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Teatro na Grécia Antiga
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.




O Teatro de Dionísio em reconstituição do século XIX.

O teatro na Grécia antiga teve suas origens ligadas a
Dionísio, divindade da vegetação, da fertilidade e do
vinho,   cujos      rituais   tinham     um    caráter        orgiástico.
Durante as celebrações em honra ao deus, em meio a
procissões e com o auxílio de fantasias e máscaras,
eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais
tarde    evoluíram      para     a   forma       de   representação
plenamente cênica como a que hoje conhecemos através
de peças consagradas.

Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C.,
sendo    cultivado     em     especial    em   Atenas,        que    neste
período também conheceu seu esplendor, mas espalhou-
se por toda a área de influência grega, desde a Ásia
Menor até a Magna Grécia e o norte da África. Sua
tradição      foi   depois    herdada    pelos    romanos,          que   a
levaram até as suas mais distantes províncias, e é uma
referência fundamental na cultura do ocidente até os
dias de hoje.

              Evolução e características
Com o passar do tempo, as procissões dionisíacas foram
ficando mais elaboradas, e surgiram os "diretores de
coro",   os    organizadores     das     procissões,     já    que    elas
podiam reunir nas cidades até vinte mil pessoas. O
primeiro   diretor       de       coro       e    dramaturgo         foi   Téspis,
convidado pelo tirano Pisístrato para dirigir a procissão
de Atenas e vencedor do primeiro concurso dramático
registrado. Téspis parece ter sido um elo importante na
evolução final do ditirambo cantado em direção ao texto
recitado e dialogado, criando a figura do "respondedor
ao coro" (hypócrites) e a do personagem individualizado,
o ator, em contraste ao coro, anônimo e coletivo. Com
estas inovações, é considerado o pai da tragédia, mas
possivelmente não tenha sido de fato o primeiro a usar
diálogos. Sólon parece ter escrito poemas com esta
característica,     e       os   rapsodos         que     recitavam        Homero
também     faziam       uso       da    prosa         dialogada.[1]        Também
parece ter introduzido um segundo personagem, além do
protagonista, representando dois papéis na mesma peça
através do uso de uma máscara com uma face na frente
e outra na nuca. As máscaras tinham uma outra função,
eminentemente prática, por possibilitarem às pessoas
acompanhar     a        ação         cénica       pelas       expressões      que
mostravam,    quando             a     voz       do    ator    não    conseguia
alcançar toda a plateia.

Outros   autores     que         se    destacaram          nesta     época    são
Choerilus, Pratinas e Phrynichus, cada qual introduzindo
mudanças      no        estilo          da       representação.            Destes,
Phrynichus    é         o        mais        conhecido,         vencedor       de
competições e autor de tragédias com temas explorados
mais tarde na era dourada do teatro grego, como As
Danaides, As Mulheres da Fenícia e Alceste, sendo o
primeiro a introduzir personagens femininos. Foi ainda o
primeiro a abordar um tema contemporâneo com a peça
A Queda de Mileto, produzida em 493 a.C. e que arrancou
lágrimas da plateia pelo choque que a conquista da
cidade pelos persas provocara na sociedade ateniense.
Mas ao contrário do que se poderia esperar, Heródoto
conta que em vez de ser considerada um sucesso por
sua eficiência dramática, a peça acarretou ao autor uma
multa de mil dracmas por ter trazido à memória dos
cidadãos uma calamidade tão infausta, que os havia
abalado tão profundamente, e a peça foi proscrita para
sempre.

O coro era composto pelos narradores da história que,
através de representação, canções e danças, relatavam
as façanhas do personagem. Era o intermediário entre o
ator e a plateia, e trazia os pensamentos e sentimentos
à tona, além de pronunciar também a conclusão da peça.
Também podia haver o corifeu, que era um representante
do coro que se comunicava com a plateia.

Os    atores     do   teatro     grego    eram       todos    homens,       e
interpretavam          vários      papéis      durante        o     mesmo
espectáculo.      Na     tragédia    existiam        três    atores    e   na
comédia quatro. Os atores utilizavam máscaras e fatos
que    poderiam       ser    pesados.     Na    tragédia       os     atores
utilizavam uma túnica até aos pés, chamado quíton, e o
coturno;    na    comédia        usavam-se      roupas       próximas      às
utilizadas pelos cidadãos e calçavam-se sandálias.




                O apogeu do teatro grego
Depois     da    queda      de   Atenas   e    sua    destruição      pelos
persas em 481 a.C. a cidade foi reconstruída, e o teatro
passou a desempenhar um papel ainda mais importante
na cultura e no orgulho cívico locais. Com a evolução da
forma       e       a     introdução        de      enredos         fictícios         ou
contemporâneos                se         estabilizaram         dois        gêneros
principais,         já    plenamente         cênicos:      a    tragédia          e    a
comédia. Nas Grandes Dionísias três poetas concorriam,
cada um com três tragédias e um drama satírico. Para
além    disso,           apresentavam-se          cinco    comédias           e       20
ditirambos.

As novidades desta fase são a introdução de um segundo
ator,   o       deuteragonista,            por    Ésquilo,      e    depois           um
terceiro,       o       tritagonista,       por     Sófocles.       O      coro       se
formalizou e fixou com cerca de 4 a 8 pessoas, vestidas
de negro, e o acompanhamento musical desenvolveu os
primeiros sinais de cromatismo e polifonia na história da
música do ocidente. Crátinos, por sua vez, foi o primeiro
a levar a comédia a um alto nível de dignidade literária.

                                Helenismo
Com a derrota de Atenas na Guerra do Peloponeso sua
influência declinou, a produção teatral decaiu e peças
antigas         voltaram       aos        palcos.     Embora         a     tradição
parecesse ter perdido vitalidade, o teatro continuou a
ser cultivado até o período helenístico, quando o gênero
de preferência passou da tragédia para a comédia, ora
transformada             em   uma        farsa    cômica       sobre       assuntos
prosaicos, com destaque para o gênero do mime. O único
autor importante do período é Menandro, e a Comédia
Nova,     como           passou      a     ser    chamada,          teve    grande
influência na comédia romana de Plauto e Terêncio.




Os gêneros
Tragédia
A   tragédia   é   o   gênero   mais    antigo,    tendo   surgido
provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da
tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos
heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam
sobre assuntos da época (um exemplo de passada que
abordava   temas       contemporâneos        foi   Os   Persas   de
Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um
herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris).

                          Comédia
A comédia passou a integrar as Grandes Dionísias em
488 a.C., tendo tido portanto um reconhecimento meio
século depois da tragédia. No ano de 440 a.C. a comédia
foi também introduzida nas Leneias, outro festival em
honra Dioniso no inverno. Na comédia o coro assumia
uma importância maior que na tragédia e verificava-se
uma maior interactividade com o público, já que os
actores dialogavam com este.

Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de
Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se
caracterizam       pela   crítica      aos    governantes        (Os
Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As
Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais
criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado
Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido.

A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de
Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C.. Teve em
Menandro um de seus representantes. A política já não
era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que
giravam     em     torno    de   identidades     falsas,       intrigas
familiares e amorosos

                             Autores
Embora sejam registrados muitos autores especialmente
na época áurea do teatro grego, somente de quatro nos
chegaram      peças     integrais,     todos    eles     de    Atenas:
Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia, e Aristófanes
na comédia. Suas criações, e mais referências de fontes
secundárias      como      Aristóteles,   são    a     base    para    o
conhecimento do teatro da Grécia Antiga.

Ésquilo (525 a 456 a.C.. aproximadamente)

Principal texto: Prometeu acorrentado.

Tema   principal     que    tratava:   contava       fatos    sobre   os
deuses e os mitos.

Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente)

Principal texto: Édipo Rei.

Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.

Eurípides (484 a 406 a.C.aproximadamente)

Principal texto: As troianas

Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos
(pai do drama ocidental)

Aristófanes      (445 a.C.? – 386 a.C.)         Dramaturgo       grego
considerado o maior representante da comédia grega
clássica.

                           Os teatros
Um teatro grego típico com a designação de suas várias
partes.

Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a
partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as
primeiras representações teatrais seriam realizadas em
locais públicos como a ágora de Atenas.

Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das
encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica.
Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a
partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em
pedra.

Para   além     a    plateia         distinguiam-se      várias     áreas   no
teatro. A orquestra era a área circular em terra batida
ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas,
onde o coro realizava a sua interpretação. Julga-se que
a   orquestra       teria       de   início    uma    forma    quadrangular,
como no Teatro de Tóricos. No centro da orquestra
ficava a thymele, um altar em honra a Dionísio, que
servia não só para oferecer sacrifícios, mas também
como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as
entradas para o coro, os parodoi.

Detrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura
cuja função inicial foi servir como local onde os actores
trocavam      de      roupa,         mas       que    passou       também    a
representar a fachada de um palácio ou de um templo.
Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores
representavam os papéis, se bem que estes também se
deslocassem até à orquestra.

Dos    teatros       da         Antiga     Grécia      alguns      dos   mais
importantes      são        o    Teatro       de   Epidauro,   o   Teatro   de
Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o
Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de
Dionísio.

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Teatro Grécia Antiga

  • 1. Teatro na Grécia Antiga Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Teatro de Dionísio em reconstituição do século XIX. O teatro na Grécia antiga teve suas origens ligadas a Dionísio, divindade da vegetação, da fertilidade e do vinho, cujos rituais tinham um caráter orgiástico. Durante as celebrações em honra ao deus, em meio a procissões e com o auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênica como a que hoje conhecemos através de peças consagradas. Seu florescimento ocorreu entre 550 a.C. e 220 a.C., sendo cultivado em especial em Atenas, que neste período também conheceu seu esplendor, mas espalhou- se por toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna Grécia e o norte da África. Sua tradição foi depois herdada pelos romanos, que a levaram até as suas mais distantes províncias, e é uma referência fundamental na cultura do ocidente até os dias de hoje. Evolução e características Com o passar do tempo, as procissões dionisíacas foram ficando mais elaboradas, e surgiram os "diretores de coro", os organizadores das procissões, já que elas
  • 2. podiam reunir nas cidades até vinte mil pessoas. O primeiro diretor de coro e dramaturgo foi Téspis, convidado pelo tirano Pisístrato para dirigir a procissão de Atenas e vencedor do primeiro concurso dramático registrado. Téspis parece ter sido um elo importante na evolução final do ditirambo cantado em direção ao texto recitado e dialogado, criando a figura do "respondedor ao coro" (hypócrites) e a do personagem individualizado, o ator, em contraste ao coro, anônimo e coletivo. Com estas inovações, é considerado o pai da tragédia, mas possivelmente não tenha sido de fato o primeiro a usar diálogos. Sólon parece ter escrito poemas com esta característica, e os rapsodos que recitavam Homero também faziam uso da prosa dialogada.[1] Também parece ter introduzido um segundo personagem, além do protagonista, representando dois papéis na mesma peça através do uso de uma máscara com uma face na frente e outra na nuca. As máscaras tinham uma outra função, eminentemente prática, por possibilitarem às pessoas acompanhar a ação cénica pelas expressões que mostravam, quando a voz do ator não conseguia alcançar toda a plateia. Outros autores que se destacaram nesta época são Choerilus, Pratinas e Phrynichus, cada qual introduzindo mudanças no estilo da representação. Destes, Phrynichus é o mais conhecido, vencedor de competições e autor de tragédias com temas explorados mais tarde na era dourada do teatro grego, como As Danaides, As Mulheres da Fenícia e Alceste, sendo o primeiro a introduzir personagens femininos. Foi ainda o primeiro a abordar um tema contemporâneo com a peça A Queda de Mileto, produzida em 493 a.C. e que arrancou
  • 3. lágrimas da plateia pelo choque que a conquista da cidade pelos persas provocara na sociedade ateniense. Mas ao contrário do que se poderia esperar, Heródoto conta que em vez de ser considerada um sucesso por sua eficiência dramática, a peça acarretou ao autor uma multa de mil dracmas por ter trazido à memória dos cidadãos uma calamidade tão infausta, que os havia abalado tão profundamente, e a peça foi proscrita para sempre. O coro era composto pelos narradores da história que, através de representação, canções e danças, relatavam as façanhas do personagem. Era o intermediário entre o ator e a plateia, e trazia os pensamentos e sentimentos à tona, além de pronunciar também a conclusão da peça. Também podia haver o corifeu, que era um representante do coro que se comunicava com a plateia. Os atores do teatro grego eram todos homens, e interpretavam vários papéis durante o mesmo espectáculo. Na tragédia existiam três atores e na comédia quatro. Os atores utilizavam máscaras e fatos que poderiam ser pesados. Na tragédia os atores utilizavam uma túnica até aos pés, chamado quíton, e o coturno; na comédia usavam-se roupas próximas às utilizadas pelos cidadãos e calçavam-se sandálias. O apogeu do teatro grego Depois da queda de Atenas e sua destruição pelos persas em 481 a.C. a cidade foi reconstruída, e o teatro passou a desempenhar um papel ainda mais importante na cultura e no orgulho cívico locais. Com a evolução da
  • 4. forma e a introdução de enredos fictícios ou contemporâneos se estabilizaram dois gêneros principais, já plenamente cênicos: a tragédia e a comédia. Nas Grandes Dionísias três poetas concorriam, cada um com três tragédias e um drama satírico. Para além disso, apresentavam-se cinco comédias e 20 ditirambos. As novidades desta fase são a introdução de um segundo ator, o deuteragonista, por Ésquilo, e depois um terceiro, o tritagonista, por Sófocles. O coro se formalizou e fixou com cerca de 4 a 8 pessoas, vestidas de negro, e o acompanhamento musical desenvolveu os primeiros sinais de cromatismo e polifonia na história da música do ocidente. Crátinos, por sua vez, foi o primeiro a levar a comédia a um alto nível de dignidade literária. Helenismo Com a derrota de Atenas na Guerra do Peloponeso sua influência declinou, a produção teatral decaiu e peças antigas voltaram aos palcos. Embora a tradição parecesse ter perdido vitalidade, o teatro continuou a ser cultivado até o período helenístico, quando o gênero de preferência passou da tragédia para a comédia, ora transformada em uma farsa cômica sobre assuntos prosaicos, com destaque para o gênero do mime. O único autor importante do período é Menandro, e a Comédia Nova, como passou a ser chamada, teve grande influência na comédia romana de Plauto e Terêncio. Os gêneros
  • 5. Tragédia A tragédia é o gênero mais antigo, tendo surgido provavelmente em meados do século VI a.C. Os temas da tragédia eram oriundos da religião ou das sagas dos heróis, sendo raras as tragédias que se debruçavam sobre assuntos da época (um exemplo de passada que abordava temas contemporâneos foi Os Persas de Ésquilo). A maioria das tragédias retrata a queda de um herói, muitas vezes atribuída à sua arrogância (hybris). Comédia A comédia passou a integrar as Grandes Dionísias em 488 a.C., tendo tido portanto um reconhecimento meio século depois da tragédia. No ano de 440 a.C. a comédia foi também introduzida nas Leneias, outro festival em honra Dioniso no inverno. Na comédia o coro assumia uma importância maior que na tragédia e verificava-se uma maior interactividade com o público, já que os actores dialogavam com este. Da Comédia Antiga apenas sobreviveram os trabalhos de Aristófanes, que se inspiram na vida de Atenas e que se caracterizam pela crítica aos governantes (Os Cavaleiros, Os Acarnenses), à educação dos sofistas (As Nuvens) e à guerra (Lisístrata). Um dos políticos mais criticados por Aristófanes foi Cléon, que teria levado Aristófanes aos tribunais por se sentir ofendido. A Comédia Nova desenvolveu-se a partir da morte de Alexandre Magno em 323 a.C. até 260 a.C.. Teve em Menandro um de seus representantes. A política já não
  • 6. era um dos temas explorados, preferindo-se enredos que giravam em torno de identidades falsas, intrigas familiares e amorosos Autores Embora sejam registrados muitos autores especialmente na época áurea do teatro grego, somente de quatro nos chegaram peças integrais, todos eles de Atenas: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes na tragédia, e Aristófanes na comédia. Suas criações, e mais referências de fontes secundárias como Aristóteles, são a base para o conhecimento do teatro da Grécia Antiga. Ésquilo (525 a 456 a.C.. aproximadamente) Principal texto: Prometeu acorrentado. Tema principal que tratava: contava fatos sobre os deuses e os mitos. Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente) Principal texto: Édipo Rei. Tema principal que tratava: as grandes figuras reais. Eurípides (484 a 406 a.C.aproximadamente) Principal texto: As troianas Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos (pai do drama ocidental) Aristófanes (445 a.C.? – 386 a.C.) Dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia grega clássica. Os teatros
  • 7. Um teatro grego típico com a designação de suas várias partes. Os teatros (de theatron, "local onde se vê") surgiram a partir do século VI a.C.. Julga-se que antes disso as primeiras representações teatrais seriam realizadas em locais públicos como a ágora de Atenas. Os teatros situavam-se ao ar livre, nos declives das encostas, locais que proporcionavam uma boa acústica. Inicialmente os bancos eram feitos de madeira, mas a partir do século IV a.C. passaram a ser construídos em pedra. Para além a plateia distinguiam-se várias áreas no teatro. A orquestra era a área circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas, onde o coro realizava a sua interpretação. Julga-se que a orquestra teria de início uma forma quadrangular, como no Teatro de Tóricos. No centro da orquestra ficava a thymele, um altar em honra a Dionísio, que servia não só para oferecer sacrifícios, mas também como adereço. Em cada lado da orquestra existiam as entradas para o coro, os parodoi. Detrás da orquestra estava a skenê, o cenário, estrutura cuja função inicial foi servir como local onde os actores trocavam de roupa, mas que passou também a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Frente à skenê estava o proscenium, onde os actores representavam os papéis, se bem que estes também se deslocassem até à orquestra. Dos teatros da Antiga Grécia alguns dos mais importantes são o Teatro de Epidauro, o Teatro de
  • 8. Dodona, o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa e o Teatro de Dionísio.