O documento descreve a aptidão agroclimática para o cultivo de abacaxi na região de Mococa-SP. Ele define as exigências climáticas da cultura, como temperatura média anual entre 18-19°C e precipitação anual de 1200-1500mm. O documento mapeia quatro faixas de aptidão para o cultivo com base nesses parâmetros e apresenta os autores, seus títulos e áreas de pesquisa.
Uso da água no enraizamento de estacas de Amoreira
Aptidão Agroclimática para a cultura do abacaxi
1. Aptidão Agroclimática para a cultura do abacaxi
MOCOCA-SP – região apta ao cultivo de abacaxi
Orivaldo Brunini
Marcelo Bento Paes de Camargo
Mário José Pedro Júnior
Angélica Prela Pantano
O abacaxi é uma bromeliaceae encontrada em condições naturais nas regiões tropicais e
subtropicais da América. Existem muitas espécies do genêro Ananas, sendo as plantas
cultivaveis pertencentes à espécie Ananas comosus (L.) Merril, dentro da qual existem as
variedades comerciais.
Exigências climáticas
O abacaxi, em regiões quentes e úmidas tem grande desenvolvimento foliar e produz
frutos volumosos. Nas regiões de temperatura mais baixa, os frutos são menores e com
pequeno teor de açúcar.
O abacaxi é bastante resistente à seca. Regiões com boa distribuição de chuva durante o
ano, da ordem de 1200 a 1500mm, são consideradas ótimas. Uma deficiência hídrica tardia,
sobretudo no começo da diferenciação da inflorescência e da formação do fruto, pode
prejudicar muito o rendimento da cultura. Os principais fatores climáticos que causam
prejuízos às culturas, em São Paulo, além das geadas, são o excesso de insolação, as chuvas
de pedra e os ventos fortes. A luminosidade exerce, também um a ação marcante sobre o
rendimento da cultura. Na Martinica, onde a luminosidade diminui rapidamente com o aumento
de altitude, conseguiu-se um aumento de 58% no rendimento médio, seguindo a transição de
uma região de 380m a outra de 50m de altitude, sendo que o aumento é devido ao efeito
conjunto da luminosidade e da temperatura.
Cartografia – Aptidão climática
Para o preparo da carta de aptidão climática da cultura do abacaxi foram consideradas as
exigências dos cultivares economicamente viáveis para o Estado e o comportamento de
plantações comerciais existentes.
Os parâmetros climáticos que definem as exigências da cultura foram delimitados,
tomando-se por base a literatura existente e, principalmente, as informações técnicas e
sugestões de especialistas.
2. Limitações Climáticas – Os parâmetros adotados na definição de áreas de aptidão
climática, para a cultura comercial do abacaxi, foram:
a) Temperatura Média Anual (Ta) = 19ºC: mostra o limite inferior da faixa termicamente
apta, abaixo da qual começa a ocorrer restrições de ordem térmica, prejudicando o fruto;
b) Ta = 18ºC: as regiões com temperatura abaixo desse limite apresentam geadas mais
freqüentes e portanto, mostram-se inaptas para a cultura;
c) Deficiência hídrica anual (Da) = 0mm: as áreas com essa condição, sem estação seca
definida, portanto, mostram-se muito úmidas, trazendo problemas para o abacaxi.
Cartografia – Na delimitação da aptidão climática para a abacaxicultura, foram consideradas as
seguintes faixas:
Faixa A – Ta, acima de 19ºC e Da maior que 0mm. Não apresenta restrição térmica nem
hídrica. São regiões com condições para o crescimento vegetativo, apresentando umidade na
época em que a cultura necessita, e oferecendo plena aptidão climática; compreendem a maior
parte do Estado, abrangendo quase todo o planalto paulista, o Vale do Paraíba, exceto a região
serrana do sul e leste e também a zona litorânea.
Faixa B – Ta, acima de 19ºC e Da igual a 0mm. Nessa faixa existem condições térmicas
satisfatórias; não apresentam, porém, estação seca, acarretando problemas fitossanitários.
São regiões aptas, mas com restrições. Essa faixa abrange, principalmente, a região litorânea
e pequenas ocorrências na serra de Botucatu, e no Sul do planalto.
Faixa C – Ta, entre 18 e 19ºC. Compreende faixas que não apresentam problemas severos de
geadas, mas começam a mostrar deficiência térmica para a cultura comercial. Atingem o sul
do planalto, a região norte da Serra do Mar, parte do vale do Tietê bem como a serra de
Botucatu.
Faixa D – Ta, abaixo de 18ºC. Compreende áreas que, além da insuficiência térmica,
apresentam problemas severos de geada, tornando-se inaptas para o plantio comercial da
cultura. Abrange as partes altas dos planaltos de Poços de Caldas e de Campos de Jordão, na
serra da Mantiqueira e do Planalto da Bocaina, na serra do Mar.
3. Orivaldo Brunini é Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC e Diretor
do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Ecofisiologia e Biofísica
Engenheiro Agrônomo: UNESP - Jabotical - 1971
Mestrado: CENA - USP - 1975
Doutorado: University of Guelph. - Canadá -1979
Linhas de Pesquisas: Bioclimatologia; Microclimatologia; Fenologia; Modelagem
Agroclimatológica; Micrometeorologia; Agrometeorologia operacional; Água-SoloPlanta-Atmosfera
Contato: brunini@iac.sp.gov.br
Marcelo Bento Paes de Camargo é Engenheiro Agrônomo, Mestre e PhD em
Agrometeorologia e PD pela University of Nebraska-USA. Pesquisador Científico VI
do IAC desde 1978. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Bioclimatologia,
Agrometeorologia, Demanda Hídrica, Balanço Hídrico, Monitoramento e Modelagem
Agrometeorológica, Estimativa de Produtividade, Fenologia, Café, Soja e Citrus. É
lider do Grupo de Pesquisa/CNPq em Agrometeorologia junto ao IAC. É bolsista de
Produtividade em Pesquisa 1D do CNPq.
Contato: mcamargo@iac.sp.gov.br
Mário José Pedro Júnior possui doutorado em Agrometeorology - University of
Guelf (1980). Atualmente é Pesquisador Científico VI do Instituto Agronômico IAC. Tem experiência na área de agronomia com ênfase em Agrometeorologia.
Atua principalmente nos seguintes temas: Videira, previsão de doenças,
microclima, modelo agrometeorológico, café, balanço hídrico e zoneamento
agrícola. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2.
Contato: mpedro@iac.sp.gov.br
Angélica Prela Pantano possui graduação em agronomia pelo Fundação Faculdade de
Agronomia Luiz Meneghel (1996) , especialização em Especialização em Biologia Vegetal pelo
Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneghel (1998) , mestrado em Agronomia pela
Universidade Estadual de Londrina (2001) e doutorado em Agronomia (Física do Ambiente
Agrícola) pela Universidade de São Paulo (2005) . Atualmente é Pesquisador científico da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA, Instituto Agronômico - IAC. Tem
experiência na área de Agronomia. Atuando principalmente nos seguintes temas: Enos,
precipitação, balanço hídrico, trigo.
(Texto gerado automaticamente pela aplicação CVLattes)
Contato: angelica@iac.sp.gov.br