1) Existiam duas perspectivas principais sobre a origem da diversidade biológica: o fixismo, que defendia que as espécies eram imutáveis desde o início, e o evolucionismo, que defendia que as espécies sofriam modificações ao longo do tempo.
2) Teorias como o catastrofismo e o transformismo tentaram conciliar estas duas visões, sugerindo que as espécies se transformavam lentamente ou após catástrofes.
3) O uniformitarismo defendido por Hutton e o gradualismo de Ly
A Teoria Evolutiva de Darwin e o Contexto Histórico (Leandro Freitas)
A evolução das ideias sobre a origem da diversidade biológica
1.
2. Introdução
Na Terra, como a conhecemos hoje, existe uma
enorme diversidade de seres vivos. E, desde cedo
na história da humanidade, esta diversidade
levantou questões sobre a sua origem.
Ainda hoje não existe consenso relativamente a esta
diversidade, contudo o evolucionismo é a teoria mais
aceite.
3. Fixismo
Esta perspetiva acredita que os seres vivos terão
sido assim desde o início dos tempos. Esta
observação de imutabilidade condicionou as ideias
dos primeiros filósofos relativamente a este
problema, é o caso de Platão e Aristóteles. As ideias
destes dois grandes filósofos marcavam
profundamente a civilização ocidental, tendo sido as
suas obras largamente utilizadas na Idade Média,
representando uma verdade absoluta, e sendo
assim, um obstáculo ao avanço da ciência.
4. Fixismo e o Criacionismo
No contexto referido anteriormente, a explicação das
espécies “caíam” num Princípio Criacionista ou
Criacionismo. Segundo este, os seres vivos teriam
sido criados por um ser divino, o que implicava que
estas espécies fossem perfeitas e estáveis. Depois
da sua criação estas ter-se-iam mantido iguais ao
longo dos tempos, e as imperfeições que ocorrem
seriam explicadas pela corrupção do mundo.
5. Evolucionismo
A perspetiva de que o Mundo teria apresentado
variações ao longo dos tempos e que as espécies
não eram exceção a essas modificações, e que
portanto colocava em causa as ideias fixistas.
Foi o trabalho de cientistas como Lineu e o
desenvolvimento da Paleontologia que vieram abalar
as ideias fixistas.
6. Evolucionismo e o
Catastrofismo
Em 1799, George Cuvier, na tentativa de conciliar as
ideias fixistas e os dados revelados pelos estudos
paleontológicos, apresentou a Teoria Catastrofista.
Esta defendia que ao longo da história da Terra
teriam ocorrido uma sucessão de catástrofes
(dilúvios, glaciações, etc.), que teriam levado à
destruição dos seres vivos aí existentes. Essas
áreas seriam então repovoadas por outros seres
vivos que migrariam de outros locais do planeta.
7. Evolucionismo e o
transformismo
Em 1739, Buffon (figura importante da época) é
nomeado para intendente do jardim do Rei, o que
lhe permite desenvolver um extenso trabalho de
análise e descrição da fauna e flora. No decorrer
destes trabalhos, Buffon admite que as espécies
derivariam umas das outras por degeneração e que
esta transformação seria lenta e progressiva, com
espécies intermediárias às atuais. Este também diria
que estas transformações seriam consequência de
fatores externos como o clima e o alimento.
Esta teoria evolucionista proposta por Buffon ficou
conhecida como teoria transformista.
8. Evolucionismo e o Uniformitarismo
No final do século XVIII, a nossa visão do mundo como algo
estático, estava a transformar-se agora numa ideia de um
planeta em constante mudança, um “planeta vivo”.
Em 1778, o geólogo James Hutton publicou uma obra (Theory
of the Earth), que veio abalar violentamente a hipótese
Catastrofista. Hutton estabeleceu uma idade para a Terra, muito
superior à que era admitida até então, afirmando que esta
desde sempre teria sido “dominada” por fenómenos como a
chuva, as geadas, os ventos, que seriam responsáveis por
fenómenos como a erosão, subsidência e sedimentação. Com
isto Hutton defendia que os fenómenos existentes na atualidade
são idênticos aos que teriam existido no passado.
Esta teoria defendida por Hutton ficaria conhecida como Teoria
do Uniformitarismo
9. Evolucionismo e o Gradualismo
A obra de Hutton teria sido retomada mais tarde pelo geólogo
Lyell, que conclui que:
As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
Os acontecimentos do passado devem ser explicados
através dos mesmos processos que os acontecimentos
atuais;
A maioria das alterações geológicas ocorre de forma lenta e
gradual.
E embora Lyell se tivesse mostrado relutante em aceitar a
transformação das espécies, a sua teoria geológica gradualista
tornou inevitável o surgimento de teorias biológicas
relativamente á evolução das espécies. Contudo faltavam a
estas teorias biológicas modelos que explicassem este
processo evolutivo.