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Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)

  1. FANZINE #22 Ouro Preto, MG - 2021
  2. Já imaginou seu livro prontinho e circulando? E o melhor, rendendo 100% de lucros? A Editora AMEOPOEMA, não rouba seu direito de vender sua própria obra a seu preço e modo. Pois é, esse sonho pode estar a um passo de se realizar. Publicamos romances, poemas, contos, poesia concreta, teses, dissertações, TCCs, literatura infanto-juvenil, HQs e diversos outros assuntos literários. Você que escolhe o formato, tamanho, estilo. O livro fica do modo que foi sonhado. Nossos serviços: · Revisão e normatização dos textos · Acompanhamento direto pelo WhatsApp · Projeto gráfico COMPLETO · Livros colados e costurados · Criação de capa e contracapa · ISBN · Lançamento on-line (em sarau) · Divulgação nas redes sociais · Criação de artes para divulgação em redes sociais · Envio para todo Brasil e América Latina ENTRE EM CONTATO PARA ORÇAMENTOS: facebook.com/ameopoema 31 9 7526 3996 LITERATURA NA RUA
  3. AMEOPO MA E editora artesanal toda a revista está aberta a intervenções, e nos mande umas fotos. FANZINE #22 Ouro Preto, MG - 2020 julho | agosto | setembro 2021 - OP.MG várias (os) colaboradoras (es) capa em stencil por: @studiob2mr revisão: participantes edição e finalização: @studiob2mr organização: Editora AMEOPOEMA intervenção (miolo): Rômulo Fereira (PIX): ameopoemaeditora@gmail.com ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr ANA LAURA AZEVEDO ALLYSSON GUDU BÁRBARA MOL CLARA LOBO CLÁUDIO CÉSAR DIANA CASTILHO EDSON CAMELEOSI EDYLANE EITERER FABIO DA SILVA BARBOSA FELIPE DURÁN THEDIM FRANCISCO LEANDRO C. GABEMESMO GABRIELLA CASA NOVA HUDSON LACERDA ISABELA SARAMAGO JEANE BORDIGNON JEFERSON ILHA KARINE DIAS OLIVEIRA LUIZ FELIPE DOS SANTOS VAILANTES MARCIO GOMIDES MARCIO RUFINO MARCIO SILVA MARCOS ROGÉRIO FERREIRA NATACHA SOUZA OSWALDO FERRERO RÔMULO FERREIRA SAUL POETA XANDU RAFAEL VIEIRA CABRAL GOMES SHEILA FONSECA THINA CURTIS VINÍCIUS FERNANDES CARDOSO THAISE DIAZ COL. AMEOPOEMA | PRÊMIO AMEOPOEMA | E MAIS E MAIS E MAIS... Se os prédios arranham o céu, por que as estrelas não caem? Rômulo Ferreira in ‘‘Poesia é um saco’’, 2017
  4. Dy Eiterer @dyeiterer / @dyvagando Às margens de sua boca o meu nome E toda vastidão de meus quereres. Há rumores de que eu morreria por um beijo E exponho-lhe cada um de meus desejos. Já não conheço a saída de seus braços Ali me entrego, me perco, me acho. Ali faço morada e anoiteço Repouso quase tranquila Esperando que me olhe e amanheça Porque desde a primeira hora É de seus olhos a luz do dia E por eles somos iluminados. Quem não conhece Meus Ai's! Também não imagina Meus Ufa's! Porque Putz! Raro o que vejo Super! Não faço e penso Uau! Pra dar ruim é um passo Não fosse o anjo Ui-Ui-Ui! Zás - descer do céu Dando Olé nas nuvens Tic Tac antes do que Ainda não aconteceu Meus Ufas seriam fichinha Se comparados Aos meus - Fudeu! Poeta Xandu facebook.com/poetaxandu LUZ DO DIA
  5. Ela abriu os olhos sem vontade. Estava escuro mas pôde perceber que era manhã bem cedo, lá pelas 6h. Sentou-se na cama encostada na cabeceira,sem espreguiçar, e sentiu a brisa fria que vinha da janela entreaberta, por detrás do véu da cortina, que fazia lembrar uma noiva triste, inerte e prontaàesperadeumamadoquenuncaviria. Gostava de ficar na cama por mais tempo assim que acordava, era boa aquela sensação de ninho que contrastava com a insegurança habitual de seus dias. Enroscou-se mais nas cobertas e pensou: Se a vida lhe permitisse pediria de volta os beijos, o calor, a pele, o toque, a respiração, até o clímax. Num ato de individualismo puro, capitalista, teria tudo de volta, só para si. Afinal, aquilo era apropriação indébita... roubo mesmo, na mão grande. Um ato de pirataria masculina consentida por pura impossibilidade de defender-se de mãos tão fortes – e que mãos aquelas, bem lembrava – peletãoquente,cheirobom...Cedera,então. Achava-se com sorte, porque ao menos não era tola como tantos que não compreendiam algo importante: o mundo era louco. E ela percebeu isso cedo. Desde pequena sentia-se imersa num mundo de super-ciência. Era uma micro-partícula de um cosmo gigante, estranhamente diverso, que influía em cada momento seu. E encontrava- se vingada ao saber que influía ela também, tão minúscula, nesse universo bizarro de proporções desmedidas.Estavaintegrada. Lembrava-se ainda de sua mãe dizendo: Essa menina é de lua! Lua, não, pensava ela. Era injusto ter que mudar tanto a ponto de ser uma a cada semana, mas as estações do ano... Essas, sim, coincidiam e por vezes se fundiam com suas questões. Era estranho, mas sempre foi assim: o primeiro beijo – ainda recordava – foi na primavera, embaixo de uma mangueira carregada de flores do sítio de sua avó. A primeira vez com um homem foi num dia de verão, um dos maisquentesdaqueleano.Fugaz. Esticou o braço, puxou a cortina e olhou pela janela para constatar mais uma "coincidência" : o frio e a chuva fina não escondiam a verdade. Sorriu amarga ao perceber que a sincronicidade persistia. Sim, era inverno também em suavida. ESTAÇÕESSheila Fonseca assessoria.sheilafonseca@gmail.com
  6. Hoje em dia eu vivo pouco Apenas quando trabalho, ou escrevo Não mais sonho, meu sono é morte E é bom morrer de vez em quando Quando a vida pesa nas costas E o menino começa a sentir as rugas Mas cada manhã tenho olhar de bebê E novamente caminho feliz E ouço música em tudo que vejo E quero correr quietinho Mas vem a noite e tudo fica cinza As luzes me magoam Eu sempre choro quase E fico quieto e surdo Mais um dia e verei esse meu peso Diluir-se em cargas de vento E poderei ser criança-velho Noite e dia Eu já fui amado! Agora sou vilipendiado, bloqueado, deletado, ignorado! Mas eu já fui amado! Agora ando amargurado, magoado, frustrado, revoltado! Mas eu já fui amado! Agora estou indignado de me sentir desperdiçado! Mas eu já fui amado! E nem me sinto mais culpado, esse pessoal que é retardado, por ter me deixado de lado, por ter me rejeitado! Esse pessoal que é calado, não fazem nunca um agrado, esse pessoal que é mal-amado, por ter me desamado! Mas eu já fui amado! Eu não era esse cara solitário, eu era um cara locupletado, do amor do ser amado! Vinícius Fernandes Cardoso folhetimvolante.blogspot.com Luiz Felipe dos Santos Vailantes facebook.com/vailantes
  7. Marcos Rogério Ferraz marcosrferraz@gmail.com 2020 janeiro fevereiro março pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia (de agora até o tempo presente) 2021 pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia Gabe instagram.com/gabemesmo/
  8. ARREPITÁFIO DUM IMORÍVEL Demonstrei, com o talento próprio de minha leva de libertários, a pertinência de uma Conformópolis de esquinas fartas de prósperas hortas. Reencarno, por decreto, no Kilariar dos corações indignados por Eduardo Sacramento nos meus olhos também cabem água, mas nem tudo é dor: um pouco de raiva e um pouco de amor. eu gosto do que mastiga a alma, do que não tem fim, gosto do que gosto em mim. gosto do inseguro, do que fere, do que arde, gosto do que não cabe, do que age, do que expele. gosto da pele. gosto do amargo, do ácido, gosto das entranhas, de tudo que tem manha, gosto do agora, gosto toda hora. gosto depensarquedelucidezmerestapoucoequeo únicoquenãomeétortoéasededo gozo mulher avessa Diana Castilho dianacastilho1@gmail.com
  9. Livros queimados, Salas vazias... Mentes sedentas, Pólvoras tortas... Latas sem mascaras... Márcio Gomides Silva Júnior mgomides@yahoo.com.br TEMPOS ESTRANHOS Agreste olhar do lido avisado faz da morte sonho ileso lá nos mármores do senado De musseline está fardado sob os soluços dos revoltados onde o desejo é irmanado O processo patina irradiado Daniel espera João acervo em transformação Lobo Bobo maturado incorruptível se perfuma Mefisto exalado Agreste olhar do lido avisado faz da morte sonho ileso lá nos mármores do senado ESPERANDO JOÃO Claúdio Cunha martellcesarclaudio@gmail.com Por que a sociedade é tão cruel? Por que as pessoas machucam as outras? por qual motivo as pessoas sentem a necessidade de espalhar o ódio? Ana Laura Azevedo binhaaparecida@yahoo.com.br
  10. Barbara Mol abarbaramol@gmail.com O pulmão Abastado De ar Preso Na casa Oxigênio falta O gás alastrou Os cômodos Sufoco A rua A fumaça cinza Os carros A nova presença Nos corpos O presidente Asfixiou O presente FORÇA DOS NOVOS DIAS Clara Lobo claralobo.bello@gmail.com EU NÃO ESCOLHO A PALAVRA TRAI EU E VOCÊ ELA NÃO SABE SE TRAI A SI MESMA ELA É ASSIM UM SER NÃO CIENTE ENQUANTO SE PODE EU NÃO POSSO A ESCRITA PASSA FOLHAS DE ROSTO ELA NÃO SENTE SE SÃO ALEGRES E HOSTIS EU NÃO TENHO CERTEZA MAS ELAS TÊM SEUS ÁLIBIS ICONO-CLASH
  11. Um dia 1440 minutos Um bate-volta para a Europa Vinte por cento de uma semana útil A distância entre dois "bom dia" Almoço e janta Café da manhã, lanches e beliscos Metade de um fim de semana O nascer do sol O brilhar da lua Amanhecer sob o lençol Escurecer no meio da rua A mochila cheia de expectativas A bolsa repleta de possibilidades A camisa suada de rotina O bolso que guarda parte da realidade Amnésia Global Transitória Síndrome de Susac A mente insiste A esperança resiste O fim das notícias tristes Fica o convite: “Estamos 24 horas sem morte por COVID” Ferrero Oswaldo oswaldoferrero@gmail.com 24 horas Thina Curtis facebook.com/thina.curtis No silêncio Intenso da minha alma Resisto ao desafio de sobreviver na metrópole. Registro minhas crônicas cotidianas Em singelas folhas de papel Rascunho minhas abstratas Impressões. Eu
  12. Bem que eu queria consertar o mundo! Acreditei tanto que esqueci do velho conselho: "saco vazio não pára em pé!" Doar-se sem medir até onde posso me dar sem cair... Só no chão tive a visão de que ninguém precisa de mim mais do que eu. Nos disseram que era egoísmo. Mas no fundo é o mais puro instinto de sobrevivência. E como a poeta aprender com as primaveras. (e ainda mais com os invernos) para renascer cada vez mais inteira. Jeane Bordignon facebook.com/voos.e.palavras FOCO Dormindo se extingue, dores do corpo e alma. Nada se apaga, Mas muito se acalma. DORMINDO Natacha Souza natachasouza14@yahoo.com.br
  13. É com pesar que comunico o falecimento daquele que todos tanto almejam; Gostaria de trazer-lhes a serenidade das condições de sua partida, mas não: Lenta e dolorosamente, foi-se numa sinfonia de agonia e lamentação. Restou poesia e esperança de que, mesmo na peculiar condição em que nos encontramos, possamos voltar a vê-lo novamente. La se foi o amor, consumido até sua última fração; Dançado até sua última música; Tragado sua última gota; É agora vista a metamorfose de todo o amor; Não será cremado, nem enterrado; Ficará ali mesmo, em praça pública! Os mais vividos já podem observar os primeiros bolores de ódio em seus restos; Ficará exposto! Mas, mesmo servindo de exemplo, Mesmo que agora seja de conhecimento público que todo amor terminará em ódio, Ainda haverá estúpidos ávidos por um trago diante de um amor saudável. E ainda que após muito andarem sem sequer encontrá-lo; Balizados pela desgraça da esperança, Indagarão a todas as pessoas que lhes despertarem interesse, Pois até que vire ódio, semprevaleráapenacadatragada:Temfogo? Hudson Lacerda hlacerdas@gmail.com
  14. É inadmissível o seu ser nulo! Entregar o direito que é seu De bandeja para o outro. Ficando assim sem a sua voz. Por não votar, você se anula E transfere a escolha do outro Como sendo a sua escolha, Porque você é nulo. A escolha do outro passa a ser a sua, A voz do outro passa a ser a sua. Você optou por ser nulo, sem voz. Sem direito e sem consciência Pois se a tivesse, não se anularia, Tornando-se conivente, Cúmplice, irresponsável e nulo. Quem jogou fora o seu direito, É igualmente culpado Porque é nulo. Você deixou acontecer! A responsabilidade é sua! Assuma! Compreenda a sua responsabilidade! Assuma a sua responsabilidade! E tente ser mais Do que apenas a sua nulidade. ATO NULO, SER NULO Jeferson Ilha jeferson.ilha@yahoo.com
  15. Gabriella Casa Nova gabriella_casanova@yahoo.com primeiro de julho, vida fugaz agora um dedo em riste no meio da cara, ódio inflamavél ou pura tristeza coltrane na vitrola, Aisha, Naíma, uma madrugada em estocolmo, três shots e uma cerveja quente uma feira de perversidades tal qual expresso do meio-dia na central do Brasil, comércio de misticismos aqui dentro um calor do caralho: não se vê um alucinógeno desses desde a monarquia; não me chocam os filósofos contemporâneos, quando recebo e incorporo o deus sou o maior perigo para mim mesma, tão chapada que meu corpo roda ao som del concierto de aranjuez e depois bate sempre essa compulsão por volta da hora do lobo/ovo da serpente/uma lua do diabo - dentro dela a vênus de milo índia que eu também via quando era menina de terceira série; por ora, meu sangue não vale de porra nenhuma – um corte de papel dedicado a ela – poderíamos dar uma volta essa noite mas eu não tenho roupa de festa; e tem mais, vai comemorar o que? pobres tuas pernas cruzadas inocentemente observando a vida enganado, deitado num horizonte qualquer num xadrez de silêncio industrial………... mais um copo de vinho e talvez eu não pensasse em nada - eu só preciso parir ou vomitar alguma coisa e aí me passa pela boca um gosto triste de uva/raposa/borboleta, alusão aos teóricos mais modernos sobe o cheiro da santíssima trindade, maculada, sexo&suor&sangue, graças a deus! quando percebo que estou desperta é que mais me doem os ossos a mesma dor daquele sonho em que alguém me disse que você nunca voltou pra casa e também dos anos em que apanhei todos os dias até entender que sangrar é honesto e chorar é necessário [lembre-se de molhar a garganta depois de cada verso] * mais importante: não preciso que venham tirar a poeira dos móveis olhando bem de perto, sou parte fundamental nessa paisagem árida. (RJ, fantasmas e flores, dois mil e caos)
  16. Não sei viver pela metade. Quero tudo por inteiro! O meu tempo, sou eu que faço entre pulos, giros e gargalhadas. Não sei disfarçar os sentimentos; não sei dizer o que não sinto. Não suporto a covardia dos medíocres e a burrice dos egocêntricos! Me revoltam os que depredam o jardim da beleza feminina, que temem o cair da lágrima. As mesmices do cotidiano, [eu deixo para as pessoas conformistas. Me interessam as GRANDES emoções: os grandes amores, as grandes amizades! Talvez eu seja um Dom Quixote um pouco mais gordo, um Maluco-Beleza disfarçado de acadêmico, um Einstein sem genialidade, um Quasímodo sem corcunda. Que eu seja então. Esse será o meu destino! Quero tragar até a última gota a capacidade de fazer o Outro feliz. Quero a intensidade dos abraços verdadeiros. Se não for desse jeito, a vida não me interessa! NÃO SEI VIVER PELA METADE Saul Cabral Gomes Júnior muiraquitan.saul@bol.com.br
  17. Karine Dias Oliveira kadioliveira@yahoo.com.br Melhoramos conosco Quando atribuímos juízos ao “contigo” Na medida em que o reflexo troca de lugar com o tal E deixa a vaidade ao lado Sobrepondo valores cruciais Às representações dos variados lances de olhares... Aquém às vestimentas Além dos rótulos Na saudade do tempo das qualidades Das virtudes pessoais Da capacidade de deixar de importar-se só com o comigo... Pessoas são incríveis São canções São leituras São oportunidades de trocas São esculturas em constante criação Pessoas são portas com direito de serem destrancadas Com o dever de escancararem aos mundos E juntar-se ao vós Para quebrar os estereótipos entre nós! PRÉ-PRONOMES Me perdoe folha eu falhei. Amanhã será outro dia e tudo o que quiser lhe direi. Desse branco não sofrerás, serão letras, pautas e desenhos, rabiscos, nada confuso que possa não ser ou não estar. Felipe Durán Thedim lipduran@gmail.com
  18. Thaise Diaz thaisediaz@yahoo.com.br Percebo-me mais e mais ciente do quanto estou enredada em mim mesma. Nestas paredes. Nas lembranças. Nesse sertão. Nessa cidade. O mundo pulsa lá fora e eu aqui. Enredada. Durante muito tempo desejei conhecer outras paisagens, mas, o mais longe que conseguir chegar, foi a esse lugar.Atravessei o dorso de uma serra azul como o mar, para chegar aqui. Mulher sem pedigree, encarregada de manter o afeto, o aconchego da casa e o fogo crepitando no fogão à lenha, acabei por, de certa maneira, conformar com a impossibilidade de mover-me fisicamente. Compreendi que não adiantava tentar transpor os muros que me prendiam, porque ao tentar fazê-lo, mais altos se tornavam. Foi assim que criei uma espécie de metafísica para transpor muros: tornei-me a paisagem dos lugares sonhados e fiquei por aqui.Aqui sou estrangeira. Exilada, moro na floresta. Só falo a língua dos bichos. Cheguei aqui por ser o único destino possível. Carrego o estigma de nascer em dezembro. E nascer em dezembro, é uma forma de ampliar angústias. Quem nasce em dezembro, nasce com inclinação para encurtar as distâncias entre os abismos. Nascer em dezembro tem um quê de crueldade. Em dezembro a alma fica cheia de poças d'água e isso é péssimo para quem nasce sob o elemento fogo, talvez seja isto que me prende aqui. O sol. Aqui há um pacto bizarro estabelecido entre os homens e o sol. Ele nunca se põe e em troca os homens lhe oferecem suas peles, um ritual de necessidade. Todos são de uma forma ou de outra, marcados pela onipresença solar.Anoite é apenas uma metáfora. É quando sopram os ventos como se um coral de vozes estivesse a anunciar aquilo que se faz ausência. O vento aqui tem um dialeto para cada mês, convém decifrá- los. Caminho pelas ruas desertas, um ou outro pássaro noturno espreita-me. Não há fome de nada. Um silêncio imenso dá complexidade aos símbolos, lá adiante, as réstias de um céu em chumbo ameaçam. E, se acontecer um milagre, chove.Voltopracasaedeixoaportaaberta.Inutilmente. TOPOGRAFIADODESENCANTO
  19. É preciso não estranhar a morte. O motorista bêbado, a ciclista, a velhinha sobre a calçada, a criança jogada do nono andar. É preciso não estranhar a morte. O peixe fisgado, a caça abatida, a carniça à beira da estrada, o pássaro tirado do ninho. É preciso não estranhar a morte. O inseto atrás da estante o bife no prato a poltrona vazia o porta-retratos a foto 3x4. Márcio Silva marcio.fsc76@gmail.com OBITUÁRIO Francisco Leandro Costa costafranciscoleandro@gmail.com Tenho dedos tortos para versos tristes Tenho versos tristes para um bolero Mas talvez um tango me caia melhor Tenho pés cansados para valsas mortas Nunca me arrisquei a inventar um passo Digo pesaroso, à mão que me convida: Sou um passageiro deste verbo neutro Como não sei dançar Vou pedir um Porto Vou me embriagar Depois cair morto Amanhã eu ressuscito Com dedos tortos pra tocar um fado Com pernas tortas pra dançar um tango E versos curvos para um bolero Com pé fagueiro para viva valsa Com velha nova para história boa Punho fechado de direito jab. Terei me erguido antes da contagem. VIRTUOSE
  20. Allysson Gudu agudulterado@gmail.com
  21. Hoje me deu vontade de dizer poemas Que ninguém costuma dizer. Outros me acharão pedante por isso e eu pouco me lixarei. Há quem pense que eu me acho. Estão equivocados; eu sou. Todos que são se acham. Seres que amam sua identidade natural incomodam. Por isso que animais e insetos preenchem com suas carcaças lares de predadores, elegantemente chamados de colecionadores. Usurpadores só se apossam de cascas e invólucros. Jamais de seus núcleos. Marcio Ruffino marciorufino1973@gmail.com O SER E A CAÇA Tudo que se mexe e é em sua sinceridade desperta ódio, mas o velho poema que ninguém tem o interesse de dizer encontrará em minha voz seu palco. E como animal que ninguém consegue tocaiar ecoará poderoso por todo o ambiente através do meu corpo pleno de sua essência dúbia sem precisar caçá-lo.
  22. Sob o luar Bandeiras com estampa, São João? Ou um pedido de socorro Hasteando a bandeira branca? Talvez uma homenagem, luto Por aqueles que lutam E sem sucesso, padecem Sob o luar Rafael Vieira instagram.com/rafaelvieirabrks sobre foto de Rômulo Ferreira fb.com/silhuetaartzine
  23. ARTE Liberdade ou prisão? Expressão ou ditadura? Evolução ou regresso? Comunicação ou vitrine? Tensão ou prazer? Beleza ou amargura? Processo ou desordem? Solução ou dúvida? Desfecho ou segredo? Respira ou asfixia? Abstrata ou concreta? Atração ou distração? Conectada ou isolada? consciente ou inepta? Penetrante ou superficial? Encontros ou desencontros? Venda ou acervo? Vida ou Morte? Grito incertezas Me perco, proezas. Você é ARTE? Sou a agonia do meu tempo. Isabela Saramago isaramago@terra.com.br
  24. INTERVENHA NESTA PÁGINA E MANDA FOTO PRA GENTE
  25. Vem aí o prêmio literário AMEOPOEMA de Poesia. A editora AMEOPOEMA está preparando uma premiação onde 5 poetas ganharão gratuitamente grátis com valor de graça, onde terão que pagar absolutamente nada (ops) a edição e impressão de seus livros autorais (com uma boa tiragem). Não perca tempo, separe seus textos, escreva seus poemas, deixa tudo separadinho, pois, assim que liberarmos o edital, teremos pouco tempo para receber esses arquivos. deixaremos aqui algumas dicas salvadoras: - Cada pessoa poderá enviar até 40 poemas que tenham no máximo 40 linhas; - Os arquivos pré-selecionados passarão à etapa de votação pública em rede social; - Os participantes mais lidos e votados serão os contemplados (infelizmente é isso); - Haverá lançamento virtual com presença das pessoas contempladas. Acompanhe as nossas redes sociais: instagram: @studiob2mr | www.facebok.com/silhuetaartzine Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021) com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e Eduardo Sacramento. Estou repassado o livro a 30,00 com correio incluso.PEDIDOS: (31) 975263996 Livro do autor e editor desta revista LANÇAMENTO x xxxx xxx xxx xxxx EM BREVE O EDITAL COMPLETO Pôr do Sol nas Coisas poemas inéditos
  26. ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr MUITO OBRIGADO PELA LEITURA ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO! COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA FINANCIAR NOVOS TRABALHOS: ameopoemaeditora@gmail.com Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato. Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato, são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva. AMEOPO MA E editora artesanal
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