SlideShare une entreprise Scribd logo
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Télécharger pour lire hors ligne
pág. 3 - 5
Entrevista com: Florência Costa
pág. 5
Enquete!
pág. 6 - 8
Matéria da Capa: Grandes Filmes para 2013
pág. 8 - 9
O Casamento Indiano
pág. 10 - 12
Entretenimento:
Os Deuses de Bollywood
pág. 13 - 14
Notícias do Mês
pág. 14 - 15
Crítica: Talaash
pág. 16 - 17
Agenda de Estreias
Bollywood Brasil
Expediente:
Editor-chefe: André Ricardo
Redação: André Ricardo, Claudia Rabelo Lopes, Feliz Luz, Fernanda Beltrand, Juily Manghirmalani, Rosely
Toledo e Tiago Ursulino
Edição e revisão: Tiago Ursulino
Diagramação: Aline Moreira, Dayna Disha Malani, Juily Manghirmalani e Welber Conceição
Publicidade: Themis Nascimento
Divulgação: Shadia Fernanda
Contato:
Redação: jornalismo@bollywoodbrasil.com.br
Divulgação: divulgacao@bollywoodbrasil.com.br
Anúncios/patrocínio: comercial@bollywoodbrasil.com.br
Caros amigos e leitores da Bollywood Brasil,
Primeiramente gostaríamos de agradecer a todos pelo apoio e manifestações de carinho.
Nossa revista alcançou quase duas mil visualizações em menos de 24 horas! Isso só aumen-
tou nossa responsabilidade de trazer uma edição ainda melhor para vocês.
Na edição de abril trazemos uma entrevista interessantíssima com a jornalista Florência
Costa, que foi correspondente do jornal O Globo na Índia e escreveu o livro Os Indianos (Edi-
tora Contexto) sobre suas experiências por lá. Vamos descobrir como o país mudou a sua
vida para sempre. Temos ainda uma matéria especial sobre os lançamentos de Bollywood
que vão marcar 2013.
Após mostrarmos as divas, chegou a vez deles: os galãs de Bollywood, que vão arrancar sus-
piros de nossas leitoras. Além disso, como o mês das noivas está logo aí, mostraremos como
é o cerimonial de um casamento indiano.
Bollywood Brasil traz ainda a crítica do emocionante Talaash, produzido e estrelado por
Aamir Khan. Vocês ainda vão descobrir qual é o casal eleito o mais romântico de Bollywood,
conferir o resultado da nossa enquete sobre a atriz indiana preferida dos brasileiros e se
apaixonar pelos bebês Bollywood.
Esperamos que vocês gostem cada vez mais da revista, que foi feita com muito carinho e,
como sempre, estamos abertos para sugestões – seja através do nosso Facebook (Bollywood
Brasil) ou através do e-mail jornalismo@bollywoodbrasil.com.br
Grande abraço da equipe da Bollywood Brasil!
ENTREVISTA
com Florência Costa
por Claudia Rabelo Lopes
“A Nova Bollywood chegou para ficar”
	 Índia e Brasil estão ligados pela história – afinal,
Cabral procurava uma rota para as Índias quando chegou a
terras brasileiras em 1500 – e pela economia, uma vez que
ambos os países pertencem hoje ao chamado grupo dos
“emergentes”, os BRICS. Apesar disso, pouco se sabe aqui
sobre esse país asiático de dimensões continentais como o
nosso, e sobre como vive e pensa seu povo. Essa lacuna de
conhecimento começou a ser preenchida com a publicação
do livro “Os Indianos” (Ed. Contexto, 2012), escrito pela
jornalista Florência Costa. Ela se tornou a primeira corre-
spondente de um país latino-americano na Índia, onde mo-
rou de 2006 a 2012, trabalhando para o jornal O Globo.
	 A convivência da jornalista com o povo nas diferen-
tes regiões onde esteve, aliada a um trabalho aprofundado
de pesquisa, resultou em um retrato ao mesmo tempo
amplo e nítido da sociedade indiana em seus mais diver-
sos aspectos. Para quem se interessa pelo cinema feito
na Índia, o livro de Florência proporciona a compreensão
de muitos detalhes e alusões ao contexto social presentes
nas produções, enriquecendo a compreensão sobre elas e
trazendo possibilidades de interpretação antes não perce-
bidas. Nesta entrevista à Bollywood Brasil, Florência Costa
conta sobre sua experiência na Índia, revela o que mais
gosta no cinema indiano e reflete sobre o atual momento
de Bollywood.
...Florência, você foi a primeira jornalista latino-americana a ser correspondente na Índia. Como surgiu a ideia de
morar lá? Você já tinha alguma relação com o país antes?
Eu não tinha nenhuma relação com o país. Fui para lá porque minha irmã, que trabalha numa empresa de Tecnologia
da Informação, foi enviada para a Índia para morar por um ano. Eu resolvi segui-la para cobrir o país que despontava
naquele momento, em 2006, como potência emergente. Fiz um acordo com o jornal O Globo para ser correspondente
lá. Fui primeiro para Mumbai, a antiga Bombaim, o coração financeiro da Índia. Lá, morei um ano e meio. Depois en-
contrei o meu atual marido, me casei e nos mudamos para Nova Délhi, onde vivi até outubro do ano passado (2012).
...Em seu livro, você diz que a família é a principal e mais forte
instituição da Índia. Você acabou se casando com um indiano (o
jornalista Shobhan Saxena) e fazendo parte de uma família indi-
ana. Pode nos contar um pouco dessa experiência?
Foi uma experiência muito boa porque a minha família indiana é
aberta. São hindus liberais. Portanto não houve nenhum problema.
Eles me aceitaram de braços abertos. A avó do meu marido (mãe
do meu sogro), por exemplo, era uma mulher à frente de seu tem-
po. Fez universidade e liderou a seção feminina do Partido do Con-
gresso, que esteve à frente do movimento pela independência da
Índia do Império Britânico. Ela até chegou a ser presa nessa época
por sua atividade política.
...No capítulo “Curry Cultural”, você trata, en-
tre outras coisas, do cinema indiano, princi-
palmente de Bollywood. Você costumava ir ao
cinema na Índia? O que gostava de ver? Você
chegou a visitar algum estúdio?
Eu fui várias vezes ao cinema, mas eu preferia
ver os filmes indianos pelos DVDs. Eu vi de tudo.
Comprei uma coleção imensa de DVDs. Desde
filmes da antiga Bollywood, da década de 50,
passando pela fase superkitsch da década de
80, até a nova Bollywood de hoje em dia. A Ín-
dia tem várias indústrias cinematográficas. Bol-
lywood é uma delas. São os filmes falados em
Híndi e cuja sede fica em Mumbai. Como morei
em Mumbai um ano e meio, logo que cheguei
na Índia em 2006, visitei a cidade cinematográ-
fica e entrevistei produtores de Bollywood. Fui a
festas de lançamento de filmes e pude conver-
sar com alguns dos principais atores do cinema
indiano de hoje, como Irrfan Khan (que também
faz papéis em Hollywood. O último filme que fez
foi As Aventuras de Pi). E, além de Bollywood,
há as indústrias cinematográficas de outros es-
tados indianos, como Tollywood (filmes falados
em Telugu, no estado de Andhra Pradesh), e
Mollywood (filmes falados em Malayalam, no es-
tado de Kerala). E, é claro, há também o cinema
de arte, cujo nome mais famoso é o do diretor
Satyajit Ray, que ganhou o Oscar pelo conjunto
de sua obra na década de 80.
...Qual foi o seu primeiro “choque cultural” ao chegar à Índia?
Foram vários choques ao mesmo tempo. Muitas línguas, as roupas tão diferentes que eles usam, várias religiões, a
comida supercondimentada, a multidão em todos os lugares, a falta de espaço, e por aí vai. Tudo é muito diferente.
Para você começar a entender a Índia e os indianos demora muito tempo.
...Bollywood faz um cinema que mesmo pessoas com pouca ou nenhuma instrução conseguem entender. O que mais
lhe chamou a atenção na relação das pessoas com o cinema na Índia?
	 É isso mesmo, são filmes fáceis de serem entendidos por todos. Eles chamam de filmes-família. Por isso são
conservadores e não mostram cenas ousadas. Em um país onde a família é a principal instituição, pais e filhos vão
ao cinema juntos. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o endeusamento dos atores, muitas vezes tratados
como divindades mesmo, principalmente no sul da Índia. Lá, alguns atores têm até templos construídos em sua ho-
menagem. A morte de determinados ídolos provoca quebra-quebra nas ruas. Pesquisando sobre a história do cinema
indiano, eu descobri a origem disso. É que no início, os filmes indianos eram inspirados na mitologia indiana. Os atores
encarnavam personagens mitológicos. E mitologia indiana é intrinsecamente ligada à religião. O príncipe Rama (pro-
tagonista do épico Ramayana), por exemplo, o mais importante personagem da mitologia, é ao mesmo tempo uma das
encarnações do deus hindu Vishnu. Foi assim que aconteceu o endeusamento dos atores.
Florência com saris
Florência com jovem bramane
na cidade de Jodhpur, estado do Rajastao 3
...No livro você expressa uma visão crítica sobre a produção bollywoodiana tradicional, mas fala também de uma “nova Bollywood” que começa a surgir.
Quais as principais mudanças em curso?
	 A nova Bollywood é muito interessante. Os filmes de hoje em dia começam a ousar mais na criatividade, no roteiro, para agradar as várias plateias
indianas que surgiram com o crescimento econômico do país. Até algum tempo atrás havia apenas as gigantescas salas de cinema, de mil lugares. Só era
possível fazer filmes que agradassem a um público imenso, de A a Z. Dos anos 90 para cá, começaram a surgir as salas de cinema nos shoppings que se
multiplicaram pelo país, com o crescimento econômico. E essas salas têm 200 a 300 lugares. Então começou a ser possível fazer vários tipos de filmes,
para todos os gostos. Um dos filmes mais interessantes dessa nova Bollywood que eu vi foi Delhi Belly, uma comédia sobre três amigos que dividem um
apartamento e se metem em confusão com contrabandistas de pedras preciosas. Um linguajar ousado para a conservadora sociedade indiana. Uma comé-
dia deliciosa, que os jovens urbanos adoraram. Mas as famílias conservadoras não gostaram. Agora no dia 8 de março, foi lançado o filme Sahib, Biwi Aur
Gangster Returns, com muito sucesso, dirigido pelo ótimo Tigmanshu Dhulia. Eu vi o primeiro e foi bem ousado, com cenas de sexo (não explícito, é claro)
e a protagonista, uma mulher, com um papel muito forte e dominador, muito raro nos filmes tradicionais onde a mulher geralmente é uma sofredora. Esse
filme é outro exemplo da chamada Nova Bollywood, que chegou para ficar, na minha opinião.
...Isso pode ter relação com a mudança ocorrida a partir de 2001, quando o cinema foi finalmente reconhecido na Índia como uma indústria e passou a
contar com incentivos fiscais?
	 Essa foi uma mudança importante para o cinema indiano porque a partir daí a indústria pode contar com incentivos governamentais, empréstimos
de bancos etc. Até então os produtores tinham quase que somente a máfia como fonte de captação. A máfia (vários tipos de máfia) e Bollywood se mes-
claram a um ponto que ficou difícil de separar um do outro até alguns anos atrás. Era uma época em que os pagamentos eram todos em cash, dinheiro
sujo. Os diretores eram obrigados a escalar atrizes que namoravam mafiosos, por exemplo. E quando não o faziam, corriam o risco de levar um tiro, como
aconteceu. Hoje, o dinheiro da nova economia já entra para financiar as novas produções. E isso, é claro, ajudou a arejar o cinema.
...Quais realizadores você destacaria nessa “nova Bollywood” que podem ser interessantes para o público brasileiro? E você tem algum ator/atriz favoritos?
Eu destacaria além do Tigmanshu Dhulia, que citei na pergunta anterior, o diretor Anurag Kashyap, que fez vários filmes bons; o último deles, Gangs of Wasseypur, dividido em dois de tão longo que é. Uma espécie de Poderoso Chefão indiano.
Participou do último festival de Cannes em uma mostra paralela. Ele também dirigiu Dev.D, uma refilmagem de um antigo clássico, a história de um boêmio bêbado que depois de uma decepção amorosa acaba caindo nos braços de uma pros-
tituta. Quem faz o papel dessa prostituta é uma excelente atriz da nova geração, Kalki Koechlin, mulher de Anurag Kashyap, por sinal. Outra boa atriz da nova Bollywood é Vidya Balan, que protagonizou em 2011 um filme de grande sucesso,
The Dirty Picture, sobre uma dançarina de cabaré dos anos 80. A veterana Shabana Azmi fez inúmeros filmes de sucesso e para mim tem lugar de honra nessa lista. Ela fez, por exemplo, o clássico Ankur, do badalado diretor Shyam Benegal
(cinema-arte indiano). E fez também um papel de protagonista no filme Fire, da maravilhosa trilogia da diretora Deepa Mehta “Earth-Fire-Water”.
Quanto aos atores, além do Irrfan Khan, do qual já falei, eu destacaria Naseeruddin Shah, também um veterano de primeira qualidade. Ele foi visto por um público mundial no filme famoso Um Casamento à Indiana [2001]. E tem a grande estrela
Aamir Khan, que além de um bom ator, tem produzido o que há de melhor na Nova Bollywood. Ele, por exemplo, foi quem produziu Delhi Belly (do qual já falei anteriormente), e também o filme Peepli Live, uma comédia e ao mesmo tempo
crítica social através da história de uma tentativa de suicídio de um agricultor falido e a corrida da sedenta mídia indiana para cobrir o caso e ganhar audiência.
...Alguns filmes de Bollywood, embora mantendo características tradicionais e até clichês, prob-
lematizam temas políticos, sociais e éticos do país. Em sua opinião, o cinema tem um impacto
significativo para a conscientização e a mudança social na Índia? Ou essas produções são toma-
das como puro entretenimento sem maiores consequências para o conjunto daquela sociedade?
De fato os filmes de Bollywood até que mostram bastante essas questões que você apontou. Na
verdade, eles são um espelho da sociedade, de suas preocupações, de suas revoltas. Sempre
que há um caso explosivo na mídia, seja de corrupção, ou de um crime, Bollywood tenta correr
atrás. Por exemplo, teve um caso famoso de assassinato de uma moça, Jessica, em Délhi, morta
a tiros por um playboy filho de um político rico. Ele só foi para a cadeia por causa da mobilização
da classe média, que foi para a rua pedir justiça. Isso aconteceu acho que em 2001. A história
inspirou o filme No One Killed Jessica. São inúmeros os exemplos. Eu acho que os filmes não só
refletem a sociedade, mas também ajudam a conscientizar. O cinema tem um alcance imenso na
Índia. O povão vai ao cinema. Bollywood é tão popular lá como as novelas são no Brasil.
Lançamento de OS INDIANOS
Florencia e Shobhan se casaram numa cerimônia budista
4
...Você menciona no livro que o cinema tem um papel na diplomacia indiana do “soft power”. Como isso se dá?
Metade da população mundial conhece Bollywood e seus astros. Bollywood pode ser desconhecida no Ocidente, mas
no Oriente e no entorno da Índia, essa indústria cinematográfica é a que mais faz sucesso. Isso porque fala a mesma
linguagem, tem os mesmos códigos de comportamento e morais dos povos daqueles países. Eu pude sentir isso em
pelo menos quatro países que visitei para fazer coberturas jornalísticas enquanto morava na Índia: no Irã, no Paquistão,
no Afeganistão e no Nepal. Em todos eles, as pessoas conheciam e demonstravam mais amor a Big B (Amitabh Bach-
chan, a grande estrela de Bollywood desde os anos 70) do que a qualquer celebridade Hollywoodiana. No Afeganistão,
logo após a queda do Taliban, começaram a pipocar lojas de DVDs com filmes de Bollywood. No centrão comercial de
Kabul, vi um enorme outdoor de Katrina Kaif, uma atriz sex-symbol de Bollywood, estampando uma das maiores lojas
da capital afegã. No Paquistão [país de maioria muçulmana], as mulheres, por influência dos filmes de Bollywood,
usam saris em festas de casamento. O sari, uma roupa tradicional indiana, usada pelas hindus, não é bem visto entre
os muçulmanos, até por mostrar demais a pele (a barriga fica de fora, por exemplo). E há vários outros países que as-
sistem Bollywood, inclusive no primeiro mundo onde há uma imensa diáspora indiana, como nos EUA, na Inglaterra e na
Austrália. Com todo esse poder de influência, o governo indiano não poderia deixar de usar esse “soft power”: o poder
que não é das armas. O poder que vem do charme de sua cultura. Uma forma de fazer sua autopropaganda no mundo
afora. Eu percebi o poder desse soft power nessas viagens: o sorriso dos afegãos e até dos paquistaneses quando você
diz que mora na Índia, que veio de Mumbai, a terra de Bollywood. E aí a pessoa recita diálogos de filmes famosos ou
canta músicas de filmes que ficaram para a história. E te perguntam se você algum dia já cruzou com Shahrukh Khan
ou Salman Khan, dois atores-deuses da indústria cinematográfica indiana.
...Em 2012 você voltou ao Brasil, depois de seis anos morando na Índia. Que hábitos você incorporou em sua estadia
lá que vieram com você? E qual o aprendizado mais importante que essa experiência indiana lhe proporcionou?
Depois de tanto tempo lá, eu costumo dizer que já virei meio indiana. Até tive choque cultural ao voltar pro Brasil, vendo
as mulheres com roupas tão decotadas, shortinhos e camisetas de alcinhas que eu tive que abandonar quando vivi por
lá. Foram muitos aprendizados. Só vou destacar os principais porque não haveria espaço para citar tudo. Mas eu acho
que o respeito pelos mais velhos, o orgulho de gostar de sua cultura, não dar tanta importância à aparência física, como
a paranoia da ditadura da magreza, por exemplo, tão comum no Ocidente.
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contato: comercial@bollywoodbrasil.com.br
Comentários e Sugestões
Agradecemos a todos pelo carinho. Abaixo estão algumas das sugestões e comentários sobre nossa edição anterior.
Contamos com vocês para fazermos uma revista cada vez melhor. Para comentários ou sugestões usem o nosso face-
book (Bollywood Brasil) ou mandem e-mail para jornalismo@bollywoodbrasil.com.br
Marcio Vinicius - gostei mt da iniciativa e da edição ótimo texto e fotos só uma sugestão aumenta mais a letra pois
do tamanho q está fica parecendo q os textos são gigantescos e fica mt cansativo aos olhos... Espero q essas obser-
vações ajudem vc e a equipe continuem com essa ótima força de vontade de proatividade.
Bollywood Brasil – Obrigado Marcio. Adotamos sua sugestão e a fonte foi aumentada nessa edição.
Citralekha Devi Dasi - Curti muito a revista! Espero q façam mais e mais! Vida looonga! :D
António Gonçalves - Muitos parabéns a todos e felicidades para a revista
Srta Moon - Parabéns para toda a equipe!... Feliz Luz ficou ótima sua matéria
Fabio Farraj - Muito bom!!! Parabéns!!
Renata Flores - Parabéns pela revista....tomara que isso sirva de mais divulgação pros nossos queridos filmes india-
nos.
Myrlei Gonçalves - Gostei muito, tá linda! Posso sonhar que um dia vai chegar as bancas?
Enquete!
A Bollywood Brasil perguntou aos nossos leitores qual era a
sua atriz de Bollywood preferida. A competição foi acirrada,
mas seguem abaixo as mais votadas:
5º lugar, com 10% dos votos: PRIYANKA CHOPRA
4º lugar, com 12% dos votos: MADHURI DIXIT
3º lugar com 17% dos votos: AISHWARYA RAI BACHCHAN
2º lugar com 23% dos votos: RANI MUKERJI
E em primeríssimo lugar, na opinião de 30% do público
votante:
KAJOL DEVGN!
Vale lembrar que Kajol viveu a personagem Zooni, no filme
Fanaa, que foi exibido ano passado no Brasil.
Para os fãs da Kajol, cliquem aqui para ver a entrevista
(com legendas em português) da musa, juntamente com o
Aamir Khan, sobre sua atuação em Fanaa.
A Bollywood Brasil agradece a todos que participaram e
em breve teremos mais enquetes!
Florência com saris
5
GRANDES FILMES PARA 2013
2012 acabou com a sensação geral de ter sido um bom ano para o cinema híndi. O ator Irrfan Khan – que já foi
visto nas telas em 2013, inclusive no Brasil, no papel do Pi adulto em As Aventuras de Pi – disse ao jornal The
Times of India em janeiro: “O país está acordando para boas histórias. Não nos faltam ideias. Apenas precisa-
mos de bons diretores para apresentá-las de forma interessante. Com sorte, 2012 foi um ano muito bom para a
nossa indústria.” Já estamos em abril, mas é verdade que, até agora, Bollywood ainda não usou suas melhores
cartas, e os filmes que mais prometem em questão de entretenimento ou impacto para 2013 ainda estão por
vir. É esperar e torcer para o ano novo ser ainda melhor do que o velho.
O gênero de ação é uma
das fontes mais seguras
de sucesso em Bollywood.
Em 2013 já foram dois:
Race 2 – mais um filme produzido e estrelado por Saif
Ali Khan – e Special 26 – estrelado por Akshay Kumar.
Race 2 entrou para o que a imprensa especializada
em cinema da Índia chama de “clube dos 100 crore”.
1 crore é uma medida de quantidade que equivale
a 10 milhões. A produção de Saif faturou 102
crores em rúpias indianas, o que equivale a mais de
R$ 35 milhões.
Mas muitas outras produções virão por aí ainda.
Em maio virá Shootout at Wadala (Tiroteio em Wadala),
com o galã John Abraham e Anil Kapoor. Apostando
nas sequências, Bollywood também vai contar com
Once Upon a Time in
Mumbai Again (Era uma
vez em Mumbai de novo),
que levará para as telas
o casal Akshay Kumar e
Sonakshi Sinha, que em
2012 estrelou o sucesso
Rowdy Rathore. E ainda,
mais em direção ao fim
do ano, Dhoom 3 vai
reunir um time de astros:
Aamir Khan, Abhishek
Bachchan e Katrina Kaif.
John Abraham em cartaz de
Shootout At Wadala.
Imran Khan e Akshay Kumar nos sets
de Once Upon a Time in Mumbai Again.
MUMBAI EM AÇÃO
DANÇANDO NAS
TRÊS DIMENSÕES
ABCD: Any Body Can Dance. Dançando em todas as dimensões.
A tecnologia 3D está em franco crescimento na Índia.
2013 já viu os astros Hrithik Roshan, Juhi Chawla e
Katrina Kaif emprestarem suas vozes aos personagens
da animação Main Krishna Hoon (Eu sou Krishna), além
de dançar com os números musicais elaborados de
ABCD: Any Body Can Dance (Todo mundo pode dançar)
– filme que, ao lado de estreantes na indústria, trouxe
o talentoso e experiente Prabhu Deva.
Alguns filmes serão lançados nos dois formatos
(2D e 3D), como o filme de super-herói Krrish 3 (mais
um com Hrithik Roshan, atuando ao lado de Priyanka
Chopra) e Bhaiyyaji Superhitt, outro filme com um time
grande de estrelas, como a já citada Sunny Deol,
Preity Zinta e Ameesha Patel (já vista em Race 2 neste
ano). Há também a animação 3D Chaar Sahibzade que,
segundo um dos produtores, estará “na mesma liga
de um Avatar ou Tintin”.
Um lançamento curioso será o filme Kamasutra
3D, baseado no célebre manual erótico, um projeto
corajoso num país onde ainda é raro ver os atores
sequer se beijarem nas telas.
Outranovidadeéolançamentodeumaversãoem3Dde
um dos maioresclássicosdocinemaindiano:Sholay(1975).
O grande sucesso de Amitabh Bachchan e Dharmendra
deve voltar às telas no
dia da independência da
Índia, 15 de agosto.
Anovidadetecnológica
não se restringe
porém à indústria de
Bollywood. Kochadaiyaan
e Vishwaroopam 2 (um
thriller de espionagem)
são exemplos de filmes
em tâmil que também
serão exibidos em 3D. Kamasutra 3D, filme erótico baseado
no famoso manual.
Farhan Akhtar vai interpretar o atleta
Milkha Singh, “o sikh voador”.
Talvez os mais importantes
prêmios do cinema indiano
sejamosNational Film Awards.
A premiação, organizada pelo
governo indiano, tem âmbito
nacional, premiando filmes em
numerosas categorias (além
das usuais, há prêmios mais
incomuns para nós, como o de
“melhor filme sobre preservação ambiental”) e escolhendo
também, além de um melhor filme geral, melhores filmes em
cada uma das línguas nacionais.
Os vencedores da última edição foram anunciados
em março, e o filme que mais se destacou foi Paan
Singh Tomar, que levou os prêmios de melhor filme
(geral) e melhor ator para Irrfan Khan. O filme conta a
história real de Paan Singh Tomar, soldado indiano que
se tornou atleta e que, esquecido subsequentemente
pela nação, tornou-se um líder rebelde e acabou sendo
assassinado por forças do governo em 1981.
Em 2013, novos biópicos sobre esportistas indianos
estão em produção. O primeiro a chegar nas telas contará
a história do atleta Milkha Singh (nascido em 1935),
conhecido como “o sikh voador”. Milkha foi medalhista
de ouro nos Jogos Asiáticos de 1958 e nos Jogos da
Comunidade das Nações (Commonwealth Games) do
mesmo ano. O filme se chamará Bhaag Milkha Bhaag
(Corra, Milkha, corra) e contará com Farhan Akhtar no
papel de Milkha, estrelando também Sonam Kapoor
(filha de Anil Kapoor). Por toda a expectativa ao redor
do filme e considerando a presença de Farhan, ator e
produtor judicioso, é possível dizer que BMB é uma das
grandes promessas para 2013: certamente fará sucesso,
e provavelmente vai levar muitos troféus na temporada de
premiações, no começo de 2014.
Ainda sem data de lançamento certa, mas cujas filma-
gens começam em junho, outra promessa de sucesso de
crítica e público é o biópico sobre a boxeadora Mary Kom.
Medalhista de ouro em várias competições, além de ter
levado uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de
Londres em 2012, a esportista
será representada nas telas por
Priyanka Chopra. Pelo Twitter,
PC (como os fãs e a mídia a
costumam chamar) já compar-
tilhou com os seus seguidores
as dores do treinamento para
entrar em forma para o papel.
HOMENAGEANDO OS
HERÓIS NACIONAIS
A boxeadora Mary Kom, que terá biópico em sua
homenagem estrelado por Priyanka Chopra.
E OS ZUMBIS SE
LEVANTAM NA ÍNDIA...
Kalki Koechlin e Emraan Hashmi em cena
2013 vai marcar o começo de um novo gênero na
Índia: o dos filmes de zumbi. Rise of the Zombie (não
confundir com o americano Rise of the Zombies, de
2012) inaugurou a nova via em abril, mas logo será
acompanhado por Go Goa Gone, mais uma produção
da prolífica Illuminati Films, produtora de Saif Ali
Khan. Curiosamente, este último também será uma
comédia: fica a expectativa sobre o que Bollywood fará
com gênero popularizado pelo cinema americano.
A novidade vem atrás de um gênero primo e que
já gerou muitos filmes na Índia, o do terror. Em 2013
já vieram algumas produções nesta direção, como 3G
(com Neil Nitin Mukesh), Aatma (Alma; com Bipasha
Basu) e Ek Thi Daayan (A feiticeira), e ainda virá Ragini
MMS 2 (estrelando Sunny Leone, a ex-atriz pornô que
em 2012
estreou em
B o l l y w o o d
com o filme
erótico Jism
2), além de
Mumbai 125
KM, que será
em 3D!
Por Tiago Ursulino
6
Se entre as mulheres Deepika Padukone é quem tem
mais fichas para apostar em 2013, entre os homens
é difícil pensar em quem esteja numa onda melhor
do que Ranveer Singh. Ator ainda novato, começou
a carreira em 2010 com Band Baaja Baaraat (Banda,
música, cortejo), pelo qual levou o troféu de melhor
estreante masculino nos Filmfare Awards. Mas só em
2013 estrelará em três produções, e em todas apa-
recerá ao lado de algumas das atrizes mais populares
do momento em Bollywood.
Além de já ter a chance de colaborar com um dire-
tor do calibre de Sanjay Leela Bhansali no filme Ram
Leela, ao lado de Deepika Padukone, Ranveer tam-
bém contracenará com Priyanka Chopra em Gunday
(Vândalos).
Mas talvez sua grande promessa seja mesmo Loo-
tera (Bandido), filme que contará com a também nova
queridinhadaindústria:SonakshiSinha.Odramapromete
ainda pelo refinamento do seu diretor, Vikramaditya Mot-
wane, cujo filme anterior, Udaan (Voo; 2010), foi grande
s u c e s s o
de crítica.
M o t w a n e
também foi
corroteiris-
ta de Dev.D
(2009).
Ranveer e Deepika
em cartaz de novo
filme de Sanjay
Leela Bhansali.
Sonakshi Sinha
e Ranveer Singh
reunidos para o
lançamento de
Lootera.
… E DE RANVEER SINGH
O ANO DE DEEPIKA PADUKONE...
Desde sua estreia bom-
bástica em 2007 com
Om Shanti Om ao lado
de ninguém menos que
o rei Shah Rukh Khan,
Deepika Padukone nun-
ca deixou a primeira
divisão das estrelas de
Bollywood. Mas não foi senão em 2012 que ela atingiu
sua grande realização como atriz, no filme Cocktail,
terceira vez que contracenou com Saif Ali Khan numa
produção do astro. E, na onda deste sucesso de críti-
ca e público, a atriz resolveu apostar alto para 2013:
ao todo, ela aparecerá cinco vezes nas telas do país
ao longo do ano.
A primeira vez foi em janeiro na sua quarta colabora-
ção com Saif Ali Khan, o já mencionado Race 2, que foi
um sucesso. Mas todos os seus outros filmes para 2013
já são também sucessos certos e estão entre os mais
esperados. A próxima aparição será ao lado de Ranbir
Kapoor numa produção de Karan Johar, Yeh Jawaani Hai
Deewani (Esta juventude é louca). Os dois atores, que
já namoraram na vida real (Deepika tem uma tatuagem
com as iniciais RK na nuca), trabalharam juntos antes
em Bachna Ae Haseeno (Salvem-se, garotas; 2008).
Deepika também voltará a trabalhar com Shah Rukh
Khan, depois de 6 anos, no longa Chennai Express. E
também vai estrelar o novo filme do prestigiado diretor
Sanjay Leela Bhansali (Hum Dil De Chuke Sanam, De-
vdas, Black e Saawariya, que inclusive está disponível
em DVD no Brasil), que se chamará Ram Leela (A histó-
ria de Ram), onde atuará ao lado de Ranveer Singh.
É difícil dizer ao lado de que galã a atriz fará mais
sucesso, mas ainda tem mais: fora de Bollywood, a
atriz aparecerá (virtualmente!) na superprodução tâ-
mil Kochadaiyaan,
animação que con-
tará com um dos
maiores fenôme-
nos dessa outra in-
dústria de cinema
da índia, o ator Ra-
jinikanth. O filme
será feito com cap-
tação de movimen-
to e sairá em 3D.
2012 terminou confirmando ainda mais essa
impressão: Vidya Balan é provavelmente a me-
lhor atriz em Mumbai. Após ter sido eleita como
tal em 2011 tanto nos Filmfare Awards quanto
nos National Film Awards por The Dirty Picture,
a atriz surpreendeu novamente com seu papel
em Kahaani, um dos filmes mais elogiados de
2012 e que a garantiu mais um Filmfare.
Em2013aatrizserávistaduasvezesnastelonas,
primeiroemGhanchakkaredepoisemShaadiKeSide
Effects (Efeitos colaterais do casamento). Neste,
atuará ao lado de Farhan Akhtar; ou seja, só pode
dar boa coisa.
Vidya Balan em cena de Ghanchakkar.
VIDYA BALAN, A MELHOR
ATRIZ DE BOLLYWOOD?
Ator sério e vetera-
no, que já apareceu
várias vezes tam-
bém em produções
americanas (como
em Viajem a Darje-
eling, Quem Quer
Ser um Milionário?,
O Espetacular Ho-
mem-Aranha e o recentemente premiado As Aventuras de
Pi), Irrfan Khan é um profissional em quem se pode con-
fiar. Partilhou nos National Film Awards anunciados em
março o prêmio de melhor ator com Vikram Gokhale (do
cinema marati), por sua atuação em Paan Singh Tomar.
Será visto em 2013 em cinco produções. Uma já
estreou: Saheb Biwi Aur Gangster Returns (O mestre, a
esposa e o gângster - retorno). O filme foi bem rece-
bido pela crítica e teve bom desempenho nas bilhe-
terias. Aparecerá ainda no thriller D-Day (ao lado de
Rishi Kapoor e Arjun Rampal) e nos dramas Lunch-
box e Tukkaa Fitt, além de uma aparição especial em
Pranam Walekum, que contará com a atriz brasileira
Giselli Monteiro, que já fez dois filmes em Bollywood:
Love Aaj Kal (Amor hoje em dia) e Always Khabi Khabi
(Sempre, às vezes). São várias chances para o ator
IRRFAN KHAN,
O MELHOR ATOR?
Aamir Khan
filmando para P.K.,
filme que deve sair
só em 2014.
E o que os três grandes Khan farão em Bollywood em 2013?
Shah Rukh, Salman e Aamir são ainda os indiscutíveis
grandes nomes da indústria atual entre os homens. Em
2012 seus filmes fizeram sucesso, como de costume, ape-
sar de não terem sido os mais falados.
Neste ano, Shah Rukh Khan vai estrelar apenas um
filme, o já citado Chennai Express, repetindo o casal de Om
Shanti Om com Deepika Padukone.
Aamir, como tem sido costume, também só aparecerá
uma vez este ano, em Dhoom 3, mas já está trabalhando
em outro projeto, o filme P.K., uma sátira política que con-
tará também com Anushka Sharma e deve sair em 2014.
Já Salman Khan, talvez o mais popular entre os três no
momento – principalmente por ter encarnado o simpático
policial Chulbul Pandey em Dabangg 1 e 2 (Destemido) e
pelo sucesso de Ek Tha Tiger (Havia um tigre) em 2012 –,
será visto várias vezes: vai estrelar Sher Khan (Leão Khan;
ação), Partner 2 (comédia, com Govinda, Lara Dutta e San-
jay Dutt) e Mental (outro de ação, ao lado da atriz Tabu).
Também fará uma aparição especial em Ishkq In Paris.
OS TRÊS KHAN
Shah Rukh Khan em cartaz
de Chennai Express, em
que voltará a atuar com
Deepika Padukone 6 anos
após Om Shanti Om.
7
Cartaz do
multidirigido
Bombay Talkies,
filme em hom-
enagem aos
100 anos do
cinema indiano.
BOMBAY TALKIES
2013 marca o centenário do cinema indiano, e é claro que
não vão faltar homenagens à data ao longo do ano. Uma de-
las virá na forma do filme Bombay Talkies. O título é uma re-
ferência a um importante estúdio de cinema de Mumbai fun-
dando em 1934 e fechado 20 anos depois, responsável pela
produção de grandes filmes na chamada “idade de ouro” do
cinema indiano.
O filme será dividido em quatro partes, cada uma con-
tando uma história e dirigida por um diretor diferente, mas
todos renomados: Anurag Kashyap (de Dev.D e Gangs of Wa-
sseypur, por exemplo), Karan Johar (que dirigiu desde clás-
sicos como Kuch Kuch Hota Hai aos mais recentes sucessos
My Name Is Khan e Student of the Year), Zoya Akhtar (irmã de
Farhan e diretora dos aclamados Luck By Chance e Zindagi Na Milegi Dobara) e Di-
bakar Banerjee (diretor de filmes como Khosla Ka Ghosla e Oye Lucky! Lucky Oye!).
Para o jornal The Times of India, Zoya explicou: “[O filme] É sobre o poder e a
influência dos astros de cinema. Quando as pessoas às vezes se sentem perdi-
das, eles afetam suas vidas e as ajudam a seguir adiante. As pessoas os veem
como modelos.”
O trailer para este filme – assim como os de vários outros – já está disponível
no YouTube.
Clique no título para assistir. Os filmes com * já estrearam.
*Race 2							Mumbai 125 KM			
*Special 26							Shootout at Wadala			
*Rise of the Zombie						Go Goa Gone			
*Aatma							 Lootera
*3G								Bhaag Milkha Bhaag	
*ABCD: Any Body Can Dance				 Kamasutra 3D
*Ek Thi Daayan						 Yeh Jawaani Hai Deewani		
*Main Krishna Hoon				 Bombay Talkies
*Saheb Biwi Aur Gangster Returns			 Ghanchakkar				
	 				
FILMES CITADOS COM TRAILERS DISPONÍVEIS
acesse: www.dasindias.com.br
	 No Brasil, maio é o mês das noivas, então casamento se torna um tópico
corrente. Aproveitando-se disso, a Bollywood Brasil resolveu falar sobre esse momen-
to tão esperado na vida de cada casal: como ele é preparado e vivenciado na Índia?
	 Nossa redatora Juily Manghirmalani conta o que viu nas suas viagens pessoais pelo país.
	
O Casamento Indiano
por Juily Manghirmalani
8
Minhas experiências com casamentos indianos são principalmente ligadas à religião hindu, dentro da cultura Sindh, da qual minha família é originária. Sindh
é uma das quatro províncias do Paquistão, em que, no passado, a maior parte de sua população teve que escolher entre ficar na Índia ou no Paquistão, dependendo
da religião que seguiam - hindu ou muçulmana. Como minha família é hindu, mudaram-se para Mumbai, Índia.
	 Tive o privilégio e prazer de acompanhar três casamentos indianos de perto, um nos Estados Unidos em 2010, outros dois na Índia em 2011 e 2012 [F.1].
	 As experiências foram muito prazerosas e cheias de aprendizados. Os dois últimos foram um pouco mais tradicionais, um deles teve até rituais antigos de car-
regar a noiva no palanquim [F.2], entre outras coisas.
	 O número de festas difere por religião e também pelo quanto as famílias estão dispostas a investir
nisso. Muitas vezes, apenas a família da noiva paga pela maior parte das festas. Presenciei cerca de 5 a 7
festas por casamento.
Inicialmente, antes de todos os preparativos para as festas, os noivos fazem o seu mapa astral e identificam
se terão uma vida próspera juntos. Isso é algo comum em todos os casamentos hindus, porém naqueles
da cultura sindh existe outro papel fundamental - o da escolha do novo nome da noiva. Muitas vezes, em
famílias tradicionais, a noiva perde tanto o sobrenome quanto o nome, e passa ser filha “integral” da família
do homem com quem está casando.
	 Existem diferentes festas para a família da noiva e do noivo, e são quase todas feitas nas próprias
casas dessas pessoas. Um tipo de sacerdote - que pode ser homem ou mulher - vai até as casas das famí-
lias dos noivos e celebra um primeiro ritual (puja), de “perda da vida solteira” – o que significa deixar os
pais, criar novas responsabilidades e entrar para uma vida conjugal com esta outra pessoa. Nesta festa e
dia, o casal não se encontra e tanto os pais como os filhos fazem jejum.
	 O nome desta primeira festa depende de que lado da família você está. Se você estiver na família
da noiva, há uma celebração muito animada e esperada por todas as mulheres, na qual aplica-se henna nas
mãos, em formatos como o de flores, pavões etc. . O desenho de henna é um signo conhecido na Índia pra
identificar mulheres recém-casadas: aplica-se o corante das mãos até o cotovelo e nos pés até a metade
das pernas. Normalmente essa celebração dura uma tarde toda. Homens não participam, porém, muitas vezes, ficam por perto para ajudá-las a se locomover e alimentar as
mulheres que ainda estão com a henna fresca.
	 Outro ritual, um pouco mais parecido com o ocidental, é onde as famílias vão a um templo e fazem uma prece aos deuses pela benção do casal. Normalmente acontece
bem cedo e há oferendas de todos as pessoas presentes.
	 Há também uma celebração conhecida como “noivado”, que acontece dentro desse número de festas e não meses antes como no ocidente. As famílias trocam presentes
e dançam a noite toda. Antigamente, essa festa servia para o pagamento do dote, mas atualmente, cada vez mais, serve apenas para as famílias se encontrarem e demonstrarem
números de danças baseados nos filmes de Bollywood, preparados pelos familiares (principalmente primos e irmãos) aos noivos [F.5].
	 As duas maiores festas - em questão de número de convidados, tamanho e beleza de trajes - são o “casamento” e a “recepção”, as quais também possuem semelhanças
com as festas ocidentais.
	 No “casamento” tradicional, o noivo chega em uma espécie de carruagem com uma banda tocando música alta na frente, a família dançando e muita festa [F.4]. Segundo
Meeta Ravindra (especialista em casamentos indianos no Brasil), esse evento pode ser explicado como: “Os noivos consagram a união conjugal na presença do fogo sagrado
e pelos mantras, escritos em sânscrito, pronunciados
pelo sacerdote ou sacerdotisa. A cerimônia é constituída
de 16 passos e conta com a participação dos noivos e
dos pais e irmãos de ambos”. Tradicionalmente, é neste
momento em que a noiva “troca” de família: ela é levada
pelos seus antigos irmãos e primos, dentro de um pa-
lanquim, até sua nova família [F.3].
	 A “recepção” é a maior festa, normalmente celebrada à noite, e é quando as famílias e amigos se unem e
comemoram a união do casal. Há muita comida, bebida, belos trajes, fotos e danças.
Explicar cada passo e festa em detalhe não caberia nesta matéria. Com certeza há material para um livro. Alguns
filmes já foram feitos mostrando um pouco desse universo. O mais conhecido no Brasil é o Monsoon Wedding ou
Um Casamento à Indiana (2001).
Casamentos indianos são cheios de cores, sabores e cheiros. A preparação da semana de festas chega a durar cerca
de um ano, em que muitos outros rituais podem acontecer. E todos que presenciei foram experiências únicas.
F. 1
F. 2
F. 3
F. 4
F. 5
9
Na edição anterior, nós mostramos um pouco de algumas das muitas musas do cinema indiano. Agora nada mais justo que falarmos um pouco dos deuses de Bollywood. Na História da humanidade, a ideia que temos de Deus ou deuses abrange várias concep-
ções em todas as sociedades, desde as primitivas até as modernas civilizações. Deus muitas vezes é expresso como o Criador e Senhor do universo. As mais comuns entre suas atribuições incluem onisciência, onipotência, onipresença, eternidade e de existência
necessária. Aqui todas estas formas se encaixam exatamente com o que as fãs pensam e sentem pelos seus atores preferidos, mas os termos mais comumente usados pelas fãs são charmosos, lindos, talentosos, “sexy”, elegantes. Ou uma palavra que abrange
tudo, “divo”, palavra esta que segundo o dicionário Michaelis significa “divino, homem divinizado; deidade masculina”. Portanto, nada melhor do que conhecer alguns destes divos de Bollywood.
	
por Rosely Toledo
Os Deuses de Bollywood
Amitabh Bachchan
	 Amitabh Bachchan Harivansh, também conhecido como o Big Boss (Grande Chefe) ou o Rei de Bollywood, nasceu em 1942, filho do
Dr. Harivansh Rai Bachchan, um famoso poeta híndi. Ganhou popularidade na década de 1970 e já apareceu em mais de 180 filmes indianos.
	 Alguns de seus filmes são Deewar (1975), Sholay (1975), Kaala Patthar (1979), Bunty Aur Babli (2005), Kabhi Alvida Naa Kehna (2006)
entre muitos outros. Bachchan é unanimemente um dos os atores mais influentes e conhecidos na história do cinema indiano. Ele já ganhou
inúmeros prêmios importantes em sua carreira nos National Film Awards, Filmfare Awards, sendo o artista mais indicado em qualquer cat-
egoria principal. O Governo da Índia honrou-o com o Padma Shri em 1984 e o Padma Bhushan em 2001 (distinções civis indianas) por suas
contribuições para as artes.
	 Além de atuar, Bachchan trabalhou como cantor de playback, produtor de cinema e apresentador de televisão. Ele também teve uma
breve passagem na política na década de 1980.
1965 é conhecido na Índia como o ano dos Khan, pois, numa incrível coincidência, três dos maiores atores indianos nasceram nesse ano. São eles: Salman Khan, Shah Rukh Khan e Aamir Khan.
Aamir Khan
	 Aamir Hussain Khan iniciou sua carreira aos 8 anos como ator infantil, atuando ao lado de seu tio Nasir Hussain no filme Yaadon Ki Baaraa (1973), porém sua carreira profissional só veio aos 11
anos com Holi (1984).
	 Seu primeiro sucesso comercial foi o filme Qayamat Se Qayamat Tak (1988). Ganhou várias premiações nos National Film Awards e Filmfare Awards por suas atuações. O Governo da Índia o honrou
com o Padma Shri em 2003 e a Padma Bhushan em 2010 por suas contribuições para as artes.
	 Aamir não costuma fazer muitos filmes por ano (como é comum para os atores indianos), e não frequenta festivais. No entanto, tem talento para escolher filmes que acabam se tornando não só
sucessos, mas verdadeiros marcos na história do país. Filmes como Lagaan (2001), que foi nomeado ao Oscar, Mangal Pandey: The Rising (2005), Rang De Basanti (2006), Taare Zameen Par (2007), Ghajini
(2008), 3 Idiots (2009) são exemplos de grandes sucessos estrelados por Aamir.
	 Sendo também diretor e produtor, Aamir se estabeleceu como um dos principais nomes do cinema híndi e revolucionou a forma de se fazer cinema no país, abordando temas sociais e problemas
do povo indiano, muitas vezes considerados como tabu. O público brasileiro teve a chance de ver Aamir nas telonas, no filme Fanaa (2006), onde ele foi o Rehan, um terrorista dividido entre seu amor e
a lealdade pela causa da independência da Caxemira. Veja aqui o pequeno vídeo em que Aamir fala ao Brasil.
	 No campo social Aamir foi nomeado como embaixador da UNICEF para combate da desnutrição infantil, fazendo parte de uma campanha do governo visando aumentar a conscientização sobre
a desnutrição em 2011.
Salman Khan
Abdul Rashid Salim Salman Khan atuou em mais de 80 filmes híndi. Salman
é filho do roteirista Salim Khan e de sua primeira esposa Salma (Sushila
Charak).Sua estreia se deu com Biwi Ho To Aisi (1988), mas o sucesso co-
mercial só veio com o blockbuster Maine Pyar Kiya (1989), onde ganhou um
prêmio Filmfare de melhor ator estreante masculino.
	 Seu maior feito recente foi emplacar consecutivamente 5 grandes
sucessos: Dabangg (2010), Ready (2011), Bodyguard (2011), Ek Tha Tiger
(2012) e Dabangg 2 (2012).
	 Salman Khan atualmente é considerado o mais importante e influente
ator do cinema indiano. Aamir Khan chegou a dizer sobre o colega certa vez:
“Salman é a única estrela. Todos os outros são operários.”
	 Além do cinema, Salman também atua no campo social com sua
Fundação Being Human nas áreas de educação e saúde.
Shah Rukh Khan
	 Shahrukh Khan, muitas vezes creditado como Shah Rukh Khan e infor-
malmente conhecido como SRK, já fez mais de 75 filmes em híndi em gêneros
que vão desde dramas românticos a ação, e sua atuação rendeu tantos troféus
que ele se tornou o ator de Bollywood mais premiado de todos os tempos
(juntamente com Dilip Kumar). Em 2005, o Governo da Índia o honrou com o
Padma Shri por suas contribuições para o cinema indiano.
	 Começou sua carreira aparecendo em teatro e diversas séries de tele-
visão no final de 1980. Mais tarde fez sua estreia no cinema com Deewan
(1992).
	 Participou de vários filmes que já se tornaram clássicos na Índia, como
Dilwale Dulhaniya Le Jayenge (1995), Dil Para Pagal Hai (1997) e Kuch Kuch Hota
Hai (1998), e também dos mais recentes Chak De! India (2007) e My Name Is
Khan (2010).
	 Khan é o cofundador da Red Chillies Entertainment, importante produ-
tora, e também é coproprietário da equipe de críquete Kolkata Knight Riders,
que atua na primeira liga indiana.
11
Hrithik Roshan
	 Hrithik Roshan nasceu em 1974, filho do diretor de cinema Rakesh Roshan.
Além de atuar, Roshan também é um exímio dançarino e apresentador de televisão,
além de ser considerado um dos homens mais bonitos da Índia.
	 Foi ator infantil em vários filmes ao longo dos anos 1980, mas sua estreia em
um papel principal veio no filme Kaho Naa... Pyaar Hai (2000). Participou de muitos
outros filmes como Kabhi Khushi Kabhie Gham (2001), Koi... Mil Gaya (2003), Krrish
(2006), Dhoom 2 (2006), Jodhaa Akbar (2008), Guzaarish (2010), Zindagi Na Milegi
Dobara (2011) e Agneepath (2012), seu maior sucesso comercial até o momento.
Roshan recebeu varias premiações como o Filmfare e um prêmio internacional como
melhor ator no Golden Minbar International Film Festival, na Rússia.
Akshay Kumar
	 Akshay Kumar, além de ator, é também produtor e artista marcial, realizando
acrobacias perigosas em seus filmes – o que lhe rendeu a reputação de ser o “Jackie
Chan indiano”. Sua estreia na televisão como o apresentador do programa Fear Fac-
tor - Khatron Ke Khiladi , foi em 2008.Como quase todo grande ator de Bollywood,
ele fundou uma empresa de produção, a Hari Om Entertainment.
	 Já apareceu em mais de 125 filmes. Sua carreira começou na década de
1990, fazendo filmes de ação, e passou a ser reconhecido por suas aparições na
série Khiladi, que incluiu Khiladi (1992), Khiladi Tu Anari (1994), Khiladiyon Ka Khiladi
(1996), Sr. e Sra Khiladi (1997), entre outros. Sua popularidade veio também através
de filmes como Yeh Dillagi (1994), Dhadkan (2000) e Namastey Londres (2007).Seus
filmes mais recentes foi Special 26, já em 2013.
	 Já foi indicado para os Filmfare Awards várias vezes, vencendo em duas oca-
siões. Outras premiações e reconhecimentos vieram, por exemplo, da Universidade
de Windsor, que lhe conferiu um doutorado honorário por sua contribuição ao cin-
ema indiano, e pelo governo nacional, com o Padma Shri em 2009.
Saif Ali Khan
	 Saif Ali Khan, nascido como Sajid Ali Khan em 1970, é filho do jogador de
críquete Mansoor Ali Khan e da atriz Sharmila Tagore, sobrinha-neta do poeta Rabi-
ndranath Tagore.
	 Apesar de ter estreado em 1992 com Parampara, só conheceu o sucesso de-
pois, com os filmes Main Khiladi Tu Anari (1994) e Yeh Dillagi (1994). Além disso, es-
trelou outros filmes como Dil Chahta Hai (2001), que marcou sua virada profissional,
Kal Ho Naa Ho (2003), Hum Tum (2004), Salaam Namaste (2005) e Race (2008) e
atuou em projetos aclamados pela crítica como Parineeta (2005) e Omkara (2006).
	 Também levou prêmios nos Filmfare Awards, National Film Awards e tem um
Padma Shri, que lhe concedido em 2010.
	 Recentemente tem produzido filmes com sua empresa, Illuminati Films,
sempre estrelando-os também: são eles Love Aaj Kal (2009), Agent Vinod e Cocktail
(2012) e o esperado Go Goa Gone (2013), uma “comédia zumbi”.
	 Ainda nesta edição, você pode conferir os principais projetos em que os
“divos” (e as musas, claro) de Bollywood estão envolvidos em 2013.
Abhishek Bachchan
	 Abhishek Bachchan é filho dos atores
Amitabh Bachchan e Jaya Bachchan e é casado
com a atriz e ex-Miss Mundo Aishwarya Rai.
	 Bachchan estreou no cinema com o
filme Refugee (2000), mas seu sucesso co-
mercial veio com Dhoom (2004). Atuou em
filmes como Bunty Aur Babli (2005), Kabhi Al-
vida Naa Kehna (2006), Guru (2007) e Bol Bach-
chan (2012), seu trabalho mais recente. Seus
projetos para 2013 são Dhoom 3: Back in Ac-
tion, sendo rodado, e Happy New Year, em pré-
produção.
	 Ajay Devgn
	 Ajay Devgn nasceu como Vishal Devgan em 1969 em uma família já envolvida na indústria do cinema
híndi em Mumbai. Seu pai, Veeru Devgan, é um coreógrafo de dublês bem conhecido e sua mãe, Veena Devgan,
uma produtora de cinema. Ajay, além de ator, é também diretor e produtor. Ele é casado com a atriz Kajol desde
1999.
	 Estreou ainda como criança com Pyari Behna (1985). Seis anos mais tarde, em Phool Aur Kaante (1991),
ele fez sua estreia pra valer no cinema. No decorrer de sua carreira, teve filmes de sucesso comercial, inclu-
indo Raincoat (2004), Yuva (2004), Omkara (2006) e Golmaal: Unlimited Fun (2006), e os mais recentes Singham
(2011), Bol Bachchan (2012) e Son of Sardaar (2012). Em decorrência de seu sucesso, estabeleceu-se como um
dos principais atores de Bollywood. Devgn já recebeu vários prêmios nos Filmfare Awards e nos National Film
Awards.Estreou como diretor de cinema com o filme U Me Aur Hum (2008), que conseguiu um sucesso mod-
erado nas bilheterias, fixando sua empresa de produção, Ajay Devgn Films, no mercado cinematográfico.
Acesse: www.portalunique.com
12
Notícias do mês
por André Ricardo
Depois de Salman Khan com o Ek Tha Tiger, outros filmes, estrelando
Shah Rukh Khan e Aamir Khan, serão lançados no Japão em 2013.
Uma empresa de distribuição japonesa fez parceria com a Yash Raj
Films para exibir no Japão sucessos de Bollywood, incluindo 3 Idiotas
e Jab Tak Hai Jaan. O público japonês já começou a entrar no embalo,
com um flashmob Bollywood numa das praças mais movimentadas de
Tóquio no mês passado. A estreia oficial de Bollywood no Japão foi em
20 de abril.
O famoso museu de cera de Madame Tussauds celebrou Bollywood, ini-
ciando na Times Square, Nova York, uma série de exibições itinerantes
com os maiores astros do cinema indiano. Aishwarya Rai, Kareena Ka-
poor, Amitabh Bachchan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan estavam lá
representados pelos seus modelos de cera. A exposição foi inaugurada
com 10 dançarinas ao melhor estilo Bollywood. Após Nova York, ela se-
guirá para Hollywood e depois Ásia, onde circulará por diversos países.
O ator de Bollywood Aamir Khan (o Rehan do filme Fanaa), mais uma
vez se engaja em ações sociais. Aamir, que também é o embaixador da
UNICEF contra desnutrição infantil, lançou a campanha com anúncios
e pequenos filmes para conscientizar as pessoas sobre a ameaça de
desnutrição em crianças, que na Índia ainda apresenta números alar-
mantes.
Madame Tussauds celebra Bollywood
Bollywood desembarca no Japão
Aamir Khan em campanha da UNICEF contra desnutrição
infantil
O cantor sul coreano de rap Psy, famoso pelo seu “Gangnam style” e que
esteve no Brasil no carnaval deste ano, vai estrelar um remake de um filme
de Bollywood, ABCD: Any Body Can Dance (Todo mundo pode dançar), que
foi o primeiro filme musical em 3D na Índia. ABCD estrou em fevereiro e
lucrou o equivalente a quase 13 milhões de reais na Índia. Clique aqui para
ver o trailer do filme que agradou produtores da Coreia do Sul.
Psy vai estrelar remake de filme 3D de Bollywood
A estrela de Bollywood Priyanka Chopra lançou sua música de estreia,
In My City (Em minha cidade). A música conta com a participação de
will.i.am, componente do grupo The Black Eyed Peas, que já esteve no
Brasil várias vezes. A cantora já ganhou disco de platina tripla com esta
música na Índia. O vídeo, que também conta com a participação de
will.i.am, já está disponível online e pode ser visto clicando aqui.
Atriz de Bollywood Priyanka Chopra ganha tripla platina
em parceria com will.i.am
Numa pesquisa do maior portal de filmes indianos do Reino Unido,
Kajol e Shah Rukh Khan foram eleitos o casal mais romântico de todos
os tempos do cinema indiano. Eles fizeram o par romântico nos filmes
Dilwale Dulhania Le Jayenge e Kuch Kuch Hota Hai, por exemplo. A
maioria dos comentários do público dizia que o casal tem uma química
“especial e eletrificante”. O talento e a beleza da atriz Kajol puderam
ser apreciados pelo público brasileiro no filme Fanaa, exibido em 2012.
Kajol e Shah Rukh Khan eleitos o casal mais romântico
de Bollywood
13
Bollywood made in Portugal!
Em novembro de 2012, uma grande delegação do governo português
foi à Índia para promover Portugal como destino de produções de Bol-
lywood. E os frutos já começaram a ser colhidos. Em março produtores
e agentes de Bollywood estiveram em terra lusitanas, para estudar po-
tenciais locais de filmagem. Além disso já há um projeto indiano, uma
minissérie, confirmada para ser filmada no país. O objetivo de Portugal
é replicar a história recente de sucesso da Espanha ou Suíça, onde o
número de turistas aumentou exponencialmente após filmes de Bolly-
wood serem filmados nesses países. Nossos irmãos patrícios não estão
dormindo no ponto...
Você já deve ter visto adultos e até crianças dançando Bollywood, mas
que tal bebês? Veja esse anúncio do chocolate KitKat, em que bebês
indianos começam a dançar em estilo Bollywood, quando o médico
começa a comer o chocolate. O vídeo, claro, se transformou numa sen-
sação na internet. Clique aqui para ver o vídeo e se apaixonar!
Bebês Bollywood
Estrelas de Bollywood estão sendo cotadas para atuarem como pro-
tagonistas no filme que Spielberg pretende produzir na Índia: Aamir
Khan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan. Denzel Washington e Bradley
Cooper também estão cotados para serem as estrelas internacionais
do filme, enquanto Richard Gere, um apaixonado pela cultura indiana,
também poderia ter uma participação na produção.
Steven Spielberg anuncia a produção de filme com estre-
las de Bollywood e Hollywood
CRÍTICA:
TALAASHPor Feliz Luz
Antes de começar, um aviso: você ainda não assistiu
a um filme de suspense como Talaash no cinema
indiano. Nunca!
	 Talaash começa sem nenhuma pretensão
aparente. Tocando uma música ao estilo de blues,
incomum nos filmes indianos, a letra informa: “As
ruas abrem os braços para quem passa. Este é o
caminho para almas perdidas. Aqui, os sorrisos são
falsos.” Realmente, a letra tem razão quando informa
que “aqui, os sorrisos são falsos” e o motivo será
revelado no final do filme.
	 Na madrugada de Mumbai, num trecho quase
deserto da orla da praia, aparece um carro correndo
e sem nenhum motivo aparente é desviado pelo con-
dutor e vai parar no meio do mar. A cena impressiona
por sua veracidade.
14
O dia amanhece, e o inspetor de polícia Sur-
jan Singh (Aamir Khan) chega no local. O carro é re-
tirado do mar e infelizmente o famoso ator de Bolly-
wood chamado Armaan Kapoor é encontrado morto.
	 Encarregado de descobrir o mistério do aci-
dente, o inspetor Surjan não consegue, no entanto,
desvendar o futuro incerto que assombra o relaciona-
mento dele com sua esposa Roshni Shekhawat (Rani
Mukerji). Eles vivem uma vida lenta e dolorosa, cujo
casamento nunca mais foi o mesmo após a morte
trágica do seu pequeno filho Karan. Surjan se culpa
o tempo todo pela morte do filho e isso o faz ficar
acordado e perdido durante as noites, deixando a
mulher sozinha na cama, enquanto ele fica no sofá,
lembrando os momentos felizes com o filho.
	 Dias depois, Surjan e Roshni estão saindo de
uma apresentação de dança no bairro onde moram,
e uma vizinha, chamada Frenny (Shernaz Patel) in-
forma a Surjan que tem uma mensagem para ele,
uma mensagem de Karan! Ele fica furioso. Mas ela
insiste e transmite algumas mensagens do filho. Ro-
shni que ouve tudo fica intrigada. Essa cena é muito
comovente.Mais tarde, numa das suas andanças no-
turnas, aparece de repente à sua frente a estonteante
prostituta Rosie (Kareena Kapoor), e, percebendo que
ele estava chorando, tenta oferecer seus serviços. Ele
prontamente responde que não está interessado. Ela
insiste com todo o seu jeito encantador de ser, dando
a entender que sabe algo sobre o caso do ator morto.
	 O que parece um acidente de carro se trans-
forma em um mistério que assombra as investigações.
Será que aquela prostituta sabe de algo? O mistério
está só começando...
	 Enquanto isso, a pobre Roshni, desampara-
da pelo marido e consumida pela dor, secretamente
começa a se encontrar com Frenny, que na verdade é
uma médium que escreve mensagens deixadas pelos
espíritos. Roshni consegue falar com o filho, e isso traz
um grande alento ao seu coração. A mediunidade é
um tema pouco abordado no cinema indiano, e nesse
filme ele é tratado com muita propriedade.
	 Enquanto isso, Surjan, obstinado a encontrar
a verdade sobre a morte do ator, fica cada vez mais
próximo da prostituta Rosie, que parece seber mais do
que deveria sobre o caso. A pergunta que paira no ar é
se ele quer investigá-la ou se ele quer ser investigado
pelas mãos da linda mulher, já que começa a surgir
uma forte atração entre os dois, fazendo com que Ro-
shni fique desconfiada da fidelidade do marido.
	 O filme tem a propriedade de nos deixar in-
trigados com tudo o que está acontecendo e ansiosos
para que o mistério seja logo desvendado. Esse é o
ponto forte do filme. Mas o diretor Reema Kagti con-
segue nos convencer a esperar mais um pouco, pois
ainda tem muita coisa para mostrar.
	 O design de produção e os detalhes ligados ao
filme não poderiam ser mais autêntico e agregam valor
incrível ao projeto. Os quadros capturam o nervosismo
e inquietação dos personagens. As músicas (somente
duas em todo o filme) não são comuns em Bollywood,
mas isso não as torna menos interessantes; pelo con-
trário, mostra-nos que o cinema indiano pode inovar
quando é necessário. Na verdade, as músicas estão
bem integradas na narrativa, conduzindo a história.
	 Sobre a atuação dos atores, há uma grande sin-
ceridade e autenticidade na maneira com que Aamir
Khan encena o seu personagem. O ator se entrega de
forma que conseguimos ver na tela um homem so-
frido, consumido pela dor e pela tristeza e que parece
continuar vivendo apenas pelo seu trabalho.
Ambas as atrizes Rani e Kareena aparecem nas ce-
nas como um raio de sol para iluminar o dia. Rani
ficou excelente como uma mulher perturbada, uma
esposa abandonada pelo marido e uma mãe desolada
pela perda repentina do filho. Em certos momentos a
tristeza estava estampada em seus olhos; em outros,
a esperança pedia licença e se instalava. A belíssima
Kareena Kapoor ficou ótima como uma prostituta.
Aliás, não é primeira vez que faz esse papel: já o tinha
encarnado no maravilhoso filme Chameli.
	 Juntas, as duas atrizes tiveram um desem-
penho tão admirável que definitivamente merece-
riam ganhar muitos prêmios por suas atuações. As
sequências entre Aamir e Kareena, em particular, são
simplesmente fantásticas, principalmente na cena em
que estão num motel – de uma sensibilidade tão pro-
funda que chega a escorrer água dos olhos.
	 Shernaz Patel deixou um impacto impression-
ante e a sua personagem traz alívio ao nosso aflito
coração.
	 Talaash tem um dos finais mais impression-
antes do cinema indiano. É um thriller psicológico que
nos deixa encantados e surpreendidos com o final. É
um excelente filme realmente! Você não pode se dar
ao luxo de perder um filme como este e ver que Bol-
lywood vai muito além de romance e música...
15
1º de maio
Shootout at Wadala
Direção: Sanjay Gupta
Direção musical: Anu Malik
Elenco: John Abraham, Anil Kapoor, Ronit Roy, Kang-
na Ranaut, com Priyanka Chopra e Sunny Leone em
números musicais
Gênero: Crime, ação
Sequência de Shootout at Lokhandwala (2007), o filme
é uma dramatização da emboscada armada pela polí-
cia de Mumbai para capturar o gângster Manya Surve,
que se deu em 1982 e resultou na morte deste.
3 de maio
Bombay Talkies
Direção: Anurag Kashyap, Karan Johar, Zoya Akhtar, Dibakar Banerjee
Direção musical: Amit Trivedi
Elenco: Amitbah Bachchan, Rani Mukerji, Katrina Kaif, Ranbir Kapoor e outros
Gênero: Drama
Reunião de quatro curtas dirigidos cada um por diretores renomados, Bombay Talkies é uma
homenagem aos 100 anos do cinema indiano e explorará o efeito deste cinema sobre o homem
comum.
AGENDA DE ESTREIAS
por Tiago Ursulino
17 de maio
Aurangzeb
Direção: Atul Sabharwal
Direção musical: Amartya Rahut
Elenco: Arjun Kapoor, Prithviraj, Jackie Shroff, Rishi Kapoor e outros
Gênero: Crime, ação
Yashvardhan (Jackie Shroff) é um corretor de imóveis corrupto. A polícia consegue
capturar seu capanga, Ajay (Arjun Kapoor) e, no lugar dele, envia seu sósia, Vishal,
para investigar os negócios do mafioso.
10 de maio
Gippi
Direção: Sonam Nair
Direção musical: Vishal Dadlani, Shekhar Ravjiani
Elenco: Riya Vij
Gênero: Infanto-juvenil
O filme acompanha os esforços de Gippi (Riya Vij) para enfrentar os desafios comuns
da adolescência.
Bollywood brasil ed.2 abril13

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Bollywood brasil ed.2 abril13

  • 1.
  • 2. pág. 3 - 5 Entrevista com: Florência Costa pág. 5 Enquete! pág. 6 - 8 Matéria da Capa: Grandes Filmes para 2013 pág. 8 - 9 O Casamento Indiano pág. 10 - 12 Entretenimento: Os Deuses de Bollywood pág. 13 - 14 Notícias do Mês pág. 14 - 15 Crítica: Talaash pág. 16 - 17 Agenda de Estreias Bollywood Brasil Expediente: Editor-chefe: André Ricardo Redação: André Ricardo, Claudia Rabelo Lopes, Feliz Luz, Fernanda Beltrand, Juily Manghirmalani, Rosely Toledo e Tiago Ursulino Edição e revisão: Tiago Ursulino Diagramação: Aline Moreira, Dayna Disha Malani, Juily Manghirmalani e Welber Conceição Publicidade: Themis Nascimento Divulgação: Shadia Fernanda Contato: Redação: jornalismo@bollywoodbrasil.com.br Divulgação: divulgacao@bollywoodbrasil.com.br Anúncios/patrocínio: comercial@bollywoodbrasil.com.br Caros amigos e leitores da Bollywood Brasil, Primeiramente gostaríamos de agradecer a todos pelo apoio e manifestações de carinho. Nossa revista alcançou quase duas mil visualizações em menos de 24 horas! Isso só aumen- tou nossa responsabilidade de trazer uma edição ainda melhor para vocês. Na edição de abril trazemos uma entrevista interessantíssima com a jornalista Florência Costa, que foi correspondente do jornal O Globo na Índia e escreveu o livro Os Indianos (Edi- tora Contexto) sobre suas experiências por lá. Vamos descobrir como o país mudou a sua vida para sempre. Temos ainda uma matéria especial sobre os lançamentos de Bollywood que vão marcar 2013. Após mostrarmos as divas, chegou a vez deles: os galãs de Bollywood, que vão arrancar sus- piros de nossas leitoras. Além disso, como o mês das noivas está logo aí, mostraremos como é o cerimonial de um casamento indiano. Bollywood Brasil traz ainda a crítica do emocionante Talaash, produzido e estrelado por Aamir Khan. Vocês ainda vão descobrir qual é o casal eleito o mais romântico de Bollywood, conferir o resultado da nossa enquete sobre a atriz indiana preferida dos brasileiros e se apaixonar pelos bebês Bollywood. Esperamos que vocês gostem cada vez mais da revista, que foi feita com muito carinho e, como sempre, estamos abertos para sugestões – seja através do nosso Facebook (Bollywood Brasil) ou através do e-mail jornalismo@bollywoodbrasil.com.br Grande abraço da equipe da Bollywood Brasil!
  • 3. ENTREVISTA com Florência Costa por Claudia Rabelo Lopes “A Nova Bollywood chegou para ficar” Índia e Brasil estão ligados pela história – afinal, Cabral procurava uma rota para as Índias quando chegou a terras brasileiras em 1500 – e pela economia, uma vez que ambos os países pertencem hoje ao chamado grupo dos “emergentes”, os BRICS. Apesar disso, pouco se sabe aqui sobre esse país asiático de dimensões continentais como o nosso, e sobre como vive e pensa seu povo. Essa lacuna de conhecimento começou a ser preenchida com a publicação do livro “Os Indianos” (Ed. Contexto, 2012), escrito pela jornalista Florência Costa. Ela se tornou a primeira corre- spondente de um país latino-americano na Índia, onde mo- rou de 2006 a 2012, trabalhando para o jornal O Globo. A convivência da jornalista com o povo nas diferen- tes regiões onde esteve, aliada a um trabalho aprofundado de pesquisa, resultou em um retrato ao mesmo tempo amplo e nítido da sociedade indiana em seus mais diver- sos aspectos. Para quem se interessa pelo cinema feito na Índia, o livro de Florência proporciona a compreensão de muitos detalhes e alusões ao contexto social presentes nas produções, enriquecendo a compreensão sobre elas e trazendo possibilidades de interpretação antes não perce- bidas. Nesta entrevista à Bollywood Brasil, Florência Costa conta sobre sua experiência na Índia, revela o que mais gosta no cinema indiano e reflete sobre o atual momento de Bollywood. ...Florência, você foi a primeira jornalista latino-americana a ser correspondente na Índia. Como surgiu a ideia de morar lá? Você já tinha alguma relação com o país antes? Eu não tinha nenhuma relação com o país. Fui para lá porque minha irmã, que trabalha numa empresa de Tecnologia da Informação, foi enviada para a Índia para morar por um ano. Eu resolvi segui-la para cobrir o país que despontava naquele momento, em 2006, como potência emergente. Fiz um acordo com o jornal O Globo para ser correspondente lá. Fui primeiro para Mumbai, a antiga Bombaim, o coração financeiro da Índia. Lá, morei um ano e meio. Depois en- contrei o meu atual marido, me casei e nos mudamos para Nova Délhi, onde vivi até outubro do ano passado (2012). ...Em seu livro, você diz que a família é a principal e mais forte instituição da Índia. Você acabou se casando com um indiano (o jornalista Shobhan Saxena) e fazendo parte de uma família indi- ana. Pode nos contar um pouco dessa experiência? Foi uma experiência muito boa porque a minha família indiana é aberta. São hindus liberais. Portanto não houve nenhum problema. Eles me aceitaram de braços abertos. A avó do meu marido (mãe do meu sogro), por exemplo, era uma mulher à frente de seu tem- po. Fez universidade e liderou a seção feminina do Partido do Con- gresso, que esteve à frente do movimento pela independência da Índia do Império Britânico. Ela até chegou a ser presa nessa época por sua atividade política. ...No capítulo “Curry Cultural”, você trata, en- tre outras coisas, do cinema indiano, princi- palmente de Bollywood. Você costumava ir ao cinema na Índia? O que gostava de ver? Você chegou a visitar algum estúdio? Eu fui várias vezes ao cinema, mas eu preferia ver os filmes indianos pelos DVDs. Eu vi de tudo. Comprei uma coleção imensa de DVDs. Desde filmes da antiga Bollywood, da década de 50, passando pela fase superkitsch da década de 80, até a nova Bollywood de hoje em dia. A Ín- dia tem várias indústrias cinematográficas. Bol- lywood é uma delas. São os filmes falados em Híndi e cuja sede fica em Mumbai. Como morei em Mumbai um ano e meio, logo que cheguei na Índia em 2006, visitei a cidade cinematográ- fica e entrevistei produtores de Bollywood. Fui a festas de lançamento de filmes e pude conver- sar com alguns dos principais atores do cinema indiano de hoje, como Irrfan Khan (que também faz papéis em Hollywood. O último filme que fez foi As Aventuras de Pi). E, além de Bollywood, há as indústrias cinematográficas de outros es- tados indianos, como Tollywood (filmes falados em Telugu, no estado de Andhra Pradesh), e Mollywood (filmes falados em Malayalam, no es- tado de Kerala). E, é claro, há também o cinema de arte, cujo nome mais famoso é o do diretor Satyajit Ray, que ganhou o Oscar pelo conjunto de sua obra na década de 80. ...Qual foi o seu primeiro “choque cultural” ao chegar à Índia? Foram vários choques ao mesmo tempo. Muitas línguas, as roupas tão diferentes que eles usam, várias religiões, a comida supercondimentada, a multidão em todos os lugares, a falta de espaço, e por aí vai. Tudo é muito diferente. Para você começar a entender a Índia e os indianos demora muito tempo. ...Bollywood faz um cinema que mesmo pessoas com pouca ou nenhuma instrução conseguem entender. O que mais lhe chamou a atenção na relação das pessoas com o cinema na Índia? É isso mesmo, são filmes fáceis de serem entendidos por todos. Eles chamam de filmes-família. Por isso são conservadores e não mostram cenas ousadas. Em um país onde a família é a principal instituição, pais e filhos vão ao cinema juntos. Uma coisa que me chamou muito a atenção foi o endeusamento dos atores, muitas vezes tratados como divindades mesmo, principalmente no sul da Índia. Lá, alguns atores têm até templos construídos em sua ho- menagem. A morte de determinados ídolos provoca quebra-quebra nas ruas. Pesquisando sobre a história do cinema indiano, eu descobri a origem disso. É que no início, os filmes indianos eram inspirados na mitologia indiana. Os atores encarnavam personagens mitológicos. E mitologia indiana é intrinsecamente ligada à religião. O príncipe Rama (pro- tagonista do épico Ramayana), por exemplo, o mais importante personagem da mitologia, é ao mesmo tempo uma das encarnações do deus hindu Vishnu. Foi assim que aconteceu o endeusamento dos atores. Florência com saris Florência com jovem bramane na cidade de Jodhpur, estado do Rajastao 3
  • 4. ...No livro você expressa uma visão crítica sobre a produção bollywoodiana tradicional, mas fala também de uma “nova Bollywood” que começa a surgir. Quais as principais mudanças em curso? A nova Bollywood é muito interessante. Os filmes de hoje em dia começam a ousar mais na criatividade, no roteiro, para agradar as várias plateias indianas que surgiram com o crescimento econômico do país. Até algum tempo atrás havia apenas as gigantescas salas de cinema, de mil lugares. Só era possível fazer filmes que agradassem a um público imenso, de A a Z. Dos anos 90 para cá, começaram a surgir as salas de cinema nos shoppings que se multiplicaram pelo país, com o crescimento econômico. E essas salas têm 200 a 300 lugares. Então começou a ser possível fazer vários tipos de filmes, para todos os gostos. Um dos filmes mais interessantes dessa nova Bollywood que eu vi foi Delhi Belly, uma comédia sobre três amigos que dividem um apartamento e se metem em confusão com contrabandistas de pedras preciosas. Um linguajar ousado para a conservadora sociedade indiana. Uma comé- dia deliciosa, que os jovens urbanos adoraram. Mas as famílias conservadoras não gostaram. Agora no dia 8 de março, foi lançado o filme Sahib, Biwi Aur Gangster Returns, com muito sucesso, dirigido pelo ótimo Tigmanshu Dhulia. Eu vi o primeiro e foi bem ousado, com cenas de sexo (não explícito, é claro) e a protagonista, uma mulher, com um papel muito forte e dominador, muito raro nos filmes tradicionais onde a mulher geralmente é uma sofredora. Esse filme é outro exemplo da chamada Nova Bollywood, que chegou para ficar, na minha opinião. ...Isso pode ter relação com a mudança ocorrida a partir de 2001, quando o cinema foi finalmente reconhecido na Índia como uma indústria e passou a contar com incentivos fiscais? Essa foi uma mudança importante para o cinema indiano porque a partir daí a indústria pode contar com incentivos governamentais, empréstimos de bancos etc. Até então os produtores tinham quase que somente a máfia como fonte de captação. A máfia (vários tipos de máfia) e Bollywood se mes- claram a um ponto que ficou difícil de separar um do outro até alguns anos atrás. Era uma época em que os pagamentos eram todos em cash, dinheiro sujo. Os diretores eram obrigados a escalar atrizes que namoravam mafiosos, por exemplo. E quando não o faziam, corriam o risco de levar um tiro, como aconteceu. Hoje, o dinheiro da nova economia já entra para financiar as novas produções. E isso, é claro, ajudou a arejar o cinema. ...Quais realizadores você destacaria nessa “nova Bollywood” que podem ser interessantes para o público brasileiro? E você tem algum ator/atriz favoritos? Eu destacaria além do Tigmanshu Dhulia, que citei na pergunta anterior, o diretor Anurag Kashyap, que fez vários filmes bons; o último deles, Gangs of Wasseypur, dividido em dois de tão longo que é. Uma espécie de Poderoso Chefão indiano. Participou do último festival de Cannes em uma mostra paralela. Ele também dirigiu Dev.D, uma refilmagem de um antigo clássico, a história de um boêmio bêbado que depois de uma decepção amorosa acaba caindo nos braços de uma pros- tituta. Quem faz o papel dessa prostituta é uma excelente atriz da nova geração, Kalki Koechlin, mulher de Anurag Kashyap, por sinal. Outra boa atriz da nova Bollywood é Vidya Balan, que protagonizou em 2011 um filme de grande sucesso, The Dirty Picture, sobre uma dançarina de cabaré dos anos 80. A veterana Shabana Azmi fez inúmeros filmes de sucesso e para mim tem lugar de honra nessa lista. Ela fez, por exemplo, o clássico Ankur, do badalado diretor Shyam Benegal (cinema-arte indiano). E fez também um papel de protagonista no filme Fire, da maravilhosa trilogia da diretora Deepa Mehta “Earth-Fire-Water”. Quanto aos atores, além do Irrfan Khan, do qual já falei, eu destacaria Naseeruddin Shah, também um veterano de primeira qualidade. Ele foi visto por um público mundial no filme famoso Um Casamento à Indiana [2001]. E tem a grande estrela Aamir Khan, que além de um bom ator, tem produzido o que há de melhor na Nova Bollywood. Ele, por exemplo, foi quem produziu Delhi Belly (do qual já falei anteriormente), e também o filme Peepli Live, uma comédia e ao mesmo tempo crítica social através da história de uma tentativa de suicídio de um agricultor falido e a corrida da sedenta mídia indiana para cobrir o caso e ganhar audiência. ...Alguns filmes de Bollywood, embora mantendo características tradicionais e até clichês, prob- lematizam temas políticos, sociais e éticos do país. Em sua opinião, o cinema tem um impacto significativo para a conscientização e a mudança social na Índia? Ou essas produções são toma- das como puro entretenimento sem maiores consequências para o conjunto daquela sociedade? De fato os filmes de Bollywood até que mostram bastante essas questões que você apontou. Na verdade, eles são um espelho da sociedade, de suas preocupações, de suas revoltas. Sempre que há um caso explosivo na mídia, seja de corrupção, ou de um crime, Bollywood tenta correr atrás. Por exemplo, teve um caso famoso de assassinato de uma moça, Jessica, em Délhi, morta a tiros por um playboy filho de um político rico. Ele só foi para a cadeia por causa da mobilização da classe média, que foi para a rua pedir justiça. Isso aconteceu acho que em 2001. A história inspirou o filme No One Killed Jessica. São inúmeros os exemplos. Eu acho que os filmes não só refletem a sociedade, mas também ajudam a conscientizar. O cinema tem um alcance imenso na Índia. O povão vai ao cinema. Bollywood é tão popular lá como as novelas são no Brasil. Lançamento de OS INDIANOS Florencia e Shobhan se casaram numa cerimônia budista 4
  • 5. ...Você menciona no livro que o cinema tem um papel na diplomacia indiana do “soft power”. Como isso se dá? Metade da população mundial conhece Bollywood e seus astros. Bollywood pode ser desconhecida no Ocidente, mas no Oriente e no entorno da Índia, essa indústria cinematográfica é a que mais faz sucesso. Isso porque fala a mesma linguagem, tem os mesmos códigos de comportamento e morais dos povos daqueles países. Eu pude sentir isso em pelo menos quatro países que visitei para fazer coberturas jornalísticas enquanto morava na Índia: no Irã, no Paquistão, no Afeganistão e no Nepal. Em todos eles, as pessoas conheciam e demonstravam mais amor a Big B (Amitabh Bach- chan, a grande estrela de Bollywood desde os anos 70) do que a qualquer celebridade Hollywoodiana. No Afeganistão, logo após a queda do Taliban, começaram a pipocar lojas de DVDs com filmes de Bollywood. No centrão comercial de Kabul, vi um enorme outdoor de Katrina Kaif, uma atriz sex-symbol de Bollywood, estampando uma das maiores lojas da capital afegã. No Paquistão [país de maioria muçulmana], as mulheres, por influência dos filmes de Bollywood, usam saris em festas de casamento. O sari, uma roupa tradicional indiana, usada pelas hindus, não é bem visto entre os muçulmanos, até por mostrar demais a pele (a barriga fica de fora, por exemplo). E há vários outros países que as- sistem Bollywood, inclusive no primeiro mundo onde há uma imensa diáspora indiana, como nos EUA, na Inglaterra e na Austrália. Com todo esse poder de influência, o governo indiano não poderia deixar de usar esse “soft power”: o poder que não é das armas. O poder que vem do charme de sua cultura. Uma forma de fazer sua autopropaganda no mundo afora. Eu percebi o poder desse soft power nessas viagens: o sorriso dos afegãos e até dos paquistaneses quando você diz que mora na Índia, que veio de Mumbai, a terra de Bollywood. E aí a pessoa recita diálogos de filmes famosos ou canta músicas de filmes que ficaram para a história. E te perguntam se você algum dia já cruzou com Shahrukh Khan ou Salman Khan, dois atores-deuses da indústria cinematográfica indiana. ...Em 2012 você voltou ao Brasil, depois de seis anos morando na Índia. Que hábitos você incorporou em sua estadia lá que vieram com você? E qual o aprendizado mais importante que essa experiência indiana lhe proporcionou? Depois de tanto tempo lá, eu costumo dizer que já virei meio indiana. Até tive choque cultural ao voltar pro Brasil, vendo as mulheres com roupas tão decotadas, shortinhos e camisetas de alcinhas que eu tive que abandonar quando vivi por lá. Foram muitos aprendizados. Só vou destacar os principais porque não haveria espaço para citar tudo. Mas eu acho que o respeito pelos mais velhos, o orgulho de gostar de sua cultura, não dar tanta importância à aparência física, como a paranoia da ditadura da magreza, por exemplo, tão comum no Ocidente. ANUNCIE AQUI contato: comercial@bollywoodbrasil.com.br Comentários e Sugestões Agradecemos a todos pelo carinho. Abaixo estão algumas das sugestões e comentários sobre nossa edição anterior. Contamos com vocês para fazermos uma revista cada vez melhor. Para comentários ou sugestões usem o nosso face- book (Bollywood Brasil) ou mandem e-mail para jornalismo@bollywoodbrasil.com.br Marcio Vinicius - gostei mt da iniciativa e da edição ótimo texto e fotos só uma sugestão aumenta mais a letra pois do tamanho q está fica parecendo q os textos são gigantescos e fica mt cansativo aos olhos... Espero q essas obser- vações ajudem vc e a equipe continuem com essa ótima força de vontade de proatividade. Bollywood Brasil – Obrigado Marcio. Adotamos sua sugestão e a fonte foi aumentada nessa edição. Citralekha Devi Dasi - Curti muito a revista! Espero q façam mais e mais! Vida looonga! :D António Gonçalves - Muitos parabéns a todos e felicidades para a revista Srta Moon - Parabéns para toda a equipe!... Feliz Luz ficou ótima sua matéria Fabio Farraj - Muito bom!!! Parabéns!! Renata Flores - Parabéns pela revista....tomara que isso sirva de mais divulgação pros nossos queridos filmes india- nos. Myrlei Gonçalves - Gostei muito, tá linda! Posso sonhar que um dia vai chegar as bancas? Enquete! A Bollywood Brasil perguntou aos nossos leitores qual era a sua atriz de Bollywood preferida. A competição foi acirrada, mas seguem abaixo as mais votadas: 5º lugar, com 10% dos votos: PRIYANKA CHOPRA 4º lugar, com 12% dos votos: MADHURI DIXIT 3º lugar com 17% dos votos: AISHWARYA RAI BACHCHAN 2º lugar com 23% dos votos: RANI MUKERJI E em primeríssimo lugar, na opinião de 30% do público votante: KAJOL DEVGN! Vale lembrar que Kajol viveu a personagem Zooni, no filme Fanaa, que foi exibido ano passado no Brasil. Para os fãs da Kajol, cliquem aqui para ver a entrevista (com legendas em português) da musa, juntamente com o Aamir Khan, sobre sua atuação em Fanaa. A Bollywood Brasil agradece a todos que participaram e em breve teremos mais enquetes! Florência com saris 5
  • 6. GRANDES FILMES PARA 2013 2012 acabou com a sensação geral de ter sido um bom ano para o cinema híndi. O ator Irrfan Khan – que já foi visto nas telas em 2013, inclusive no Brasil, no papel do Pi adulto em As Aventuras de Pi – disse ao jornal The Times of India em janeiro: “O país está acordando para boas histórias. Não nos faltam ideias. Apenas precisa- mos de bons diretores para apresentá-las de forma interessante. Com sorte, 2012 foi um ano muito bom para a nossa indústria.” Já estamos em abril, mas é verdade que, até agora, Bollywood ainda não usou suas melhores cartas, e os filmes que mais prometem em questão de entretenimento ou impacto para 2013 ainda estão por vir. É esperar e torcer para o ano novo ser ainda melhor do que o velho. O gênero de ação é uma das fontes mais seguras de sucesso em Bollywood. Em 2013 já foram dois: Race 2 – mais um filme produzido e estrelado por Saif Ali Khan – e Special 26 – estrelado por Akshay Kumar. Race 2 entrou para o que a imprensa especializada em cinema da Índia chama de “clube dos 100 crore”. 1 crore é uma medida de quantidade que equivale a 10 milhões. A produção de Saif faturou 102 crores em rúpias indianas, o que equivale a mais de R$ 35 milhões. Mas muitas outras produções virão por aí ainda. Em maio virá Shootout at Wadala (Tiroteio em Wadala), com o galã John Abraham e Anil Kapoor. Apostando nas sequências, Bollywood também vai contar com Once Upon a Time in Mumbai Again (Era uma vez em Mumbai de novo), que levará para as telas o casal Akshay Kumar e Sonakshi Sinha, que em 2012 estrelou o sucesso Rowdy Rathore. E ainda, mais em direção ao fim do ano, Dhoom 3 vai reunir um time de astros: Aamir Khan, Abhishek Bachchan e Katrina Kaif. John Abraham em cartaz de Shootout At Wadala. Imran Khan e Akshay Kumar nos sets de Once Upon a Time in Mumbai Again. MUMBAI EM AÇÃO DANÇANDO NAS TRÊS DIMENSÕES ABCD: Any Body Can Dance. Dançando em todas as dimensões. A tecnologia 3D está em franco crescimento na Índia. 2013 já viu os astros Hrithik Roshan, Juhi Chawla e Katrina Kaif emprestarem suas vozes aos personagens da animação Main Krishna Hoon (Eu sou Krishna), além de dançar com os números musicais elaborados de ABCD: Any Body Can Dance (Todo mundo pode dançar) – filme que, ao lado de estreantes na indústria, trouxe o talentoso e experiente Prabhu Deva. Alguns filmes serão lançados nos dois formatos (2D e 3D), como o filme de super-herói Krrish 3 (mais um com Hrithik Roshan, atuando ao lado de Priyanka Chopra) e Bhaiyyaji Superhitt, outro filme com um time grande de estrelas, como a já citada Sunny Deol, Preity Zinta e Ameesha Patel (já vista em Race 2 neste ano). Há também a animação 3D Chaar Sahibzade que, segundo um dos produtores, estará “na mesma liga de um Avatar ou Tintin”. Um lançamento curioso será o filme Kamasutra 3D, baseado no célebre manual erótico, um projeto corajoso num país onde ainda é raro ver os atores sequer se beijarem nas telas. Outranovidadeéolançamentodeumaversãoem3Dde um dos maioresclássicosdocinemaindiano:Sholay(1975). O grande sucesso de Amitabh Bachchan e Dharmendra deve voltar às telas no dia da independência da Índia, 15 de agosto. Anovidadetecnológica não se restringe porém à indústria de Bollywood. Kochadaiyaan e Vishwaroopam 2 (um thriller de espionagem) são exemplos de filmes em tâmil que também serão exibidos em 3D. Kamasutra 3D, filme erótico baseado no famoso manual. Farhan Akhtar vai interpretar o atleta Milkha Singh, “o sikh voador”. Talvez os mais importantes prêmios do cinema indiano sejamosNational Film Awards. A premiação, organizada pelo governo indiano, tem âmbito nacional, premiando filmes em numerosas categorias (além das usuais, há prêmios mais incomuns para nós, como o de “melhor filme sobre preservação ambiental”) e escolhendo também, além de um melhor filme geral, melhores filmes em cada uma das línguas nacionais. Os vencedores da última edição foram anunciados em março, e o filme que mais se destacou foi Paan Singh Tomar, que levou os prêmios de melhor filme (geral) e melhor ator para Irrfan Khan. O filme conta a história real de Paan Singh Tomar, soldado indiano que se tornou atleta e que, esquecido subsequentemente pela nação, tornou-se um líder rebelde e acabou sendo assassinado por forças do governo em 1981. Em 2013, novos biópicos sobre esportistas indianos estão em produção. O primeiro a chegar nas telas contará a história do atleta Milkha Singh (nascido em 1935), conhecido como “o sikh voador”. Milkha foi medalhista de ouro nos Jogos Asiáticos de 1958 e nos Jogos da Comunidade das Nações (Commonwealth Games) do mesmo ano. O filme se chamará Bhaag Milkha Bhaag (Corra, Milkha, corra) e contará com Farhan Akhtar no papel de Milkha, estrelando também Sonam Kapoor (filha de Anil Kapoor). Por toda a expectativa ao redor do filme e considerando a presença de Farhan, ator e produtor judicioso, é possível dizer que BMB é uma das grandes promessas para 2013: certamente fará sucesso, e provavelmente vai levar muitos troféus na temporada de premiações, no começo de 2014. Ainda sem data de lançamento certa, mas cujas filma- gens começam em junho, outra promessa de sucesso de crítica e público é o biópico sobre a boxeadora Mary Kom. Medalhista de ouro em várias competições, além de ter levado uma medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, a esportista será representada nas telas por Priyanka Chopra. Pelo Twitter, PC (como os fãs e a mídia a costumam chamar) já compar- tilhou com os seus seguidores as dores do treinamento para entrar em forma para o papel. HOMENAGEANDO OS HERÓIS NACIONAIS A boxeadora Mary Kom, que terá biópico em sua homenagem estrelado por Priyanka Chopra. E OS ZUMBIS SE LEVANTAM NA ÍNDIA... Kalki Koechlin e Emraan Hashmi em cena 2013 vai marcar o começo de um novo gênero na Índia: o dos filmes de zumbi. Rise of the Zombie (não confundir com o americano Rise of the Zombies, de 2012) inaugurou a nova via em abril, mas logo será acompanhado por Go Goa Gone, mais uma produção da prolífica Illuminati Films, produtora de Saif Ali Khan. Curiosamente, este último também será uma comédia: fica a expectativa sobre o que Bollywood fará com gênero popularizado pelo cinema americano. A novidade vem atrás de um gênero primo e que já gerou muitos filmes na Índia, o do terror. Em 2013 já vieram algumas produções nesta direção, como 3G (com Neil Nitin Mukesh), Aatma (Alma; com Bipasha Basu) e Ek Thi Daayan (A feiticeira), e ainda virá Ragini MMS 2 (estrelando Sunny Leone, a ex-atriz pornô que em 2012 estreou em B o l l y w o o d com o filme erótico Jism 2), além de Mumbai 125 KM, que será em 3D! Por Tiago Ursulino 6
  • 7. Se entre as mulheres Deepika Padukone é quem tem mais fichas para apostar em 2013, entre os homens é difícil pensar em quem esteja numa onda melhor do que Ranveer Singh. Ator ainda novato, começou a carreira em 2010 com Band Baaja Baaraat (Banda, música, cortejo), pelo qual levou o troféu de melhor estreante masculino nos Filmfare Awards. Mas só em 2013 estrelará em três produções, e em todas apa- recerá ao lado de algumas das atrizes mais populares do momento em Bollywood. Além de já ter a chance de colaborar com um dire- tor do calibre de Sanjay Leela Bhansali no filme Ram Leela, ao lado de Deepika Padukone, Ranveer tam- bém contracenará com Priyanka Chopra em Gunday (Vândalos). Mas talvez sua grande promessa seja mesmo Loo- tera (Bandido), filme que contará com a também nova queridinhadaindústria:SonakshiSinha.Odramapromete ainda pelo refinamento do seu diretor, Vikramaditya Mot- wane, cujo filme anterior, Udaan (Voo; 2010), foi grande s u c e s s o de crítica. M o t w a n e também foi corroteiris- ta de Dev.D (2009). Ranveer e Deepika em cartaz de novo filme de Sanjay Leela Bhansali. Sonakshi Sinha e Ranveer Singh reunidos para o lançamento de Lootera. … E DE RANVEER SINGH O ANO DE DEEPIKA PADUKONE... Desde sua estreia bom- bástica em 2007 com Om Shanti Om ao lado de ninguém menos que o rei Shah Rukh Khan, Deepika Padukone nun- ca deixou a primeira divisão das estrelas de Bollywood. Mas não foi senão em 2012 que ela atingiu sua grande realização como atriz, no filme Cocktail, terceira vez que contracenou com Saif Ali Khan numa produção do astro. E, na onda deste sucesso de críti- ca e público, a atriz resolveu apostar alto para 2013: ao todo, ela aparecerá cinco vezes nas telas do país ao longo do ano. A primeira vez foi em janeiro na sua quarta colabora- ção com Saif Ali Khan, o já mencionado Race 2, que foi um sucesso. Mas todos os seus outros filmes para 2013 já são também sucessos certos e estão entre os mais esperados. A próxima aparição será ao lado de Ranbir Kapoor numa produção de Karan Johar, Yeh Jawaani Hai Deewani (Esta juventude é louca). Os dois atores, que já namoraram na vida real (Deepika tem uma tatuagem com as iniciais RK na nuca), trabalharam juntos antes em Bachna Ae Haseeno (Salvem-se, garotas; 2008). Deepika também voltará a trabalhar com Shah Rukh Khan, depois de 6 anos, no longa Chennai Express. E também vai estrelar o novo filme do prestigiado diretor Sanjay Leela Bhansali (Hum Dil De Chuke Sanam, De- vdas, Black e Saawariya, que inclusive está disponível em DVD no Brasil), que se chamará Ram Leela (A histó- ria de Ram), onde atuará ao lado de Ranveer Singh. É difícil dizer ao lado de que galã a atriz fará mais sucesso, mas ainda tem mais: fora de Bollywood, a atriz aparecerá (virtualmente!) na superprodução tâ- mil Kochadaiyaan, animação que con- tará com um dos maiores fenôme- nos dessa outra in- dústria de cinema da índia, o ator Ra- jinikanth. O filme será feito com cap- tação de movimen- to e sairá em 3D. 2012 terminou confirmando ainda mais essa impressão: Vidya Balan é provavelmente a me- lhor atriz em Mumbai. Após ter sido eleita como tal em 2011 tanto nos Filmfare Awards quanto nos National Film Awards por The Dirty Picture, a atriz surpreendeu novamente com seu papel em Kahaani, um dos filmes mais elogiados de 2012 e que a garantiu mais um Filmfare. Em2013aatrizserávistaduasvezesnastelonas, primeiroemGhanchakkaredepoisemShaadiKeSide Effects (Efeitos colaterais do casamento). Neste, atuará ao lado de Farhan Akhtar; ou seja, só pode dar boa coisa. Vidya Balan em cena de Ghanchakkar. VIDYA BALAN, A MELHOR ATRIZ DE BOLLYWOOD? Ator sério e vetera- no, que já apareceu várias vezes tam- bém em produções americanas (como em Viajem a Darje- eling, Quem Quer Ser um Milionário?, O Espetacular Ho- mem-Aranha e o recentemente premiado As Aventuras de Pi), Irrfan Khan é um profissional em quem se pode con- fiar. Partilhou nos National Film Awards anunciados em março o prêmio de melhor ator com Vikram Gokhale (do cinema marati), por sua atuação em Paan Singh Tomar. Será visto em 2013 em cinco produções. Uma já estreou: Saheb Biwi Aur Gangster Returns (O mestre, a esposa e o gângster - retorno). O filme foi bem rece- bido pela crítica e teve bom desempenho nas bilhe- terias. Aparecerá ainda no thriller D-Day (ao lado de Rishi Kapoor e Arjun Rampal) e nos dramas Lunch- box e Tukkaa Fitt, além de uma aparição especial em Pranam Walekum, que contará com a atriz brasileira Giselli Monteiro, que já fez dois filmes em Bollywood: Love Aaj Kal (Amor hoje em dia) e Always Khabi Khabi (Sempre, às vezes). São várias chances para o ator IRRFAN KHAN, O MELHOR ATOR? Aamir Khan filmando para P.K., filme que deve sair só em 2014. E o que os três grandes Khan farão em Bollywood em 2013? Shah Rukh, Salman e Aamir são ainda os indiscutíveis grandes nomes da indústria atual entre os homens. Em 2012 seus filmes fizeram sucesso, como de costume, ape- sar de não terem sido os mais falados. Neste ano, Shah Rukh Khan vai estrelar apenas um filme, o já citado Chennai Express, repetindo o casal de Om Shanti Om com Deepika Padukone. Aamir, como tem sido costume, também só aparecerá uma vez este ano, em Dhoom 3, mas já está trabalhando em outro projeto, o filme P.K., uma sátira política que con- tará também com Anushka Sharma e deve sair em 2014. Já Salman Khan, talvez o mais popular entre os três no momento – principalmente por ter encarnado o simpático policial Chulbul Pandey em Dabangg 1 e 2 (Destemido) e pelo sucesso de Ek Tha Tiger (Havia um tigre) em 2012 –, será visto várias vezes: vai estrelar Sher Khan (Leão Khan; ação), Partner 2 (comédia, com Govinda, Lara Dutta e San- jay Dutt) e Mental (outro de ação, ao lado da atriz Tabu). Também fará uma aparição especial em Ishkq In Paris. OS TRÊS KHAN Shah Rukh Khan em cartaz de Chennai Express, em que voltará a atuar com Deepika Padukone 6 anos após Om Shanti Om. 7
  • 8. Cartaz do multidirigido Bombay Talkies, filme em hom- enagem aos 100 anos do cinema indiano. BOMBAY TALKIES 2013 marca o centenário do cinema indiano, e é claro que não vão faltar homenagens à data ao longo do ano. Uma de- las virá na forma do filme Bombay Talkies. O título é uma re- ferência a um importante estúdio de cinema de Mumbai fun- dando em 1934 e fechado 20 anos depois, responsável pela produção de grandes filmes na chamada “idade de ouro” do cinema indiano. O filme será dividido em quatro partes, cada uma con- tando uma história e dirigida por um diretor diferente, mas todos renomados: Anurag Kashyap (de Dev.D e Gangs of Wa- sseypur, por exemplo), Karan Johar (que dirigiu desde clás- sicos como Kuch Kuch Hota Hai aos mais recentes sucessos My Name Is Khan e Student of the Year), Zoya Akhtar (irmã de Farhan e diretora dos aclamados Luck By Chance e Zindagi Na Milegi Dobara) e Di- bakar Banerjee (diretor de filmes como Khosla Ka Ghosla e Oye Lucky! Lucky Oye!). Para o jornal The Times of India, Zoya explicou: “[O filme] É sobre o poder e a influência dos astros de cinema. Quando as pessoas às vezes se sentem perdi- das, eles afetam suas vidas e as ajudam a seguir adiante. As pessoas os veem como modelos.” O trailer para este filme – assim como os de vários outros – já está disponível no YouTube. Clique no título para assistir. Os filmes com * já estrearam. *Race 2 Mumbai 125 KM *Special 26 Shootout at Wadala *Rise of the Zombie Go Goa Gone *Aatma Lootera *3G Bhaag Milkha Bhaag *ABCD: Any Body Can Dance Kamasutra 3D *Ek Thi Daayan Yeh Jawaani Hai Deewani *Main Krishna Hoon Bombay Talkies *Saheb Biwi Aur Gangster Returns Ghanchakkar FILMES CITADOS COM TRAILERS DISPONÍVEIS acesse: www.dasindias.com.br No Brasil, maio é o mês das noivas, então casamento se torna um tópico corrente. Aproveitando-se disso, a Bollywood Brasil resolveu falar sobre esse momen- to tão esperado na vida de cada casal: como ele é preparado e vivenciado na Índia? Nossa redatora Juily Manghirmalani conta o que viu nas suas viagens pessoais pelo país. O Casamento Indiano por Juily Manghirmalani 8
  • 9. Minhas experiências com casamentos indianos são principalmente ligadas à religião hindu, dentro da cultura Sindh, da qual minha família é originária. Sindh é uma das quatro províncias do Paquistão, em que, no passado, a maior parte de sua população teve que escolher entre ficar na Índia ou no Paquistão, dependendo da religião que seguiam - hindu ou muçulmana. Como minha família é hindu, mudaram-se para Mumbai, Índia. Tive o privilégio e prazer de acompanhar três casamentos indianos de perto, um nos Estados Unidos em 2010, outros dois na Índia em 2011 e 2012 [F.1]. As experiências foram muito prazerosas e cheias de aprendizados. Os dois últimos foram um pouco mais tradicionais, um deles teve até rituais antigos de car- regar a noiva no palanquim [F.2], entre outras coisas. O número de festas difere por religião e também pelo quanto as famílias estão dispostas a investir nisso. Muitas vezes, apenas a família da noiva paga pela maior parte das festas. Presenciei cerca de 5 a 7 festas por casamento. Inicialmente, antes de todos os preparativos para as festas, os noivos fazem o seu mapa astral e identificam se terão uma vida próspera juntos. Isso é algo comum em todos os casamentos hindus, porém naqueles da cultura sindh existe outro papel fundamental - o da escolha do novo nome da noiva. Muitas vezes, em famílias tradicionais, a noiva perde tanto o sobrenome quanto o nome, e passa ser filha “integral” da família do homem com quem está casando. Existem diferentes festas para a família da noiva e do noivo, e são quase todas feitas nas próprias casas dessas pessoas. Um tipo de sacerdote - que pode ser homem ou mulher - vai até as casas das famí- lias dos noivos e celebra um primeiro ritual (puja), de “perda da vida solteira” – o que significa deixar os pais, criar novas responsabilidades e entrar para uma vida conjugal com esta outra pessoa. Nesta festa e dia, o casal não se encontra e tanto os pais como os filhos fazem jejum. O nome desta primeira festa depende de que lado da família você está. Se você estiver na família da noiva, há uma celebração muito animada e esperada por todas as mulheres, na qual aplica-se henna nas mãos, em formatos como o de flores, pavões etc. . O desenho de henna é um signo conhecido na Índia pra identificar mulheres recém-casadas: aplica-se o corante das mãos até o cotovelo e nos pés até a metade das pernas. Normalmente essa celebração dura uma tarde toda. Homens não participam, porém, muitas vezes, ficam por perto para ajudá-las a se locomover e alimentar as mulheres que ainda estão com a henna fresca. Outro ritual, um pouco mais parecido com o ocidental, é onde as famílias vão a um templo e fazem uma prece aos deuses pela benção do casal. Normalmente acontece bem cedo e há oferendas de todos as pessoas presentes. Há também uma celebração conhecida como “noivado”, que acontece dentro desse número de festas e não meses antes como no ocidente. As famílias trocam presentes e dançam a noite toda. Antigamente, essa festa servia para o pagamento do dote, mas atualmente, cada vez mais, serve apenas para as famílias se encontrarem e demonstrarem números de danças baseados nos filmes de Bollywood, preparados pelos familiares (principalmente primos e irmãos) aos noivos [F.5]. As duas maiores festas - em questão de número de convidados, tamanho e beleza de trajes - são o “casamento” e a “recepção”, as quais também possuem semelhanças com as festas ocidentais. No “casamento” tradicional, o noivo chega em uma espécie de carruagem com uma banda tocando música alta na frente, a família dançando e muita festa [F.4]. Segundo Meeta Ravindra (especialista em casamentos indianos no Brasil), esse evento pode ser explicado como: “Os noivos consagram a união conjugal na presença do fogo sagrado e pelos mantras, escritos em sânscrito, pronunciados pelo sacerdote ou sacerdotisa. A cerimônia é constituída de 16 passos e conta com a participação dos noivos e dos pais e irmãos de ambos”. Tradicionalmente, é neste momento em que a noiva “troca” de família: ela é levada pelos seus antigos irmãos e primos, dentro de um pa- lanquim, até sua nova família [F.3]. A “recepção” é a maior festa, normalmente celebrada à noite, e é quando as famílias e amigos se unem e comemoram a união do casal. Há muita comida, bebida, belos trajes, fotos e danças. Explicar cada passo e festa em detalhe não caberia nesta matéria. Com certeza há material para um livro. Alguns filmes já foram feitos mostrando um pouco desse universo. O mais conhecido no Brasil é o Monsoon Wedding ou Um Casamento à Indiana (2001). Casamentos indianos são cheios de cores, sabores e cheiros. A preparação da semana de festas chega a durar cerca de um ano, em que muitos outros rituais podem acontecer. E todos que presenciei foram experiências únicas. F. 1 F. 2 F. 3 F. 4 F. 5 9
  • 10. Na edição anterior, nós mostramos um pouco de algumas das muitas musas do cinema indiano. Agora nada mais justo que falarmos um pouco dos deuses de Bollywood. Na História da humanidade, a ideia que temos de Deus ou deuses abrange várias concep- ções em todas as sociedades, desde as primitivas até as modernas civilizações. Deus muitas vezes é expresso como o Criador e Senhor do universo. As mais comuns entre suas atribuições incluem onisciência, onipotência, onipresença, eternidade e de existência necessária. Aqui todas estas formas se encaixam exatamente com o que as fãs pensam e sentem pelos seus atores preferidos, mas os termos mais comumente usados pelas fãs são charmosos, lindos, talentosos, “sexy”, elegantes. Ou uma palavra que abrange tudo, “divo”, palavra esta que segundo o dicionário Michaelis significa “divino, homem divinizado; deidade masculina”. Portanto, nada melhor do que conhecer alguns destes divos de Bollywood. por Rosely Toledo Os Deuses de Bollywood
  • 11. Amitabh Bachchan Amitabh Bachchan Harivansh, também conhecido como o Big Boss (Grande Chefe) ou o Rei de Bollywood, nasceu em 1942, filho do Dr. Harivansh Rai Bachchan, um famoso poeta híndi. Ganhou popularidade na década de 1970 e já apareceu em mais de 180 filmes indianos. Alguns de seus filmes são Deewar (1975), Sholay (1975), Kaala Patthar (1979), Bunty Aur Babli (2005), Kabhi Alvida Naa Kehna (2006) entre muitos outros. Bachchan é unanimemente um dos os atores mais influentes e conhecidos na história do cinema indiano. Ele já ganhou inúmeros prêmios importantes em sua carreira nos National Film Awards, Filmfare Awards, sendo o artista mais indicado em qualquer cat- egoria principal. O Governo da Índia honrou-o com o Padma Shri em 1984 e o Padma Bhushan em 2001 (distinções civis indianas) por suas contribuições para as artes. Além de atuar, Bachchan trabalhou como cantor de playback, produtor de cinema e apresentador de televisão. Ele também teve uma breve passagem na política na década de 1980. 1965 é conhecido na Índia como o ano dos Khan, pois, numa incrível coincidência, três dos maiores atores indianos nasceram nesse ano. São eles: Salman Khan, Shah Rukh Khan e Aamir Khan. Aamir Khan Aamir Hussain Khan iniciou sua carreira aos 8 anos como ator infantil, atuando ao lado de seu tio Nasir Hussain no filme Yaadon Ki Baaraa (1973), porém sua carreira profissional só veio aos 11 anos com Holi (1984). Seu primeiro sucesso comercial foi o filme Qayamat Se Qayamat Tak (1988). Ganhou várias premiações nos National Film Awards e Filmfare Awards por suas atuações. O Governo da Índia o honrou com o Padma Shri em 2003 e a Padma Bhushan em 2010 por suas contribuições para as artes. Aamir não costuma fazer muitos filmes por ano (como é comum para os atores indianos), e não frequenta festivais. No entanto, tem talento para escolher filmes que acabam se tornando não só sucessos, mas verdadeiros marcos na história do país. Filmes como Lagaan (2001), que foi nomeado ao Oscar, Mangal Pandey: The Rising (2005), Rang De Basanti (2006), Taare Zameen Par (2007), Ghajini (2008), 3 Idiots (2009) são exemplos de grandes sucessos estrelados por Aamir. Sendo também diretor e produtor, Aamir se estabeleceu como um dos principais nomes do cinema híndi e revolucionou a forma de se fazer cinema no país, abordando temas sociais e problemas do povo indiano, muitas vezes considerados como tabu. O público brasileiro teve a chance de ver Aamir nas telonas, no filme Fanaa (2006), onde ele foi o Rehan, um terrorista dividido entre seu amor e a lealdade pela causa da independência da Caxemira. Veja aqui o pequeno vídeo em que Aamir fala ao Brasil. No campo social Aamir foi nomeado como embaixador da UNICEF para combate da desnutrição infantil, fazendo parte de uma campanha do governo visando aumentar a conscientização sobre a desnutrição em 2011. Salman Khan Abdul Rashid Salim Salman Khan atuou em mais de 80 filmes híndi. Salman é filho do roteirista Salim Khan e de sua primeira esposa Salma (Sushila Charak).Sua estreia se deu com Biwi Ho To Aisi (1988), mas o sucesso co- mercial só veio com o blockbuster Maine Pyar Kiya (1989), onde ganhou um prêmio Filmfare de melhor ator estreante masculino. Seu maior feito recente foi emplacar consecutivamente 5 grandes sucessos: Dabangg (2010), Ready (2011), Bodyguard (2011), Ek Tha Tiger (2012) e Dabangg 2 (2012). Salman Khan atualmente é considerado o mais importante e influente ator do cinema indiano. Aamir Khan chegou a dizer sobre o colega certa vez: “Salman é a única estrela. Todos os outros são operários.” Além do cinema, Salman também atua no campo social com sua Fundação Being Human nas áreas de educação e saúde. Shah Rukh Khan Shahrukh Khan, muitas vezes creditado como Shah Rukh Khan e infor- malmente conhecido como SRK, já fez mais de 75 filmes em híndi em gêneros que vão desde dramas românticos a ação, e sua atuação rendeu tantos troféus que ele se tornou o ator de Bollywood mais premiado de todos os tempos (juntamente com Dilip Kumar). Em 2005, o Governo da Índia o honrou com o Padma Shri por suas contribuições para o cinema indiano. Começou sua carreira aparecendo em teatro e diversas séries de tele- visão no final de 1980. Mais tarde fez sua estreia no cinema com Deewan (1992). Participou de vários filmes que já se tornaram clássicos na Índia, como Dilwale Dulhaniya Le Jayenge (1995), Dil Para Pagal Hai (1997) e Kuch Kuch Hota Hai (1998), e também dos mais recentes Chak De! India (2007) e My Name Is Khan (2010). Khan é o cofundador da Red Chillies Entertainment, importante produ- tora, e também é coproprietário da equipe de críquete Kolkata Knight Riders, que atua na primeira liga indiana. 11
  • 12. Hrithik Roshan Hrithik Roshan nasceu em 1974, filho do diretor de cinema Rakesh Roshan. Além de atuar, Roshan também é um exímio dançarino e apresentador de televisão, além de ser considerado um dos homens mais bonitos da Índia. Foi ator infantil em vários filmes ao longo dos anos 1980, mas sua estreia em um papel principal veio no filme Kaho Naa... Pyaar Hai (2000). Participou de muitos outros filmes como Kabhi Khushi Kabhie Gham (2001), Koi... Mil Gaya (2003), Krrish (2006), Dhoom 2 (2006), Jodhaa Akbar (2008), Guzaarish (2010), Zindagi Na Milegi Dobara (2011) e Agneepath (2012), seu maior sucesso comercial até o momento. Roshan recebeu varias premiações como o Filmfare e um prêmio internacional como melhor ator no Golden Minbar International Film Festival, na Rússia. Akshay Kumar Akshay Kumar, além de ator, é também produtor e artista marcial, realizando acrobacias perigosas em seus filmes – o que lhe rendeu a reputação de ser o “Jackie Chan indiano”. Sua estreia na televisão como o apresentador do programa Fear Fac- tor - Khatron Ke Khiladi , foi em 2008.Como quase todo grande ator de Bollywood, ele fundou uma empresa de produção, a Hari Om Entertainment. Já apareceu em mais de 125 filmes. Sua carreira começou na década de 1990, fazendo filmes de ação, e passou a ser reconhecido por suas aparições na série Khiladi, que incluiu Khiladi (1992), Khiladi Tu Anari (1994), Khiladiyon Ka Khiladi (1996), Sr. e Sra Khiladi (1997), entre outros. Sua popularidade veio também através de filmes como Yeh Dillagi (1994), Dhadkan (2000) e Namastey Londres (2007).Seus filmes mais recentes foi Special 26, já em 2013. Já foi indicado para os Filmfare Awards várias vezes, vencendo em duas oca- siões. Outras premiações e reconhecimentos vieram, por exemplo, da Universidade de Windsor, que lhe conferiu um doutorado honorário por sua contribuição ao cin- ema indiano, e pelo governo nacional, com o Padma Shri em 2009. Saif Ali Khan Saif Ali Khan, nascido como Sajid Ali Khan em 1970, é filho do jogador de críquete Mansoor Ali Khan e da atriz Sharmila Tagore, sobrinha-neta do poeta Rabi- ndranath Tagore. Apesar de ter estreado em 1992 com Parampara, só conheceu o sucesso de- pois, com os filmes Main Khiladi Tu Anari (1994) e Yeh Dillagi (1994). Além disso, es- trelou outros filmes como Dil Chahta Hai (2001), que marcou sua virada profissional, Kal Ho Naa Ho (2003), Hum Tum (2004), Salaam Namaste (2005) e Race (2008) e atuou em projetos aclamados pela crítica como Parineeta (2005) e Omkara (2006). Também levou prêmios nos Filmfare Awards, National Film Awards e tem um Padma Shri, que lhe concedido em 2010. Recentemente tem produzido filmes com sua empresa, Illuminati Films, sempre estrelando-os também: são eles Love Aaj Kal (2009), Agent Vinod e Cocktail (2012) e o esperado Go Goa Gone (2013), uma “comédia zumbi”. Ainda nesta edição, você pode conferir os principais projetos em que os “divos” (e as musas, claro) de Bollywood estão envolvidos em 2013. Abhishek Bachchan Abhishek Bachchan é filho dos atores Amitabh Bachchan e Jaya Bachchan e é casado com a atriz e ex-Miss Mundo Aishwarya Rai. Bachchan estreou no cinema com o filme Refugee (2000), mas seu sucesso co- mercial veio com Dhoom (2004). Atuou em filmes como Bunty Aur Babli (2005), Kabhi Al- vida Naa Kehna (2006), Guru (2007) e Bol Bach- chan (2012), seu trabalho mais recente. Seus projetos para 2013 são Dhoom 3: Back in Ac- tion, sendo rodado, e Happy New Year, em pré- produção. Ajay Devgn Ajay Devgn nasceu como Vishal Devgan em 1969 em uma família já envolvida na indústria do cinema híndi em Mumbai. Seu pai, Veeru Devgan, é um coreógrafo de dublês bem conhecido e sua mãe, Veena Devgan, uma produtora de cinema. Ajay, além de ator, é também diretor e produtor. Ele é casado com a atriz Kajol desde 1999. Estreou ainda como criança com Pyari Behna (1985). Seis anos mais tarde, em Phool Aur Kaante (1991), ele fez sua estreia pra valer no cinema. No decorrer de sua carreira, teve filmes de sucesso comercial, inclu- indo Raincoat (2004), Yuva (2004), Omkara (2006) e Golmaal: Unlimited Fun (2006), e os mais recentes Singham (2011), Bol Bachchan (2012) e Son of Sardaar (2012). Em decorrência de seu sucesso, estabeleceu-se como um dos principais atores de Bollywood. Devgn já recebeu vários prêmios nos Filmfare Awards e nos National Film Awards.Estreou como diretor de cinema com o filme U Me Aur Hum (2008), que conseguiu um sucesso mod- erado nas bilheterias, fixando sua empresa de produção, Ajay Devgn Films, no mercado cinematográfico. Acesse: www.portalunique.com 12
  • 13. Notícias do mês por André Ricardo Depois de Salman Khan com o Ek Tha Tiger, outros filmes, estrelando Shah Rukh Khan e Aamir Khan, serão lançados no Japão em 2013. Uma empresa de distribuição japonesa fez parceria com a Yash Raj Films para exibir no Japão sucessos de Bollywood, incluindo 3 Idiotas e Jab Tak Hai Jaan. O público japonês já começou a entrar no embalo, com um flashmob Bollywood numa das praças mais movimentadas de Tóquio no mês passado. A estreia oficial de Bollywood no Japão foi em 20 de abril. O famoso museu de cera de Madame Tussauds celebrou Bollywood, ini- ciando na Times Square, Nova York, uma série de exibições itinerantes com os maiores astros do cinema indiano. Aishwarya Rai, Kareena Ka- poor, Amitabh Bachchan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan estavam lá representados pelos seus modelos de cera. A exposição foi inaugurada com 10 dançarinas ao melhor estilo Bollywood. Após Nova York, ela se- guirá para Hollywood e depois Ásia, onde circulará por diversos países. O ator de Bollywood Aamir Khan (o Rehan do filme Fanaa), mais uma vez se engaja em ações sociais. Aamir, que também é o embaixador da UNICEF contra desnutrição infantil, lançou a campanha com anúncios e pequenos filmes para conscientizar as pessoas sobre a ameaça de desnutrição em crianças, que na Índia ainda apresenta números alar- mantes. Madame Tussauds celebra Bollywood Bollywood desembarca no Japão Aamir Khan em campanha da UNICEF contra desnutrição infantil O cantor sul coreano de rap Psy, famoso pelo seu “Gangnam style” e que esteve no Brasil no carnaval deste ano, vai estrelar um remake de um filme de Bollywood, ABCD: Any Body Can Dance (Todo mundo pode dançar), que foi o primeiro filme musical em 3D na Índia. ABCD estrou em fevereiro e lucrou o equivalente a quase 13 milhões de reais na Índia. Clique aqui para ver o trailer do filme que agradou produtores da Coreia do Sul. Psy vai estrelar remake de filme 3D de Bollywood A estrela de Bollywood Priyanka Chopra lançou sua música de estreia, In My City (Em minha cidade). A música conta com a participação de will.i.am, componente do grupo The Black Eyed Peas, que já esteve no Brasil várias vezes. A cantora já ganhou disco de platina tripla com esta música na Índia. O vídeo, que também conta com a participação de will.i.am, já está disponível online e pode ser visto clicando aqui. Atriz de Bollywood Priyanka Chopra ganha tripla platina em parceria com will.i.am Numa pesquisa do maior portal de filmes indianos do Reino Unido, Kajol e Shah Rukh Khan foram eleitos o casal mais romântico de todos os tempos do cinema indiano. Eles fizeram o par romântico nos filmes Dilwale Dulhania Le Jayenge e Kuch Kuch Hota Hai, por exemplo. A maioria dos comentários do público dizia que o casal tem uma química “especial e eletrificante”. O talento e a beleza da atriz Kajol puderam ser apreciados pelo público brasileiro no filme Fanaa, exibido em 2012. Kajol e Shah Rukh Khan eleitos o casal mais romântico de Bollywood 13
  • 14. Bollywood made in Portugal! Em novembro de 2012, uma grande delegação do governo português foi à Índia para promover Portugal como destino de produções de Bol- lywood. E os frutos já começaram a ser colhidos. Em março produtores e agentes de Bollywood estiveram em terra lusitanas, para estudar po- tenciais locais de filmagem. Além disso já há um projeto indiano, uma minissérie, confirmada para ser filmada no país. O objetivo de Portugal é replicar a história recente de sucesso da Espanha ou Suíça, onde o número de turistas aumentou exponencialmente após filmes de Bolly- wood serem filmados nesses países. Nossos irmãos patrícios não estão dormindo no ponto... Você já deve ter visto adultos e até crianças dançando Bollywood, mas que tal bebês? Veja esse anúncio do chocolate KitKat, em que bebês indianos começam a dançar em estilo Bollywood, quando o médico começa a comer o chocolate. O vídeo, claro, se transformou numa sen- sação na internet. Clique aqui para ver o vídeo e se apaixonar! Bebês Bollywood Estrelas de Bollywood estão sendo cotadas para atuarem como pro- tagonistas no filme que Spielberg pretende produzir na Índia: Aamir Khan, Shah Rukh Khan e Hrithik Roshan. Denzel Washington e Bradley Cooper também estão cotados para serem as estrelas internacionais do filme, enquanto Richard Gere, um apaixonado pela cultura indiana, também poderia ter uma participação na produção. Steven Spielberg anuncia a produção de filme com estre- las de Bollywood e Hollywood CRÍTICA: TALAASHPor Feliz Luz Antes de começar, um aviso: você ainda não assistiu a um filme de suspense como Talaash no cinema indiano. Nunca! Talaash começa sem nenhuma pretensão aparente. Tocando uma música ao estilo de blues, incomum nos filmes indianos, a letra informa: “As ruas abrem os braços para quem passa. Este é o caminho para almas perdidas. Aqui, os sorrisos são falsos.” Realmente, a letra tem razão quando informa que “aqui, os sorrisos são falsos” e o motivo será revelado no final do filme. Na madrugada de Mumbai, num trecho quase deserto da orla da praia, aparece um carro correndo e sem nenhum motivo aparente é desviado pelo con- dutor e vai parar no meio do mar. A cena impressiona por sua veracidade. 14
  • 15. O dia amanhece, e o inspetor de polícia Sur- jan Singh (Aamir Khan) chega no local. O carro é re- tirado do mar e infelizmente o famoso ator de Bolly- wood chamado Armaan Kapoor é encontrado morto. Encarregado de descobrir o mistério do aci- dente, o inspetor Surjan não consegue, no entanto, desvendar o futuro incerto que assombra o relaciona- mento dele com sua esposa Roshni Shekhawat (Rani Mukerji). Eles vivem uma vida lenta e dolorosa, cujo casamento nunca mais foi o mesmo após a morte trágica do seu pequeno filho Karan. Surjan se culpa o tempo todo pela morte do filho e isso o faz ficar acordado e perdido durante as noites, deixando a mulher sozinha na cama, enquanto ele fica no sofá, lembrando os momentos felizes com o filho. Dias depois, Surjan e Roshni estão saindo de uma apresentação de dança no bairro onde moram, e uma vizinha, chamada Frenny (Shernaz Patel) in- forma a Surjan que tem uma mensagem para ele, uma mensagem de Karan! Ele fica furioso. Mas ela insiste e transmite algumas mensagens do filho. Ro- shni que ouve tudo fica intrigada. Essa cena é muito comovente.Mais tarde, numa das suas andanças no- turnas, aparece de repente à sua frente a estonteante prostituta Rosie (Kareena Kapoor), e, percebendo que ele estava chorando, tenta oferecer seus serviços. Ele prontamente responde que não está interessado. Ela insiste com todo o seu jeito encantador de ser, dando a entender que sabe algo sobre o caso do ator morto. O que parece um acidente de carro se trans- forma em um mistério que assombra as investigações. Será que aquela prostituta sabe de algo? O mistério está só começando... Enquanto isso, a pobre Roshni, desampara- da pelo marido e consumida pela dor, secretamente começa a se encontrar com Frenny, que na verdade é uma médium que escreve mensagens deixadas pelos espíritos. Roshni consegue falar com o filho, e isso traz um grande alento ao seu coração. A mediunidade é um tema pouco abordado no cinema indiano, e nesse filme ele é tratado com muita propriedade. Enquanto isso, Surjan, obstinado a encontrar a verdade sobre a morte do ator, fica cada vez mais próximo da prostituta Rosie, que parece seber mais do que deveria sobre o caso. A pergunta que paira no ar é se ele quer investigá-la ou se ele quer ser investigado pelas mãos da linda mulher, já que começa a surgir uma forte atração entre os dois, fazendo com que Ro- shni fique desconfiada da fidelidade do marido. O filme tem a propriedade de nos deixar in- trigados com tudo o que está acontecendo e ansiosos para que o mistério seja logo desvendado. Esse é o ponto forte do filme. Mas o diretor Reema Kagti con- segue nos convencer a esperar mais um pouco, pois ainda tem muita coisa para mostrar. O design de produção e os detalhes ligados ao filme não poderiam ser mais autêntico e agregam valor incrível ao projeto. Os quadros capturam o nervosismo e inquietação dos personagens. As músicas (somente duas em todo o filme) não são comuns em Bollywood, mas isso não as torna menos interessantes; pelo con- trário, mostra-nos que o cinema indiano pode inovar quando é necessário. Na verdade, as músicas estão bem integradas na narrativa, conduzindo a história. Sobre a atuação dos atores, há uma grande sin- ceridade e autenticidade na maneira com que Aamir Khan encena o seu personagem. O ator se entrega de forma que conseguimos ver na tela um homem so- frido, consumido pela dor e pela tristeza e que parece continuar vivendo apenas pelo seu trabalho. Ambas as atrizes Rani e Kareena aparecem nas ce- nas como um raio de sol para iluminar o dia. Rani ficou excelente como uma mulher perturbada, uma esposa abandonada pelo marido e uma mãe desolada pela perda repentina do filho. Em certos momentos a tristeza estava estampada em seus olhos; em outros, a esperança pedia licença e se instalava. A belíssima Kareena Kapoor ficou ótima como uma prostituta. Aliás, não é primeira vez que faz esse papel: já o tinha encarnado no maravilhoso filme Chameli. Juntas, as duas atrizes tiveram um desem- penho tão admirável que definitivamente merece- riam ganhar muitos prêmios por suas atuações. As sequências entre Aamir e Kareena, em particular, são simplesmente fantásticas, principalmente na cena em que estão num motel – de uma sensibilidade tão pro- funda que chega a escorrer água dos olhos. Shernaz Patel deixou um impacto impression- ante e a sua personagem traz alívio ao nosso aflito coração. Talaash tem um dos finais mais impression- antes do cinema indiano. É um thriller psicológico que nos deixa encantados e surpreendidos com o final. É um excelente filme realmente! Você não pode se dar ao luxo de perder um filme como este e ver que Bol- lywood vai muito além de romance e música... 15
  • 16. 1º de maio Shootout at Wadala Direção: Sanjay Gupta Direção musical: Anu Malik Elenco: John Abraham, Anil Kapoor, Ronit Roy, Kang- na Ranaut, com Priyanka Chopra e Sunny Leone em números musicais Gênero: Crime, ação Sequência de Shootout at Lokhandwala (2007), o filme é uma dramatização da emboscada armada pela polí- cia de Mumbai para capturar o gângster Manya Surve, que se deu em 1982 e resultou na morte deste. 3 de maio Bombay Talkies Direção: Anurag Kashyap, Karan Johar, Zoya Akhtar, Dibakar Banerjee Direção musical: Amit Trivedi Elenco: Amitbah Bachchan, Rani Mukerji, Katrina Kaif, Ranbir Kapoor e outros Gênero: Drama Reunião de quatro curtas dirigidos cada um por diretores renomados, Bombay Talkies é uma homenagem aos 100 anos do cinema indiano e explorará o efeito deste cinema sobre o homem comum. AGENDA DE ESTREIAS por Tiago Ursulino
  • 17. 17 de maio Aurangzeb Direção: Atul Sabharwal Direção musical: Amartya Rahut Elenco: Arjun Kapoor, Prithviraj, Jackie Shroff, Rishi Kapoor e outros Gênero: Crime, ação Yashvardhan (Jackie Shroff) é um corretor de imóveis corrupto. A polícia consegue capturar seu capanga, Ajay (Arjun Kapoor) e, no lugar dele, envia seu sósia, Vishal, para investigar os negócios do mafioso. 10 de maio Gippi Direção: Sonam Nair Direção musical: Vishal Dadlani, Shekhar Ravjiani Elenco: Riya Vij Gênero: Infanto-juvenil O filme acompanha os esforços de Gippi (Riya Vij) para enfrentar os desafios comuns da adolescência.