também atraem
investimentos
De São Paulo
Não são apenas as 287 cida-
des de porte médio que atraem a
atenção da indústria de shop-
ping centers. Municípios bem
menores também recebem equi-
pamentos de varejo de menor
porte, muito comuns no exte-
rior, e que começam a aparecer
no Brasil. É o caso de Porto Feliz,
no interior de São Paulo, com
aproximadamente 50 mil habi-
tantes. No início do ano, foi
inaugurado o Shopping Porto
Miller BoulevarD, com 90 lojas
distribuídas em 5.731 m² de
Área Bruta Locável (ABL) — os
shoppings pequenos têm, em
média, 11,6 mil ² de ABL.
“No Brasil, a indústria focou
esforços na implantação de em-
preendimentos maiores, pulan-
do a etapa de construção de ga-
lerias e shoppings de vizinhan-
ça”, explica o consultor Marcelo
Sallum, da Lumine Soluções em
Shopping Centers.
“Hoje, vemos a proliferação
desses equipamentos, até para
explorar melhor as oportunida-
des de mercado.” Sallum cita a
criação de galerias nos centros
das grandes cidades, onde a fal-
ta de terreno é crônica, e a cria-
ção de shoppings de vizinhança
até por grupos tradicionais do
varejo, caso do Pão de Açúcar,
que recentemente anunciou a
criação uma nova empresa para
explorar o segmento.
Os chamados shoppings de vi-
zinhança se alastram principal-
mente pelo interior. Um dos em-
preendimentos chegou a Porto
Feliz pelas mãos de um grupo fa-
miliar ligado à área de confec-
ção, responsável por um shop-
ping de atacado na região do
Brás, na capital paulista, em par-
ceria com a Verzasca Shopping
Centers, responsável pela im-
plantação do fundo britânico de
investimentos Squarestone ao
Brasil, e a Ablsan, especializada
na comercialização de lojas.
Os empresários detectaram a
oportunidade oferecida por Por-
to Feliz, cidade a cerca de 130
quilômetros da capital paulista,
com 240 mil habitantes em sua
área de influência. A região tem
recebido investimentos, que
contribuem para aumentar a
oferta de emprego — e, conse-
quentemente, da renda.
Em agosto de 2012, a inaugu-
ração da nova fábrica da Toyota,
na Rodovia Castello Branco, en-
tre Sorocaba e Porto Feliz, resul-
tado de um investimento de
US$ 600 milhões, significou a ge-
ração de 1.500 empregos diretos.
E a montadora já iniciou a cons-
trução de uma fábrica de moto-
res em Porto Feliz, na qual está
investindo R$ 1 bilhão. A fábrica,
prevista para começar a operar
no segundo semestre de 2015,
vai significar a abertura de 600 a
700 vagas formais.
“Além da entrada de novas
empresas na região, havia uma
grande carência em relação ao
comércio de Porto Feliz, despre-
parado para atender às exigên-
cias crescentes dos consumido-
res, frequentadores dos shop-
pings de cidades próximas”, ex-
plica André Pinto Dias, sócio di-
retor da Demark, que há 10 anos
atua no segmento de adminis-
tração de shoppings.
O novo empreendimento, ins-
talado na antiga fábrica de teci-
dos Nossa Senhora Mães dos Ho-
mens, quer marcar presença pe-
los equipamentos de lazer – três
salas de cinemas, boliche e uma
grande área de recreação infantil
— e de lojas de fábrica.
Os empreendedores têm co-
nhecimento das dificuldades a
serem enfrentadas. “Apesar de a
cidade querer o shopping, a ma-
turação do equipamento depen-
de de mudanças culturais”, diz
Dias.Umadelas,éfazerapopula-
ção frequentar a praça de ali-
mentação e os restaurantes. Pre-
vendo um prazo maior de matu-
ração, de até oito anos — dois a
mais que o prazo médio —, os
aluguéis nos primeiros anos es-
tão entre 30% e 40% mais em con-
ta do que os praticados no mer-
cado, fator importante para
atrair e segurar os lojistas. (JS)
Transportegratuitoservecomoferramentadefidelização
Daniela Rocha
Para o Valor, de São Paulo
Antes concentrado em datas es-
peciais do comércio como Natal e
Dia das Mães, o serviço de trans-
porte gratuito ao cliente passou a
ter maior frequência e é cada vez
mais utilizado. De acordo com Ro-
berto Nascimento, professor do
Núcleo de Estudos e Negócios de
Varejo da ESPM, a estratégia traz
resultados positivos ao negócio. “É
uma forma de estreitar o relacio-
namento com os consumidores e
aindacompetircomocomérciode
vizinhança”, comenta. O varejo de
rua avança no país e se torna um
importanteconcorrente.“Abarrei-
ra do shopping é a locomoção, o
problema de trânsito generaliza-
do.Portanto,oserviçodetranspor-
te é uma importante facilitação”,
explicaoprofessor.
Comoaofertadoserviçoaindaé
limitada, a iniciativa é um diferen-
cial dentro do próprio setor. Mas,
segundo o professor, a tendência é
que seja largamente colocada em
prática nos próximos anos. O re-
tornodoinvestimentosedácomo
aumento do fluxo de visitantes e
das vendas. “Os shopping centers
trazem clientes de bom nível, por
exemplo, pessoas que trabalham
nas empresas ou escritórios próxi-
mos. Ao almoçarem no local, elas
aproveitam para comprar um pre-
sente de aniversário ou adquirir
um livro”, destaca Sergio Molina,
presidente da DMV Comunica-
ções,agênciadepublicidadeepro-
pagandavoltadaaosegmento.
Contudo, os especialistas ressal-
tam que o transporte somente fi-
deliza os clientes quando o shop-
ping se preocupa com a qualidade
geral das operações. É preciso ofe-
recer uma boa praça de alimenta-
ção com cardápios variados, mix
de lojas de acordo com a necessi-
dade dos clientes da região, servi-
ços eficientes de limpeza e segu-
rança, além de uma área de entre-
tenimento. Normalmente, os re-
cursos para o transporte são pro-
venientes dos fundos de promo-
ção dos shopping centers, com-
posto a partir de taxas cobradas
mensalmentedoslojistas.
“O custo de manutenção é alto.
Osucessodependedeumbomtra-
balho de divulgação do serviço”,
comenta Sergio Molina. Para Ro-
berto Nascimento, professor da
ESPM, a busca de parcerias se tra-
duz no melhor modelo. “É interes-
sante fechar com empresas espe-
cializadasemtransportequequei-
ram ligar suas marcas ao shop-
ping, assim como buscar patrocí-
nio de outras companhias. Desta
forma,oinvestimentosepagacom
tranquilidade”,afirma.
O Shopping Nova América, no
bairro Del Castilho, na zona norte
da cidade do Rio de Janeiro, ofere-
ce há dez anos uma linha de ôni-
bus gratuita aos moradores e tra-
balhadoresdosbairrosdoentorno
— Méier e Cachambi — além dos
que utilizam a Linha Amarela. A
região é bem atendida pelo metrô,
mas há poucos ônibus municipais
que param no shopping. Já os ôni-
bus do shopping circulam todos
osdiasdasemana,comsaídaspro-
gramadas das 10h às 22h. “Traze-
mos ao shopping 7,5 mil pessoas
por mês. Os clientes já incorpora-
ram o serviço na rotina deles”, diz
Barbara Rebello, coordenadora de
marketingdoNovaAmérica.
O investimento é de R$ 23 mil
por mês. O ônibus funciona co-
mo um outdoor ambulante, que
divulga a marca do shopping nas
ruas e informa sobre atrações e
promoções. Mais de 8 milhões de
pessoas frequentam o shopping
anualmente, número que deve
crescer porque está em plena ex-
pansão um complexo empresa-
rial integrado ao shopping, além
da construção de dois hotéis.
Com uma frota de 12 vans, o
Shopping Plaza Sul, no Jardim da
Saúde, em São Paulo, atende fun-
cionários de empresas da região
no horário do almoço, das 11h30
às 15h. “Com as empresas que
atendemos — Itaú, Centro Empre-
sarial do Aço e Amico — , chega-
mos a um acréscimo de 7% no nú-
meroderefeiçõesservidas”,afirma
Eduardo Dias Jorge, superinten-
dentedoPlazaSul.
Em média, são 7 mil pessoas
transportadas por mês, 9% da fre-
quência total no shopping no pe-
ríodo do almoço. Para evitar o es-
tresse, o tempo para percorrer ca-
da trecho, de ida ou de volta, não
leva mais do que dez minutos.
Atualmente, o Plaza Sul recebe
mais500milpessoasacadamês.
O Mais Shopping Largo 13, na
região de Santo Amaro, em São
Paulo, segue a mesma tática. Es-
tabeleceu convênio com três
companhias — Santander, a IBM
e a Metalúrgica Prada. O serviço
composto por duas vans é res-
ponsável por um fluxo de 9 mil
pessoas por mês.
Aofertadetransportegratuitoé
responsávelpor15%dofluxodevi-
sitantes ao Shopping Park Euro-
peu, em Blumenau, Santa Catari-
na. Com aporte de 25 mil reais por
mês, duas vans fazem a ligação do
centro comercial ao terminal de
integraçãodaslinhasdeônibusda
cidade. “Decidimos investir no
transporteporqueoshoppingestá
localizado na margem de uma via
expressa, com pouca circulação de
pedestres”, explica Paulo Ceratti,
gerente de marketing. Na frente
do shopping não há nenhuma pa-
radadeônibusmunicipal.Inaugu-
rado há menos de dois anos, atrai
300milclientespormês.
Oferta de transporte gratuito é responsável por 15% do fluxo de visitantes ao Shopping Park Europeu, em Blumenau
DIVULGAÇÃO
Jornal Valor --- Página 16 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:20:14
F16 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013
Enxerto
Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:20) - Página 16- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Especial|Shoppingcenters
Formação executiva
Alguns cursos para aprimoramento de gestores de shoppings
Insper
Curso
Pós-graduação Management
Program
Descrição
Desenhado para fortalecer as
competências de gestão dos
profissionais que atuam em
shopping centers
Carga-horária: 360 horas
A quem se destina
Gestores de shopping centers e
profissionais da área de varejo
Informações
http://abrasce.insper.edu.br/
ESPM
Curso
Marketing
Descrição
Surgiu da necessidade de oferecer aos
profissionais uma visão dos conceitos
de marketing aplicados ao setor
Carga-horária: 40 horas
A quem se destina
Gestores da área de marketing,
comercial, administrativa, operacional
e de recursos humanos de shoppings
ou administradoras; profissionais de
publicidade, assessorias de imprensa,
empresas de promoções e eventos
Informações
http://www.espm.br/Candidato/Cursos
/SP/Pages/ShoppingCenters.aspx
ICSC
Curso
Curso: Gestão - Nível 1 e 2
Descrição
Os alunos aprendem como desenvolver
com sucesso a locação, o marketing,
a construção e a operação de um
shopping center
Carga-horária: 40 horas cada módulo
A quem se destina
Administradores de shoppings, empreen-
dedores, executivos da área comercial,
marketing, financeira e jurídica.
Investidores e prestadores de serviços
Informações
http://www.portaldoshopping.com.br/
agendainterna.asp?codArea=32&codA
genda=144
FGV-EAESP
Curso
Gestão de Empresas de Varejo
Descrição
Oferecer uma visão prática e
aplicada das tendências do setor
e do trabalho das diversas áreas
e operações da empresa varejista,
proporcionando aos participantes
modelos e técnicas consagradas
no varejo
Carga-horária: 60 horas/aula
A quem se destina
Cursos de formação para varejistas
e seus funcionários. Fornecedores
de produtos e serviços para o varejo
Informações
http://cev.fgv.br/cursos
Qualificação Cursos tentam suprir
carências de formação profissional
Abrascefaz
parceriacom
instituições
deensino
Rosangela Capozoli
Para o Valor, de São Paulo
Diante da demanda crescente
por mão de obra especializada,
o mercado de shoppings centers
está correndo atrás e preparan-
do seus próprios profissionais.
Uma solução têm sido os cursos
de capacitação e treinamento
promovidos pela Associação
Brasileira de Shoppings Centers
(Abrasce), em parceria com ins-
tituições de ensino. Os cursos
vão desde encontros de um dia,
seminários de uma semana, a
módulos de pós-graduação que
se estendem por 18 meses. As
classes misturam profissionais
com alguma experiência em
shoppings e interessados que
chegam de outros setores. A área
de educação da Abrasce foi cria-
da em 2008.
“De dois anos para cá, esta-
mos observando um crescimen-
to importante do mercado e
uma carência de mão de obra
gerencial muito acentuada”, diz
Adriana Colloca, superintenden-
te da Abrasce. “O setor hoje cap-
ta muitos profissionais da in-
dústria financeira, do varejo, da
hotelaria, e até da indústria far-
macêutica. Há uma demanda
forte por especialização na área
de shopping center”, afirma.
Realizado em parceria com o
Insper, o programa de pós gra-
duação foi iniciado em 2009 e
está na quarta turma, com 110
participantes. “O objetivo do
programa é dar uma visão de
negócios para os executivos, fo-
cada na gestão de shoppings
centers, além de permitir um
contato maior dos participantes
entre eles, levando-os a refletir
sobre diferentes realidades”, diz
Ana Paula Cardoso, coordenado-
ra da área de Educação Executi-
va do Insper. “São profissionais
que querem ampliar seus conhe-
cimentos em busca de novos
cargos, porque as possibilidades
de crescimento profissional são
grandes”, afirma.
Dentro da mesma parceria,
Abrasce e Insper realizam seminá-
rios com executivos do setor, dis-
cutindo problemas e tendências.
“Temosdisciplinasquevãodaaná-
lisedecenárioeconômico,buscan-
do saber como se encaixa o setor
deshopping,oquesepodeesperar
desse mercado, até disciplinas co-
mo estratégias e excelências em
serviços”,dizAnaPaula.
Um novo curso que está volta-
do para o Direito aplicado para
o shopping center e intitulado
“Aspectos Jurídicos em Shop-
ping Center” começa no próxi-
mo semestre. O programa, orga-
nizado pelas duas instituições,
tem duração de cinco dias, carga
de 40 horas, e o propósito é ana-
lisar os aspectos jurídicos envol-
vendo shopping center.
“O mercado de shopping ain-
da pode ser considerado novo e,
por isso, não há profissionais su-
ficientes para atuar nesse am-
biente de negócio”, diz a coorde-
nadora do Insper. “Há vários
gaps que precisam ser preenchi-
dos, que vão desde gestão de
operação até aspectos jurídicos”,
diz Ana Paula. São conhecimen-
tos às vezes complicados para
quem não é advogado, mas ne-
cessários para quem trabalha em
shopping”, afirma.
Os profissionais que interessa-
dos nesses cursos têm, em geral,
dois perfis diferentes. Alguns são
executivos que já atuam na área
de shoppings e querem se espe-
cializar. Outros são procedentes
de outros setores de atividade,
muitos sem formação em admi-
nistração, nem com bagagem de
gestão de negócios. Segundo o
Insper, um profissional muito
procurado é o superintendente
de shopping. “Com o curso, aca-
bam ganhando uma bagagem
maior para conseguir alcançar
novoscargos.Àsvezeséumapes-
soa que está em início de carreira
dentro do shopping e deseja
crescimento e aprofundamento
nesse setor”, diz Ana Paula.
Os alunos de pós-graduação,
principalmente, vêm de diversas
regiões do país, sobretudo do
Norte e Nordeste, onde os shop-
pings estão em grande expan-
são. “A estrutura do curso foi
pensada para atender esses pro-
fissionais, com aulas em dias
concentrados uma vez por mês,
somando 360 horas”, diz a coor-
denadora do Insper.
A Abrasce também tem cursos
em parceria com a International
Council of Shopping Centers
(ICSC). Um deles é o de Gestão
de Shopping Center, que tem a
duração de uma semana e é feito
já há seis anos. O curso, que tem
entre 50 e 60 alunos por sala, é
realizado em dois níveis e terá
um terceiro, mais avançado, já
no próximo ano. “O objetivo do
programa é preparar gestores
que venham de outras áreas e es-
tão se preparando para traba-
lhar na área de shopping. Os
professores são profissionais da
indústria de shoppings”, diz a
superintendente da Abrasce.
Em outra parceria com a ICSC,
a Abrasce promove, a cada 2
anos, o Congresso Internacional
de Shopping Centers e a Confe-
rência das Américas. Maior
evento do setor na América Lati-
na, o Congresso é realizado si-
multaneamente à ExpoShop-
ping. Em dois dias de formação,
o Congresso apresenta palestras
e debates com especialistas do
Brasil e do exterior. Tendências
do mercado, gestão, economia,
comunicação, comportamento,
marketing e branding são al-
guns dos temas abordados. de
shopping center.
A Abrasce também realiza
cursos sobre marketing em par-
ceria com a Escola Superior de
Propaganda e Marketing
(ESPM). O principal programa,
que tem 40 horas e toma uma
semana, acontece uma vez por
ano e está na quinta turma. “O
curso, que já formou 250 alunos,
aprofunda temas como pesquisa
de mercado, planejamento es-
tratégico, comunicação. Todos
os professores têm experiência
no mercado de shopping”, diz
Ricardo Pastore, Coordenador
do Núcleo de Estudos e Negó-
cios de varejo da ESPM.
O perfil do aluno desse curso
é o de gerente de marketing, su-
perintendentes de shoppings e,
em menor número, coordena-
dores de marketing. “São profis-
sionais que já atuam na área e
buscam uma qualificação me-
lhor”, afirma Pastore. Os temas
do curso estão indo além do
marketing de varejo, incluindo
gestão de crise e neuro ciência.
Ainda dentro das ações de sua
área de educação, a Abrasce rea-
liza entre 8 a 10 eventos anuais
por todo o país, abordando te-
mas de interesse dos profissio-
nais do setor. A associação tam-
bém promove viagens ao exte-
rior levando superintendentes
para conhecer cerca de dez
shoppings nos Estados Unidos,
com o propósito de conhecer
novas boas práticas.
Para os shoppings que estão
ocupando espaços no interior e
em regiões fora do eixo São Pau-
lo-Rio, o desafio de encontrar
mão de obra especializada é
maior ainda. “Em São Paulo é
bem mais fácil recrutar um exe-
cutivo com o perfil adequado,
porque estão sempre se especia-
lizando, e são mais ambiciosos.
Já no interior há muita dificul-
dade”, diz Simone Fante, gerente
de RH da Lumine, empresa espe-
cializada em planejamento e co-
mercialização de shoppings. “A
maioria dos shoppings adminis-
trados pela Lumine estão no in-
terior de São Paulo onde há uma
maior escassez de mão de obra
especializada”, afirma.
Para compensar essa deficiên-
cia, a Lumine promove palestras
e treinamentos para os profis-
sionais do seus próprios shop-
pings. “Acabamos contratando
pessoas que têm perfis inovado-
res, que pensam diferente, às ve-
zes profissionais de outros seg-
mentos. São profissionais que
demoram mais para aprender
sobre o negócio, mas por outro
lado trazem outras sugestões, o
que é importante também para
quem já está dentro do negó-
cio”, diz Simone.
Lojistas inovam para formar linha de frente no balcão
De São Paulo
Por trás do exuberante cresci-
mento das vendas nos shoppings
centers, há um verdadeiro arsenal
de táticas para treinar equipes e
atrair profissionais que formam a
linha de frente dos balcões. Ma-
quiagem, cor do esmalte, pentea-
do e, sobretudo, postura diante do
cliente. Nada disso escapa mais ao
crivo das chefias. Algumas lojas se
valem de técnicas de teatro para
tornarovendedormaiscomunica-
tivo. Uma franquia criou seu pró-
prio “centro de capacitação e trei-
namento profissional”, com espa-
ço próprio para hospedar e treinar
colaboradoresdetodoopaís.
Todas essas ações fazem parte
de um esforço para responder a
uma queixa comum: a escassez
de pessoas dispostas a trabalhar
como vendedores e gerentes. “Os
cargos mais difíceis de serem
preenchidos são aqueles que exi-
gem contato direto com o clien-
te, que são os vendedores e ge-
rentes”, explica Luis Augusto Il-
defonso, diretor de Relações Ins-
titucional da Associação Brasilei-
ra dos Lojistas de Shoppings
(Alshop). O faturamento desse
setor em 2012 alcançou R$ 119,5
bilhões e a estimativa para este
ano é crescer mais 12%.
Até 2010, e nos cinco anos an-
teriores, a Alshop ministrou cur-
sos de capacitação que treinou e
habilitou 150 mil colaborado-
res. De lá para cá, os empresários
passaram a se agir por conta
própria para treinar suas equi-
pes, buscando novas técnicas
com foco, sobretudo, na quali-
dade do atendimento. Com a
proximidade da Copa 2014 e
Olimpíadas 2016, a entidade de-
cidiu retomar o processo de trei-
namento só que, desta vez, mais
ampliado. A capacitação, que no
passado se restringia a funcio-
nários de São Paulo e redonde-
zas e com presença obrigatória,
agora será um mix entre aulas
presenciais e à distância, atin-
gindo um público pelo menos
cinco vezes maior. O novo siste-
ma de capacitação terá início em
janeiro de 2014 e atenderá do
Rio Grande do Sul ao Amazonas.
“Estamos retomando esse pro-
jeto e elaborando todo um siste-
ma de treinamento em parceria
com empresas especializadas. O
novo formato de curso abrange-
ráváriostemasparaqueaequipe
de frente de lojas possa partici-
par e melhorar sua capacitação”,
explica Ildefonso. Segundo o di-
retor, salvo algumas exceções, é
comum as lojas colocarem à
frente do treinamento um ven-
dedor ou vendedora considera-
dos como modelo para os de-
mais.“Esserecursoéumapseudo
capacitação. Pois, normalmente,
a melhor vendedora da loja tam-
bém traz vícios que não foram
corrigidos e são perpetuados e
passados adiante. Os eventos es-
portivosestãoaíe,seosempresá-
rios tiverem agilidade de treina-
mento, capacitação lógica, efeti-
va e produtiva, seguramente te-
rão uma evolução de vendas na-
tural e tranquila”, resume.
Rogério Gama, diretor de de-
senvolvimento da MegaMatte,
franquia do setor de alimentação,
defendeque,emboraotreinamen-
todaequipepossaterumcustoal-
to, o preço de não treinar é sempre
muito maior. Por conta disso, o di-
retormontouumcentrodetreina-
mentoquefuncionaotempotodo.
“Desenvolvemos um treinamento
com técnicas de teatro para poder
despertar em nossos atendentes e
caixas uma atitude mais comuni-
cativa e interativa com o cliente.
DentrodoProgramadeExcelência
em Atendimento também são ofe-
recidos treinamentos ao longo do
ano, com destaque para o de alta
performance”, diz. Desafios como
lidar com objeções e situações ad-
versas no atendimento também
fazem parte da lista de temas de-
senvolvidos dentro do programa
decapacitaçãodaMegaMatte.
“O programa oferece também
curso de gestão voltado para ge-
rente e franqueado, mas a gran-
de questão tem sido a escassez de
mãodeobra”,diz.Deacordocom
o executivo, os cargos mais difí-
ceis de serem preenchidos são de
balconista a caixa. “Há uma com-
petição acirrada no mercado por
esse tipo de mão de obra, por
conta do bom momento econô-
mico do país.
O caminho que a MegaMatte
adotaéodapremiação,gratifica-
ção e salário variável de acordo
com o desempenho do funcioná-
rio. Isso acaba proporcionando
um nível de retenção bom”, afir-
ma o diretor. A empresa conta
hoje com 103 lojas franqueadas
nopaís,commaiorconcentração
no eixo Rio São Paulo.
Como muitos outros lojistas, a
rede de lavanderia 5àsec atraves-
sa um ótimo momento, mas se
queixa da falta de mão de obra.
“As dificuldades são muito pare-
cidas com as de outros setores
da economia, que também sen-
tem a falta de mão de obra qua-
lificada. Por mais que pareça que
lavar e passar roupas sejam tare-
fas fáceis, encontramos muita
dificuldade para contratar pro-
fissionais nessas funções”, la-
menta Sérgio de Souza Carvalho
Júnior, diretor de marketing da
rede 5àsec. “Nossa grande ques-
tão é preencher o cargo de pas-
sadeira”, completa.
A franqueadora francesa op-
tou por montar um treinamento
presencial denominado Centro
de Capacitação e Treinamento
Profissional, no bairro do Ipiran-
ga, em São Paulo. “São várias sa-
las de aula equipadas com má-
quinas, onde nossos colaborado-
res aprendem a lavar e passar. Te-
mos ainda um auditório para pa-
lestras, com um pequeno hotel e
refeitório. Nossos profissionais
ficam entre três e quatro dias
nesse treinamento e se hospe-
dam aqui. Recebemos colabora-
dores de todo Brasil”, diz.
Por lá já passaram, segundo
Carvalho Júnior, mais de três mil
pessoas desde a chegada da com-
panhia no Brasil, 18 anos atrás.”
Hoje temos 400 lojas em todo o
país, 33 delas dentro de shop-
pings. Para 2013 abriremos mais
40 lojas, e a meta é atingir 500 no
próximo ano , 50 delas dentro
dos shoppings”, afirma.
A primeira lição que as vende-
doras contratadas pelas Lojas Va-
lisère recebem são aulas de boa
apresentação: como se vestir, se
pentear, maquiar e usar esmaltes
adequados.AValisèreéumarede
de lojas que atua no ramo de mo-
da íntima. Em um segundo mo-
mento,asaulassãodadasporum
estilista da empresa, que detalha
todo processo de produção das
peças, da matéria-prima até a
confecção do produto final.
“É importante que o vendedor
entenda em detalhes o processo
de produção da moda íntima pa-
ra poder informar sobre a quali-
dade e até mesmo justificar o
preçodoproduto”,informaCarla
Pontes, supervisora e gerente das
Lojas Valisère. A rotina dessas
vendedoras é um pouco diferen-
te das demais. Todos os dias, an-
tes de iniciar as vendas, há uma
reciclagem de informações. “É
umapreparaçãodiária,ummini-
treinamento para saber quais pe-
ças foram mudadas na vitrine de
um dia para o outro, os produtos
que estão em promoção e quais
as novidades que acabaram de
chegar da confecção”, diz Carla.
“Sódepoiséqueseiniciaoconta-
to com os clientes.”
Duas vezes por ano, a Valisère
faz um treinamento mais apro-
fundado. “As vendedoras apren-
dem técnicas de como abordar o
cliente quando entra na loja, co-
mo sondar para saber o que está
procurando, se é um presente ou
não,enfim,aprendemaconduzir
melhor a venda”, diz a superviso-
ra. Outro foco importante do
treinamento é saber como con-
tornar a objeção. “O cliente gosta
doproduto,masachacaro.Então
a vendedora tem de ter na ponta
da língua as características, van-
tagens e benefícios para justifi-
caropreçoeconvencerocliente”,
explica.
Com 29 lojas das quais 24 ins-
taladas em shoppings, a Valisère
não sabe mais o que fazer para
preencher o quadro de vendedo-
ras. “Todos os cargos estão difí-
ceis de serem ocupados. Agora
mesmo selecionei 15 currículos e
apenas quatro pessoas compare-
ceramnaentrevista.Háunscinco
anos era possível escolher vende-
doras. Hoje estamos correndo
atrás e não achamos”, reclama
Carla, que tem duas vagas aber-
tas que precisam ser preenchidas
com urgência. “Já anunciei até
em redes sociais. Agora estou até
pensando em roubar colabora-
doras de outras lojas”, brinca. Os
lojistas também contam com o
banco de currículos da adminis-
tradora de cada shopping. “Mas
também lá não encontramos na-
da”, afirma. (RC)
LUISUSHIROBIRA/VALOR
Ildefonso, da Alshop: “Cargos mais difíceis de serem preenchidos são os que exigem contato direto com o cliente”
Jornal Valor --- Página 22 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:24:38
F22 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013
Enxerto
Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:24) - Página 22- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW
Especial|Shoppingcenters
Diversificação Centros de vizinhança, mais comuns nos Estados Unidos, podem ser replicados no Brasil
Consumidorpreferelojaspertodecasa
Guilherme Meirelles
Para o Valor, de São Paulo
Ainda pouco adotado no Bra-
sil,omodelodeshoppingdevizi-
nhança tem boas perspectivas de
ser replicado nas principais me-
trópoles nos próximos anos. O
conceito é simples e depende
maisdadisponibilidadedeterre-
nosdoquedadisposiçãodelojis-
tas — são cerca de 10 a 20 lojas,
predominantemente de serviços
e necessidades básicas do consu-
midor, dispostas em área aberta
e com estacionamento fácil.
“Com a crescente piora das con-
dições de tráfego, o consumidor
urbano busca alternativas que
estejampróximasdesuaresidên-
cia. É um modelo muito comum
nos Estados Unidos”, afirma
Eduardo Terra, vice-presidente
do Ibevar (Instituto de Brasileiro
de Executivos de Varejo e Merca-
do de Consumo).
De acordo com dados do ICSC
(International Council of Shop-
ping Centers), dos cerca de 50
mil shoppings existentes nos
EUA, 40 mil são considerados de
vizinhança. Muitos são ancora-
dos por redes de fast food, como
McDonald’s e Burger King, e pos-
tos de combustível. “Mas há que
considerar que o crescimento
das cidades americanas, com ex-
ceção de Nova Iorque, se deu de
forma horizontal rumo aos su-
búrbios enquanto as metrópoles
brasileiras optaram pela vertica-
lização, o que reduziu a oferta de
terrenos em áreas de forte poten-
cial de consumo”, observa Terra.
Do ponto de vista financeiro, a
instalação de um ponto comer-
cialémaisvantajosaemrelaçãoa
um shopping tradicional devido
ao menor custo com condomí-
nio e mais flexibilidade na nego-
ciação com o empreendedor.
Na primeira quinzena de ju-
nho, o Grupo de Pão de Açúcar
(GPA) inaugurou a sua primeira
experiência neste segmento. O
ponto marcou o lançamento da
marca Conviva, que será usada
pelo GPA em dois próximos lan-
çamentos (não revelados) no se-
gundo semestre. O espaço Con-
viva Américas fica situado na
avenida das Américas, na Barra
da Tijuca (RJ), a cerca de 1,5 km
do Barra Shopping.
O ponto foi instalado em uma
área onde havia um hipermerca-
do desativado há três anos. É re-
sultado de um investimento de
R$ 40 milhões e conta com Área
Bruta Locável (ABL) de 12.540
m² em dois pavimentos, dimen-
são maior que a média dos shop-
pings de vizinhança brasileiros.
Segundo Alexandre Vasconcelos,
presidente do GPA Malls & Pro-
perties, o empreendimento foi
frutodedoisdistintosvetores.“O
nosso controlador Casino opera
modelos similares na França, Co-
lômbiaeTailândiaepediuumes-
tudo nesse sentido. Ao mesmo
tempo, fizemos uma pesquisa
com consumidoras para avaliar
qual seria o modelo ideal na
transição entre as lojas nas gale-
rias dos hipemercados para uma
configuração de malls. Os resul-
tados indicaram a viabilidade do
empreendimento”, afirma.
Vasconcelos conta que as con-
sumidoras revelaram uma prefe-
rência por locais que estivessem
nas proximidades e onde pudes-
sem ir informalmente. Apesar da
região da Barra ter grande oferta
de centros comerciais, muitas ve-
zes o morador é obrigado a usar
o seu veículo, o que demanda ca-
da vez mais tempo em razão das
condições ruins de tráfego na re-
gião. “Com relação ao aspecto vi-
sual e comodidade, o prédio pos-
sui uma ampla varanda, o que o
torna um espaço de convivência,
principalmente em um bairro
onde não há esquinas”, diz.
O espaço é ancorado por uma
loja do Pão de Açúcar e mais qua-
tro redes, duas delas debutando
no mercado fluminense (casos
das paulistas Alô Bebê e Pet Shop
Marginal), Centauro e SmartFit,
em um total de 40 lojas. O esta-
cionamento tem capacidade pa-
ra 660 vagas, em razão da região
ser bem verticalizada e contar
com um público de alto poder
aquistivo. O Conviva Américas
conta também com salão de
eventos, que será aproveitado
para promover a integração dos
frequentadoresematividadessa-
zonais ou temáticas. Os próxi-
mos empreendimentos, diz Vas-
concelos, serão montados em
áreas menores e, pelo um deles,
levará a bandeira Extra. “O fun-
damental é se adequar ao perfil
do público”, afirma.
Para Luiz Alberto Marinho,
professor de Varejo da ESPM e só-
cio da consultoria GS&BW, o seg-
mento de shoppings de vizi-
nhançaétambémumaboaopor-
tunidade para empresas não ne-
cessariamente ligadas ao varejo.
Ele cita o caso de bancos que pro-
moveram operações de fusões e
aquisições nos últimos anos e
que dentro do processo de rees-
truturação desativaram determi-
nadas agências, que hoje encon-
tram-se inativas. Segundo Mari-
nho, o setor de shoppings está
muito concentrado nos modelos
tradicionais — cerca de 87%, se-
gundo a Abrasce (Associação
Brasileira de Shopping Centers)
— e há espaço para quem apostar
na diversificação. “O momento é
propício, principalmente com o
aumento do poder de consumo
daclassemédia”,afirmaoprofes-
sor da ESPM.
Curtas
Loja verde
A loja do Pão de Açúcar São
Camilo, localizada em Cotia (SP),
acaba de conquistar o certifica-
do LEED (Leadership in Energy
and Environmental Design) co-
mo resultado das iniciativas da
GPA Malls & Properties para a
adoção de diferenciais de susten-
tabilidade em sua implantação.
Responsável pela gestão dos ati-
vos imobiliários do Grupo Pão
de Açúcar, a GPA M&P vem se
consolidando no segmento de
construções ecoeficientes ao ga-
rantir certificação à terceira loja
da bandeira.
Campeões de venda
Osegmentodeartigosparao
lar—entreeleseletrodomésticos,
móveiseroupasdecama,mesae
banho—tiveramdestaquedeven-
dasnosshoppingcentersbrasilei-
rosemabril,comaltade23,28%
emrelaçãoaigualperíodode
2012.Éoquemostrapesquisada
TNSResearchInternacional,sob
encomendadaAssociaçãoBrasi-
leiradeShoppingCenters.

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  • 1. Jornal Valor --- Página 1 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:08:49 Enxerto Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:8) - Página 1- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Quinta-feira, 27 de junho de 2013 | F1 Especial Shopping centers 2012 201120102009 2008 2007 2006 2012201120102009200820072006 201320122011201020092008 2007 2006 351 376 363 392 408 430 457 504* Número de shoppings 2013 20122011201020092008 2007 2006 Área Bruta Locável (ABL) Em milhões de m2 50,0 58,0 64,6 74,0 91,0 108,0 119,5 133,84* FaturamentoEm R$ bilhões Empregos A prova de crises Todos os indicadores apresentam crescimento 10.344 11.403 7.492 8.253 8.645 9.081 9.512 524.090 629.700 700.650 707.166 720.641 775.383 877.000 Fonte: Abrasce *Estimativa Infografia:AlexSilvaDesign Desempenho do setor na bolsa tende a reverter as perdas, dizem analistas F11 Carteira Ambiciososplanosdeinvestimentodoscentrosde comprastêmobtidobomrespaldodomercadodecapitais, comcaptaçõesdecercadeR$2binoprimeiro quadrimestreporpartedetrêsdasempresaslistadas Q uem examinar a carteira de projetos dos shop- ping centers brasileiros para os próximos anos rapida- mente chegará à conclusão que não há crise para o setor. Dúvi- das sobre a política monetária americana, turbulência nos mercados, dólar em alta, bolsa em queda — nada disso alterou os ambiciosos planos de expan- são dos shopping centers. Nos últimos seis anos, em mé- dia 17 shoppings foram abertos a cadaano.Nestadécada,onúmero subiu para a casa das duas deze- nas e novo salto será dado neste ano. Estão em construção no mo- mento 41 shoppings para ser inaugurados ainda em 2013 em várias partes do país. Outros 30 abremasportasem2014. “É um momento de forte in- vestimentonosetor”,dizLuizAl- berto Marinho, sócio da GS&BW, unidade especializada em shop- ping centers da GS&MD Gouvêa de Souza. Marinho lembra que o país levou 40 anos para cons- truir 351 shoppings desde o pri- meiro, inaugurado em 1966, até 2006. Apenas seis anos depois, 111novosempreendimentosfo- ram abertos e o total chegou a 462 shoppings em junho e deve fechar o ano com 503 unidades, de acordo com dados da Asso- ciação Brasileira de Shopping Centers(Abrasce). Os ambiciosos planos de inves- timento dos shoppings têm tido bom respaldo do mercado de ca- pitais. Três das seis empresas de shopping que têm capital aberto levantaram cerca de R$ 2 bilhões no mercado no primeiro quadri- mestre, mais do que o R$ 1,9 bi- lhão captado em todo o ano pas- sado.AMultiplanfechouemabril um lançamento de ações de R$ 704,7 milhões; e o Iguatemi emitiu em junho R$ 432,4 mi- lhões.OIguatemihavialevantado R$ 450 milhões em fevereiro com a venda de debêntures; e a BR Malls R$ 400 milhões em abril tambémcomdebêntures. Não tem faltado também cré- ditotradicional,inclusivedoBan- co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Em 2010, o banco desembolsou R$ 366 milhões para o setor de shoppings; no ano passado, o vo- lume saltou para R$ 1 bilhão. No primeiro trimestre foram R$ 108 milhões em comparação a R$ 136 milhões em igual período de 2012. A chefe de departamento do BNDES, Ana Cristina Costa, confirma que os últimos anos fo- ram de investimentos pesados para os shoppings, que estão cap- tando em diversas fontes. As li- nhastêmprazomédiodeseisaoi- toanosepodemserfornecidasdi- retamente pelo BNDES ou repas- sadasporbancosprivados. O dinheiro obtido pelos shop- pings será destinado à amplia- ção das unidades existentes e construção de novos empreen- dimentos. Para Marinho, a dis- ponibilidade de financiamento para os novos projetos explica o crescimento do setor, além, é claro, do desenvolvimento e da estabilidadedaeconomia. Jáasempresaspreferemsecon- centrar em seus negócios. “É o momento de focar na compa- nhia; já a situação macroeconô- mica não está sob nossa influên- cia. Naturalmente, quando a eco- nomia cresce, o retorno é mais al- to. O setor de shopping center não depende apenas da conjun- tura do momento, mas também da demanda dos lojistas. E, em um período de dificuldade eco- nômica,umprojetobemplaneja- do sobrevive”, diz Eduardo Prado, superintendente de relações com investidoresdaAliansce,empresa quefezsuaaberturadecapitalem 2010, captando R$ 672,75 mi- lhões, e, no fim de 2012, levantou mais R$ 447,6 milhões com a emissãodeações. Em 2012, a Aliansce cresceu bastante com aquisições. Com- prou participações ou todo o ca- pital de seis shoppings, aumen- tando a Área Bruta Locável (ABL) em pouco mais de 40%. Este ano também começou com compras. Já em janeiro adquiriu uma parti- cipação adicional de 19,72% da área bruta locável do Shopping Iguatemi Salvador por R$ 232,5 milhões. Além disso, está desen- volvendo três empreendimentos, sendo dois shoppings, um em Maceió (AL) com uma torre co- mercial, que deverá ser inaugura- do no último trimestre do ano, e outroemFortaleza(CE). A Multiplan também está vol- tada para o futuro. A empresa fez seu IPO em 2007, quando levan- tou R$ 687,3 milhões, e outra emissãoem2009,deR$792,3mi- lhões. Neste ano, captou mais R$ 704,7 milhões com a venda de ações,emmarço,deacordocoma Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Acessamos o mercado com um timing excepcional. O fi- nanciamentoestátomadoeosre- cursos para os investimentos es- tão equalizados. Estamos agora olhando o crescimento futuro”, afirmaArmandoD’AlmeidaNeto, vice-presidente e diretor de rela- ções com investidores da Multi- plan. “Naturalmente se o merca- do está favorável é melhor. Mas a situação atual não faz diferença paraumsetorquegeramuitocai- xa e tem margens altas que per- mitemreinvestir”,acrescentou. Desde seu IPO, a Multiplan abriu cinco novos shoppings. Em 2012 aumentou em 28% a ABL própria,comaentregadetrêsno- vos shopping centers, expansões e torres comerciais. A carteira de investimentos em execução é de R$ 1,14 bilhão. Neste ano, vai abrirumshoppingemMaceió,de 37,7 mil metros quadrados, em parceria com a Aliansce. Além disso, está debruçada em algu- masampliações.Faráduasexpan- sõesnoshoppingdeRibeirãoPre- to, que vai ganhar mais 15,2 mil metros quadrados de ABL em duas etapas, em agosto e novem- bro; e fará também uma amplia- çãodoBarraShopping,noRio. No primeiro semestre de 2014, aMultiplanfarámaisampliações, tantodelojascomodeescritórios, totalizando 9,5 mil metros qua- drados. Também vai inaugurar duas torres comerciais de 74.200 metros quadrados em São Paulo, oMorumbiCorporate.Aempresa vaicrescer20%emárea. O ciclo longo dos investimen- tos em shoppings é outro moti- voparaasempresasdaáreaesta- rem alheias às turbulências do momento. Um shopping center novolevadedoisatrêsanospara abrir as portas a partir do mo- mento em que for comprado o terreno em que será construído; e mais 15 a 20 meses para se de- senvolver, calcula Leandro Lo- pes, diretor de relações com in- vestidores e CFO da BR Malls. “Quando entra em um projeto, a empresa deve estar segura do in- vestimento e do retorno previs- to. É preciso planejar a longo prazo”,acrescentaLopes. Mas, quando um shopping bem planejado abre as portas, o faturamentoépraticamentecer- to:luvas,fluxodealuguéiseesta- cionamento. A margem opera- cional é bem alta, calculada pe- los analistas entre 70% a 80% do lucro antes dos impostos, juros e depreciação (Ebitda). A elevada capacidade dos shoppings de gerar caixa para bancar os inves- timentos é outro motivo que os deixa relativamente tranquilos com os ambiciosos planos de ex- pansãoquetêmpelafrente. A BR Malls levantou R$ 750 mi- lhões em seu IPO e fez mais três captações posteriores, totalizan- doR$2,4bilhões,naesteiradeum grande plano de investimento. Neste ano, levantou R$ 400 mi- lhões com a emissão de debêntu- res, segundo a CVM. Em 2012, inaugurou três shoppings. Neste ano, já inaugurou a expansão do Plaza Niterói (RJ); e fará am- pliaçõesnoShoppingNatal (RN) e no Shopping Rio Anil,emSãoLuís(MA). recheada
  • 2. F4 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013 Enxerto dores de cidades próximas como Birigui, Bauru e Presidente Pru- dente. “Araçatuba passa por uma grande mudança, com a chegada deindústriasdeprocessamentode alimentos”,comentaSallum. A João Fortes Engenharia, tra- dicional construtora de shop- pings, associou-se à Shopinvest para ampliar as atividades e atuar na área de desenvolvimen- to de centros de compras. A estratégia é também é de im- plantar shoppings de preferên- cia fora das capitais, em cidades com uma população de aproxi- madamente 500 mil habitantes emsuaáreadeinfluência,emum raio de 40 quilômetros a 50 qui- lômetros.Nofinalde2011,aJoão Fortes inaugurou o primeiro em- preendimento de seu portfólio, o Shopping Park Europeu em Blu- menau (SC), com 33 mil m² de ABL, resultado de um investi- mento de R$ 200 milhões. Emnovembro,abreasportasdo Park Lagos, o primeiro equipa- mento da região dos Lagos (RJ), com26milm²deÁreaBrutaLocá- vel, e pretende lançar neste ano um novo shopping em Volta Re- donda, com 33 mil m² de ABL. “Queremos crescer com equipa- mentospróprios.Paraisso,preten- demos lançar um shopping por ano”, explica Leonardo Neves, ge- rentedenegóciosdaJoãoFortes. com bom potencial aquisitivo, mais de 100 mil habitantes, que ainda não têm centros de com- pras ou onde há espaço para no- vos empreendimentos. A meta da empresa é ambiciosa: chegar a 2016 com 32 shoppings em carteira – tem 15 no portfólio. Nãofaltamrecursosparaameta se viabilizar. Há dois anos, a Tenco associou-seàPátriaInvestimentos, que tem em caixa R$ 1 bilhão para investir. “Com esses recursos, é possível levantar aproximada- menteR$2,5bilhõesememprésti- mos”, explica Macedo. Para agili- zarasobraseoretornodosinvesti- mentos, a empresa desenvolveu um modelo, o Garden Shopping, com áreas de 25 m² a 35 m² de Área Bruta Locável (ABL). “São bons empreendimentos, que fa- zem a população sentir-se privile- giada”,afirmaoexecutivo. JáoShoppingPraçaNovaAraça- tuba, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2014, é resultado de uma parceria entre aVDI,gestoradefundosdeinvesti- mentos, dois investidores locais, Vetor e SR, e a Lumine, que estão aplicando R$ 120 milhões. Estrate- gicamente localizado na entrada de Araçatuba, no extremo noroes- te do Estado de São Paulo, o equi- pamento com 21.581 m² de Área Bruta Locável e 158 lojas deve atrair de 350 mil a 400 mil mora- sões, a aprovação do projeto pelas prefeituras é mais simples e as obras são mais rápidas e menos dispendiosas. Os shoppings são menores e os projetos são pensa- dos para reduzir as despesas com manutenção. “Por suas caracterís- ticas, esses equipamentos geram retornosaltos”,explicaSallum. De olho em perspectivas tão fa- voráveis, a Tenco foi uma das pri- meiras a direcionar a maioria dos empreendimentos para o interior. Neste mês, durante feira da Asso- ciação Brasileira de Franchising (ABF), a companhia mineira lan- çou cinco shoppings: em Gara- nhuns (PE), Juazeiro (BA), Itaqua- quecetuba(SP),Guarapuava(PR)e Lages (SC), que vão exigir um in- vestimento de R$ 500 milhões e oferecer15milempregosdiretose indiretos. Até o final do ano, a em- presa inaugura três novos malls, dois deles no interior — Betim (MG) e Arapiraca (AL) —, e tem projetos em diferentes fases de de- senvolvimento em Varginha (MG) eBragançaPaulista(SP). “Com o crescimento da renda no interior e a disseminação de informações, as pessoas passam a exigir produtos e serviços de melhor qualidade, oferecendo boas oportunidades”, explica Jú- lio Macedo, diretor comercial. A prioridade da Tenco é insta- lar equipamentos em cidades Especial|Shoppingcenters Fonte: Abrasce e Lumine Soluções em Shopping Centers Rumo ao interior Localização dos empreendimentos Shoppings nas capitais 228 No interior 234 Cidades entre 80 mil e 300 mil habitantes 287 Número de habitantes nessas cidades 40,6 milhões Renda em bilhões/mês R$ 31,6 bilhões/mês Demanda R$ 10,4 bilhões/mês TendênciaDe41centroscominauguraçãopróxima,15estãonascapitais Explorarointeriorpassaa serestratégiadamaioria LUISUSHIROBIRA/VALOR Júlio Macedo, diretor comercial da Tenco: meta da empresa é chegar a 2016 com 32 shoppings em carteira Jane Soares Para o Valor, de São Paulo A tendência de interiorização dos shoppings se acentua. Neste mês, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) contabiliza a existência de 234 empreendimentos em cidades do interior e de 228 nas capitais. E dos 41 centros de compras com inaugurações previstas até o final do ano, apenas 15 estarão localizados nas capitais — que ainda são objetos de desejo de parte significativa da indústria. “Mais que uma tendência, eu di- ria que o interior é um caminho natural para a expansão da in- dústria de shoppings”, comenta Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce. A falta e os altos preços dos terrenos, o aumento da concor- rência, as crescentes exigências das prefeituras, os custos das compensações ambientais e viá- rias para autorizar a implanta- ção dos empreendimentos tor- nam as obras ainda mais onero- sas nas capitais. A esses fatores soma-se o ex- pressivo crescimento da renda da classe C, de 4,6% ao ano entre 2005 e 2011 — enquanto o das classes A/B ficou em 2,7% ao ano. Com isso, 40 milhões de pessoas ingressaram nesse segmento, que passou de 34% da população para54%,segundoaCetelem-Ip- sos. “Parte significativa da classe C mora no interior, tornando es- sas regiões muito atraentes para os empreendedores”, comenta Marcelo Sallum, da Lumine Solu- ções em Shopping Centers. Os holofotes estão dirigidos especialmente para as 287 cida- des de porte médio, com popu- lação entre 80 mil e 300 mil ha- bitantes. Esses municípios regis- tram maior crescimento do PIB, de 4% ao ano, e reúnem cerca de 40,6 milhões de habitantes, com uma renda de R$ 31,6 bilhões ao mês e R$ 10,4 bilhões ao mês disponíveis para gastar no vare- jo, como mostra levantamento feito pela Lumine, baseado em dados da Abrasce e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís- tica (IBGE). O melhor: 48% deles não têm nenhum shopping. Os empreendedores alinham outras vantagens das cidades mé- dias: a possibilidade de comprar terrenos maiores a preços mais baixos, facilitando futuras expan- Cidades menores também atraem investimentos De São Paulo Não são apenas as 287 cida- des de porte médio que atraem a atenção da indústria de shop- ping centers. Municípios bem menores também recebem equi- pamentos de varejo de menor porte, muito comuns no exte- rior, e que começam a aparecer no Brasil. É o caso de Porto Feliz, no interior de São Paulo, com aproximadamente 50 mil habi- tantes. No início do ano, foi inaugurado o Shopping Porto Miller BoulevarD, com 90 lojas distribuídas em 5.731 m² de Área Bruta Locável (ABL) — os shoppings pequenos têm, em média, 11,6 mil ² de ABL. “No Brasil, a indústria focou esforços na implantação de em- preendimentos maiores, pulan- do a etapa de construção de ga- lerias e shoppings de vizinhan- ça”, explica o consultor Marcelo Sallum, da Lumine Soluções em Shopping Centers. “Hoje, vemos a proliferação desses equipamentos, até para explorar melhor as oportunida- des de mercado.” Sallum cita a criação de galerias nos centros das grandes cidades, onde a fal- ta de terreno é crônica, e a cria- ção de shoppings de vizinhança até por grupos tradicionais do varejo, caso do Pão de Açúcar, que recentemente anunciou a criação uma nova empresa para explorar o segmento. Os chamados shoppings de vi- zinhança se alastram principal- mente pelo interior. Um dos em- preendimentos chegou a Porto Feliz pelas mãos de um grupo fa- miliar ligado à área de confec- ção, responsável por um shop- ping de atacado na região do Brás, na capital paulista, em par- ceria com a Verzasca Shopping Centers, responsável pela im- plantação do fundo britânico de investimentos Squarestone ao Brasil, e a Ablsan, especializada na comercialização de lojas. Os empresários detectaram a oportunidade oferecida por Por- to Feliz, cidade a cerca de 130 quilômetros da capital paulista, com 240 mil habitantes em sua área de influência. A região tem recebido investimentos, que contribuem para aumentar a oferta de emprego — e, conse- quentemente, da renda. Em agosto de 2012, a inaugu- ração da nova fábrica da Toyota, na Rodovia Castello Branco, en- tre Sorocaba e Porto Feliz, resul- tado de um investimento de US$ 600 milhões, significou a ge- ração de 1.500 empregos diretos. E a montadora já iniciou a cons- trução de uma fábrica de moto- res em Porto Feliz, na qual está investindo R$ 1 bilhão. A fábrica, prevista para começar a operar no segundo semestre de 2015, vai significar a abertura de 600 a 700 vagas formais. “Além da entrada de novas empresas na região, havia uma grande carência em relação ao comércio de Porto Feliz, despre- parado para atender às exigên- cias crescentes dos consumido- res, frequentadores dos shop- pings de cidades próximas”, ex- plica André Pinto Dias, sócio di- retor da Demark, que há 10 anos atua no segmento de adminis- tração de shoppings. O novo empreendimento, ins- talado na antiga fábrica de teci- dos Nossa Senhora Mães dos Ho- mens, quer marcar presença pe- los equipamentos de lazer – três salas de cinemas, boliche e uma grande área de recreação infantil — e de lojas de fábrica. Os empreendedores têm co- nhecimento das dificuldades a serem enfrentadas. “Apesar de a cidade querer o shopping, a ma- turação do equipamento depen- de de mudanças culturais”, diz Dias.Umadelas,éfazerapopula- ção frequentar a praça de ali- mentação e os restaurantes. Pre- vendo um prazo maior de matu- ração, de até oito anos — dois a mais que o prazo médio —, os aluguéis nos primeiros anos es- tão entre 30% e 40% mais em con- ta do que os praticados no mer- cado, fator importante para atrair e segurar os lojistas. (JS) Transportegratuitoservecomoferramentadefidelização Daniela Rocha Para o Valor, de São Paulo Antes concentrado em datas es- peciais do comércio como Natal e Dia das Mães, o serviço de trans- porte gratuito ao cliente passou a ter maior frequência e é cada vez mais utilizado. De acordo com Ro- berto Nascimento, professor do Núcleo de Estudos e Negócios de Varejo da ESPM, a estratégia traz resultados positivos ao negócio. “É uma forma de estreitar o relacio- namento com os consumidores e aindacompetircomocomérciode vizinhança”, comenta. O varejo de rua avança no país e se torna um importanteconcorrente.“Abarrei- ra do shopping é a locomoção, o problema de trânsito generaliza- do.Portanto,oserviçodetranspor- te é uma importante facilitação”, explicaoprofessor. Comoaofertadoserviçoaindaé limitada, a iniciativa é um diferen- cial dentro do próprio setor. Mas, segundo o professor, a tendência é que seja largamente colocada em prática nos próximos anos. O re- tornodoinvestimentosedácomo aumento do fluxo de visitantes e das vendas. “Os shopping centers trazem clientes de bom nível, por exemplo, pessoas que trabalham nas empresas ou escritórios próxi- mos. Ao almoçarem no local, elas aproveitam para comprar um pre- sente de aniversário ou adquirir um livro”, destaca Sergio Molina, presidente da DMV Comunica- ções,agênciadepublicidadeepro- pagandavoltadaaosegmento. Contudo, os especialistas ressal- tam que o transporte somente fi- deliza os clientes quando o shop- ping se preocupa com a qualidade geral das operações. É preciso ofe- recer uma boa praça de alimenta- ção com cardápios variados, mix de lojas de acordo com a necessi- dade dos clientes da região, servi- ços eficientes de limpeza e segu- rança, além de uma área de entre- tenimento. Normalmente, os re- cursos para o transporte são pro- venientes dos fundos de promo- ção dos shopping centers, com- posto a partir de taxas cobradas mensalmentedoslojistas. “O custo de manutenção é alto. Osucessodependedeumbomtra- balho de divulgação do serviço”, comenta Sergio Molina. Para Ro- berto Nascimento, professor da ESPM, a busca de parcerias se tra- duz no melhor modelo. “É interes- sante fechar com empresas espe- cializadasemtransportequequei- ram ligar suas marcas ao shop- ping, assim como buscar patrocí- nio de outras companhias. Desta forma,oinvestimentosepagacom tranquilidade”,afirma. O Shopping Nova América, no bairro Del Castilho, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, ofere- ce há dez anos uma linha de ôni- bus gratuita aos moradores e tra- balhadoresdosbairrosdoentorno — Méier e Cachambi — além dos que utilizam a Linha Amarela. A região é bem atendida pelo metrô, mas há poucos ônibus municipais que param no shopping. Já os ôni- bus do shopping circulam todos osdiasdasemana,comsaídaspro- gramadas das 10h às 22h. “Traze- mos ao shopping 7,5 mil pessoas por mês. Os clientes já incorpora- ram o serviço na rotina deles”, diz Barbara Rebello, coordenadora de marketingdoNovaAmérica. O investimento é de R$ 23 mil por mês. O ônibus funciona co- mo um outdoor ambulante, que divulga a marca do shopping nas ruas e informa sobre atrações e promoções. Mais de 8 milhões de pessoas frequentam o shopping anualmente, número que deve crescer porque está em plena ex- pansão um complexo empresa- rial integrado ao shopping, além da construção de dois hotéis. Com uma frota de 12 vans, o Shopping Plaza Sul, no Jardim da Saúde, em São Paulo, atende fun- cionários de empresas da região no horário do almoço, das 11h30 às 15h. “Com as empresas que atendemos — Itaú, Centro Empre- sarial do Aço e Amico — , chega- mos a um acréscimo de 7% no nú- meroderefeiçõesservidas”,afirma Eduardo Dias Jorge, superinten- dentedoPlazaSul. Em média, são 7 mil pessoas transportadas por mês, 9% da fre- quência total no shopping no pe- ríodo do almoço. Para evitar o es- tresse, o tempo para percorrer ca- da trecho, de ida ou de volta, não leva mais do que dez minutos. Atualmente, o Plaza Sul recebe mais500milpessoasacadamês. O Mais Shopping Largo 13, na região de Santo Amaro, em São Paulo, segue a mesma tática. Es- tabeleceu convênio com três companhias — Santander, a IBM e a Metalúrgica Prada. O serviço composto por duas vans é res- ponsável por um fluxo de 9 mil pessoas por mês. Aofertadetransportegratuitoé responsávelpor15%dofluxodevi- sitantes ao Shopping Park Euro- peu, em Blumenau, Santa Catari- na. Com aporte de 25 mil reais por mês, duas vans fazem a ligação do centro comercial ao terminal de integraçãodaslinhasdeônibusda cidade. “Decidimos investir no transporteporqueoshoppingestá localizado na margem de uma via expressa, com pouca circulação de pedestres”, explica Paulo Ceratti, gerente de marketing. Na frente do shopping não há nenhuma pa- radadeônibusmunicipal.Inaugu- rado há menos de dois anos, atrai 300milclientespormês. Oferta de transporte gratuito é responsável por 15% do fluxo de visitantes ao Shopping Park Europeu, em Blumenau DIVULGAÇÃO
  • 3. Jornal Valor --- Página 16 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:20:14 F16 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013 Enxerto Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:20) - Página 16- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Especial|Shoppingcenters Formação executiva Alguns cursos para aprimoramento de gestores de shoppings Insper Curso Pós-graduação Management Program Descrição Desenhado para fortalecer as competências de gestão dos profissionais que atuam em shopping centers Carga-horária: 360 horas A quem se destina Gestores de shopping centers e profissionais da área de varejo Informações http://abrasce.insper.edu.br/ ESPM Curso Marketing Descrição Surgiu da necessidade de oferecer aos profissionais uma visão dos conceitos de marketing aplicados ao setor Carga-horária: 40 horas A quem se destina Gestores da área de marketing, comercial, administrativa, operacional e de recursos humanos de shoppings ou administradoras; profissionais de publicidade, assessorias de imprensa, empresas de promoções e eventos Informações http://www.espm.br/Candidato/Cursos /SP/Pages/ShoppingCenters.aspx ICSC Curso Curso: Gestão - Nível 1 e 2 Descrição Os alunos aprendem como desenvolver com sucesso a locação, o marketing, a construção e a operação de um shopping center Carga-horária: 40 horas cada módulo A quem se destina Administradores de shoppings, empreen- dedores, executivos da área comercial, marketing, financeira e jurídica. Investidores e prestadores de serviços Informações http://www.portaldoshopping.com.br/ agendainterna.asp?codArea=32&codA genda=144 FGV-EAESP Curso Gestão de Empresas de Varejo Descrição Oferecer uma visão prática e aplicada das tendências do setor e do trabalho das diversas áreas e operações da empresa varejista, proporcionando aos participantes modelos e técnicas consagradas no varejo Carga-horária: 60 horas/aula A quem se destina Cursos de formação para varejistas e seus funcionários. Fornecedores de produtos e serviços para o varejo Informações http://cev.fgv.br/cursos Qualificação Cursos tentam suprir carências de formação profissional Abrascefaz parceriacom instituições deensino Rosangela Capozoli Para o Valor, de São Paulo Diante da demanda crescente por mão de obra especializada, o mercado de shoppings centers está correndo atrás e preparan- do seus próprios profissionais. Uma solução têm sido os cursos de capacitação e treinamento promovidos pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), em parceria com ins- tituições de ensino. Os cursos vão desde encontros de um dia, seminários de uma semana, a módulos de pós-graduação que se estendem por 18 meses. As classes misturam profissionais com alguma experiência em shoppings e interessados que chegam de outros setores. A área de educação da Abrasce foi cria- da em 2008. “De dois anos para cá, esta- mos observando um crescimen- to importante do mercado e uma carência de mão de obra gerencial muito acentuada”, diz Adriana Colloca, superintenden- te da Abrasce. “O setor hoje cap- ta muitos profissionais da in- dústria financeira, do varejo, da hotelaria, e até da indústria far- macêutica. Há uma demanda forte por especialização na área de shopping center”, afirma. Realizado em parceria com o Insper, o programa de pós gra- duação foi iniciado em 2009 e está na quarta turma, com 110 participantes. “O objetivo do programa é dar uma visão de negócios para os executivos, fo- cada na gestão de shoppings centers, além de permitir um contato maior dos participantes entre eles, levando-os a refletir sobre diferentes realidades”, diz Ana Paula Cardoso, coordenado- ra da área de Educação Executi- va do Insper. “São profissionais que querem ampliar seus conhe- cimentos em busca de novos cargos, porque as possibilidades de crescimento profissional são grandes”, afirma. Dentro da mesma parceria, Abrasce e Insper realizam seminá- rios com executivos do setor, dis- cutindo problemas e tendências. “Temosdisciplinasquevãodaaná- lisedecenárioeconômico,buscan- do saber como se encaixa o setor deshopping,oquesepodeesperar desse mercado, até disciplinas co- mo estratégias e excelências em serviços”,dizAnaPaula. Um novo curso que está volta- do para o Direito aplicado para o shopping center e intitulado “Aspectos Jurídicos em Shop- ping Center” começa no próxi- mo semestre. O programa, orga- nizado pelas duas instituições, tem duração de cinco dias, carga de 40 horas, e o propósito é ana- lisar os aspectos jurídicos envol- vendo shopping center. “O mercado de shopping ain- da pode ser considerado novo e, por isso, não há profissionais su- ficientes para atuar nesse am- biente de negócio”, diz a coorde- nadora do Insper. “Há vários gaps que precisam ser preenchi- dos, que vão desde gestão de operação até aspectos jurídicos”, diz Ana Paula. São conhecimen- tos às vezes complicados para quem não é advogado, mas ne- cessários para quem trabalha em shopping”, afirma. Os profissionais que interessa- dos nesses cursos têm, em geral, dois perfis diferentes. Alguns são executivos que já atuam na área de shoppings e querem se espe- cializar. Outros são procedentes de outros setores de atividade, muitos sem formação em admi- nistração, nem com bagagem de gestão de negócios. Segundo o Insper, um profissional muito procurado é o superintendente de shopping. “Com o curso, aca- bam ganhando uma bagagem maior para conseguir alcançar novoscargos.Àsvezeséumapes- soa que está em início de carreira dentro do shopping e deseja crescimento e aprofundamento nesse setor”, diz Ana Paula. Os alunos de pós-graduação, principalmente, vêm de diversas regiões do país, sobretudo do Norte e Nordeste, onde os shop- pings estão em grande expan- são. “A estrutura do curso foi pensada para atender esses pro- fissionais, com aulas em dias concentrados uma vez por mês, somando 360 horas”, diz a coor- denadora do Insper. A Abrasce também tem cursos em parceria com a International Council of Shopping Centers (ICSC). Um deles é o de Gestão de Shopping Center, que tem a duração de uma semana e é feito já há seis anos. O curso, que tem entre 50 e 60 alunos por sala, é realizado em dois níveis e terá um terceiro, mais avançado, já no próximo ano. “O objetivo do programa é preparar gestores que venham de outras áreas e es- tão se preparando para traba- lhar na área de shopping. Os professores são profissionais da indústria de shoppings”, diz a superintendente da Abrasce. Em outra parceria com a ICSC, a Abrasce promove, a cada 2 anos, o Congresso Internacional de Shopping Centers e a Confe- rência das Américas. Maior evento do setor na América Lati- na, o Congresso é realizado si- multaneamente à ExpoShop- ping. Em dois dias de formação, o Congresso apresenta palestras e debates com especialistas do Brasil e do exterior. Tendências do mercado, gestão, economia, comunicação, comportamento, marketing e branding são al- guns dos temas abordados. de shopping center. A Abrasce também realiza cursos sobre marketing em par- ceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O principal programa, que tem 40 horas e toma uma semana, acontece uma vez por ano e está na quinta turma. “O curso, que já formou 250 alunos, aprofunda temas como pesquisa de mercado, planejamento es- tratégico, comunicação. Todos os professores têm experiência no mercado de shopping”, diz Ricardo Pastore, Coordenador do Núcleo de Estudos e Negó- cios de varejo da ESPM. O perfil do aluno desse curso é o de gerente de marketing, su- perintendentes de shoppings e, em menor número, coordena- dores de marketing. “São profis- sionais que já atuam na área e buscam uma qualificação me- lhor”, afirma Pastore. Os temas do curso estão indo além do marketing de varejo, incluindo gestão de crise e neuro ciência. Ainda dentro das ações de sua área de educação, a Abrasce rea- liza entre 8 a 10 eventos anuais por todo o país, abordando te- mas de interesse dos profissio- nais do setor. A associação tam- bém promove viagens ao exte- rior levando superintendentes para conhecer cerca de dez shoppings nos Estados Unidos, com o propósito de conhecer novas boas práticas. Para os shoppings que estão ocupando espaços no interior e em regiões fora do eixo São Pau- lo-Rio, o desafio de encontrar mão de obra especializada é maior ainda. “Em São Paulo é bem mais fácil recrutar um exe- cutivo com o perfil adequado, porque estão sempre se especia- lizando, e são mais ambiciosos. Já no interior há muita dificul- dade”, diz Simone Fante, gerente de RH da Lumine, empresa espe- cializada em planejamento e co- mercialização de shoppings. “A maioria dos shoppings adminis- trados pela Lumine estão no in- terior de São Paulo onde há uma maior escassez de mão de obra especializada”, afirma. Para compensar essa deficiên- cia, a Lumine promove palestras e treinamentos para os profis- sionais do seus próprios shop- pings. “Acabamos contratando pessoas que têm perfis inovado- res, que pensam diferente, às ve- zes profissionais de outros seg- mentos. São profissionais que demoram mais para aprender sobre o negócio, mas por outro lado trazem outras sugestões, o que é importante também para quem já está dentro do negó- cio”, diz Simone. Lojistas inovam para formar linha de frente no balcão De São Paulo Por trás do exuberante cresci- mento das vendas nos shoppings centers, há um verdadeiro arsenal de táticas para treinar equipes e atrair profissionais que formam a linha de frente dos balcões. Ma- quiagem, cor do esmalte, pentea- do e, sobretudo, postura diante do cliente. Nada disso escapa mais ao crivo das chefias. Algumas lojas se valem de técnicas de teatro para tornarovendedormaiscomunica- tivo. Uma franquia criou seu pró- prio “centro de capacitação e trei- namento profissional”, com espa- ço próprio para hospedar e treinar colaboradoresdetodoopaís. Todas essas ações fazem parte de um esforço para responder a uma queixa comum: a escassez de pessoas dispostas a trabalhar como vendedores e gerentes. “Os cargos mais difíceis de serem preenchidos são aqueles que exi- gem contato direto com o clien- te, que são os vendedores e ge- rentes”, explica Luis Augusto Il- defonso, diretor de Relações Ins- titucional da Associação Brasilei- ra dos Lojistas de Shoppings (Alshop). O faturamento desse setor em 2012 alcançou R$ 119,5 bilhões e a estimativa para este ano é crescer mais 12%. Até 2010, e nos cinco anos an- teriores, a Alshop ministrou cur- sos de capacitação que treinou e habilitou 150 mil colaborado- res. De lá para cá, os empresários passaram a se agir por conta própria para treinar suas equi- pes, buscando novas técnicas com foco, sobretudo, na quali- dade do atendimento. Com a proximidade da Copa 2014 e Olimpíadas 2016, a entidade de- cidiu retomar o processo de trei- namento só que, desta vez, mais ampliado. A capacitação, que no passado se restringia a funcio- nários de São Paulo e redonde- zas e com presença obrigatória, agora será um mix entre aulas presenciais e à distância, atin- gindo um público pelo menos cinco vezes maior. O novo siste- ma de capacitação terá início em janeiro de 2014 e atenderá do Rio Grande do Sul ao Amazonas. “Estamos retomando esse pro- jeto e elaborando todo um siste- ma de treinamento em parceria com empresas especializadas. O novo formato de curso abrange- ráváriostemasparaqueaequipe de frente de lojas possa partici- par e melhorar sua capacitação”, explica Ildefonso. Segundo o di- retor, salvo algumas exceções, é comum as lojas colocarem à frente do treinamento um ven- dedor ou vendedora considera- dos como modelo para os de- mais.“Esserecursoéumapseudo capacitação. Pois, normalmente, a melhor vendedora da loja tam- bém traz vícios que não foram corrigidos e são perpetuados e passados adiante. Os eventos es- portivosestãoaíe,seosempresá- rios tiverem agilidade de treina- mento, capacitação lógica, efeti- va e produtiva, seguramente te- rão uma evolução de vendas na- tural e tranquila”, resume. Rogério Gama, diretor de de- senvolvimento da MegaMatte, franquia do setor de alimentação, defendeque,emboraotreinamen- todaequipepossaterumcustoal- to, o preço de não treinar é sempre muito maior. Por conta disso, o di- retormontouumcentrodetreina- mentoquefuncionaotempotodo. “Desenvolvemos um treinamento com técnicas de teatro para poder despertar em nossos atendentes e caixas uma atitude mais comuni- cativa e interativa com o cliente. DentrodoProgramadeExcelência em Atendimento também são ofe- recidos treinamentos ao longo do ano, com destaque para o de alta performance”, diz. Desafios como lidar com objeções e situações ad- versas no atendimento também fazem parte da lista de temas de- senvolvidos dentro do programa decapacitaçãodaMegaMatte. “O programa oferece também curso de gestão voltado para ge- rente e franqueado, mas a gran- de questão tem sido a escassez de mãodeobra”,diz.Deacordocom o executivo, os cargos mais difí- ceis de serem preenchidos são de balconista a caixa. “Há uma com- petição acirrada no mercado por esse tipo de mão de obra, por conta do bom momento econô- mico do país. O caminho que a MegaMatte adotaéodapremiação,gratifica- ção e salário variável de acordo com o desempenho do funcioná- rio. Isso acaba proporcionando um nível de retenção bom”, afir- ma o diretor. A empresa conta hoje com 103 lojas franqueadas nopaís,commaiorconcentração no eixo Rio São Paulo. Como muitos outros lojistas, a rede de lavanderia 5àsec atraves- sa um ótimo momento, mas se queixa da falta de mão de obra. “As dificuldades são muito pare- cidas com as de outros setores da economia, que também sen- tem a falta de mão de obra qua- lificada. Por mais que pareça que lavar e passar roupas sejam tare- fas fáceis, encontramos muita dificuldade para contratar pro- fissionais nessas funções”, la- menta Sérgio de Souza Carvalho Júnior, diretor de marketing da rede 5àsec. “Nossa grande ques- tão é preencher o cargo de pas- sadeira”, completa. A franqueadora francesa op- tou por montar um treinamento presencial denominado Centro de Capacitação e Treinamento Profissional, no bairro do Ipiran- ga, em São Paulo. “São várias sa- las de aula equipadas com má- quinas, onde nossos colaborado- res aprendem a lavar e passar. Te- mos ainda um auditório para pa- lestras, com um pequeno hotel e refeitório. Nossos profissionais ficam entre três e quatro dias nesse treinamento e se hospe- dam aqui. Recebemos colabora- dores de todo Brasil”, diz. Por lá já passaram, segundo Carvalho Júnior, mais de três mil pessoas desde a chegada da com- panhia no Brasil, 18 anos atrás.” Hoje temos 400 lojas em todo o país, 33 delas dentro de shop- pings. Para 2013 abriremos mais 40 lojas, e a meta é atingir 500 no próximo ano , 50 delas dentro dos shoppings”, afirma. A primeira lição que as vende- doras contratadas pelas Lojas Va- lisère recebem são aulas de boa apresentação: como se vestir, se pentear, maquiar e usar esmaltes adequados.AValisèreéumarede de lojas que atua no ramo de mo- da íntima. Em um segundo mo- mento,asaulassãodadasporum estilista da empresa, que detalha todo processo de produção das peças, da matéria-prima até a confecção do produto final. “É importante que o vendedor entenda em detalhes o processo de produção da moda íntima pa- ra poder informar sobre a quali- dade e até mesmo justificar o preçodoproduto”,informaCarla Pontes, supervisora e gerente das Lojas Valisère. A rotina dessas vendedoras é um pouco diferen- te das demais. Todos os dias, an- tes de iniciar as vendas, há uma reciclagem de informações. “É umapreparaçãodiária,ummini- treinamento para saber quais pe- ças foram mudadas na vitrine de um dia para o outro, os produtos que estão em promoção e quais as novidades que acabaram de chegar da confecção”, diz Carla. “Sódepoiséqueseiniciaoconta- to com os clientes.” Duas vezes por ano, a Valisère faz um treinamento mais apro- fundado. “As vendedoras apren- dem técnicas de como abordar o cliente quando entra na loja, co- mo sondar para saber o que está procurando, se é um presente ou não,enfim,aprendemaconduzir melhor a venda”, diz a superviso- ra. Outro foco importante do treinamento é saber como con- tornar a objeção. “O cliente gosta doproduto,masachacaro.Então a vendedora tem de ter na ponta da língua as características, van- tagens e benefícios para justifi- caropreçoeconvencerocliente”, explica. Com 29 lojas das quais 24 ins- taladas em shoppings, a Valisère não sabe mais o que fazer para preencher o quadro de vendedo- ras. “Todos os cargos estão difí- ceis de serem ocupados. Agora mesmo selecionei 15 currículos e apenas quatro pessoas compare- ceramnaentrevista.Háunscinco anos era possível escolher vende- doras. Hoje estamos correndo atrás e não achamos”, reclama Carla, que tem duas vagas aber- tas que precisam ser preenchidas com urgência. “Já anunciei até em redes sociais. Agora estou até pensando em roubar colabora- doras de outras lojas”, brinca. Os lojistas também contam com o banco de currículos da adminis- tradora de cada shopping. “Mas também lá não encontramos na- da”, afirma. (RC) LUISUSHIROBIRA/VALOR Ildefonso, da Alshop: “Cargos mais difíceis de serem preenchidos são os que exigem contato direto com o cliente”
  • 4. Jornal Valor --- Página 22 da edição "27/06/2013 1a CAD F" ---- Impressa por lmmorresi às 26/06/2013@17:24:38 F22 | Valor | Quinta-feira, 27 de junho de 2013 Enxerto Jornal Valor Econômico - CAD F - ESPECIAIS - 27/6/2013 (17:24) - Página 22- Cor: BLACKCYANMAGENTAYELLOW Especial|Shoppingcenters Diversificação Centros de vizinhança, mais comuns nos Estados Unidos, podem ser replicados no Brasil Consumidorpreferelojaspertodecasa Guilherme Meirelles Para o Valor, de São Paulo Ainda pouco adotado no Bra- sil,omodelodeshoppingdevizi- nhança tem boas perspectivas de ser replicado nas principais me- trópoles nos próximos anos. O conceito é simples e depende maisdadisponibilidadedeterre- nosdoquedadisposiçãodelojis- tas — são cerca de 10 a 20 lojas, predominantemente de serviços e necessidades básicas do consu- midor, dispostas em área aberta e com estacionamento fácil. “Com a crescente piora das con- dições de tráfego, o consumidor urbano busca alternativas que estejampróximasdesuaresidên- cia. É um modelo muito comum nos Estados Unidos”, afirma Eduardo Terra, vice-presidente do Ibevar (Instituto de Brasileiro de Executivos de Varejo e Merca- do de Consumo). De acordo com dados do ICSC (International Council of Shop- ping Centers), dos cerca de 50 mil shoppings existentes nos EUA, 40 mil são considerados de vizinhança. Muitos são ancora- dos por redes de fast food, como McDonald’s e Burger King, e pos- tos de combustível. “Mas há que considerar que o crescimento das cidades americanas, com ex- ceção de Nova Iorque, se deu de forma horizontal rumo aos su- búrbios enquanto as metrópoles brasileiras optaram pela vertica- lização, o que reduziu a oferta de terrenos em áreas de forte poten- cial de consumo”, observa Terra. Do ponto de vista financeiro, a instalação de um ponto comer- cialémaisvantajosaemrelaçãoa um shopping tradicional devido ao menor custo com condomí- nio e mais flexibilidade na nego- ciação com o empreendedor. Na primeira quinzena de ju- nho, o Grupo de Pão de Açúcar (GPA) inaugurou a sua primeira experiência neste segmento. O ponto marcou o lançamento da marca Conviva, que será usada pelo GPA em dois próximos lan- çamentos (não revelados) no se- gundo semestre. O espaço Con- viva Américas fica situado na avenida das Américas, na Barra da Tijuca (RJ), a cerca de 1,5 km do Barra Shopping. O ponto foi instalado em uma área onde havia um hipermerca- do desativado há três anos. É re- sultado de um investimento de R$ 40 milhões e conta com Área Bruta Locável (ABL) de 12.540 m² em dois pavimentos, dimen- são maior que a média dos shop- pings de vizinhança brasileiros. Segundo Alexandre Vasconcelos, presidente do GPA Malls & Pro- perties, o empreendimento foi frutodedoisdistintosvetores.“O nosso controlador Casino opera modelos similares na França, Co- lômbiaeTailândiaepediuumes- tudo nesse sentido. Ao mesmo tempo, fizemos uma pesquisa com consumidoras para avaliar qual seria o modelo ideal na transição entre as lojas nas gale- rias dos hipemercados para uma configuração de malls. Os resul- tados indicaram a viabilidade do empreendimento”, afirma. Vasconcelos conta que as con- sumidoras revelaram uma prefe- rência por locais que estivessem nas proximidades e onde pudes- sem ir informalmente. Apesar da região da Barra ter grande oferta de centros comerciais, muitas ve- zes o morador é obrigado a usar o seu veículo, o que demanda ca- da vez mais tempo em razão das condições ruins de tráfego na re- gião. “Com relação ao aspecto vi- sual e comodidade, o prédio pos- sui uma ampla varanda, o que o torna um espaço de convivência, principalmente em um bairro onde não há esquinas”, diz. O espaço é ancorado por uma loja do Pão de Açúcar e mais qua- tro redes, duas delas debutando no mercado fluminense (casos das paulistas Alô Bebê e Pet Shop Marginal), Centauro e SmartFit, em um total de 40 lojas. O esta- cionamento tem capacidade pa- ra 660 vagas, em razão da região ser bem verticalizada e contar com um público de alto poder aquistivo. O Conviva Américas conta também com salão de eventos, que será aproveitado para promover a integração dos frequentadoresematividadessa- zonais ou temáticas. Os próxi- mos empreendimentos, diz Vas- concelos, serão montados em áreas menores e, pelo um deles, levará a bandeira Extra. “O fun- damental é se adequar ao perfil do público”, afirma. Para Luiz Alberto Marinho, professor de Varejo da ESPM e só- cio da consultoria GS&BW, o seg- mento de shoppings de vizi- nhançaétambémumaboaopor- tunidade para empresas não ne- cessariamente ligadas ao varejo. Ele cita o caso de bancos que pro- moveram operações de fusões e aquisições nos últimos anos e que dentro do processo de rees- truturação desativaram determi- nadas agências, que hoje encon- tram-se inativas. Segundo Mari- nho, o setor de shoppings está muito concentrado nos modelos tradicionais — cerca de 87%, se- gundo a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) — e há espaço para quem apostar na diversificação. “O momento é propício, principalmente com o aumento do poder de consumo daclassemédia”,afirmaoprofes- sor da ESPM. Curtas Loja verde A loja do Pão de Açúcar São Camilo, localizada em Cotia (SP), acaba de conquistar o certifica- do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) co- mo resultado das iniciativas da GPA Malls & Properties para a adoção de diferenciais de susten- tabilidade em sua implantação. Responsável pela gestão dos ati- vos imobiliários do Grupo Pão de Açúcar, a GPA M&P vem se consolidando no segmento de construções ecoeficientes ao ga- rantir certificação à terceira loja da bandeira. Campeões de venda Osegmentodeartigosparao lar—entreeleseletrodomésticos, móveiseroupasdecama,mesae banho—tiveramdestaquedeven- dasnosshoppingcentersbrasilei- rosemabril,comaltade23,28% emrelaçãoaigualperíodode 2012.Éoquemostrapesquisada TNSResearchInternacional,sob encomendadaAssociaçãoBrasi- leiradeShoppingCenters.