Este documento discute os conceitos e métodos de observação em contextos educacionais. Define observação como um exame minucioso de um fenômeno com o objetivo de compreendê-lo melhor. Discute os tipos de observação como participante, não participante, estruturada, semi-estruturada e não estruturada.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Observação em contexto educativo - pré-escolar
1. Rita
Brito
l
britoarita@gmail.com
Materiais
de
Matemá5ca
no
Pré-‐Escolar
Observação
em
Contextos
Educa5vos
2. A
observação
-‐
Definição
de
Observação
e
Observador;
-‐
Observar
para
quê?
-‐
Observação
Direta:
-‐
Observação:
-‐
Par5cipante
-‐
Não
par5cipante
-‐
Estruturada
-‐
Semi-‐estruturada
-‐
Não
estruturada
4. O
que
é
a
observação?
“Acto
ou
efeito
de
observar;
reflexão
explica5va;
consideração
atenta
de
um
facto
para
o
conhecer
melhor.”
(Grande
Enciclopédia
Universal,
Vol.
14,
p.
9493.)
“A
observação
é
uma
etapa
intermédia
entre
a
construção
de
conceitos
e
das
hipóteses
e
o
exame
dos
dados
u5lizados
para
as
testar.”
(Quivy
et
al,
1998,
p.
163)
Permite
a
observação
e
registo
de
afirmações
não
verbais,
de
prá5cas
rituais
de
cariz
cultural
e
social,
bem
como
da
interação
social
verificada.
(Quivy
&
Campenhoudt,
1998)
5. O
que
é
a
observação?
Exame
minucioso
ou
mirada
atenta
sobre
um
fenómeno
no
seu
todo
ou
em
algumas
das
suas
partes.
É
um
olhar
sustentado
por
uma
questão
ou
suposição.
“A
observação
torna-‐se
uma
técnica
ciengfica
à
medida
que
serve
a
um
obje5vo
formulado
de
pesquisa,
é
sistema5camente
planeada
e
ligada
a
proposições
mais
gerais
e,
em
vez
de
ser
apresentada
como
conjunto
de
curiosidade
interessantes
é
subme5da
a
verificações
e
controles
de
validade
e
precisão.”
(Sell5z
et
al.,
1987,
s/p)
6. O
que
é
a
observação?
“Aquele
que
observa;
cumpridor;
respeitador;
crí5co;
sensor;
curioso
e
espectador.”
(Grande
Enciclopédia
Universal,
Vol.
14,
p.
9493.)
Observador
7. Observar
para
quê?
A
observação
desempenha
um
papel
fulcral
em
qualquer
metodologia
de
inves5gação.
Saber
observar
cons5tui
uma
etapa
essencial
na
iniciação
do
inves5gador.
Em
termos
educacionais,
o
professor
deve
ser
capaz
de
observar
para
recolher
e
organizar
criteriosamente
a
informação
e
para
se
adaptar
con5nuamente
aos
elementos
que
fazem
parte
da
sua
inves5gação.
A
formação
do
observador
é
um
aspeto
essencial
para
a
obtenção
de
dados
úteis
e
significa5vos.
8. Observação
–
principais
vantagens
e
desvantagens
Vantagens
• Apreensão
dos
comportamento
e
dos
acontecimentos
no
próprio
momento
em
que
se
produzem;
• Melhor
compreensão
do
meio;
• Recolha
de
comportamentos
e
a5tudes
espontâneas;
• Colheita
de
informação
que
não
é
acessível;
• Auten5cidade
rela5va
aos
acontecimentos;
• Visão
de
factos
não
informados
(verificar
dados
fornecidos
pelos
informantes
e
complementar
dados
ob5dos
por
outros
meios).
Desvantagens
• Método
de
recolha
de
dados
longo;
• Poder
ser
um
método
subje5vo;
• Aspetos
relacionados
com
a
é5ca;
• Exige
treino.
9. Observação
direta
OBSERVAÇÃO
DIRETA
É
o
único
método
em
inves5gação
que
capta
no
momento
os
comportamento
em
si
mesmos,
sem
a
mediação
de
qualquer
documento
ou
testemunhos
(Quivy
&
Campenhoudt,
2003).
O
ato
de
observar
é
um
ato
aberto,
surge
das
hipóteses
que
levamos
para
o
terreno,
portanto,
é
um
ato
in
loco
e
in
vivo.
O
inves5gador
procura
ser
testemunha
dos
comportamentos
sociais
dos
indivíduos/grupos
nos
próprios
locais
das
suas
a5vidades
ou
residências
sem
lhes
alterar
o
seu
ritmo
normal.
10. Observação
OBSERVAÇÃO
De
acordo
com
a
par5cipação
do
observador
Par5cipante
Não
par5cipante
De
acordo
com
a
estrutura
da
observação
Estruturada
Semi-‐estruturada
Não
estruturada
11. Observação
direta
-‐
par5cipante
OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE
Usualmente
seguida
quando
se
pretende
estudar
uma
comunidade
durante
um
longo
período
de
tempo,
par5cipando
na
vida
cole5va.
Permite
a
interação-‐inserção,
ou
seja,
a
intersubje5vidade-‐
empa5a
ou
diálogo
entre
dois
sujeitos.
Inserção
do
inves5gador/a
no
grupo
ou
comunidade
,
toma
parte
do
seu
quo5diano,
procura
compreender
o
processo
como
insider
e
descrever
essa
experiência
para
os
outsiders
(trabalho
de
campo).
12. Observação
direta
-‐
par5cipante
OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE
A
observação
par5cipante
é
o
método
de
recolha
de
dados
mais
u5lizado
na
metodologia
qualita5va.
A
observação
oferece
informação
sobre
os
comportamento
dos
sujeitos.
A
observação
par5cipante
consiste
em
“recolher
dados
através
da
observação
sobre
os
fenómenos
em
estudo
(Merriam,
1991,
p.
87),
o
que
implica
que
o
inves5gador
“em
primeiro
lugar
se
envolva
no
contexto
social
que
escolheu
estudar”
Marshall
&
Rossman,
1989,
p.
79).
13. Observação
direta
-‐
par5cipante
OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE
Posicionamento
do
inves5gador
como
observador:
-‐ O
inves5gador
coloca-‐se
na
posição
dos
observados
que
fazem
parte
do
estudo;
-‐ O
grau
de
envolvimento
do
inves5gador
perante
quem
está
a
ser
observado
pode
variar
bastante;
-‐ O
observador
pode
trabalhar
a
descoberto
ou
pode
disfarçar
os
seus
obje5vos;
-‐ A
par5r
de
todos
os
dados
recolhidos,
o
observador
obtém
um
conjunto
de
informações
que
lhe
permi5rá
dar
um
sen5do
áquilo
que
está
a
ser
estudado.
14. Observação
direta
-‐
par5cipante
OBSERVAÇÃO
PARTICIPANTE
Vantagens
•
Garante
uma
informação
rica
e
profunda;
•
Permite
flexibilidade
ao
inves5gador;
• Realiza-‐se
em
contacto
direto
do
observador
com
o
fenómeno
observado;
• Recolhem-‐se
mais
dados
que
podem
ser
potencialmente
importantes
e
úteis.
Desvantagens
• Com
o
aumento
do
nível
de
par5cipação
o
observador
pode
perder
a
subje5vidade;
• A
presença
do
observador
pode
influenciar
a
situação,
perdendo-‐se
espontaneidade
e
rigor.
15. Observação
direta
–
não
par5cipante
OBSERVAÇÃO
NÃO
PARTICIPANTE
O
observador
não
está
diretamente
envolvido
na
situação
a
observar,
isto
é,
não
interage
nem
afeta
de
modo
intencional,
o
objeto
de
observação.
Os
sujeitos
não
sabem
que
estão
a
ser
observados,
pois
o
inves5gador
não
par5cipa
na
vida
do
grupo,
observa
do
exterior,
não
interage
nem
afeta
de
modo
intencional
o
objeto
de
observação
(espectador).
16. Observação
direta
–
não
par5cipante
OBSERVAÇÃO
NÃO
PARTICIPANTE
Posicionamento
do
inves5gador
como
observador:
-‐ O
inves5gador
atua
unicamente
como
espectador;
-‐ O
inves5gador
deve
abster-‐se
de
todo
e
qualquer
contacto
com
os
sujeitos
observados;
-‐ O
inves5gador
não
deve
interferir
uma
vez
que
a
presença
do
inves5gador
no
terreno
introduz
neste
uma
série
de
novas
relacões
sociais.
17. Observação
direta
–
não
par5cipante
OBSERVAÇÃO
NÃO
PARTICIPANTE
Vantagens
• Observa-‐se
uma
situação
como
ela
realmente
ocorre,
sem
exis5r
qualquer
interferência
do
inves5gador.
Desvantagens
• Nem
sempre
são
fáceis
de
realizar;
• Não
se
tem
acesso
a
dados
que
poderão
ser
importantes;
• Não
permite
flexibilidade
ao
inves5gador.
18. Observação
direta
–
estruturada
OBSERVAÇÃO
ESTRUTURADA
• O
observador
sabe
previamente
o
que
vai
observar
e
já
organizou
as
categorias
de
observação
(variáveis)
de
acordo
com
os
seus
obje5vos
de
inves5gação;
• É
sistemá5ca;
• Cabe
ao
pesquisador
manter-‐se
o
mais
obje5vo
possível,
eliminando
por
completo
sua
influência
sobre
os
fenómenos
em
estudo
e
limitando-‐se
somente
a
descrever
informações
precisas
obre
o
facto
em
questão;
• Permite
formar
dados
numéricos
a
par5r
da
observação.
19. Observação
direta
–
semi-‐estruturada
OBSERVAÇÃO
SEMI-‐ESTRUTURADA
• O
observador
tem
algumas
categorias
de
observação
elaboradas,
mas
está
aberto
à
formação
de
novas
categorias
decorrentes
da
observação.
Requer
uma
prévia
definição
do
foco
de
observação.
Para
recolha
de
dados
numa
inves5gação
u5liza-‐se
a
observação
estruturada
ou
semi-‐estruturada
(Cohen,
2000).
20. Observação
direta
–
não
estruturada
OBSERVAÇÃO
NÃO
ESTRUTURADA
• Simples,
espontânea,
informal
ou
não
planificada;
• O
observador
não
sabe
o
que
procura
e
vai
simplesmente
observar
para
decidir
o
que
pode
ser
significa5vo
para
a
pesquisa;
• O
observador
atua
como
mero
expectador.
21. Observação
direta
–
considerações
é5cas
Considerações
éBcas:
Dada
a
sua
natureza,
a
observação
levanta
questões
de
ordem
é5ca
a
ter
em
conta:
• O
observador
invade
o
espaço
privado
e
a
privacidade
dos
observados;
• O
observador
trata
os
observados
instrumentalmente
como
objetos
de
inves5gação;
• O
inves5gar
está
numa
posição
em
que
pode
deturpar
algumas
informações
ou
mesmo
negá-‐las.
22. Bibliografia:
Cohen,
l.
Manion,
L.
&
Morrison,
K.
(2000).
Research
methods
in
educa5on.
5ª
Edição.
Londres:
Routledge.
Quivy,
R.
&
Campenhoudt,
L.
(2003).
Manual
de
inves5gação
em
ciências
sociais.
3ª
Edição.
Lisboa:
Gradiva.
23. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
A
sala
Educador
de
Infância
e
o
trabalho
realizado
As
crianças
24. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
A
sala:
• Es5lo
de
organização
da
sala
(por
áreas,
quantas
áreas
tem,
que
material
têm
as
áreas,
esse
material
é
suficiente,
está
em
boas
condições...);
• Es5lo
de
organização
da
turma;
• O
Educador
de
Infância
e
as
crianças
deslocam-‐se
com
à-‐
vontade;
• Tem
uma
boa
acús5ca;
• Tem
as
condições
térmicas
de
conforto
adequadas;
• Como
está
organizada
a
ro5na
diária.
25. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
O
Educador
de
Infância
e
o
trabalho
realizado:
• O
que
é
que
se
“trabalhou”
naquele
momento;
• O
conteúdo
é
adequado
às
necessidades
de
aprendizagem
das
crianças?;
• As
a5vidades
propostas
são
desafiadoras
e
proveitosas
para
todas
as
crianças
ou
para
algumas
foi
muito
fácil
e,
para
outras,
muito
diycil?;
• Os
recursos
u5lizados
são
adequados
ao
conteúdo?;
• Per5nência
das
estratégias
e
recursos
materiais
durante
a
a5vidade;
• Momentos
e
procedimentos
de
avaliação
e
a
sua
per5nência
rela5vamente
à
proposta.
• Expõe
a
a5vidade
calmamente;
26. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
O
Educador
de
Infância
e
o
trabalho
realizado:
• U5liza
terminologia
e
vocabulário
adequados;
• U5liza
o
tom
de
voz
adequado;
• Revela-‐se
autoconfiante
na
gestão
da
sala;
• Comunica
com
facilidade
e
eficácia;
• Preocupa-‐se
em
verificar
se
as
crianças
estão
implicadas
e
a
perceber
a
a5vidade;
• Provoca
a
par5cipação
das
crianças
na
a5vidade;
• Modifica
a
informação,
quando
não
compreendida;
• Provoca
a
discussão
na
sala
sobre
diversos
temas;
• Responde
corretamente
às
questões
das
crianças;
• Tem
um
relacionamento
fácil
com
a
turma;
• Resolve
conflitos
de
forma
adequada;
27. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
O
Educador
de
Infância
e
o
trabalho
realizado:
• Não
se
irrita
com
facilidade;
• Reconhece
facilmente
quando
se
engana;
• Incen5va
os
alunos
a
trabalharem;
• Reforça
posi5vamente
as
respostas,
condutas
e
trabalho
dos
alunos;
• Revela
autoridade
na
gestão
da
sala;
• Estabelece
um
clima
de
tolerância
dentro
da
sala;
• Permite
que
todos
expressem
as
suas
opiniões,
dentro
das
regras
da
sã
convivência;
• Revela
bom
senso
nos
momentos
mais
diyceis
ou
conflituosos;
28. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
Educador
de
Infância
e
o
trabalho
realizado:
• Revela-‐se
solícito
na
resposta
às
questões
e
dúvidas
das
crianças;
• Chama
a
atenção
da
criança
pela
sua
conduta
e
a5tude
nega5vas
na
sala;
• Trata
todas
as
crianças,
sem
discriminações
nem
preconceitos;
• Exige
respeito
mútuo
entre
todos;
• Gere
bem
o
tempo
disponível
para
as
a5vidades;
• Movimenta-‐se
com
à-‐vontade
dentro
da
sala
de
aula;
• Desloca-‐se
de
lugar
em
lugar
para
acompanhar
o
trabalho
de
cada
um;
• Faz
a
síntese
do
dia
como
balanço
final.
29. O
que
observar
durante
a
situação
de
sala:
Crianças:
• Clima
geral
e
intera5vidade
(comunicação
em
grupo
e
implicação
da
criança
na(s)
a5vidade(s),
com
os
seus
colegas,
o
Educador
e
o
contexto);
• Presta
atenção
à
explicação
do
Educador;
• Executa
com
pron5dão
as
tarefas
pedidas
pelo
Educador;
• Ajuda
a
manter
um
ambiente
saudável
dentro
da
sala.