Aula 4, livros poéticos, PROVÉRBIOS, ECLESIASTES E CANTARES, do Seminário Teológico Shalom, análise dos livros históricos, professor Ricardo Luiz Gondim
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O conjunto de livros bíblicos
que denominamos Poéticos:
Jó, Salmos, Provérbios,
Eclesiastes, e Cânticos dos
Cânticos) de uma forma ou
de outra se ajustam no
contexto histórico do
Pentateuco e dos chamados
livros Históricos .
Os livros poéticos
tem a função de
descrever:
• A experiência com
Deus
• O templo presente
com Deus
• Os caminhos de Deus
• A poesia (adoração)
• O Pacto Prático
Introdução aos Poéticos
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Os cinco livros poéticos ilustram três
tipos de poesia:
1. A poesia lírica – originalmente
acompanhada musicalmente ao
som da líra, esta poesia às
vezes contém fortes elementos
emocionais (a maioria dos
Salmos)
2. A poesia didática – ensina
princípios sobre a vida por
meio de máxima (Provérbios e
Eclesiastes) e
3. A poesia dramática – diálogo
em forma poética (Jó, Cantares
de Salomão)
A poesia hebraica caracteriza-se também
por figura de linguagem vívidas
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É provável que Provérbios seja o livro mais prático do
Antigo Testamento, uma vez que ele ensina a sabedoria
(literalmente a ”habilidade de viver”) nos múltiplos
aspectos da vida diária. Em expressões, máximas e
histórias breves, porém incisivas, Salomão e outros
contribuintes formularam cerca de novecentos
provérbios – preceitos inspirados que tratam de
sabedoria e estúlticia, orgulho e humildade, justiça
e vingança, indolência e trabalho, pobreza e
riqueza, amigos e vizinhos, amor e lascívia, ira e
contenda, patrões e empregados, vida e morte
Provérbios
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A Doutrina dos Provérbios.
A essência do Livro dos Provérbios é o ensino da moral
e dos princípios éticos.
A peculiaridade deste livro é que ele ensina principalmente
por meio de contrastes. Especialmente dignos de nota são os
capítulos 10-15, onde quase todo versículo distingue-se pela
palavra "mas".
Provérbios 10
1 PROVÉRBIOS de Salomão: O filho sábio alegra a seu pai, mas o filho insensato é a tristeza de
sua mãe.
2 Os tesouros da impiedade de nada aproveitam; mas a justiça livra da morte.
3 O SENHOR não deixa o justo passar fome, mas rechaça a aspiração dos perversos.
4 O que trabalha com mão displicente empobrece, mas a mão dos diligentes enriquece.
5 O que ajunta no verão é filho ajuizado, mas o que dorme na sega é filho que envergonha.
6 Bênçãos há sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a boca dos perversos.
7 A memória do justo é abençoada, mas o nome dos perversos apodrecerá.
Provérbios
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Peculiar a esta seção de Provérbios é a
personificação da sabedoria como se fosse
uma mulher. Pela primeira vez aparece em
3:15. Provérbios 7:4 abre o caminho à
personificação: "4 Dize à sabedoria: Tu és
minha irmã; e à prudência chama de tua
parenta". Ela se completa nos capítulos 8 e 9,
onde a Sabedoria convida os tolos a
participarem de sua festa. Só em Provérbios e
só nesta primeira parte a sabedoria foi assim
personificada.
Provérbios
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• Na segunda seção, os Provérbios de Salomão, 10:1 –
22:16, a doutrina é apresentada quase que
exclusivamente através de versículos isolados.
• Através do capítulo 15, o ensino é feito por meio de
contraste, indicado por um 'irias" no meio de
quase todos os versículos. Subseqüentemente há
paralelos de idéias mais freqüentes que os
contrastes.
• Esta seção cobre uma larga escala de assuntos e torna
difícil fazer um esboço. O ponto de vista, contudo, é
bastante consistente. Salomão faz um contraste
entre a sabedoria e a loucura.
Provérbios
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Autoria.
O nome de Salomão aparece em três partes do livro - 1:1;
10:1; 25:1. Há portanto uma reivindicação de autoria
salomônica para a maior parte das seções, na realidade
para quase todas com exceção das Partes III, 22:17 –
24:22; IV, 24:23-34; e VI 30:1 – 31:31. Esta reivindicação é
discutida por mestres da crítica.
O fato é que por mais que se dê atenção a estas evidências
internas não se consegue datar corretamente o livro ou as
suas coleções. Assumindo que provérbios seculares tenham
precedido os religiosos, ou as máximas mais simples às
variedades mais desenvolvidas, ainda se pode considerar
que o desenvolvimento até o complexo e o religioso já
estava completo antes do tempo de Salomão
Provérbios
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Propósito:
O conhecimento é nada mais do que uma acumulação de
fatos brutos, mas a sabedoria é a capacidade de ver as
pessoas, eventos e situações como Deus os vê.
No Livro de Provérbios, Salomão revela a mente de Deus
em assuntos superiores e nobres, assim como em assuntos
ordinários e situações cotidianas.
Parece que nenhum assunto escapou à atenção do rei
Salomão. Questões relativas à conduta pessoal, relações
sexuais, negócios, prosperidade, amor, ambição, disciplina,
dívidas, educação infantil, caráter, álcool, política, vingança e
piedade estão entre os vários temas abordados neste rica
coleção de provérbios.
Provérbios
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Versículos-chave:
Provérbios 1:5: “Ouça o sábio e cresça em prudência; e o
instruído adquira habilidade.”
Provérbios 1:7: “O temor do SENHOR é o princípio do saber,
mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino.”
Provérbios 4:5: “adquire a sabedoria, adquire o
entendimento e não te esqueças das palavras da minha
boca, nem delas te apartes.”
Provérbios 8:13-14: “O temor do SENHOR consiste em
aborrecer o mal; a soberba, a arrogância, o mau caminho e a
boca perversa, eu os aborreço. Meu é o conselho e a
verdadeira sabedoria, eu sou o Entendimento, minha é a
fortaleza.”
Provérbios
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Resumo:
Resumir o livro de Provérbios é um pouco difícil, pois
ao contrário de muitos outros livros da Bíblia, não há
nenhuma conspiração ou enredo encontrado em
suas páginas; da mesma forma, não existem
personagens principais do livro.
A sabedoria é o seu foco - uma sabedoria grande e
divina que transcende toda a história, povos e
culturas. Mesmo uma leitura superficial deste
tesouro magnífico revela que os provérbios do sábio
rei Salomão são tão relevantes hoje como eram há
cerca de três mil anos atrás.
Provérbios
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Aplicação Prática:
• Há uma inegável praticidade encontrada neste livro, pois em seus
trinta e um capítulos encontramos respostas sensatas a todos os
tipos de dificuldades complexas.
• Provérbios certamente é o melhor “manual” já escrito e aqueles
que têm o bom senso de seguir de coração as lições de Salomão
vão descobrir rapidamente que piedade, prosperidade e
contentamento estão disponíveis aos que pedem.
• A promessa recorrente do Livro dos Provérbios é que aqueles
que escolhem obter sabedoria e seguir a Deus serão
abençoados de várias maneiras: com longa vida (9:11),
prosperidade (2:20-22), alegria (3:13-18) e bondade de
Deus (12:21).
• Aqueles que O rejeitam, por outro lado, sofrem vergonha e morte
(3:35, 10:21). Rejeitar a Deus é escolher loucura à sabedoria e é
separar-nos de Deus, Sua Palavra, Sua sabedoria e bênçãos.
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Eclesiastes
Eclesiastes é um livro profundo que registra a intensa busca
do Pregador (tradicionalmente entendido como Salomão)
pelo sentido e satisfação da vida – a despeito das injustiças,
inconsistências e aparente absurdos da vida terrena,
considera-se um tratado a cerca da vida.
A palavra chave de Eclesiastes é “vaidade”, a vã futilidade de
tentar dar sentido para vida à parte de Deus. Olhar para as
coisas “debaixo do sol”, perseguir a vida, isso só leva à
frustração. Poder, prestígio, prazer – nada
preenche a lacuna da imagem divina na vida
do homem – exceto Deus mesmo. Vista, porém, do
prisma divino, a vida se torna cheia de sentido e cumpre um
propósito.
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Título.
O livro de Eclesiastes conservou o nome que tem na versão
grega, isto é, ekklesiastes, "assembléia".
A palavra hebraica, qohelet, "aquele que se reúne em
assembléia".
Considera-se que isto significa:
1) "aquele que coleciona" ditos sábios (cons. 12:9, 10), ou
2) "aquele que se dirige a uma assembléia", isto é, um
pregador ou orador, implicando na idéia de que alguém
reúne um grupo em assembléia com o propósito de lhe
falar.
3) Aceita-se de maneira geral que constitui um título técnico
para indicar um ofício.
Eclesiastes
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Data e Autoria.
Até o século dezenove cria-se de modo geral que Salomão
escrevera o livro em sua totalidade. Atualmente grande
parte dos mestres concordam que Salomão não foi o autor,
mas antes que a obra é o produto de época pós-exílica.
Contudo, costumam aceitar geralmente que a figura central
do livro é Salomão e que o autor desconhecido o usou como
artifício literário para transmitir sua mensagem. Ele não
tinha a intenção de enganar seus leitores originais, e sem
dúvida ninguém foi realmente enganado. A falta de
certeza quanto à autoria não destrói a canonicidade
do livro.
Eclesiastes
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Propósito:
Eclesiastes é um livro de perspectiva. A narrativa do “Pregador”,
ou “Sábio”, revela a depressão que inevitavelmente resulta
da procura da felicidade em coisas mundanas.
Este livro dá aos Cristãos a oportunidade de ver o mundo através
dos olhos de uma pessoa que, apesar de muito sábio, está
tentando encontrar sentido em coisas humanas e temporárias.
Quase todas as formas de prazer mundano são exploradas pelo
Pregador, e nenhuma delas lhe dá sentido algum.
No final, o pregador chega a aceitar que a fé em Deus é a única
maneira de encontrar um significado pessoal. Ele decide aceitar o
fato de que a vida é breve e, no fim das contas, inútil sem Deus. O
pregador aconselha o leitor a concentrar-se em um Deus eterno,
em vez de prazer temporário.
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Versículos-chave:
Eclesiastes 1:2: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de
vaidades, tudo é vaidade.”
Eclesiastes 1:18: “Porque na muita sabedoria há muito enfado; e
quem aumenta ciência aumenta tristeza.”
Eclesiastes 2:11: “Considerei todas as obras que fizeram as
minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas,
havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e
nenhum proveito havia debaixo do sol.”
Eclesiastes 12:1: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua
mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos
dos quais dirás: Não tenho neles prazer.”
Eclesiastes 12:13: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme
a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de
todo homem.”
Eclesiastes
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Resumo:
Duas frases são repetidas muitas vezes
em Eclesiastes. A palavra traduzida
como “vaidade” aparece muitas vezes
e é usada para enfatizar a natureza
temporária das coisas mundanas.
No fim das contas, mesmo as
conquistas humanas mais
impressionantes serão deixada para
trás. A expressão “debaixo do sol”
ocorre 28 vezes e refere-se ao mundo
mortal. Quando o pregador se refere a
“todas as coisas debaixo do sol”, ele
está falando de coisas terrenas,
temporárias e humanas.
Eclesiastes
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Aplicação Prática:
Eclesiastes oferece ao Cristão a oportunidade de
compreender o vazio e o desespero com os quais
aqueles que não conhecem a Deus têm que lidar.
Aqueles que não têm uma fé salvadora em Cristo se
deparam com uma vida que no fim das contas vai
acabar e tornar-se irrelevante. Se não há salvação, e não
há Deus, então não existe nenhum sentido, propósito ou
direção para a vida. O “mundo debaixo do sol”, longe de
Deus, é frustrante, cruel, injusto, breve e total “vaidade”.
No entanto, com Cristo a vida é apenas uma sombra
das glórias por vir em um paraíso que só é acessível
por meio dEle.
Eclesiastes
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30 E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos
os do oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.
31 E era ele ainda mais sábio do que todos os homens, e do que Etã,
ezraíta, e Hemã, e Calcol, e Darda, filhos de Maol; e correu o seu
nome por todas as nações em redor.
32 E disse três mil provérbios, e foram os seus cânticos mil e cinco.
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Interpretação.
Quanto ao seu gênero literário, os Cantares de Salomão obviamente
constituem um poema de amor. A dificuldade está em como
interpretá-lo. Abaixo damos algumas das variadas interpretações que
têm sido apresentadas.
1. Alegórica.
Esta é a interpretação comum dos judeus da antiguidade e
deles passou para a Igreja Cristã. Os judeus
consideravam o Hino como uma expressão do
relacionamento amoroso entre Deus e o seu povo
escolhido. A Igreja Cristã via nele o reflexo do amor
entre Cristo e a Igreja. Essencialmente, este ponto de
vista tem sido advogado por Hengstenberg e Keil.
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2. A interpretação dramática.
A essência desta interpretação, conforme advogada
por Franz Delitzsch, é que o Hino é um drama
apresentando Salomão apaixonado pela Sulamita,
uma jovem inculta, a qual ele introduz no palácio
real em Jerusalém.
Uma forma particular desta interpretação, a
hipótese do pastor, introduz no Hino um terceiro
personagem, um pastor, ao qual a jovem sulamita
permanece fiel apesar das atitudes de Salomão.
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3. A interpretação típica.
Esta interpretação também defende que no Hino foi
descrito o grande amor entre Cristo e a Igreja,
sendo o Rei Salomão considerado um tipo de
Cristo, e a esposa representando a Igreja.
Este ponto de vista difere do alegórico pois tenta
justificar a própria linguagem do Hino sem buscar um
significado especial em cada frase, como faz a
interpretação alegórica.