2. Sorrisos, olhares, aproximações e liberdade. Por volta dos três anos, começa a criança a pensar no daqui a pouco, com sinais de memória significativa, de planejar ações, de antecipar ações e saber o que pode acontecer... Como ter o outro sempre por perto, como manter sua atenção?
11. A atenção redirecionada não isola a criança, mas, cria novos significados. Os limites são estabelecidos e as parcerias combinadas. Formas inteligentes de intervenção mediada e aprendizagens mútuas.
12. ENSINAR O QUE NÃO SE SABE Os olhos A VOZ A VEZ A CRIANÇA O OUTRO
13. A relação afetivaé o motor da inteligência. O adulto e a criança conversam sobre o feito. O rabisco indevido! A comunicação emocional abre-se ao mundo do outro. Segundo Wallon (1975), a dimensão afetiva integra os aspectos cognitivo e motor. Mas, que astúcia? O objeto do desejo é do outro. A integração dos três aspectos funcionais: motor, afetivo e cognitivo constitui a última e quarta dimensão funcional, que Wallon define como “pessoa”.
14. A aprendizagem é uma construção que se dá, primeiro, pela presença da relação e, segundo pelo desejo de uma parte, pelo menos, que pode sensibilizar e despertar o desejo do outro.
15. PALAVRA MUNDO A partir de dois anos começa a criança a ampliar a noção de si... a palavra pai, mãe, vovó, vovô ressignificam-se no “eu” – e com nome próprio. O nome é ela mesma. Assim como pai é o seu pai. A abstração surge em meio ao letramento no território da cultura escrita... Trilhas, redes, teias, escritas, interação e sentidos.
16. A LINGUAGEM COMUNICATIVA DA ESCRITA Morada expressiva dos ditos, não-ditos, silêncios, acalantos, pulsações, movimentos interiores, ritmos próprios, sensações, emoções, confusões, diálogos tônico-corporais diversos, sinais que aos poucos se vão socializando, criando novas comunicações, reinventando signos comuns e próprios.
17. O BONECO Pode servir de modelo de si mesmo. Aprende-se a reconstruir-se. Faz-se um boneco. Arquétipos surgem e ressignificam-se A escultura é uma boa representação, artefato produzido pelas mãos da criança. E a seu modo.
18. Antes, vivenciar o corpo, tocar-se. Apalpar o rosto, toque digitais em cada pedacinho de si, a sobrancelha, a pálpebra, os cílios, o contorno do nariz, as narinas, a maçã do rosto, o lóbulo esquerdo e direito da orelha, a testa...
23. A criança é quem vai se fazer representada, com destaques às emoções e sentimentos vividos e percebidos. O que esses bonecos sentem? Conversam? O que desejam? O que fazem? Como vêem as coisas ao redor?
24. Coloca-se em lugar visível, combinado e de movimento pedagógico.Pensa-se na identificação escrita deles. Qual o nome?
26. Olhar-se e socializar impressões, percepções, expressões e sentimentos. A imagem de si para o outro, de ver-se no outro, de ver-se refletido, da vivência espelhada
27. Ver o outro e o que ele tem em comum, ver-se no coletivo. E o espelho?
28. O momento de representar-se no papel, de ver o papel do outro, releituras, novos rabiscos e imagens (co)produzidas. E escrever o nome próprio. A seu modo. E de cada um por eles mesmos.
29. Os bonecos estão sozinhos?Trazem algo com eles? Outra pessoa, uma marquinha, um objeto, um animal de estimação, um brinquedo, uma planta, um alimento saboroso, um sorriso, uma lágrima... Daí vem o enredo, a trama, a malha cotidiana a partir do olhar da criança... A história surge.
30. Novas interações e mediações alimentam o processo de comunicação escrita, a partir das inscrições corporais, dos desejos, necessidades e interesses das crianças.
31. Um traz o outro. O outro revela o lugar e o contexto que os envolve. A aprendizagem não está em um ou no outro, mas, na interação que acontece dessas (re)combinações.Aprendemos que ensinamos o que não sabemos, ou melhor, trazendo à tona Guimarães Rosa, para quem “não é mestre aquele que ensina, mas o que de repente aprende.
32. "A criança resiste à ausência e muitas outras coisas, desde que existe o toque amoroso".FrédericLeboyer