Este documento resume uma edição do periódico literário AMEOPO MAE de agosto de 2018. Contém poemas de vários autores, informações sobre o evento CEP 20.000 e uma breve biografia do poeta homenageado nesta edição, Guilherme Zarvos.
1. AMEOPO MAERio de Janeiro - RJ
Ouro Preto - MG
edição de agosto 2018
edição
André Siqueira
andremorrissey@hotmail.com
Gustavo Ferreira
ferreiragustavo853@yahoo.com
Débora Santos
facebook.com/fragdeluz
fb.comeditoraoutrasdimensoes facebook.com/studioB2RM
Miúdas rosas no quintal
Floresta anã de sangue rosado
Minutos de terapia na parede insalubre
Insolação da alma que amou
Feira de desatinos armada
Close no trampolim em transe
Graxa nas unhas quebradas nessa
máquina lambuzada de nervos,
pulsações, líquidos, luas
desperdiçadas que prolongam
histórias menstruadas no
beiço da fé desesperada
#56
Pois por que os homens escrevem
poemas?
Para reunir tudo que resta (…)”
‘
Vejo através dos teus olhos,
velhos sois enfraquecidos.
Um que diz adeus quando saúda.
Ensaiando a não ingestão de emoções,
como um ser que não sente enquanto deveras sofre
[por sentir demais.
Luas caídas em areia incandescente
[são as tuas memórias.
A dor indescritível que não cabe no espaço inexato
[de um discurso melancólico.
Há um catálogo de fraquezas dentro da tua garganta.
Pois o grande engano está em acreditar
[que exista imprecisão na miséria.
PESSOAS NÃO SÃO RESPOSTAS,
SÃO PERGUNTAS
Música ao vivo no dia do meu
Desassossego
Menstruação de um céu
Negro... Ainda olho pro
Teu cheiro ao sair do banho.
Passei a criar um cancro
Depois que você levou o nosso
Gato branco. Mestre cartola
Nunca chorou tanto. As rosas
Falam. Eu não tô a fim de ouvir.
Deixe-me ir...
Que caiam todos os rebocos,
eu não me importo!!
Que queimem todas as fachadas.. pois eu
não me importo
Icem velas para minha partida
Que eu já fui
Beberei do sulco dos teus lábios
Quando teu corpo jazer no sepulcro de minha
memória
Subirei ao mais elevado nível
Para cair brutalmente,
rachando o crânio no asfalto ao meio dia.
Eu não me importo.
EU NÃO ME IMPORTO
Rafaele Sousa
rafaelesousa737@gmail.com
Harold Bloom
MÚSICA AO VIVO
NO DIA DO MEU
DESASSOSSEGO
2. Edição e Coordenação: Selo Editorial Outras Dimensões
Exemplares na pRAÇA: muitos exemplares. PIRATEIE!.
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BY ND
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Nesta edição: Débora Santos Gustavo Ferreira
André Siqueira Thauan RaposoRafaele Sousa
Guilherme Zarvos e muito mais
Arte da capa: Rômulo Ferreira (Miolo; idem)
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É figura central e aglutinadora da poesia carioca
desde 1990 através de sua atuação no evento CEP
20.000 (Centro de Experimentação Poética), por
onde escoou, grande parte da produção artística do
Rio de Janeiro.
Doutor em Letras pela PUC - RJ, publicou os livros
Beijo na Poeira em 1990, Nacos de Carne, Ensaio de
Povo Novo, Mais Tragédia Burguesa, Morrer e
Zombar. Dirigiu a coleção "Século XXI", série de
livretos de poesia lançada pelo CEP 20.000, o
inventário CEP 20.000 - DezAnos, o CD CEP 20.000,
lançado pela revista Trip, e ainda a coletânea
CEPensamento.
Participa ativamente do movimento cultural e poético
brasileiro, tendo levado o evento CEP 20.000 da Zona
Sul do Rio de Janeiro para Fortaleza, Ouro Preto, São
Gonçalo, Rocinha, e BuenosAires, entre outros.
Ao lado do poeta Chacal, é o fundador do CEP
20.000, fixado no Espaço Cultural Sérgio Porto, no
Rio de Janeiro. O evento nasceu de outro evento
criado por ele mesmo, chamado Terças Feiras
Poéticas, que reuniu nomes como Ferreira Gullar,
João Cabral de Mello Neto e Heloisa Buarque de
Holanda. Pelo evento já passaram nomes como
Michel Melamed, Jorge Mautner, Caetano, Viviane
Mosé, Ericsson Pires, Pedro Rocha, Guilherme Levi,
Márcio-André, Mano Melo, Rod Britto, Vitor Paiva,
Tavinho Paes, André Dahmer, Boato, Planet Hemp,
Bê Negão, Pedro Luís, Bianca Ramoneda, entre
outros.
zarvos, o guilherme dois poemas de
guilherme zarvos
Pensar em você é como fumar um Hilton no terraço...
É irônico, intempestivo, violentamente solitário
Essa toalha de mesa cobre nossos pés
Dizem que não se tem como disfarçar...
Acho que ursos tocam Jazz
apenas como improviso
eles esperam os muxoxos taciturnos
eles esperam o arfar
umas cartas velhas
novas oportunidades
meias divididas, pés divididos
verdade é só o mais que prazer que fica, que vai
na simplicidade do não dito
ainda te conservo
um amor mais que perdido
um infinito nunca pareceu tão longe
e gritos nunca se pareceram tanto
com facas cegas, facas velhas
de mesa, de pão
do alimento confundido
do abraço perecível
de um limbo ditoso
roubei um Buda
Thauan Raposo
@ParaLexico
Querer ficar marcado pois
cada detalhe é belo
As formas ou idéias que
aguçam a inteligência
O que é mais pleno do
que olhar o transbordar
seja da floresta ou de um verso?
O que é belo aguça a inteligência
E a vontade de morrer é não
aguentar a espera do outro dia
É a incerteza do encontro de
outra planta ou texto
Desejando então findar o que aguça
MORRER
Quisera-me normal. Sem vícios. Um bom
dono de casa. Numa cidade tranqüila de um
país tranqüilo. Mulher, um casal de filhos,
a menina para ser mimada, para que eu venha
desaguar no choro quando ela tiver o seu pri-
meiro filho. Ou será o primeiro neto, de qual-
quer um dos filhos, que me arrebatará?
Quisera-me menos fodido, menos anti-social,
sem beirar sarjetas, eu, sujeito educado, com
amigos de afazeres invejáveis.
Quisera-me velhinho contando histórias para
os vizinhos.
Não vou negar: dar o cu, pesa-me na alma.guilherme zarvos
poeta homenageado nesta edição