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FANZINE #22
Ouro Preto, MG - 2021
Já imaginou seu livro prontinho e circulando?
E o melhor, rendendo 100% de lucros?
A Editora AMEOPOEMA, não rouba seu direito
de vender sua própria obra a seu preço e modo.
Pois é, esse sonho pode estar a um passo de se
realizar. Publicamos romances, poemas, contos,
poesia concreta, teses, dissertações, TCCs,
literatura infanto-juvenil, HQs e diversos outros
assuntos literários.
Você que escolhe o formato, tamanho, estilo.
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Nossos serviços:
· Revisão e normatização dos textos
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· ISBN
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redes sociais
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ENTRE EM CONTATO PARA ORÇAMENTOS:
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LITERATURA NA RUA
AMEOPO MA
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editora artesanal
toda a revista está aberta a intervenções,
e nos mande umas fotos.
FANZINE #22
Ouro Preto, MG - 2020
julho | agosto | setembro 2021 - OP.MG
várias (os) colaboradoras (es)
capa em stencil por: @studiob2mr
revisão: participantes
edição e finalização: @studiob2mr
organização: Editora AMEOPOEMA
intervenção (miolo): Rômulo Fereira
(PIX): ameopoemaeditora@gmail.com
ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @studiob2mr
ANA LAURA AZEVEDO  ALLYSSON GUDU  BÁRBARA MOL  CLARA LOBO  CLÁUDIO CÉSAR  DIANA
CASTILHO  EDSON CAMELEOSI  EDYLANE EITERER  FABIO DA SILVA BARBOSA  FELIPE DURÁN THEDIM
 FRANCISCO LEANDRO C.  GABEMESMO  GABRIELLA CASA NOVA  HUDSON LACERDA  ISABELA
SARAMAGO  JEANE BORDIGNON  JEFERSON ILHA  KARINE DIAS OLIVEIRA  LUIZ FELIPE DOS SANTOS
VAILANTES  MARCIO GOMIDES  MARCIO RUFINO  MARCIO SILVA  MARCOS ROGÉRIO FERREIRA 
NATACHA SOUZA  OSWALDO FERRERO   RÔMULO FERREIRA  SAUL
POETA XANDU  RAFAEL VIEIRA
CABRAL GOMES  SHEILA FONSECA   THINA CURTIS  VINÍCIUS FERNANDES CARDOSO 
THAISE DIAZ
COL. AMEOPOEMA  | PRÊMIO AMEOPOEMA | E MAIS E MAIS E MAIS...
Se os prédios arranham o céu,
por que as estrelas não caem?
Rômulo Ferreira
in ‘‘Poesia é um saco’’, 2017
Dy Eiterer
@dyeiterer / @dyvagando
Às margens de sua boca o meu nome
E toda vastidão de meus quereres.
Há rumores de que eu morreria por um beijo
E exponho-lhe cada um de meus desejos.
Já não conheço a saída de seus braços
Ali me entrego, me perco, me acho.
Ali faço morada e anoiteço
Repouso quase tranquila
Esperando que me olhe e amanheça
Porque desde a primeira hora
É de seus olhos a luz do dia
E por eles somos iluminados.
Quem não conhece
Meus Ai's!
Também não imagina
Meus Ufa's!
Porque Putz!
Raro o que vejo Super!
Não faço e penso Uau!
Pra dar ruim é um passo
Não fosse o anjo Ui-Ui-Ui!
Zás - descer do céu
Dando Olé nas nuvens
Tic Tac antes do que
Ainda não aconteceu
Meus Ufas seriam fichinha
Se comparados
Aos meus
- Fudeu!
Poeta Xandu
facebook.com/poetaxandu
LUZ DO DIA
Ela abriu os olhos sem vontade. Estava escuro mas pôde
perceber que era manhã bem cedo, lá pelas 6h. Sentou-se
na cama encostada na cabeceira,sem espreguiçar, e sentiu
a brisa fria que vinha da janela entreaberta, por detrás do
véu da cortina, que fazia lembrar uma noiva triste, inerte e
prontaàesperadeumamadoquenuncaviria.
Gostava de ficar na cama por mais tempo assim que
acordava, era boa aquela sensação de ninho que
contrastava com a insegurança habitual de seus dias.
Enroscou-se mais nas cobertas e pensou: Se a vida lhe
permitisse pediria de volta os beijos, o calor, a pele, o
toque, a respiração, até o clímax. Num ato de
individualismo puro, capitalista, teria tudo de volta, só
para si. Afinal, aquilo era apropriação indébita... roubo
mesmo, na mão grande. Um ato de pirataria masculina
consentida por pura impossibilidade de defender-se de
mãos tão fortes – e que mãos aquelas, bem lembrava –
peletãoquente,cheirobom...Cedera,então.
Achava-se com sorte, porque ao menos não era tola como
tantos que não compreendiam algo importante: o mundo
era louco. E ela percebeu isso cedo. Desde pequena
sentia-se imersa num mundo de super-ciência. Era uma
micro-partícula de um cosmo gigante, estranhamente
diverso, que influía em cada momento seu. E encontrava-
se vingada ao saber que influía ela também, tão
minúscula, nesse universo bizarro de proporções
desmedidas.Estavaintegrada.
Lembrava-se ainda de sua mãe dizendo: Essa menina é de
lua! Lua, não, pensava ela. Era injusto ter que mudar tanto
a ponto de ser uma a cada semana, mas as estações do
ano... Essas, sim, coincidiam e por vezes se fundiam com
suas questões.
Era estranho, mas sempre foi assim: o primeiro beijo –
ainda recordava – foi na primavera, embaixo de uma
mangueira carregada de flores do sítio de sua avó. A
primeira vez com um homem foi num dia de verão, um
dos maisquentesdaqueleano.Fugaz.
Esticou o braço, puxou a cortina e olhou pela janela para
constatar mais uma "coincidência" : o frio e a chuva fina
não escondiam a verdade. Sorriu amarga ao perceber que
a sincronicidade persistia. Sim, era inverno também em
suavida.
ESTAÇÕESSheila Fonseca
assessoria.sheilafonseca@gmail.com
Hoje em dia eu vivo pouco
Apenas quando trabalho, ou escrevo
Não mais sonho, meu sono é morte
E é bom morrer de vez em quando
Quando a vida pesa nas costas
E o menino começa a sentir as rugas
Mas cada manhã tenho olhar de bebê
E novamente caminho feliz
E ouço música em tudo que vejo
E quero correr quietinho
Mas vem a noite e tudo fica cinza
As luzes me magoam
Eu sempre choro quase
E fico quieto e surdo
Mais um dia e verei esse meu peso
Diluir-se em cargas de vento
E poderei ser criança-velho
Noite e dia
Eu já fui amado!
Agora sou vilipendiado,
bloqueado, deletado, ignorado!
Mas eu já fui amado!
Agora ando amargurado,
magoado, frustrado, revoltado!
Mas eu já fui amado!
Agora estou indignado
de me sentir desperdiçado!
Mas eu já fui amado!
E nem me sinto mais culpado,
esse pessoal que é retardado,
por ter me deixado de lado,
por ter me rejeitado!
Esse pessoal que é calado,
não fazem nunca um agrado,
esse pessoal que é mal-amado,
por ter me desamado!
Mas eu já fui amado!
Eu não era esse cara solitário,
eu era um cara locupletado,
do amor do ser amado!
Vinícius Fernandes Cardoso
folhetimvolante.blogspot.com
Luiz Felipe dos Santos Vailantes
facebook.com/vailantes
Marcos Rogério Ferraz
marcosrferraz@gmail.com
2020
janeiro
fevereiro
março
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
(de agora até o tempo presente)
2021
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
pandemia
Gabe
instagram.com/gabemesmo/
ARREPITÁFIO DUM IMORÍVEL
Demonstrei, com o talento próprio de minha leva de libertários, a pertinência de
uma Conformópolis de esquinas fartas de prósperas hortas.
Reencarno, por decreto, no Kilariar dos corações indignados
por Eduardo Sacramento
nos meus olhos também cabem água, mas nem tudo é dor: um pouco de raiva e um pouco de amor. eu
gosto do que mastiga a alma, do que não tem fim, gosto do que gosto em mim. gosto do inseguro, do
que fere, do que arde, gosto do que não cabe, do que age, do que expele. gosto da pele. gosto do
amargo, do ácido, gosto das entranhas, de tudo que tem manha, gosto do agora, gosto toda hora. gosto
depensarquedelucidezmerestapoucoequeo únicoquenãomeétortoéasededo gozo
mulher avessa
Diana Castilho
dianacastilho1@gmail.com
Livros queimados,
Salas vazias...
Mentes sedentas,
Pólvoras tortas...
Latas sem mascaras...
Márcio Gomides Silva Júnior
mgomides@yahoo.com.br
TEMPOS ESTRANHOS Agreste olhar do lido avisado
faz da morte sonho ileso
lá nos mármores do senado
De musseline está fardado
sob os soluços dos revoltados
onde o desejo é irmanado
O processo patina irradiado
Daniel espera João
acervo em transformação
Lobo Bobo maturado
incorruptível se perfuma
Mefisto exalado
Agreste olhar do lido avisado
faz da morte sonho ileso
lá nos mármores do senado
ESPERANDO
JOÃO
Claúdio Cunha
martellcesarclaudio@gmail.com
Por que a sociedade é tão cruel?
Por que as pessoas machucam as outras?
por qual motivo as pessoas sentem a necessidade de
espalhar o ódio?
Ana Laura Azevedo
binhaaparecida@yahoo.com.br
Barbara Mol
abarbaramol@gmail.com
O pulmão
Abastado
De ar
Preso
Na casa
Oxigênio falta
O gás alastrou
Os cômodos
Sufoco
A rua
A fumaça cinza
Os carros
A nova presença
Nos corpos
O presidente
Asfixiou
O presente
FORÇA
DOS
NOVOS DIAS
Clara Lobo
claralobo.bello@gmail.com
EU NÃO ESCOLHO
A PALAVRA TRAI
EU E VOCÊ
ELA NÃO SABE SE TRAI A SI MESMA
ELA É ASSIM
UM SER NÃO CIENTE
ENQUANTO SE PODE
EU NÃO POSSO
A ESCRITA PASSA
FOLHAS DE ROSTO
ELA NÃO SENTE SE SÃO
ALEGRES E HOSTIS
EU NÃO TENHO CERTEZA
MAS ELAS TÊM SEUS ÁLIBIS
ICONO-CLASH
Um dia
1440 minutos
Um bate-volta para a Europa
Vinte por cento de uma semana útil
A distância entre dois "bom dia"
Almoço e janta
Café da manhã, lanches e beliscos
Metade de um fim de semana
O nascer do sol
O brilhar da lua
Amanhecer sob o lençol
Escurecer no meio da rua
A mochila cheia de expectativas
A bolsa repleta de possibilidades
A camisa suada de rotina
O bolso que guarda parte da realidade
Amnésia Global Transitória
Síndrome de Susac
A mente insiste
A esperança resiste
O fim das notícias tristes
Fica o convite:
“Estamos 24 horas sem morte por COVID”
Ferrero Oswaldo
oswaldoferrero@gmail.com
24
horas
Thina Curtis
facebook.com/thina.curtis
No silêncio
Intenso da minha alma
Resisto ao desafio de sobreviver na metrópole.
Registro minhas crônicas cotidianas
Em singelas folhas de papel
Rascunho minhas abstratas Impressões.
Eu
Bem que eu queria
consertar o mundo!
Acreditei tanto
que esqueci
do velho conselho:
"saco vazio
não pára em pé!"
Doar-se
sem medir
até onde
posso me dar
sem cair...
Só no chão
tive a visão
de que ninguém
precisa de mim
mais do que eu.
Nos disseram
que era egoísmo.
Mas no fundo
é o mais puro
instinto de
sobrevivência.
E como a poeta
aprender com as primaveras.
(e ainda mais com os invernos)
para renascer
cada vez mais inteira.
Jeane Bordignon
facebook.com/voos.e.palavras
FOCO
Dormindo se extingue,
dores do corpo e alma.
Nada se apaga,
Mas muito se acalma.
DORMINDO
Natacha Souza
natachasouza14@yahoo.com.br
É com pesar que comunico o falecimento daquele que
todos tanto almejam; Gostaria de trazer-lhes a serenidade
das condições de sua partida, mas não: Lenta e
dolorosamente, foi-se numa sinfonia de agonia e
lamentação. Restou poesia e esperança de que, mesmo na
peculiar condição em que nos encontramos, possamos
voltar a vê-lo novamente. La se foi o amor, consumido até
sua última fração; Dançado até sua última música;
Tragado sua última gota; É agora vista a metamorfose de
todo o amor; Não será cremado, nem enterrado; Ficará ali
mesmo, em praça pública! Os mais vividos já podem
observar os primeiros bolores de ódio em seus restos;
Ficará exposto! Mas, mesmo servindo de exemplo,
Mesmo que agora seja de conhecimento público que todo
amor terminará em ódio, Ainda haverá estúpidos ávidos
por um trago diante de um amor saudável. E ainda que
após muito andarem sem sequer encontrá-lo; Balizados
pela desgraça da esperança, Indagarão a todas as pessoas
que lhes despertarem interesse, Pois até que vire ódio,
semprevaleráapenacadatragada:Temfogo?
Hudson Lacerda
hlacerdas@gmail.com
É inadmissível o seu ser nulo!
Entregar o direito que é seu
De bandeja para o outro.
Ficando assim sem a sua voz.
Por não votar, você se anula
E transfere a escolha do outro
Como sendo a sua escolha,
Porque você é nulo.
A escolha do outro passa a ser a sua,
A voz do outro passa a ser a sua.
Você optou por ser nulo, sem voz.
Sem direito e sem consciência
Pois se a tivesse, não se anularia,
Tornando-se conivente,
Cúmplice, irresponsável e nulo.
Quem jogou fora o seu direito,
É igualmente culpado
Porque é nulo.
Você deixou acontecer!
A responsabilidade é sua!
Assuma!
Compreenda a sua responsabilidade!
Assuma a sua responsabilidade!
E tente ser mais
Do que apenas a sua nulidade.
ATO NULO,
SER NULO
Jeferson Ilha
jeferson.ilha@yahoo.com
Gabriella Casa Nova
gabriella_casanova@yahoo.com
primeiro de julho, vida fugaz agora
um dedo em riste no meio da cara, ódio inflamavél ou pura tristeza
coltrane na vitrola, Aisha, Naíma, uma madrugada em estocolmo, três shots e uma cerveja
quente
uma feira de perversidades tal qual expresso do meio-dia na central do Brasil, comércio de
misticismos
aqui dentro um calor do caralho: não se vê um alucinógeno desses desde a monarquia;
não me chocam os filósofos contemporâneos, quando recebo e incorporo o deus sou o maior perigo para mim
mesma, tão chapada que meu corpo roda ao som del concierto de aranjuez e depois bate sempre essa compulsão por
volta da hora do lobo/ovo da serpente/uma lua do diabo
- dentro dela a vênus de milo índia que eu também via quando era menina de terceira série;
por ora, meu sangue não vale de porra nenhuma – um corte de papel dedicado a ela –
poderíamos dar uma volta essa noite mas eu não tenho roupa de festa; e tem mais, vai comemorar o que?
pobres tuas pernas cruzadas inocentemente observando a vida enganado, deitado num horizonte qualquer
num xadrez de silêncio industrial………...
mais um copo de vinho e talvez eu não pensasse em nada - eu só preciso parir ou vomitar alguma coisa
e aí me passa pela boca um gosto triste de uva/raposa/borboleta, alusão aos teóricos mais modernos
sobe o cheiro da santíssima trindade, maculada, sexo&suor&sangue, graças a deus!
quando percebo que estou desperta é que mais me doem os ossos
a mesma dor daquele sonho em que alguém me disse que você nunca voltou pra casa
e também dos anos em que apanhei todos os dias até entender que sangrar é honesto e chorar é necessário
[lembre-se de molhar a garganta depois de cada verso] *
mais importante: não preciso que venham tirar a poeira dos móveis
olhando bem de perto, sou parte fundamental nessa paisagem árida.
(RJ, fantasmas e flores, dois mil e caos)
Não sei viver pela metade.
Quero tudo por inteiro!
O meu tempo, sou eu que faço
entre pulos, giros e gargalhadas.
Não sei disfarçar os sentimentos;
não sei dizer o que não sinto.
Não suporto a covardia dos medíocres
e a burrice dos egocêntricos!
Me revoltam os que depredam o jardim da beleza feminina,
que temem o cair da lágrima.
As mesmices do cotidiano,
[eu deixo para as pessoas conformistas.
Me interessam as GRANDES emoções:
os grandes amores,
as grandes amizades!
Talvez eu seja um Dom Quixote um pouco mais gordo,
um Maluco-Beleza disfarçado de acadêmico,
um Einstein sem genialidade,
um Quasímodo sem corcunda.
Que eu seja então.
Esse será o meu destino!
Quero tragar até a última gota
a capacidade de fazer o Outro feliz.
Quero a intensidade dos abraços verdadeiros.
Se não for desse jeito, a vida não me interessa!
NÃO SEI
VIVER
PELA
METADE
Saul Cabral Gomes Júnior
muiraquitan.saul@bol.com.br
Karine Dias Oliveira
kadioliveira@yahoo.com.br
Melhoramos conosco
Quando atribuímos juízos ao “contigo”
Na medida em que o reflexo troca de lugar com o tal
E deixa a vaidade ao lado
Sobrepondo valores cruciais
Às representações dos variados lances de olhares...
Aquém às vestimentas
Além dos rótulos
Na saudade do tempo das qualidades
Das virtudes pessoais
Da capacidade de deixar de importar-se só com o comigo...
Pessoas são incríveis
São canções
São leituras
São oportunidades de trocas
São esculturas em constante criação
Pessoas são portas com direito de serem destrancadas
Com o dever de escancararem aos mundos
E juntar-se ao vós
Para quebrar os estereótipos entre nós!
PRÉ-PRONOMES
Me perdoe folha
eu falhei.
Amanhã será outro dia
e tudo o que quiser lhe direi.
Desse branco não sofrerás,
serão letras, pautas e desenhos,
rabiscos, nada confuso
que possa não ser ou não estar.
Felipe Durán Thedim
lipduran@gmail.com
Thaise Diaz
thaisediaz@yahoo.com.br
Percebo-me mais e mais ciente do quanto estou enredada em mim mesma. Nestas paredes. Nas lembranças. Nesse
sertão. Nessa cidade. O mundo pulsa lá fora e eu aqui. Enredada. Durante muito tempo desejei conhecer outras
paisagens, mas, o mais longe que conseguir chegar, foi a esse lugar.Atravessei o dorso de uma serra azul como o mar,
para chegar aqui. Mulher sem pedigree, encarregada de manter o afeto, o aconchego da casa e o fogo crepitando no
fogão à lenha, acabei por, de certa maneira, conformar com a impossibilidade de mover-me fisicamente. Compreendi
que não adiantava tentar transpor os muros que me prendiam, porque ao tentar fazê-lo, mais altos se tornavam. Foi
assim que criei uma espécie de metafísica para transpor muros: tornei-me a paisagem dos lugares sonhados e fiquei por
aqui.Aqui sou estrangeira. Exilada, moro na floresta. Só falo a língua dos bichos. Cheguei aqui por ser o único destino
possível. Carrego o estigma de nascer em dezembro. E nascer em dezembro, é uma forma de ampliar angústias. Quem
nasce em dezembro, nasce com inclinação para encurtar as distâncias entre os abismos. Nascer em dezembro tem um
quê de crueldade. Em dezembro a alma fica cheia de poças d'água e isso é péssimo para quem nasce sob o elemento
fogo, talvez seja isto que me prende aqui. O sol. Aqui há um pacto bizarro estabelecido entre os homens e o sol. Ele
nunca se põe e em troca os homens lhe oferecem suas peles, um ritual de necessidade. Todos são de uma forma ou de
outra, marcados pela onipresença solar.Anoite é apenas uma metáfora. É quando sopram os ventos como se um coral
de vozes estivesse a anunciar aquilo que se faz ausência. O vento aqui tem um dialeto para cada mês, convém decifrá-
los. Caminho pelas ruas desertas, um ou outro pássaro noturno espreita-me. Não há fome de nada. Um silêncio imenso
dá complexidade aos símbolos, lá adiante, as réstias de um céu em chumbo ameaçam. E, se acontecer um milagre,
chove.Voltopracasaedeixoaportaaberta.Inutilmente.
TOPOGRAFIADODESENCANTO
É preciso não estranhar a morte.
O motorista bêbado, a ciclista,
a velhinha sobre a calçada,
a criança jogada do nono andar.
É preciso não estranhar a morte.
O peixe fisgado, a caça abatida,
a carniça à beira da estrada,
o pássaro tirado do ninho.
É preciso não estranhar a morte.
O inseto atrás da estante
o bife no prato
a poltrona vazia
o porta-retratos
a foto 3x4.
Márcio Silva
marcio.fsc76@gmail.com
OBITUÁRIO
Francisco Leandro Costa
costafranciscoleandro@gmail.com
Tenho dedos tortos para versos tristes
Tenho versos tristes para um bolero
Mas talvez um tango me caia melhor
Tenho pés cansados para valsas mortas
Nunca me arrisquei a inventar um passo
Digo pesaroso, à mão que me convida:
Sou um passageiro deste verbo neutro
Como não sei dançar
Vou pedir um Porto
Vou me embriagar
Depois cair morto
Amanhã eu ressuscito
Com dedos tortos pra tocar um fado
Com pernas tortas pra dançar um tango
E versos curvos para um bolero
Com pé fagueiro para viva valsa
Com velha nova para história boa
Punho fechado de direito jab.
Terei me erguido antes da contagem.
VIRTUOSE
Allysson Gudu
agudulterado@gmail.com
Hoje me deu vontade
de dizer poemas
Que ninguém costuma dizer.
Outros me acharão
pedante por isso
e eu pouco me lixarei.
Há quem pense
que eu me acho.
Estão equivocados;
eu sou.
Todos que são
se acham.
Seres que amam
sua identidade natural
incomodam.
Por isso que animais e insetos
preenchem com suas carcaças
lares de predadores,
elegantemente chamados
de colecionadores.
Usurpadores só se apossam
de cascas e invólucros.
Jamais de seus núcleos.
Marcio Ruffino
marciorufino1973@gmail.com
O
SER
E A
CAÇA Tudo que se mexe
e é em sua sinceridade
desperta ódio,
mas o velho poema
que ninguém tem o interesse
de dizer
encontrará em minha voz
seu palco.
E como animal
que ninguém consegue tocaiar
ecoará poderoso
por todo o ambiente
através do meu corpo pleno
de sua essência dúbia
sem precisar caçá-lo.
Sob o luar
Bandeiras com estampa, São João?
Ou um pedido de socorro
Hasteando a bandeira branca?
Talvez uma homenagem, luto
Por aqueles que lutam
E sem sucesso, padecem
Sob o luar
Rafael Vieira
instagram.com/rafaelvieirabrks
sobre foto de Rômulo Ferreira
fb.com/silhuetaartzine
ARTE
Liberdade ou prisão?
Expressão ou ditadura?
Evolução ou regresso?
Comunicação ou vitrine?
Tensão ou prazer?
Beleza ou amargura?
Processo ou desordem?
Solução ou dúvida?
Desfecho ou segredo?
Respira ou asfixia?
Abstrata ou concreta?
Atração ou distração?
Conectada ou isolada?
consciente ou inepta?
Penetrante ou superficial?
Encontros ou desencontros?
Venda ou acervo?
Vida ou Morte?
Grito incertezas
Me perco, proezas.
Você é ARTE?
Sou a agonia do meu tempo.
Isabela Saramago
isaramago@terra.com.br
INTERVENHA NESTA PÁGINA E MANDA FOTO PRA GENTE
Vem aí o prêmio literário AMEOPOEMA de Poesia.
A editora AMEOPOEMA está preparando uma premiação
onde 5 poetas ganharão gratuitamente grátis com valor de
graça, onde terão que pagar absolutamente nada (ops) a
edição e impressão de seus livros autorais (com uma boa
tiragem).
Não perca tempo, separe seus textos, escreva seus poemas,
deixa tudo separadinho, pois, assim que liberarmos o
edital, teremos pouco tempo para receber esses arquivos.
deixaremos aqui algumas dicas salvadoras:
- Cada pessoa poderá enviar até 40 poemas que tenham no
máximo 40 linhas;
- Os arquivos pré-selecionados passarão à etapa de
votação pública em rede social;
- Os participantes mais lidos e votados serão os
contemplados (infelizmente é isso);
- Haverá lançamento virtual com presença das pessoas
contempladas.
Acompanhe as nossas redes sociais:
instagram: @studiob2mr | www.facebok.com/silhuetaartzine
Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021)
com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em
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Estou repassado o livro a 30,00 com correio
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EM BREVE O EDITAL COMPLETO
Pôr do Sol nas Coisas
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ameopoemaeditora@gmail.com
fb.com/ameopoema @studiob2mr
MUITO OBRIGADO PELA LEITURA
ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO!
COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA FINANCIAR NOVOS TRABALHOS:
ameopoemaeditora@gmail.com
Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato.
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são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva.
AMEOPO MA
E
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Acre e-book #22 (julho, agosto, setembro 2021)

  • 2. Já imaginou seu livro prontinho e circulando? E o melhor, rendendo 100% de lucros? A Editora AMEOPOEMA, não rouba seu direito de vender sua própria obra a seu preço e modo. Pois é, esse sonho pode estar a um passo de se realizar. Publicamos romances, poemas, contos, poesia concreta, teses, dissertações, TCCs, literatura infanto-juvenil, HQs e diversos outros assuntos literários. Você que escolhe o formato, tamanho, estilo. O livro fica do modo que foi sonhado. Nossos serviços: · Revisão e normatização dos textos · Acompanhamento direto pelo WhatsApp · Projeto gráfico COMPLETO · Livros colados e costurados · Criação de capa e contracapa · ISBN · Lançamento on-line (em sarau) · Divulgação nas redes sociais · Criação de artes para divulgação em redes sociais · Envio para todo Brasil e América Latina ENTRE EM CONTATO PARA ORÇAMENTOS: facebook.com/ameopoema 31 9 7526 3996 LITERATURA NA RUA
  • 3. AMEOPO MA E editora artesanal toda a revista está aberta a intervenções, e nos mande umas fotos. FANZINE #22 Ouro Preto, MG - 2020 julho | agosto | setembro 2021 - OP.MG várias (os) colaboradoras (es) capa em stencil por: @studiob2mr revisão: participantes edição e finalização: @studiob2mr organização: Editora AMEOPOEMA intervenção (miolo): Rômulo Fereira (PIX): ameopoemaeditora@gmail.com ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr ANA LAURA AZEVEDO ALLYSSON GUDU BÁRBARA MOL CLARA LOBO CLÁUDIO CÉSAR DIANA CASTILHO EDSON CAMELEOSI EDYLANE EITERER FABIO DA SILVA BARBOSA FELIPE DURÁN THEDIM FRANCISCO LEANDRO C. GABEMESMO GABRIELLA CASA NOVA HUDSON LACERDA ISABELA SARAMAGO JEANE BORDIGNON JEFERSON ILHA KARINE DIAS OLIVEIRA LUIZ FELIPE DOS SANTOS VAILANTES MARCIO GOMIDES MARCIO RUFINO MARCIO SILVA MARCOS ROGÉRIO FERREIRA NATACHA SOUZA OSWALDO FERRERO RÔMULO FERREIRA SAUL POETA XANDU RAFAEL VIEIRA CABRAL GOMES SHEILA FONSECA THINA CURTIS VINÍCIUS FERNANDES CARDOSO THAISE DIAZ COL. AMEOPOEMA | PRÊMIO AMEOPOEMA | E MAIS E MAIS E MAIS... Se os prédios arranham o céu, por que as estrelas não caem? Rômulo Ferreira in ‘‘Poesia é um saco’’, 2017
  • 4. Dy Eiterer @dyeiterer / @dyvagando Às margens de sua boca o meu nome E toda vastidão de meus quereres. Há rumores de que eu morreria por um beijo E exponho-lhe cada um de meus desejos. Já não conheço a saída de seus braços Ali me entrego, me perco, me acho. Ali faço morada e anoiteço Repouso quase tranquila Esperando que me olhe e amanheça Porque desde a primeira hora É de seus olhos a luz do dia E por eles somos iluminados. Quem não conhece Meus Ai's! Também não imagina Meus Ufa's! Porque Putz! Raro o que vejo Super! Não faço e penso Uau! Pra dar ruim é um passo Não fosse o anjo Ui-Ui-Ui! Zás - descer do céu Dando Olé nas nuvens Tic Tac antes do que Ainda não aconteceu Meus Ufas seriam fichinha Se comparados Aos meus - Fudeu! Poeta Xandu facebook.com/poetaxandu LUZ DO DIA
  • 5. Ela abriu os olhos sem vontade. Estava escuro mas pôde perceber que era manhã bem cedo, lá pelas 6h. Sentou-se na cama encostada na cabeceira,sem espreguiçar, e sentiu a brisa fria que vinha da janela entreaberta, por detrás do véu da cortina, que fazia lembrar uma noiva triste, inerte e prontaàesperadeumamadoquenuncaviria. Gostava de ficar na cama por mais tempo assim que acordava, era boa aquela sensação de ninho que contrastava com a insegurança habitual de seus dias. Enroscou-se mais nas cobertas e pensou: Se a vida lhe permitisse pediria de volta os beijos, o calor, a pele, o toque, a respiração, até o clímax. Num ato de individualismo puro, capitalista, teria tudo de volta, só para si. Afinal, aquilo era apropriação indébita... roubo mesmo, na mão grande. Um ato de pirataria masculina consentida por pura impossibilidade de defender-se de mãos tão fortes – e que mãos aquelas, bem lembrava – peletãoquente,cheirobom...Cedera,então. Achava-se com sorte, porque ao menos não era tola como tantos que não compreendiam algo importante: o mundo era louco. E ela percebeu isso cedo. Desde pequena sentia-se imersa num mundo de super-ciência. Era uma micro-partícula de um cosmo gigante, estranhamente diverso, que influía em cada momento seu. E encontrava- se vingada ao saber que influía ela também, tão minúscula, nesse universo bizarro de proporções desmedidas.Estavaintegrada. Lembrava-se ainda de sua mãe dizendo: Essa menina é de lua! Lua, não, pensava ela. Era injusto ter que mudar tanto a ponto de ser uma a cada semana, mas as estações do ano... Essas, sim, coincidiam e por vezes se fundiam com suas questões. Era estranho, mas sempre foi assim: o primeiro beijo – ainda recordava – foi na primavera, embaixo de uma mangueira carregada de flores do sítio de sua avó. A primeira vez com um homem foi num dia de verão, um dos maisquentesdaqueleano.Fugaz. Esticou o braço, puxou a cortina e olhou pela janela para constatar mais uma "coincidência" : o frio e a chuva fina não escondiam a verdade. Sorriu amarga ao perceber que a sincronicidade persistia. Sim, era inverno também em suavida. ESTAÇÕESSheila Fonseca assessoria.sheilafonseca@gmail.com
  • 6. Hoje em dia eu vivo pouco Apenas quando trabalho, ou escrevo Não mais sonho, meu sono é morte E é bom morrer de vez em quando Quando a vida pesa nas costas E o menino começa a sentir as rugas Mas cada manhã tenho olhar de bebê E novamente caminho feliz E ouço música em tudo que vejo E quero correr quietinho Mas vem a noite e tudo fica cinza As luzes me magoam Eu sempre choro quase E fico quieto e surdo Mais um dia e verei esse meu peso Diluir-se em cargas de vento E poderei ser criança-velho Noite e dia Eu já fui amado! Agora sou vilipendiado, bloqueado, deletado, ignorado! Mas eu já fui amado! Agora ando amargurado, magoado, frustrado, revoltado! Mas eu já fui amado! Agora estou indignado de me sentir desperdiçado! Mas eu já fui amado! E nem me sinto mais culpado, esse pessoal que é retardado, por ter me deixado de lado, por ter me rejeitado! Esse pessoal que é calado, não fazem nunca um agrado, esse pessoal que é mal-amado, por ter me desamado! Mas eu já fui amado! Eu não era esse cara solitário, eu era um cara locupletado, do amor do ser amado! Vinícius Fernandes Cardoso folhetimvolante.blogspot.com Luiz Felipe dos Santos Vailantes facebook.com/vailantes
  • 7. Marcos Rogério Ferraz marcosrferraz@gmail.com 2020 janeiro fevereiro março pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia (de agora até o tempo presente) 2021 pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia pandemia Gabe instagram.com/gabemesmo/
  • 8. ARREPITÁFIO DUM IMORÍVEL Demonstrei, com o talento próprio de minha leva de libertários, a pertinência de uma Conformópolis de esquinas fartas de prósperas hortas. Reencarno, por decreto, no Kilariar dos corações indignados por Eduardo Sacramento nos meus olhos também cabem água, mas nem tudo é dor: um pouco de raiva e um pouco de amor. eu gosto do que mastiga a alma, do que não tem fim, gosto do que gosto em mim. gosto do inseguro, do que fere, do que arde, gosto do que não cabe, do que age, do que expele. gosto da pele. gosto do amargo, do ácido, gosto das entranhas, de tudo que tem manha, gosto do agora, gosto toda hora. gosto depensarquedelucidezmerestapoucoequeo únicoquenãomeétortoéasededo gozo mulher avessa Diana Castilho dianacastilho1@gmail.com
  • 9. Livros queimados, Salas vazias... Mentes sedentas, Pólvoras tortas... Latas sem mascaras... Márcio Gomides Silva Júnior mgomides@yahoo.com.br TEMPOS ESTRANHOS Agreste olhar do lido avisado faz da morte sonho ileso lá nos mármores do senado De musseline está fardado sob os soluços dos revoltados onde o desejo é irmanado O processo patina irradiado Daniel espera João acervo em transformação Lobo Bobo maturado incorruptível se perfuma Mefisto exalado Agreste olhar do lido avisado faz da morte sonho ileso lá nos mármores do senado ESPERANDO JOÃO Claúdio Cunha martellcesarclaudio@gmail.com Por que a sociedade é tão cruel? Por que as pessoas machucam as outras? por qual motivo as pessoas sentem a necessidade de espalhar o ódio? Ana Laura Azevedo binhaaparecida@yahoo.com.br
  • 10. Barbara Mol abarbaramol@gmail.com O pulmão Abastado De ar Preso Na casa Oxigênio falta O gás alastrou Os cômodos Sufoco A rua A fumaça cinza Os carros A nova presença Nos corpos O presidente Asfixiou O presente FORÇA DOS NOVOS DIAS Clara Lobo claralobo.bello@gmail.com EU NÃO ESCOLHO A PALAVRA TRAI EU E VOCÊ ELA NÃO SABE SE TRAI A SI MESMA ELA É ASSIM UM SER NÃO CIENTE ENQUANTO SE PODE EU NÃO POSSO A ESCRITA PASSA FOLHAS DE ROSTO ELA NÃO SENTE SE SÃO ALEGRES E HOSTIS EU NÃO TENHO CERTEZA MAS ELAS TÊM SEUS ÁLIBIS ICONO-CLASH
  • 11. Um dia 1440 minutos Um bate-volta para a Europa Vinte por cento de uma semana útil A distância entre dois "bom dia" Almoço e janta Café da manhã, lanches e beliscos Metade de um fim de semana O nascer do sol O brilhar da lua Amanhecer sob o lençol Escurecer no meio da rua A mochila cheia de expectativas A bolsa repleta de possibilidades A camisa suada de rotina O bolso que guarda parte da realidade Amnésia Global Transitória Síndrome de Susac A mente insiste A esperança resiste O fim das notícias tristes Fica o convite: “Estamos 24 horas sem morte por COVID” Ferrero Oswaldo oswaldoferrero@gmail.com 24 horas Thina Curtis facebook.com/thina.curtis No silêncio Intenso da minha alma Resisto ao desafio de sobreviver na metrópole. Registro minhas crônicas cotidianas Em singelas folhas de papel Rascunho minhas abstratas Impressões. Eu
  • 12. Bem que eu queria consertar o mundo! Acreditei tanto que esqueci do velho conselho: "saco vazio não pára em pé!" Doar-se sem medir até onde posso me dar sem cair... Só no chão tive a visão de que ninguém precisa de mim mais do que eu. Nos disseram que era egoísmo. Mas no fundo é o mais puro instinto de sobrevivência. E como a poeta aprender com as primaveras. (e ainda mais com os invernos) para renascer cada vez mais inteira. Jeane Bordignon facebook.com/voos.e.palavras FOCO Dormindo se extingue, dores do corpo e alma. Nada se apaga, Mas muito se acalma. DORMINDO Natacha Souza natachasouza14@yahoo.com.br
  • 13. É com pesar que comunico o falecimento daquele que todos tanto almejam; Gostaria de trazer-lhes a serenidade das condições de sua partida, mas não: Lenta e dolorosamente, foi-se numa sinfonia de agonia e lamentação. Restou poesia e esperança de que, mesmo na peculiar condição em que nos encontramos, possamos voltar a vê-lo novamente. La se foi o amor, consumido até sua última fração; Dançado até sua última música; Tragado sua última gota; É agora vista a metamorfose de todo o amor; Não será cremado, nem enterrado; Ficará ali mesmo, em praça pública! Os mais vividos já podem observar os primeiros bolores de ódio em seus restos; Ficará exposto! Mas, mesmo servindo de exemplo, Mesmo que agora seja de conhecimento público que todo amor terminará em ódio, Ainda haverá estúpidos ávidos por um trago diante de um amor saudável. E ainda que após muito andarem sem sequer encontrá-lo; Balizados pela desgraça da esperança, Indagarão a todas as pessoas que lhes despertarem interesse, Pois até que vire ódio, semprevaleráapenacadatragada:Temfogo? Hudson Lacerda hlacerdas@gmail.com
  • 14. É inadmissível o seu ser nulo! Entregar o direito que é seu De bandeja para o outro. Ficando assim sem a sua voz. Por não votar, você se anula E transfere a escolha do outro Como sendo a sua escolha, Porque você é nulo. A escolha do outro passa a ser a sua, A voz do outro passa a ser a sua. Você optou por ser nulo, sem voz. Sem direito e sem consciência Pois se a tivesse, não se anularia, Tornando-se conivente, Cúmplice, irresponsável e nulo. Quem jogou fora o seu direito, É igualmente culpado Porque é nulo. Você deixou acontecer! A responsabilidade é sua! Assuma! Compreenda a sua responsabilidade! Assuma a sua responsabilidade! E tente ser mais Do que apenas a sua nulidade. ATO NULO, SER NULO Jeferson Ilha jeferson.ilha@yahoo.com
  • 15. Gabriella Casa Nova gabriella_casanova@yahoo.com primeiro de julho, vida fugaz agora um dedo em riste no meio da cara, ódio inflamavél ou pura tristeza coltrane na vitrola, Aisha, Naíma, uma madrugada em estocolmo, três shots e uma cerveja quente uma feira de perversidades tal qual expresso do meio-dia na central do Brasil, comércio de misticismos aqui dentro um calor do caralho: não se vê um alucinógeno desses desde a monarquia; não me chocam os filósofos contemporâneos, quando recebo e incorporo o deus sou o maior perigo para mim mesma, tão chapada que meu corpo roda ao som del concierto de aranjuez e depois bate sempre essa compulsão por volta da hora do lobo/ovo da serpente/uma lua do diabo - dentro dela a vênus de milo índia que eu também via quando era menina de terceira série; por ora, meu sangue não vale de porra nenhuma – um corte de papel dedicado a ela – poderíamos dar uma volta essa noite mas eu não tenho roupa de festa; e tem mais, vai comemorar o que? pobres tuas pernas cruzadas inocentemente observando a vida enganado, deitado num horizonte qualquer num xadrez de silêncio industrial………... mais um copo de vinho e talvez eu não pensasse em nada - eu só preciso parir ou vomitar alguma coisa e aí me passa pela boca um gosto triste de uva/raposa/borboleta, alusão aos teóricos mais modernos sobe o cheiro da santíssima trindade, maculada, sexo&suor&sangue, graças a deus! quando percebo que estou desperta é que mais me doem os ossos a mesma dor daquele sonho em que alguém me disse que você nunca voltou pra casa e também dos anos em que apanhei todos os dias até entender que sangrar é honesto e chorar é necessário [lembre-se de molhar a garganta depois de cada verso] * mais importante: não preciso que venham tirar a poeira dos móveis olhando bem de perto, sou parte fundamental nessa paisagem árida. (RJ, fantasmas e flores, dois mil e caos)
  • 16. Não sei viver pela metade. Quero tudo por inteiro! O meu tempo, sou eu que faço entre pulos, giros e gargalhadas. Não sei disfarçar os sentimentos; não sei dizer o que não sinto. Não suporto a covardia dos medíocres e a burrice dos egocêntricos! Me revoltam os que depredam o jardim da beleza feminina, que temem o cair da lágrima. As mesmices do cotidiano, [eu deixo para as pessoas conformistas. Me interessam as GRANDES emoções: os grandes amores, as grandes amizades! Talvez eu seja um Dom Quixote um pouco mais gordo, um Maluco-Beleza disfarçado de acadêmico, um Einstein sem genialidade, um Quasímodo sem corcunda. Que eu seja então. Esse será o meu destino! Quero tragar até a última gota a capacidade de fazer o Outro feliz. Quero a intensidade dos abraços verdadeiros. Se não for desse jeito, a vida não me interessa! NÃO SEI VIVER PELA METADE Saul Cabral Gomes Júnior muiraquitan.saul@bol.com.br
  • 17. Karine Dias Oliveira kadioliveira@yahoo.com.br Melhoramos conosco Quando atribuímos juízos ao “contigo” Na medida em que o reflexo troca de lugar com o tal E deixa a vaidade ao lado Sobrepondo valores cruciais Às representações dos variados lances de olhares... Aquém às vestimentas Além dos rótulos Na saudade do tempo das qualidades Das virtudes pessoais Da capacidade de deixar de importar-se só com o comigo... Pessoas são incríveis São canções São leituras São oportunidades de trocas São esculturas em constante criação Pessoas são portas com direito de serem destrancadas Com o dever de escancararem aos mundos E juntar-se ao vós Para quebrar os estereótipos entre nós! PRÉ-PRONOMES Me perdoe folha eu falhei. Amanhã será outro dia e tudo o que quiser lhe direi. Desse branco não sofrerás, serão letras, pautas e desenhos, rabiscos, nada confuso que possa não ser ou não estar. Felipe Durán Thedim lipduran@gmail.com
  • 18. Thaise Diaz thaisediaz@yahoo.com.br Percebo-me mais e mais ciente do quanto estou enredada em mim mesma. Nestas paredes. Nas lembranças. Nesse sertão. Nessa cidade. O mundo pulsa lá fora e eu aqui. Enredada. Durante muito tempo desejei conhecer outras paisagens, mas, o mais longe que conseguir chegar, foi a esse lugar.Atravessei o dorso de uma serra azul como o mar, para chegar aqui. Mulher sem pedigree, encarregada de manter o afeto, o aconchego da casa e o fogo crepitando no fogão à lenha, acabei por, de certa maneira, conformar com a impossibilidade de mover-me fisicamente. Compreendi que não adiantava tentar transpor os muros que me prendiam, porque ao tentar fazê-lo, mais altos se tornavam. Foi assim que criei uma espécie de metafísica para transpor muros: tornei-me a paisagem dos lugares sonhados e fiquei por aqui.Aqui sou estrangeira. Exilada, moro na floresta. Só falo a língua dos bichos. Cheguei aqui por ser o único destino possível. Carrego o estigma de nascer em dezembro. E nascer em dezembro, é uma forma de ampliar angústias. Quem nasce em dezembro, nasce com inclinação para encurtar as distâncias entre os abismos. Nascer em dezembro tem um quê de crueldade. Em dezembro a alma fica cheia de poças d'água e isso é péssimo para quem nasce sob o elemento fogo, talvez seja isto que me prende aqui. O sol. Aqui há um pacto bizarro estabelecido entre os homens e o sol. Ele nunca se põe e em troca os homens lhe oferecem suas peles, um ritual de necessidade. Todos são de uma forma ou de outra, marcados pela onipresença solar.Anoite é apenas uma metáfora. É quando sopram os ventos como se um coral de vozes estivesse a anunciar aquilo que se faz ausência. O vento aqui tem um dialeto para cada mês, convém decifrá- los. Caminho pelas ruas desertas, um ou outro pássaro noturno espreita-me. Não há fome de nada. Um silêncio imenso dá complexidade aos símbolos, lá adiante, as réstias de um céu em chumbo ameaçam. E, se acontecer um milagre, chove.Voltopracasaedeixoaportaaberta.Inutilmente. TOPOGRAFIADODESENCANTO
  • 19. É preciso não estranhar a morte. O motorista bêbado, a ciclista, a velhinha sobre a calçada, a criança jogada do nono andar. É preciso não estranhar a morte. O peixe fisgado, a caça abatida, a carniça à beira da estrada, o pássaro tirado do ninho. É preciso não estranhar a morte. O inseto atrás da estante o bife no prato a poltrona vazia o porta-retratos a foto 3x4. Márcio Silva marcio.fsc76@gmail.com OBITUÁRIO Francisco Leandro Costa costafranciscoleandro@gmail.com Tenho dedos tortos para versos tristes Tenho versos tristes para um bolero Mas talvez um tango me caia melhor Tenho pés cansados para valsas mortas Nunca me arrisquei a inventar um passo Digo pesaroso, à mão que me convida: Sou um passageiro deste verbo neutro Como não sei dançar Vou pedir um Porto Vou me embriagar Depois cair morto Amanhã eu ressuscito Com dedos tortos pra tocar um fado Com pernas tortas pra dançar um tango E versos curvos para um bolero Com pé fagueiro para viva valsa Com velha nova para história boa Punho fechado de direito jab. Terei me erguido antes da contagem. VIRTUOSE
  • 21. Hoje me deu vontade de dizer poemas Que ninguém costuma dizer. Outros me acharão pedante por isso e eu pouco me lixarei. Há quem pense que eu me acho. Estão equivocados; eu sou. Todos que são se acham. Seres que amam sua identidade natural incomodam. Por isso que animais e insetos preenchem com suas carcaças lares de predadores, elegantemente chamados de colecionadores. Usurpadores só se apossam de cascas e invólucros. Jamais de seus núcleos. Marcio Ruffino marciorufino1973@gmail.com O SER E A CAÇA Tudo que se mexe e é em sua sinceridade desperta ódio, mas o velho poema que ninguém tem o interesse de dizer encontrará em minha voz seu palco. E como animal que ninguém consegue tocaiar ecoará poderoso por todo o ambiente através do meu corpo pleno de sua essência dúbia sem precisar caçá-lo.
  • 22. Sob o luar Bandeiras com estampa, São João? Ou um pedido de socorro Hasteando a bandeira branca? Talvez uma homenagem, luto Por aqueles que lutam E sem sucesso, padecem Sob o luar Rafael Vieira instagram.com/rafaelvieirabrks sobre foto de Rômulo Ferreira fb.com/silhuetaartzine
  • 23. ARTE Liberdade ou prisão? Expressão ou ditadura? Evolução ou regresso? Comunicação ou vitrine? Tensão ou prazer? Beleza ou amargura? Processo ou desordem? Solução ou dúvida? Desfecho ou segredo? Respira ou asfixia? Abstrata ou concreta? Atração ou distração? Conectada ou isolada? consciente ou inepta? Penetrante ou superficial? Encontros ou desencontros? Venda ou acervo? Vida ou Morte? Grito incertezas Me perco, proezas. Você é ARTE? Sou a agonia do meu tempo. Isabela Saramago isaramago@terra.com.br
  • 24. INTERVENHA NESTA PÁGINA E MANDA FOTO PRA GENTE
  • 25. Vem aí o prêmio literário AMEOPOEMA de Poesia. A editora AMEOPOEMA está preparando uma premiação onde 5 poetas ganharão gratuitamente grátis com valor de graça, onde terão que pagar absolutamente nada (ops) a edição e impressão de seus livros autorais (com uma boa tiragem). Não perca tempo, separe seus textos, escreva seus poemas, deixa tudo separadinho, pois, assim que liberarmos o edital, teremos pouco tempo para receber esses arquivos. deixaremos aqui algumas dicas salvadoras: - Cada pessoa poderá enviar até 40 poemas que tenham no máximo 40 linhas; - Os arquivos pré-selecionados passarão à etapa de votação pública em rede social; - Os participantes mais lidos e votados serão os contemplados (infelizmente é isso); - Haverá lançamento virtual com presença das pessoas contempladas. Acompanhe as nossas redes sociais: instagram: @studiob2mr | www.facebok.com/silhuetaartzine Pessoal, eis meu novo livro (77 páginas, março 2021) com poemas, feito totalmente de modo artesanal, em casa, pelo próprio autor. O livro possui textos de apresentação de Jorge Mautner, João Aidar e Eduardo Sacramento. Estou repassado o livro a 30,00 com correio incluso.PEDIDOS: (31) 975263996 Livro do autor e editor desta revista LANÇAMENTO x xxxx xxx xxx xxxx EM BREVE O EDITAL COMPLETO Pôr do Sol nas Coisas poemas inéditos
  • 26. ameopoemaeditora@gmail.com fb.com/ameopoema @studiob2mr MUITO OBRIGADO PELA LEITURA ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO! COLABORE LIVREMENTE, MANDE UM PIX PRA FINANCIAR NOVOS TRABALHOS: ameopoemaeditora@gmail.com Caso queira anunciar algum livro ou serviço cultural, entre em contato. Caso queira publicar seu livro (físico ou e-book) a baixo custo entre em contato, são esses trabalhos e doações que mantêm a revista viva. AMEOPO MA E editora artesanal