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II – As Três Ópticas do Valor da Produção Nacional
I. Óptica da Produção: quando queremos saber quanto é que se produz. Por isso, temos de
calcular o valor acrescentado (VA) de cada empresa durante o processo produtivo até aos bens
chegarem ao consumidor final e, depois, somar cada um desses valores acrescentados de modo
a obtermos o valor da produção nacional.
Nota: VA = Valor das Vendas (VV) - Consumos Intermédios (CI)
II. Óptica do Rendimento: quando queremos saber como é que se distribui a produção de uma
dada economia pelos seus agentes: salários, lucros, juros, etc.
III. Óptica da Despesa: quando há interesse em saber quanto é que cada agente económico (em
termos agregados) gasta — Consumo Privado (das Famílias), Despesas Públicas, Investimento,
Importações e Exportações.
Como calcular o Produto (o valor da produção de um país) ?
Existem dois métodos: o Método dos Valores Finais e o Método dos Valores
Acrescentados.
I. Método dos Valores Finais tomamos os valores finais da produção aos preços de
mercado, isto é, utilizamos os valores do consumo final em bens e serviços para a satisfação
directa das necessidades humanas.
II. Método dos Valores Acrescentados, o valor do produto vai ser decomposto nas
parcelas com que os diversos sectores de actividade contribuem para a formação desse mesmo
produto: VA = VV - CI .
O Valor das Vendas (VV) diz respeito a uma determinada etapa do processo produtivo e
os Consumos Intermédios (CI) correspondem ao valor dos bens não duráveis e dos serviços
comerciais usados no decurso do processo de produção a preços de aquisição.
Deste modo, evitamos contabilizar duas vezes o mesmo valor acrescentado porque
retiramos o valor que foi acrescentado (anteriormente) aos produtos intermédios que uma
determinada empresa compra para produzir um novo produto ou serviço - problema da dupla
contagem.
Recorrendo a um exemplo extremamente simples, veremos como é que se pode aplicar
cada um dos dois métodos.
Imaginemos uma economia fechada com 4 agentes: um agricultor, um moleiro, um
padeiro e uma empresa produtora de energia eléctrica.
• O agricultor produz trigo que vende ao moleiro por 30 u.m. (unidades monetárias).
• O moleiro compra o trigo por 30 u.m., produzindo farinha que vende por 90 u.m.,
utilizando 20 u.m. de energia eléctrica.
• O padeiro compra a farinha ao moleiro (por 90 u.m.) e utiliza 30 u.m. de energia
eléctrica; o pão é vendido por 150 u.m.
• A empresa produtora de energia realiza vendas no valor de 20 u.m. (moleiro) e 30 u.m.
(padeiro) e não tem consumos intermédios visto que usa um gerador hidroeléctrico.
Compra
s
Agricultor Vendas Compra
s
Moleiro Vendas
CI 0 Trigo 30 Energia 20 Farinha 90
VA 30 Trigo 30
30 30 VA 40
90 90
Compra
s
Padeiro Vendas Compra
s
Energia Vendas
Energia 30 Pão 150 CI 0 Energia 20+30
Farinha 90 VA 50
VA 30 50 50
150 150
Método dos Valores Finais:
Produto (é igual ao valor de venda do pão - único bem de consumo final) = 150 u.m.
Método dos Valores Acrescentados:
ΣVA = VA Agricultor + VA Moleiro + VA Padeiro + VA Energia =
= 30 + 40+ 30 + 50 =150 u.m.
*
* *
Noções de Contabilidade Nacional
Produto Interno e Produto Nacional
Produto Interno (PI): é o somatório de todos os valores acrescentados de todas as unidades
produtivas residentes (i.e., independentemente de pertencerem ou não a agentes económicos
nacionais) no território nacional, calculado para um determinado período (geralmente, um ano).
Produto Nacional (PN): é o somatório dos valores acrescentados, atribuível a factores de
produção nacionais. Por isso, temos de adicionar o valor das remunerações que recebemos do
resto do mundo (por ex., de emigrantes portugueses em França) e os rendimentos de propriedade
e de empresa que recebemos do exterior (por ex., lucros de empresas portuguesas em
Moçambique) e deduzir as remunerações e os rendimentos que saem de Portugal por não
pertencerem a agentes económicos nacionais (ex.: lucros das filiais de multinacionais
estrangeiras em Portugal).
PI → PN ⇒ PN = PI + RRRM - RPRM
PN = PI + SRRM
RRRM : Rendimentos Recebidos do Resto do Mundo
RPRM : Rendimentos Pagos ao Resto do Mundo
SRRM = RRRM - RPRM :Saldo dos Rendimentos com o Resto do Mundo
O SRRM pode ser nulo, positivo ou negativo, consoante os Rendimentos Recebidos sejam iguais,
superiores ou inferiores aos Rendimentos Pagos ao Resto do Mundo:
SRRM = 0 (nulo): RRRM - RPRM = 0 ⇔ RRRM = RPRM
SRRM > 0 (positivo): RRRM - RPRM > 0 ⇔ RRRM > RPRM
SRRM < 0 (negativo): RRRM - RPRM < 0 ⇔ RRRM < RPRM
Distinção entre o Produto Líquido e o Produto Bruto
Para calcularmos o valor do produto retiramos o valor do que foi gasto para a produção
dos bens (as matérias primas, os produtos intermédios, etc.). Deste modo evitamos o problema
da dupla contagem quando aplicamos o Método dos Valores Acrescentados. Contudo não se
considerou o valor do desgaste (ou mais tecnicamente, o valor da depreciação: obsolescência e
desgaste físico) das máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo - as
amortizações.
Uma forma de analisar esta questão é fazer a distinção entre investimento líquido
(investimento que corresponde realmente a um aumento da capacidade produtiva) e investimento
bruto (total do investimento que visa repor a capacidade perdida durante o processo produtivo - a
amortização dos equipamentos - e ainda permitir um aumento de capacidade). Logo: Invest.
Bruto = Invest Líq. + Amort.
Assim, teremos as seguintes equações para a Contabilidade Nacional:
PIL = PIB - Amort. PIL / PIB : Produto Interno Líquido / Bruto
ou PNL = PNB - Amort.PNL / PNB : Produto Nacional Líquido / Bruto
Distinção entre a valorização a preços de mercado (pm) e a valorização a custo de factores (cf)
A valorização a preços de mercado (pm) não é mais do que aquilo que o consumidor paga
quando adquire um bem para satisfação de qualquer necessidade e a valorização a custo de
factores (cf) aquilo que custaria esse mesmo bem se incluísse o valor correspondente apenas à
remuneração dos factores produtivos, i.e., se ao preço no mercado retirássemos o valor dos
impostos indirectos (impostos sobre o consumo, como o IVA - Imposto sobre o Valor
Acrescentado) e adicionássemos o valor dos subsídios à exploração concedidos aos produtores.
Esquematicamente, para passarmos de “cf” para “pm” adicionamos os impostos
indirectos (I I) e deduzimos os subsídios (Sub):
pmcf SubII
 → −+
E para obtermos uma valorização a custo de factores a partir de uma valorização a preços
de mercado, retiramos os impostos indirectos e acrescentamos os subsídios:
pm cf
I I Sub− +
 →
logo: PIBcf = PIBpm - I I + Sub
⇔ PIBpm = PIBcf + I I - Sub
e: PNBcf = PNBpm - I I + Sub
⇔ PNBpm = PNBcf + I I - Sub
Formação Bruta de Capital
O Investimento Bruto é geralmente designado na Contabilidade Nacional por Formação Bruta de
Capital, sendo esta composta por duas parcelas, a Formação Bruta de Capital Fixo e a Variação
das Existências: FBC = FBCF + ∆Exist
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF): valor dos bens duráveis destinados a fins não militares
adquiridos pelas unidades produtivas residentes para utilização por um prazo superior a um ano
no processo produtivo, ou seja, toda a despesa em aumentos de maquinaria, edifícios ou outro
capital produtivo1
.
Variação das Existências (∆Exist): é a diferença entre as existências de bens, seja qual for a fase
do processo produtivo; é, pois, a diferença entre as entradas e saídas de existências de bens que
se encontram em armazém e ainda não vendidas.
CONTABILIDADE NACIONAL
1. ÓPTICA DA PRODUÇÃO
PIBpm = ΣVABpm+Impostos sobre a Importação
PIBcf = PIBpm - Imp. sobre a Importação - Imp. sobre a Produção + Subsídios à Exploração
= PIBpm - I I + Sub
com:
Impostos Indirectos (I I) = Imp. sobre a Importação + Imp. sobre a Produção
2. ÓPTICA DO RENDIMENTO
PIBcf = Remunerações + EBE
PIBpm = PIBcf + I I - Sub = Remunerações + EBE+ I I - Sub
EBE → Excedente Bruto de Exploração (outros rendimentos: rendas, juros, etc.)
EBE = PIBcf - Remunerações (ou EBE = PIBpm - I I + Sub - Remunerações)
3. ÓPTICA DA DESPESA
DI (Despesa Interna) = PIBpm = C + G + FBCF + ∆Exist + X - M
= C + G + FBC + SBC
C: Consumo Privado (despesa em produtos consumidos e pagos directamente pelos residentes)
1
In, Introdução à Economia, João de Sousa Andrade (1998).
G: Gastos/Despesa Públicas (despesa realizada pelo Sector Público Administrativo em produtos
e serviços que fornece a título gratuito ou não, tais como educação, saúde, policiamento, defesa,
saneamento básico, etc.)
FBC = FBCF + ∆Exist
X: Exportações (despesa feita por não residentes em bens e serviços vendidos por agentes
residentes)
M: Importações (despesa dos residentes em bens e serviços que não são produzidos
internamente)
Saldo da Balança Comercial: SBC = X-M
Outras noções fundamentais para a Contabilidade Nacional:
• Procura Interna = C + G + FBC
• Procura Externa = X
Logo: Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa
= (C + G + FBC) + X
Como parte dessa Procura Global é satisfeita por importações, temos de as subtrair de modo a
obtermos o valor da Despesa Interna:
DI = Proc. Global - M =
= Proc. Interna + Proc. Externa - M
= (C + G + FBC) + X -M
• Despesa Nacional (DN) = Produto Nacional (PN) = PNBpm = PIB pm + SRRM
⇔ DN = PN = PNBpm = PIB pm + (RRRM - RPRM)
• Rendimento Nacional (RN) = PNLcf = PNBcf - Amort.
= PNBpm - I I + Sub - Amort.
• Rendimento Disponível (RD) = RN - Lucros Não Distrib. – I D + Tr
Lucros Não Distrib. → lucros não distribuídos pelas empresas
I D → Impostos Directos pagos pelas Famílias (IRS)
Tr → Transferências do Estado para as Famílias
• Poupança = Rendimento Disponível - Consumo Privado
*
* *
CASO PRÁTICO:
Para uma dada economia conhecem-se os seguintes dados (em unidades monetárias):
Consumo Privado = 1500 RRRM = 100 Transferências do Estado= 150
Gastos Públicos = 500 RPRM = 300 Remessas de Emigrantes = 350
Investimento = 800 Impostos Indirectos: I I = 600 Amortizações = 200
Exportações = 400 Subsídios à Exploração = 100 Lucros Não Distrib = 200
Importações = 600
Determine:
a) a Procura Interna, a Procura Externa, a Procura Global e a Despesa Interna
b) o PIBpm ; o PIBcf ; o PNBpm e o PNBcf
c) o Rendimento Nacional, o Rendimento Disponível e a Poupança
Resolução:
a) Procura Interna = C + G + FBC = 1500 + 500 + 800 = 2800 u.m.
Procura Externa = X = 400 u.m.
Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa = 2800 + 400 = 3200 u.m.
Despesa Interna: DI = Proc. Global - M = 3200 - 600 = 2600 u.m.
ou DI = C + G + FBC + X - M
= 1500 + 500 +800 + 400 - 600 =2600 u.m.
b) PIBpm = D I = 2600 u.m.
PIBcf = PIBpm - Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2600 - 600 + 100 = 2100 u.m.
Dado que SRRM = RRRM - RPRM = 100 - 300 = -200 u.m.
então, PNBpm = PIBpm + SRRM = 2600 - 200 = 2400 u.m.
e PNBcf = PIBcf + SRRM = 2100 - 200 = 1900 u.m.
Ou, partindo do valor de PNBpm:
PNBcf = PNBpm- Imp. Indirectos + Sub. à Explor.
= 2400 - 600 + 100 = 1900 u.m.
c) Rendimento Nacional: RN = PNLcf = PNBcf - Amort. = 1900 - 200 = 1700 u.m.
Rendimento Disponível: RD = RN - lucros não distrib. + Tr + RE
= 1700 - 200 + 150 + 350 = 2000 u.m.
Poupança: S = RD - C = 2000 - 1500 = 500 u.m.
Gastos Públicos = 500 RPRM = 300 Remessas de Emigrantes = 350
Investimento = 800 Impostos Indirectos: I I = 600 Amortizações = 200
Exportações = 400 Subsídios à Exploração = 100 Lucros Não Distrib = 200
Importações = 600
Determine:
a) a Procura Interna, a Procura Externa, a Procura Global e a Despesa Interna
b) o PIBpm ; o PIBcf ; o PNBpm e o PNBcf
c) o Rendimento Nacional, o Rendimento Disponível e a Poupança
Resolução:
a) Procura Interna = C + G + FBC = 1500 + 500 + 800 = 2800 u.m.
Procura Externa = X = 400 u.m.
Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa = 2800 + 400 = 3200 u.m.
Despesa Interna: DI = Proc. Global - M = 3200 - 600 = 2600 u.m.
ou DI = C + G + FBC + X - M
= 1500 + 500 +800 + 400 - 600 =2600 u.m.
b) PIBpm = D I = 2600 u.m.
PIBcf = PIBpm - Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2600 - 600 + 100 = 2100 u.m.
Dado que SRRM = RRRM - RPRM = 100 - 300 = -200 u.m.
então, PNBpm = PIBpm + SRRM = 2600 - 200 = 2400 u.m.
e PNBcf = PIBcf + SRRM = 2100 - 200 = 1900 u.m.
Ou, partindo do valor de PNBpm:
PNBcf = PNBpm- Imp. Indirectos + Sub. à Explor.
= 2400 - 600 + 100 = 1900 u.m.
c) Rendimento Nacional: RN = PNLcf = PNBcf - Amort. = 1900 - 200 = 1700 u.m.
Rendimento Disponível: RD = RN - lucros não distrib. + Tr + RE
= 1700 - 200 + 150 + 350 = 2000 u.m.
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Contabilidade nacional 2011

  • 1. II – As Três Ópticas do Valor da Produção Nacional I. Óptica da Produção: quando queremos saber quanto é que se produz. Por isso, temos de calcular o valor acrescentado (VA) de cada empresa durante o processo produtivo até aos bens chegarem ao consumidor final e, depois, somar cada um desses valores acrescentados de modo a obtermos o valor da produção nacional. Nota: VA = Valor das Vendas (VV) - Consumos Intermédios (CI) II. Óptica do Rendimento: quando queremos saber como é que se distribui a produção de uma dada economia pelos seus agentes: salários, lucros, juros, etc. III. Óptica da Despesa: quando há interesse em saber quanto é que cada agente económico (em termos agregados) gasta — Consumo Privado (das Famílias), Despesas Públicas, Investimento, Importações e Exportações. Como calcular o Produto (o valor da produção de um país) ? Existem dois métodos: o Método dos Valores Finais e o Método dos Valores Acrescentados. I. Método dos Valores Finais tomamos os valores finais da produção aos preços de mercado, isto é, utilizamos os valores do consumo final em bens e serviços para a satisfação directa das necessidades humanas. II. Método dos Valores Acrescentados, o valor do produto vai ser decomposto nas parcelas com que os diversos sectores de actividade contribuem para a formação desse mesmo produto: VA = VV - CI . O Valor das Vendas (VV) diz respeito a uma determinada etapa do processo produtivo e os Consumos Intermédios (CI) correspondem ao valor dos bens não duráveis e dos serviços comerciais usados no decurso do processo de produção a preços de aquisição. Deste modo, evitamos contabilizar duas vezes o mesmo valor acrescentado porque retiramos o valor que foi acrescentado (anteriormente) aos produtos intermédios que uma determinada empresa compra para produzir um novo produto ou serviço - problema da dupla contagem. Recorrendo a um exemplo extremamente simples, veremos como é que se pode aplicar cada um dos dois métodos. Imaginemos uma economia fechada com 4 agentes: um agricultor, um moleiro, um padeiro e uma empresa produtora de energia eléctrica. • O agricultor produz trigo que vende ao moleiro por 30 u.m. (unidades monetárias). • O moleiro compra o trigo por 30 u.m., produzindo farinha que vende por 90 u.m., utilizando 20 u.m. de energia eléctrica. • O padeiro compra a farinha ao moleiro (por 90 u.m.) e utiliza 30 u.m. de energia eléctrica; o pão é vendido por 150 u.m. • A empresa produtora de energia realiza vendas no valor de 20 u.m. (moleiro) e 30 u.m. (padeiro) e não tem consumos intermédios visto que usa um gerador hidroeléctrico.
  • 2. Compra s Agricultor Vendas Compra s Moleiro Vendas CI 0 Trigo 30 Energia 20 Farinha 90 VA 30 Trigo 30 30 30 VA 40 90 90 Compra s Padeiro Vendas Compra s Energia Vendas Energia 30 Pão 150 CI 0 Energia 20+30 Farinha 90 VA 50 VA 30 50 50 150 150 Método dos Valores Finais: Produto (é igual ao valor de venda do pão - único bem de consumo final) = 150 u.m. Método dos Valores Acrescentados: ΣVA = VA Agricultor + VA Moleiro + VA Padeiro + VA Energia = = 30 + 40+ 30 + 50 =150 u.m. * * * Noções de Contabilidade Nacional Produto Interno e Produto Nacional Produto Interno (PI): é o somatório de todos os valores acrescentados de todas as unidades produtivas residentes (i.e., independentemente de pertencerem ou não a agentes económicos nacionais) no território nacional, calculado para um determinado período (geralmente, um ano). Produto Nacional (PN): é o somatório dos valores acrescentados, atribuível a factores de produção nacionais. Por isso, temos de adicionar o valor das remunerações que recebemos do resto do mundo (por ex., de emigrantes portugueses em França) e os rendimentos de propriedade e de empresa que recebemos do exterior (por ex., lucros de empresas portuguesas em Moçambique) e deduzir as remunerações e os rendimentos que saem de Portugal por não pertencerem a agentes económicos nacionais (ex.: lucros das filiais de multinacionais estrangeiras em Portugal). PI → PN ⇒ PN = PI + RRRM - RPRM PN = PI + SRRM RRRM : Rendimentos Recebidos do Resto do Mundo RPRM : Rendimentos Pagos ao Resto do Mundo
  • 3. SRRM = RRRM - RPRM :Saldo dos Rendimentos com o Resto do Mundo O SRRM pode ser nulo, positivo ou negativo, consoante os Rendimentos Recebidos sejam iguais, superiores ou inferiores aos Rendimentos Pagos ao Resto do Mundo: SRRM = 0 (nulo): RRRM - RPRM = 0 ⇔ RRRM = RPRM SRRM > 0 (positivo): RRRM - RPRM > 0 ⇔ RRRM > RPRM SRRM < 0 (negativo): RRRM - RPRM < 0 ⇔ RRRM < RPRM Distinção entre o Produto Líquido e o Produto Bruto Para calcularmos o valor do produto retiramos o valor do que foi gasto para a produção dos bens (as matérias primas, os produtos intermédios, etc.). Deste modo evitamos o problema da dupla contagem quando aplicamos o Método dos Valores Acrescentados. Contudo não se considerou o valor do desgaste (ou mais tecnicamente, o valor da depreciação: obsolescência e desgaste físico) das máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo - as amortizações. Uma forma de analisar esta questão é fazer a distinção entre investimento líquido (investimento que corresponde realmente a um aumento da capacidade produtiva) e investimento bruto (total do investimento que visa repor a capacidade perdida durante o processo produtivo - a amortização dos equipamentos - e ainda permitir um aumento de capacidade). Logo: Invest. Bruto = Invest Líq. + Amort. Assim, teremos as seguintes equações para a Contabilidade Nacional: PIL = PIB - Amort. PIL / PIB : Produto Interno Líquido / Bruto ou PNL = PNB - Amort.PNL / PNB : Produto Nacional Líquido / Bruto Distinção entre a valorização a preços de mercado (pm) e a valorização a custo de factores (cf) A valorização a preços de mercado (pm) não é mais do que aquilo que o consumidor paga quando adquire um bem para satisfação de qualquer necessidade e a valorização a custo de factores (cf) aquilo que custaria esse mesmo bem se incluísse o valor correspondente apenas à remuneração dos factores produtivos, i.e., se ao preço no mercado retirássemos o valor dos impostos indirectos (impostos sobre o consumo, como o IVA - Imposto sobre o Valor Acrescentado) e adicionássemos o valor dos subsídios à exploração concedidos aos produtores. Esquematicamente, para passarmos de “cf” para “pm” adicionamos os impostos indirectos (I I) e deduzimos os subsídios (Sub): pmcf SubII  → −+ E para obtermos uma valorização a custo de factores a partir de uma valorização a preços de mercado, retiramos os impostos indirectos e acrescentamos os subsídios: pm cf I I Sub− +  → logo: PIBcf = PIBpm - I I + Sub ⇔ PIBpm = PIBcf + I I - Sub e: PNBcf = PNBpm - I I + Sub
  • 4. ⇔ PNBpm = PNBcf + I I - Sub Formação Bruta de Capital O Investimento Bruto é geralmente designado na Contabilidade Nacional por Formação Bruta de Capital, sendo esta composta por duas parcelas, a Formação Bruta de Capital Fixo e a Variação das Existências: FBC = FBCF + ∆Exist Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF): valor dos bens duráveis destinados a fins não militares adquiridos pelas unidades produtivas residentes para utilização por um prazo superior a um ano no processo produtivo, ou seja, toda a despesa em aumentos de maquinaria, edifícios ou outro capital produtivo1 . Variação das Existências (∆Exist): é a diferença entre as existências de bens, seja qual for a fase do processo produtivo; é, pois, a diferença entre as entradas e saídas de existências de bens que se encontram em armazém e ainda não vendidas. CONTABILIDADE NACIONAL 1. ÓPTICA DA PRODUÇÃO PIBpm = ΣVABpm+Impostos sobre a Importação PIBcf = PIBpm - Imp. sobre a Importação - Imp. sobre a Produção + Subsídios à Exploração = PIBpm - I I + Sub com: Impostos Indirectos (I I) = Imp. sobre a Importação + Imp. sobre a Produção 2. ÓPTICA DO RENDIMENTO PIBcf = Remunerações + EBE PIBpm = PIBcf + I I - Sub = Remunerações + EBE+ I I - Sub EBE → Excedente Bruto de Exploração (outros rendimentos: rendas, juros, etc.) EBE = PIBcf - Remunerações (ou EBE = PIBpm - I I + Sub - Remunerações) 3. ÓPTICA DA DESPESA DI (Despesa Interna) = PIBpm = C + G + FBCF + ∆Exist + X - M = C + G + FBC + SBC C: Consumo Privado (despesa em produtos consumidos e pagos directamente pelos residentes) 1 In, Introdução à Economia, João de Sousa Andrade (1998).
  • 5. G: Gastos/Despesa Públicas (despesa realizada pelo Sector Público Administrativo em produtos e serviços que fornece a título gratuito ou não, tais como educação, saúde, policiamento, defesa, saneamento básico, etc.) FBC = FBCF + ∆Exist X: Exportações (despesa feita por não residentes em bens e serviços vendidos por agentes residentes) M: Importações (despesa dos residentes em bens e serviços que não são produzidos internamente) Saldo da Balança Comercial: SBC = X-M Outras noções fundamentais para a Contabilidade Nacional: • Procura Interna = C + G + FBC • Procura Externa = X Logo: Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa = (C + G + FBC) + X Como parte dessa Procura Global é satisfeita por importações, temos de as subtrair de modo a obtermos o valor da Despesa Interna: DI = Proc. Global - M = = Proc. Interna + Proc. Externa - M = (C + G + FBC) + X -M • Despesa Nacional (DN) = Produto Nacional (PN) = PNBpm = PIB pm + SRRM ⇔ DN = PN = PNBpm = PIB pm + (RRRM - RPRM) • Rendimento Nacional (RN) = PNLcf = PNBcf - Amort. = PNBpm - I I + Sub - Amort. • Rendimento Disponível (RD) = RN - Lucros Não Distrib. – I D + Tr Lucros Não Distrib. → lucros não distribuídos pelas empresas I D → Impostos Directos pagos pelas Famílias (IRS) Tr → Transferências do Estado para as Famílias • Poupança = Rendimento Disponível - Consumo Privado * * * CASO PRÁTICO: Para uma dada economia conhecem-se os seguintes dados (em unidades monetárias): Consumo Privado = 1500 RRRM = 100 Transferências do Estado= 150
  • 6. Gastos Públicos = 500 RPRM = 300 Remessas de Emigrantes = 350 Investimento = 800 Impostos Indirectos: I I = 600 Amortizações = 200 Exportações = 400 Subsídios à Exploração = 100 Lucros Não Distrib = 200 Importações = 600 Determine: a) a Procura Interna, a Procura Externa, a Procura Global e a Despesa Interna b) o PIBpm ; o PIBcf ; o PNBpm e o PNBcf c) o Rendimento Nacional, o Rendimento Disponível e a Poupança Resolução: a) Procura Interna = C + G + FBC = 1500 + 500 + 800 = 2800 u.m. Procura Externa = X = 400 u.m. Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa = 2800 + 400 = 3200 u.m. Despesa Interna: DI = Proc. Global - M = 3200 - 600 = 2600 u.m. ou DI = C + G + FBC + X - M = 1500 + 500 +800 + 400 - 600 =2600 u.m. b) PIBpm = D I = 2600 u.m. PIBcf = PIBpm - Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2600 - 600 + 100 = 2100 u.m. Dado que SRRM = RRRM - RPRM = 100 - 300 = -200 u.m. então, PNBpm = PIBpm + SRRM = 2600 - 200 = 2400 u.m. e PNBcf = PIBcf + SRRM = 2100 - 200 = 1900 u.m. Ou, partindo do valor de PNBpm: PNBcf = PNBpm- Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2400 - 600 + 100 = 1900 u.m. c) Rendimento Nacional: RN = PNLcf = PNBcf - Amort. = 1900 - 200 = 1700 u.m. Rendimento Disponível: RD = RN - lucros não distrib. + Tr + RE = 1700 - 200 + 150 + 350 = 2000 u.m. Poupança: S = RD - C = 2000 - 1500 = 500 u.m.
  • 7. Gastos Públicos = 500 RPRM = 300 Remessas de Emigrantes = 350 Investimento = 800 Impostos Indirectos: I I = 600 Amortizações = 200 Exportações = 400 Subsídios à Exploração = 100 Lucros Não Distrib = 200 Importações = 600 Determine: a) a Procura Interna, a Procura Externa, a Procura Global e a Despesa Interna b) o PIBpm ; o PIBcf ; o PNBpm e o PNBcf c) o Rendimento Nacional, o Rendimento Disponível e a Poupança Resolução: a) Procura Interna = C + G + FBC = 1500 + 500 + 800 = 2800 u.m. Procura Externa = X = 400 u.m. Procura Global = Proc. Interna + Proc. Externa = 2800 + 400 = 3200 u.m. Despesa Interna: DI = Proc. Global - M = 3200 - 600 = 2600 u.m. ou DI = C + G + FBC + X - M = 1500 + 500 +800 + 400 - 600 =2600 u.m. b) PIBpm = D I = 2600 u.m. PIBcf = PIBpm - Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2600 - 600 + 100 = 2100 u.m. Dado que SRRM = RRRM - RPRM = 100 - 300 = -200 u.m. então, PNBpm = PIBpm + SRRM = 2600 - 200 = 2400 u.m. e PNBcf = PIBcf + SRRM = 2100 - 200 = 1900 u.m. Ou, partindo do valor de PNBpm: PNBcf = PNBpm- Imp. Indirectos + Sub. à Explor. = 2400 - 600 + 100 = 1900 u.m. c) Rendimento Nacional: RN = PNLcf = PNBcf - Amort. = 1900 - 200 = 1700 u.m. Rendimento Disponível: RD = RN - lucros não distrib. + Tr + RE = 1700 - 200 + 150 + 350 = 2000 u.m. Poupança: S = RD - C = 2000 - 1500 = 500 u.m.