O documento discute a Teoria Geral dos Sistemas e sua aplicação na Teoria das Organizações. A TGS surgiu com os trabalhos de Ludwig von Bertalanffy no final da década de 1940 e propõe que as organizações devem ser vistas como sistemas abertos que interagem com o ambiente externo. A TGS influenciou modelos como o de Katz e Kahn que definem organizações como sistemas que importam, processam e exportam insumos para o ambiente.
2. Teoria de Sistemas - Origem
• A TGS surge com os trabalhos de
Ludwig von Bertalanffy, biólogo
alemão, publicados em 1950 e 1968 -
“The Theory of Open Systems in
Physics and Biology” and “General
Systems Theory”.
3. TGS - Pressupostos
básicos
• Tendência à integração entre as ciências naturais
e sociais;
• Processo de integração orientado à TGS ;
• TGS como forma abrangente de estudo das
ciências sociais ;
• Abrangência e integração, possibilitando a
unificação científica ;
• A unificação das ciências pode levar à integração
do processo de educação científica .
4. Conceito de sistema
• Um todo organizado ou complexo; um
conjunto ou combinação de coisas ou
partes, formando um todo complexo
ou unitário.
5. Premissas
• Os sistemas existem dentro de
outros sistemas;
• Os sistemas são abertos ;
• As funções de um sistema
dependem de sua estrutura .
6. A TS afiniza-se rapidamente
com a Teoria da Administração
• Era preciso sintetizar e integrar as teorias
anteriores;
• A introdução da tecnologia de informação ao
lado da teoria Cibernética possibilitaram o
desenvolvimento e operacionalização das
idéias que convergiam para a TS aplicada à
administração .
8. Quanto à
constituição
• Sistemas físicos ou concretos : compostos de
equipamentos; objetos ou coisas reais. É o
hardware ;
• Sistemas abstratos ou conceituais : compostos
por conceitos, planos, hipóteses ou idéias. É o
software .
9. Quanto à natureza
• Sistemas fechados : não apresentam
intercâmbio com o meio ambiente
externo. São herméticos; não estão
sujeitos às influências ambientais. Não
recebem e nem produzem recursos
externos . Sob o ponto de vista da TS
são sistemas que apresentam um
comportamento totalmente
determinístico e programado ,
operando com muito pequeno
intercâmbio de matéria e energia com
o meio ambiente;
10. • Sistemas abertos : apresentam intercâmbio com o
ambiente por intermédio de entradas e saídas. Têm
uma grande capacidade de adaptação; ajustam-se ao
meio ambiente para sobreviver. Através da interação
com o meio ambiente, os sistemas abertos restauram
sua própria energia, reparando perdas em sua própria
organização.
11. Parâmetros dos
sistemas
• Entrada ou insumo (input);
• Processamento ou transformação
(throughput);
• Saída ou resultado (output);
• Retroação , retroalimentação ou
retroinformação (feedback);
• Ambiente (environmentI).
12. Nível 0 (zero)
do Sistema aberto
Retroação
Ambiente Entradas Saídas Ambiente
Informação Processamento
Energia
Recursos
Materiais
JRM
13. Modelos de Organização
• A organização deve ser considerada como um sistema
aberto ;
• Deve ter objetivos ou funções múltiplas, envolvendo
interações múltiplas com o meio ambiente;
• Deve ser vista como um conjunto de vários subsistemas ,
estando esses subsistemas, simultaneamente, em interação
dinâmica;
• Os subsistemas são interdependentes . O que acontece
dentro de um subsistema tem reflexo no funcionamento dos
outros subsistemas;
• A organização está inserida num ambiente dinâmico . Ao
planejar o funcionamento da organização é preciso levar em
conta as exigências e limitações impostas pelo ambiente;
• É difícil definir as fronteiras existentes nas organizações,
devido aos múltiplos elos que existem com o meio ambiente.
14. Modelo de Katz e
Kahn
• Daniel Katz e Robert L. Kahn
aplicam a TS à Teoria das
Organizações. Chegam a
conclusão de que a teoria das
organizações deve se libertar das
restrições e propostas das
abordagens anteriores, utilizando-
se da Teoria Geral dos Sistemas. O
modelo proposto por Katz e Kahn
apresenta a seguinte abordagem:
15. A organização como um sistema
aberto
• Importação (entradas) : recebe insumos do ambiente,
necessitando de suprimentos renovados de energia de outras
instituições, pessoas ou do meio ambiente material;
• Transformação (processamento) : todos os elementos
importados são processados e transformados em produtos
acabados, mão-de-obra treinada, serviços, etc. Ocorre nessa
etapa uma reorganização das entradas;
• Exportação (saídas) : após o processamento das entradas o
resultado retorna ao meio ambiente na forma de produtos
acabados, mão-de-obra treinada, serviços, etc.;
• Os sistemas são ciclos de eventos que se repetem : os
processos de importação, transformação e exportação se
repetem através de ciclos no decorrer do tempo. Isso decorre
do fato de que a organização é um evento dinâmico que está
em constante transformação. Necessita de constantes
entradas para reciclagem do processamento e depuração das
saídas;
16. • Entropia negativa : a estrutura organizacional somente pode ser
mantida, enquanto sistema aberto, se o processo entrópico for
detido. Isso equivale a dizer que preservar a integridade do
sistema significa impedir a ocorrência da morte ou falência.
Necessita de constante renovação de seus estoques de insumos;
• Informação como insumo, retroação negativa e processo de
codificação : ao ser alimentado por informações, o sistema pode
detectar sinais sobre seu próprio funcionamento e sobre o
ambiente. Esse processo gera a retroação negativa e a
codificação. Na retroação negativa um determinado subsistema
recebe a informação, processa e faz o retorno sob a forma de
informações sobre os mecanismos de funcionamento de suas
operações. Na codificação as informações recebidas do ambiente
são selecionadas e filtradas. Esse ciclo possibilita ao sistema a
autodepuração; a manutenção da homeostasia: o estado firme; o
processo de estabilidade constante;
17. • Estado firme e homeostase dinâmica : a organização precisa
encontrar o equilíbrio entre importação e exportação, de tal maneira
que o processo de entrada e saída de insumos não altere o
funcionamento estável de suas partes. É preciso preservar o estado
firme da organização; equacionar entradas e saídas, evitando
excessos e desperdício de energia através de ajustamento e
antecipação;
• Diferenciação : a organização apresenta uma tendência natural à
elaboração de novas funções; funções mais especializadas e
hierarquizadas que acabam gerando a diferenciação de papéis entre
as várias partes do todo;
• Eqüifinalidade : tendo como origem condições e meios diversos, o
sistema pode atingir o mesmo resultado. Vários métodos podem ser
empregados, sob inúmeras condições, a fim de se atingir o objetivo do
estado firme da organização;
• Limites ou fronteiras : existem fronteiras delineadas entre o sistema
e o meio ambiente externo. Tais fronteiras definem como o sistema
age em relação ao ambiente e o grau de aceitação dos insumos
importados.
18. A organização como Classe de
Sistemas Sociais
• As organizações são classes de sistemas
sociais, que, por sua vez, são classes de
sistemas abertos. Sendo assim, embora
possuindo propriedades particulares,
compartilham de outras propriedades com os
demais sistemas abertos que fazem parte dos
sistemas sociais. Existe uma interdependência
entre as várias organizações que integram os
sistemas sociais.
19. Características de Primeira
Ordem ( das organizações
analizadas como sistemas
sociais )
• Os sistemas sociais são uma estruturação de eventos ou
acontecimentos. Não podem ser identificados fisicamente como
acontecimentos
as estruturas básicas (automóveis, organismos, máquinas);
• Necessitam de entradas de produção e manutenção. Nas
manutenção
entradas de manutenção são importadas as energias necessárias
para o funcionamento do sistema. Nas entradas de produção são
importadas energias processadas para proporcionar o resultado
produtivo do sistema: motivações que atraem os indivíduos para
os sistemas sociais, preservando seus estímulos produtivos;
• Apresentam natureza planejada. São criados pelo ser humano,
planejada
sendo, por conseguinte, imperfeitos;
20. • Necessitam produzir mecanismos de autocontrole,
autocontrole
visando equilibrar a instabilidade natural das ações
humanas e seus relacionamentos;
• Sedimentam-se na composição de funções, normas e
funções
valores. As funções constituem formas padronizadas de
valores
comportamento requeridas de todas as pessoas em
relação às tarefas que desempenham. As normas são as
regras gerais exigidas de todos que exercem uma
determinada função relativa ao sistema ou subsistema.
Valores são os conceitos ideológicos de caráter geral mais
aceitos pela organização;
• Exigem um sistema formalizado de funções. As funções
funções
e as atividades são padronizadas e interligadas;
21. • Funcionam com o conceito de inclusão parcial. Nenhum
parcial
integrante do sistema é empregado; aproveitado em sua
inteireza. Um indivíduo pode atuar, simultaneamente, em
várias organizações, sendo que nenhuma delas será
capaz de lhes extrair a inteireza. Apenas os
conhecimentos e habilidades úteis são utilizados;
• O funcionamento da organização no que diz respeito ao
meio ambiente deve ser estudado a partir das transações
contínuas, levando em consideração os conceitos de
sistemas, subsistemas e supersistemas.
sistemas supersistemas
22. Cultura e Clima Organizacionais
• A cultura do sistema reflete tanto as normas e
valores do sistema formal como sua
reinterpretação no sistema informal. Reflete
informal
disputas internas e externas das pessoas que o
sistema atrai, seus processos de trabalho, estilos
de comunicação e autoridade. Tal como a
sociedade, as organizações sociais têm padrões
de sentimentos e crenças coletivos, que são
transmitidos aos seus novos integrantes.
23. Dinâmica de Sistema
• Ao contrário dos sistemas biológicos os sistemas
sociais não apresentam estabilidade intrínseca.
intrínseca
Assim criam mecanismos de recompensas – a
fim de vincular seus membros ao sistema –,
estabelecem normas e valores e produzem
dispositivos de controle e autoridade. Todo esse
processo visa manter a sobrevivência do sistema
(entropia negativa) por meio de um suprimento
constante de materiais e pessoas.
24. Conceito de Eficácia Organizacional
• A sobrevivência da organização social envolve o
conceito de negentropia : é preciso importar mais
insumos do que o necessário para o processamento e
a saída. Para conseguir a entropia negativa o sistema
deve reservar para si próprio uma certa quantidade de
insumos. Eficiência é o quanto de entrada resulta em
produto e quanto é absorvido pelo sistema. A eficiência
está relacionada à entropia negativa que deve ser
perseguida através de soluções técnicas e econômicas.
A eficácia alia a essas soluções as ferramentas
políticas, com o propósito de maximizar os
políticas
rendimentos; prioriza a implementação dos objetivos,
aumentando a produtividade efetiva.
25. A organização como um Sistema
de Papéis
• Papel é o conjunto de atividades
solicitadas de um indivíduo que ocupa
uma determinada posição em um
sistema. Assim, a organização pode ser
considerada como um conjunto de
papéis desempenhados pelos indivíduos
que a compõem.
26. M odelo S ociotécnico
de T avistock
• Desenvolvido por sociólogos e psicólogos
do Instituto de Relações Humanas de
Tavistock, Inglaterra. O modelo foi
desenvolvido com base em resultados de
pesquisas efetuadas em minas de carvão
inglesas e empresas têxteis indianas. A
organização, além de ser considerada
como um sistema aberto , é também
considerada como um sistema
sociotécnico estruturado sobre dois
subsistemas:
27. • Subsistema técnico : compreende as tarefas a
serem desempenhadas, as instalações físicas, o
equipamento e instrumentos utilizados, as exigências
da tarefa, as utilidades e técnicas operacionais, o
ambiente físico e a maneira como está disposto, bem
como a duração da operação das tarefas. Em resumo,
o subsistema técnico envolve a tecnologia, o território e
o tempo;
• Subsistema social : compreende os indivíduos, suas
características físicas e psicológicas, as relações
sociais entre os indivíduos encarregados da execução
da tarefa, bem como as exigências de sua organização
tanto formal como informal , na situação de trabalho.
O subsistema social transforma a eficiência
potencial em eficiência real .
28. Instalações
Físicas,
Subsistema Máquinas e
Equipam, Eficiência
Técnico
Tecnologia, Potencial
Exigências da
Tarefa
Sistema
Sociotécnic
o
Subsistema Pessoas,
Relações
Social Sociais, Eficiência
Habilidades e Real
Capacidades,
Necessidade
se
Aspirações
Sistema JRM
Sociotécnico
29. A abordagem sociotécnica concebe a organização
como uma combinação de tecnologia (exigências de
tarefa, ambiente físico, equipamento disponível) e um
subsistema social (sistema de relações entre aqueles que
realizam a tarefa). Os subsistemas tecnológicos e sociais
apresentam interação mútua e recíproca. A natureza da
tarefa influencia (não determina) a natureza organizacional
das pessoas, bem como suas características psicossociais
influenciam (não determinam) a forma como um trabalho
será executado. O modelo de sistema aberto proposto pela
abordagem sociotécnica pressupõe que as organizações
importam insumos a partir do ambiente, implementando
processos de conversão que resultarão em exportação
de produtos, serviços, etc. As importações são constituídas
de informações do meio ambiente,matéria-prima, dinheiro,
equipamentos e pessoas envolvidas no processo de
transformação dos insumos importados em produto final
exportado.
30. O processo cíclico de importação-exportação
exige da organização a constante e primária tarefa de
buscar a sobrevivência dentro do sistema:
a - Importação aquisição de matéria-prima;
b - Conversão transformar em exportação;
c - Exportação resultado do processo.
A seguir gráficos representativos dos processos
de importação-conversão-exportação
(entrada-saída-processamento ).
31. Produto
Compra e Mercadização de
s Fabricação de
armazenamento medicamentos Armazena
químico medicamentos
Vasilhame mentistas
s
s
Produto Fabricação de Venda de
Compra e
s produtos produtos Usuários
armazenamento
químico químicos de alta químicos de alta industriais
Vasilhame
s qualidade qualidade
s
Fabricação e Clientes
Areia etc. Compras venda de frascos internos ou
de vidro externos
Fabricação e Clientes
Venda e entrega
Ferro e Compras venda de internos e
de maquinaria
maquinaria maquinaria externos
Materias de Clientes
Compras Equipamentos de
construção internos e
projetos
JRM externos
32. A organização eficiente é aquela que considera tanto
as importações que o subsistema técnico faz do
ambiente - matérias-primas, máquinas e equipamentos -
como também as importações feitas pelo subsistema
social - valores e aspirações. A organização não somente
deve tratar das exigências e das restrições impostas pelo
meio ambiente sobre matéria-prima, dinheiro e preferências
do consumidor, como também deve tratar com as
expectativas, os valores e as normas das pessoas que
atuam no sistema. O problema envolve tanto a consideração
da natureza da tarefa (subsistema técnico) como da
natureza das pessoas (subsistema social).
O fundamento dessa abordagem é que qualquer
sistema de produção requer tanto uma organização
tecnológica (equipamentos e arranjos de processos) como
uma organização de trabalho , envolvendo aqueles que
desempenham as tarefas necessárias.
33. A tecnologia é definida como as ações que um
indivíduo desempenha sobre um objeto, com ou sem a ajuda
de ferramentas ou esquemas mecânicos, no sentido de fazer
qualquer mudança no objeto. O objeto - matéria-prima -
pode ser um ser humano, um símbolo ou objeto inanimado.
A partir dessas definições, podemos dizer que a tecnologia
determina a estrutura organizacional.
Assim, as organizações têm dupla função: técnica
(relacionada com a coordenação do trabalho) e social
(referente aos meios de relacionar as pessoas umas com as
outras, de modo a fazê-las trabalharem juntas). Todo
sistema apresenta os subsistemas técnico e social. Contudo
nenhum dos dois deve ser observado isoladamente, mas a
partir de uma visão abrangente do todo. Qualquer alteração
em um provocará repercussões no outro.
34. O modelo básico adotado pela abordagem
sociotécnica é o modelo de importação-
conversão-exportação derivado da teoria de
sistema aberto: a organização de qualquer
empresa ou parte dela pode ajustar-se
perfeitamente a este modelo, na medida em
que ela realiza muitas importações e exportações
de materiais, dinheiro e produtos. O processo de
importação-conversão-exportação dominante é
aquele através do qual a tarefa primária da
empresa (entropia negativa) é executada.
35. Apreciação Crítica da Teoria de
Sistemas
A Teoria de Sistemas é uma das menos
criticadas, talvez em decorrência do fato de que
ainda não houve tempo para sua análise mais
aprofundada. As obras mais importantes dessa
teoria são recentes. A análise sistêmica parece
concordar com a preocupação estrutural-
funcionalista típica das ciências sociais dos países
capitalistas de hoje. A TS evitou tratar de temas
negligenciados pela teoria behaviorista e
estruturalista, procurando apenas desenvolver
algumas de suas idéias. Os autores ficaram, dessa
maneira, incólumes quanto a eventuais críticas
elaboradas por estruturalistas ou behavioriastas.
36. Confronto entre Teoria de
Sistema Aberto e Sistema
Fechado
O conceito de sistema tem suas origens em várias
disciplinas científicas (Biologia, Sociologia, Psicologia,
Antropologia, Fisolofia, etc). Tais disciplinas têm um
denominador comum: o chamado sistema aberto, que
descreve as ações e interações de um organismo dentro
do ambiente. O sistema aberto pode ser compreendido
como um conjunto de partes em constante interação (o
que ressalta a característica de interdependência das
partes), constituindo um todo sinérgico (o todo é maior que
a soma das suas partes). É orientado para determinados
propósito e em permanente relação de interdependência
com o ambiente externo (essa interdependência deve ser
entendida como a dupla capacidade de influenciar o meio
externo e por ele ser influenciado) :
37. • A natureza essencialmente dinâmica do ambiente
conflita com a tendência essencialmente estática da
organização. Esta é, em geral, constituída para para se
autoperpertuar, ou, na pior das hipóteses, manter a
sobrevivência de sua própria estrutura, critérios, métodos
e metas;
• Um sistema organizacional rígido (fechado) não obterá
êxito em relação à necessidade de atingir a entropia
negativa (sobrevivência), na medida em que não terá
capacidade de se adaptar rapidamente às constantes
mudanças ambienteais;
• Um sistema aberto, como um clube, um hospital ou um
governo precisa garantir a absorção de seus produtos
do ambiente . Às vezes necessita adaptar as
necessidades do ambiente dentro de um constexto mais
produtivo (como um sistema educacional);
38. • O sistema, portanto, precisa de constante e apurada
informação do ambiente, não só quanto à naturezas
desse meio, como também em relação à qualidade e
quantidade de insumos disponíveis e, principalmente,
quanto à eficácia ou adequação dos produtos ou
respostas da organização ao ambiente. Podemos dizer
que à organização é indispensável manter constância nos
processos retroativos. A oferta de produtos indesejáveis
ou desnecessários, a médio prazo, poderá resultar na
redução de entradas: redução da capacidade de
organização para atingir a entropia negativa, alcançando
seus propósitos;
39. A velha perspectiva de Sistema
Fechado (causa de distorções)
• Conduz o estudo e a prática da Administração a uma
concentração em regras de funcionamento interno, à
apologia da eficiência como critério primário de
viabilidade organizacional, enfatizando procedimentos
(tarefas) e não programas (objetivos);
• A perspectiva da organização como sistema fechado é
responsável pela insensibilidade da administração
tradicional às diferenças entre ambientes
organizacionais e pela desatenção à dependência
entre organização e ambiente;
40. • Vista como sistema fechado, a organização permanece
insensível às necessidades de mudanças e adaptações
do sistema ao meio ambiente. No Brasil é enorme o
número de empresas que insistem em metodologias
ultrapassadas . Tais empresas partem do princípio de
que, na medida em que conseguiram grandes
realizações, podem sobreviver às custas de conquistas
obtidas no passado: tradição e reputação. Contudo, num
ambiente em que a velocidade das mudanças seja
intensa, essas empresas tenderão à entropia positiva
(desaparecimento): seus produtos serão desnecessários,
não atendendo às demandas renovadas do ambiente
externo.
41. Características básicas da
análise sistêmica
• Ponto de vista sistêmico : a organização tem cinco
subsistemas básicos - entradas, processos, saídas,
retroação e ambiente;
• Abordagem dinâmica : ênfase no dinâmico processo
de interação . A moderna teoria não desloca a ênfase
na estrutura. Adiciona, aperfeiçoando o conceito, a
ênfase sobre o processo de interação entre as partes
do todo (estrutura);
• Multidimensional e multinivelada : visão micro e
macroscópica. O sistema é micro quando considerado
dentro de seu ambiente (sociedade, comunidade, país).
É macro quando visto a partir de seus subsistemas;
42. • Multimotivacional : as ações podem ter múltiplas
motivações. Cada integrante de um sistema terá um
objetivo específico. Tais objetivos não podem ser
reduzidos à necessidade de lucro, por exemplo;
• Probabilística : as varíaveis de um determinado plano
de metas nem sempre serão estáveis. Implementar
ações organizacionais implica um sério esforço no
sentido de trabalhar com eventos estatísticos:
probabilidade;
• Multidisciplinar : representa uma síntese integrativa
de partes relevantes de todos os campos no
desenvolvimento da Teoria Geral das Organizações e da
Administração;
• Descritiva : procura compreender os fenômenos
organinzacionais e deixar a escolha de objetivos e
métodos aos indivíduos;
43. • Multivariável : os eventos podem ser causados por
inúmeros fatores interrelacionados e interdependentes.
Tais fatores podem ser afetados por eventos que eles
próprios geraram através da retroação;
• Adaptativa : a organização dever ser absolutamente
“maleável” às condições interdependentes do meio
ambiente externo, caso queira atingir a entropia negativa
(sobrevivência). Não por outro motivo, o sistema e seu
ambiente apresentam uma relação de
interdependência , buscando constante equilíbrio
dinâmico entre as partes (subsistemas), quando se fizer
necessário, devido às mudanças. Essa abordagem traz
como conseqüência um enfoque nos resultados
(output), em vez da ênfase sobre o processo , como
faziam as antigas teorias. Ênfase na eficácia , e não
exclusivamente na eficiência.
44. Caráter integrativo e abstrado
da Teoria de Sistemas
Muitos autores consideram a Teoria de
Sistemas demasiado abstrata e conceptual; de difícil
aplicação em situações gerenciais práticas. Muito
embora venha predominando fortemente na teoria
administrativa, e tendo aplicabilidade geral ao
comportamento de diferentes tipos de organizações e
indivíduos em diferentes meios culturais, a abordagem
sistêmica é basicamente uma teoria geral
compreensiva, cobrindo todos os fenômenos
organizacionais. Ela é uma teoria geral das
organizações e da administração. É uma síntese
integrativa dos conceitos clássicos , neoclássicos ,
estruturalistas , neoestruturalistas e
behavioristas .
45. O Efeito Sinérgico das organizações como
Sistemas Abertos
Sinergia é um esforço simultâneo de vários órgãos em
benefício de uma mesma função. Uma das fortes razões
para a existência das organizações é o seu efeito
sinérgico ou sinergístico , isto é, o resultado (saída) de
uma organização pode diferir em quantidade ou em
qualidade em relação à soma dos insumos. A aritmética
organizacional pode dar um resultado como 2 + 2 = 5. Ou,
em outros termos, duas mais duas unidades de insumo
podem resultar, 3, 4, 7, 13, A, X, Z unidades de saída . As
unidades de saída podem ser iguais, maiores ou menores
do que as unidades de entrata. A saída 3 significa
insucesso, a 4 ponto de equilíbrio. As saídas 7 e 13
siginificam sucesso. A,X ou Z são dimensões de saída que
podem diferir qualitativamente das unidades de entrada.
46. O ambiente O ambiente
proporciona A organização consome
transforma
Entradas de
Recursos : Saídas de
Produtos :
Processos de
Pessoas, Transformação :
Dinheiro, Produtos ou
Tecnologia, Trabalho converte Serviços
Materiais, recursos em
Informação resultados
Retroação do Cliente
A organização como um sistema JRM
aberto
47. Cada participante da organização espera que
os benefícios pessoais de sua participação sejam
maiores do que seus custos. Assim as
organizações produzem valor através do efeito
sinérgico. De um modo global, os recursos
materiais, financeiros e humanos - quando
considerados como fatores de produção - geram
riqueza através da sinergia organizacional. A
visão sistêmica mostra que a organização deve
ser administrada como um todo complexo. Seu
presidente deve ser um perito em totalidade e não
simplesmente um coordenador geral de diversas
áreas.
48. O homem Funcional
A Teoria de Sistemas baseia-se no conceito de
homem funcional, em contraste com o conceito de
“homem economicus” da Teoria Clássica, do “homo
socialis” da Teoria das Relações Humanas, do “ homem
organizacioal” da Teoria Estruturalista e do “homem
administrativo” da Teoria Behaviorista. O indivíduo
comporta-se em um papel dentro das organizações,
interagindo com os demais indivíduos como um sistema
aberto. Nas suas ações, em um conjunto de papéis,
matém expectativas quanto ao papel dos demais
participantes e procura enviar aos outros as suas
expectativas. Essa interação altera ou reforça o papel.
As organizações são sistemas de papéis, nas quais os
indivíduos agem como transmissores de papel e de
pessoas focais.
49. Uma Abordagem Organizacional
A perspectiva sistêmica trouxe uma nova maneira
de ver as coisas. Não somente em termos de
abrangência, mas, principalmente, quanto ao enfoque.
O enfoque do todo e das partes, do dentro e do fora, do
total e da especialização, da integração interna e da
adaptação externa, da eficiência e da eficácia. A visão
gestáltica (Gestalt - Psicologia = “o todo é mais do
a soma de suas partes ”) e global, privilegiando a
totalidade e suas partes componentes, não despreza o
efeito emergente sistêmico : as propriedades do
todo que não aparecem em nenhuma de suas partes. A
visão do bosque e não da árvore apenas. A visão da
cidade e não de cada prédio apenas. A visão da
organização enquanto sistema aberto e não apenas de
cada uma de suas partes ou subsistemas.