1. Perturbação de Hiperatividade e
Défice de Atenção
(PHDA)
Rita B. Domingues
Trabalho realizado no âmbito da UC
Biologia e Genética
1º ano do 1º ciclo em Psicologia
Maio 2015
2. INTRODUÇÃO
PHDA é a desordem pediátrica mais comum, mais estudada… e mais controversa
padrão crónico desadaptativo de desatenção, hiperatividade e impulsividade
estima-se que 5% das crianças e adolescentes sofram de PHDA a nível mundial
PHDA está muito estudada (PubMed cita
>27 mil artigos)
etiologia e patofisiologia ainda não são
bem compreendidas
PHDA é muito diagnosticada; cada vez
mais crianças e adultos medicados
mas será que PHDA existe?
3. PHDA está na ordem do dia em diferentes disciplinas (neurologia, pediatria,
psiquiatria, psicologia, educação…)
ainda muitas questões sem resposta…
Objetivo
breve revisão acerca da PHDA
etiologia e patofisiologia, sintomas e diagnóstico,
tratamentos
4. O QUE É A PHDA?
condição neuropsiquiátrica e de desenvolvimento
problemas significativos a nível das funções executivas
comportamentos inadequados para a idade
falta de atenção, hiperatividade e impulsividade
afeta os indivíduos ao longo da sua
vida
50% das crianças com PHDA
transportam o distúrbio para a idade
adulta
causa distúrbios significativos no
dia-a-dia
5. 3 subtipos de PHDA
• predominantemente desatento
• predominantemente hiperativo/impulsivo
• combinado
existência dos subtipos também é controversa, mas técnicas de neuroimagem
mostram padrões distintos nas ondas cerebrais entre os subtipos
In: Mazaheri et al. 2014 Biological Psychiatry
6. ETIOLOGIA
as causas da PHDA não são conhecidas…
forte componente genética e hereditária
fatores ambientais também podem ser importantes
• fatores pre- e pós-natais
o mães fumadores, prematuridade
• toxinas ambientais
o pesticidas, poluentes industriais, produtos orgânicos
• dietas deficientes
o Zn, Mg, ácidos gordos polinsaturados
• adversidade psicossocial
níveis elevados de comorbidade com outras perturbações (ex, autismo)
mas ainda não foi possível estabelecer relações de causalidade entre estes fatores
e a PHDA…
forte componente genética – ADHD runs in families…
7. PATOFISIOLOGIA
PHDA deve-se a deficiências funcionais nos processos de neurotransmissão
ocorrem no sistema nervoso central
redução da disponibilidade de neurotransmissores (dopamina, neuroadrenalina,
etc.)
o problema da dopamina é o mais evidente e é o que está mais associado à PHDA
controla funções executivas (atenção,
memória de trabalho, organização,
resolução de problemas, etc.)
problemas de neurotransmissão
vão conduzir a deficiências nos
processos cognitivos
8. SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
não há medidas patognómicas para a PHDA
diagnóstico é feito na infância através de observação – questionário de Conners
5 critérios de diagnóstico (DSM-IV):
a) Há um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade e/ou impulsividade que é
mais severo/frequente que o normal para a idade
b) Alguns sintomas devem estar presentes antes dos 7 anos de idade
c) Os sintomas devem ser observados em pelo menos 2 contextos diferentes (casa/escola)
d) Os sintomas devem interferir com o funcionamento social e educacional
e) Não há outra desordem mental que explique melhor o distúrbio
técnicas de neuroimagem também podem
ajudar o diagnóstico
Neuropsychiatric EEG-based Assessment Aid
(NEBA) aprovado pela FDA em 2013
9. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO
vários fármacos disponíveis – estimulantes, antidepressivos, etc.
tratamento mais comum – metilfenidato
estimula um aumento de dopamina nas sinapses - aumento da neurotransmissão
dopaminérgica
muito eficaz no aumento do espetro de atenção, mas também tem efeitos positivos
na hiperatividade e impulsividade
em Portugal:
o Rubifen® 4 horas
o Ritalina® 6-8 horas
o Concerta® 10-12 horas
usado desde 1950, o metilfenidato é
considerado extremamente seguro
pode ter efeitos secundários (insónias, falta
de apetite, etc.)
efeito é sintomático e não curativo
10. TRATAMENTOS COMPLEMENTARES/ALTERNATIVOS
várias opções disponíveis – alterações alimentares, suplementação com ácidos
gordos, intervenções em contexto escolar, exercício físico, etc.
eficácia dos tratamentos não farmacológicos não é consistente
eficácia dos fármacos é significativamente superior à de outras terapias
mais investigação é necessária para avaliar a eficácia dos tratamentos não
farmacológicos…
(Faraone & Antshel, 2014)
11. CONCLUINDO…
perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) é um problema
complexo e controverso
tipicamente um distúrbio pediátrico, mas também afeta adultos e causa
perturbações significativas no dia-a-dia dos indivíduos
causas não estão bem definidas, mas há uma forte componente genética
tratamento farmacológico com
estimulantes é controverso –
sobremedicação das crianças
12. a eficácia de tratamentos não farmacológicos como terapias complementares
ou alternativas (yoga, meditação, neurofeedback, alteração/suplementação
alimentar, intervenções a nível comportamental, etc.) deve ser mais investigado
Muito obrigada pela atenção!!