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38 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008
A indução Matemática como método de
demonstração
Math induction as demonstration method
Vera Lucia Fazoli da Cunha Freitas Viana*
O princípio da indução é um eficiente instrumento para a
demonstração de fatos referentes aos números naturais. Este pode
servistocomoinstrumentodeaprendizagemdateoriadosnúmeros
em um curso de formação de professores. A indução constitui um
importante instrumento que pode ser usado como método de
demonstração de conjecturas Matemáticas. Este minicurso discute
a indução Matemática como método de demonstração e apresenta
atividades que se constituem em uma sugestão de metodologia
para o entendimento da Indução Matemática e sua aplicação.
Primeiramente é apresentada uma abordagem teórica da indução
Matemática como método de demonstração, a seguir é feito o
desenvolvimento de atividades com a finalidade de promover
o ensino e a aprendizagem da prova por indução e, finalmente,
análises e considerações, baseadas nas observações durante a
realização das mesmas.
Palavras-chave: Indução Matemática. Método. Demonstração.
*
Mestre em Educação Matemática. Professora do CEFET Campos, UNIFLU/FAFIC, e UCAM Campos.
The induction principle is an efficient instrument for demonstrating
the natural number facts. This may be seen as a learning instrument
of the theory of numbers in a teacher’s formation course. Induction
is an important instrument that can be used as demonstration
method of Math hypothesis. This course discusses Math induction
as demonstration method and presents activities that suggest a
MC2
39Campos dos Goytacazes/RJ
methodology for understanding Math Induction and its application.
First, Math induction is presented as demonstration method, then,
activities are developed to promote the teaching and learning of the
proof for induction and, to conclude, the analyses and considerations
based on the observations made during accomplishment of these
ones.
Key words: math induction, method, demonstration.
Usualmente a demonstração é considerada como um
procedimento de validação que caracteriza a Matemática e a
distingue das ciências experimentais, além de ocupar um lugar de
destaque nessa disciplina. Mas a palavra demonstração é usada
com vários sentidos e em diferentes contextos. Percebe-se, em
todos esses sentidos, a idéia comum que é a de justificar ou validar
uma afirmação fornecendo razões ou argumentos. O tipo de
situações em que se aplica, os aspectos característicos e os meios
usados podem ser diferentes e, por isso, os autores distinguem
diversos contextos nos quais varia o significado de demonstração,
seja na lógica, nos fundamentos da Matemática, nas ciências, no
cotidiano e na sala de aula de Matemática. No entanto, o aluno,
na maioria das vezes, é um passivo assimilador das explanações do
professor e acaba por apenas decorar as demonstrações. Também
no ensino superior este fato permanece, conforme relatam Lellis e
Imenes:
Trata-se de enforcar a Matemática como um conjunto
de técnicas (ou algoritmos ou procedimentos) com
o qual se obtêm certos resultados. Isso se reflete na
grande quantidade de exercícios que se resumem
a “calcular”, “obter”, “efetuar”. Quase tudo consiste
em aplicar as fórmulas adequadas em contextos
exclusivamente matemáticos. Demonstrações quase
40 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008
nunca surgem, mesmo quando se trata de uma
simples dedução de fórmula. O que importa é o
“como fazer”, sem preocupação com o “por que
fazer assim” e menos ainda com o “para quê fazer”.
[...] Por tudo isso a Matemática perde seu potencial
formativo, não exibe suas aplicações nos vários
campos do conhecimento, nem permite que o
educando a veja como uma ciência organizada
(LELLIS; IMENES, 2004).
A aprendizagem da demonstração consiste, primeiramente,
na conscientização de que se trata de um discurso totalmente
diferente do que é praticado pelo pensamento natural. Admite-se
queaprovaMatemáticaestárelacionadaaumprocessodevalidação
de um fato matemático e que o registro dessa demonstração
deve estar apoiado em fatos matemáticos comprovados e que a
estruturação desses fatos deve comprovar, de forma irrefutável,
algum tipo de proposição Matemática. O encadeamento lógico dos
argumentos matemáticos deve convencer o leitor da veracidade
da proposição Matemática em questão, ficando, a mesma,
demonstrada.
Este minicurso discute a indução Matemática como método
de demonstração e apresenta atividades que se constituem em
uma sugestão de metodologia para o entendimento da indução
Matemática e sua aplicação, visto que a demonstração em
Matemática é uma das competências que se exige de todos que
lidam com a Matemática, sejam alunos ou professores. O principal
propósito é o de oferecer aos participantes um instrumento de
trabalho que lhes proporcione, além das tradicionais competências
de cálculo exigidas para serem considerados matematicamente
competentes, outras que atendam às exigências da sociedade
atual e os tornem matematicamente letrados.
41Campos dos Goytacazes/RJ
Como a aprendizagem é um processo de construção de
significados por parte dos alunos, primeiramente é apresentada
uma abordagem teórica da Indução Matemática como Método de
Demonstração. A seguir, é feito o desenvolvimento de atividades
com a finalidade de promover o ensino e a aprendizagem da prova
por indução e, finalmente, análises e considerações, baseadas nas
observações durante a realização das mesmas.
Osobjetivosdesseminicursosão:fundamentarteoricamente
e promover o ensino e a aprendizagem da indução Matemática,
como método de demonstração; enfatizar a importância de
cada uma das propriedades que constituem a prova por indução
Matemática; tornar os participantes aptos a aplicar a prova
por indução Matemática. Espera-se que os participantes desse
minicurso, tenham a oportunidade de rever e ampliar suas
concepções relativas a provas e demonstrações em Matemática
e que, conseqüentemente, essas discussões se reflitam nas suas
práticas pedagógicas indo, portanto, ao encontro de seus anseios.
Espera-se que adquiram uma certa autonomia no que diz respeito
à discussão, argumentação, redação, levantamento de hipóteses e
demonstração, colaborando com a necessidade de criar condições
que promovam mudanças nas concepções e nos saberes dos
professores a respeito de prova e demonstração, a fim de prepará-
los para proporcionar aos seus alunos condições que lhes permitem
raciocinar, argumentar, provar e demonstrar.
A indução Matemática
	 O pensamento indutivo começou a ser estudado por
Aristóteles, apesar de ter sido Francis Bacon (século XVII) quem o
popularizou. Mas foi Giussepe Peano (1858-1932) que constatou
que é possível elaborar toda a teoria dos números naturais a partir
42 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008
de quatro fatos básicos, conhecidos atualmente como os axiomas
de Peano. Um dos axiomas de Peano, o último, conhecido como
o axioma da indução, possui uma natureza mais elaborada do
que os outros. O papel fundamental do axioma da indução na
teoria dos números naturais resulta do fato de que ele pode ser
visto como um método de demonstração, chamado o Método de
Indução Matemática, ou Princípio da Indução Finita, ou Princípio
da Indução.
O Princípio da Indução é um eficiente instrumento para
a demonstração de fatos referentes aos números naturais. Este
pode ser visto como instrumento de aprendizagem da teoria dos
números em um curso de formação de professores. A Indução
constitui um importante instrumento que pode ser usado como
método de demonstração de conjecturas Matemáticas. 	
Induçãoéapassagemdoparticularaogeral. Ageneralização
de uma propriedade após a verificação de sua validade em alguns
casos particulares conduziu a vários enganos na Matemática. Por
exemplo: no trinômio x2
+ x + 41, estudado por Euler, quando
substituímos x por um número inteiro não negativo qualquer,
sempre obteremos um número primo. Observe que isto é falso,
pois:
		 n = 0, 02
+ 0+ 41 = 41 é primo
		 n = 1, 12
+ 1+ 41 = 43 é primo
		 n = 2, 22
+ 2 + 41= 47 é primo
		 n = 3, 32
+ 3 + 41 = 53 é primo.
	 No entanto, se n = 40, temos:
		 402
+ 40 +41=
		 = 40(40 +1) + 41=
		 = 40.41 + 41=
43Campos dos Goytacazes/RJ
n(n + 1)
2
n (n + 1)(2 n + 1)
6
n (2n - 1 )(2n + 1)
3
(n - 1).n.(n + 1)
3
n.(n+1).(n+2).(n+3)
4
		 = 41(40 + 1) =
		 = 41.41 = 412
não é primo.
	 Portanto, é preciso que tenhamos cuidado para não
tirarmos conclusões falsas.
	 O método com base lógica que permite decidir sobre
a validade de uma indução é a indução finita (ou indução
Matemática).
	 Uma proposição P(n), aplicável aos números naturais n, é
verdadeira para todo n є N, n ≥ n0
, se e somente se:
i) P(n0
) é verdadeira, isto é a propriedade é válida para n = n0
.
ii) Se k є N, k ≥ n0
e P(k) é verdadeira, então P(k + 1) também
é verdadeira.
	 Se ambos os teoremas forem demonstrados, pode-se
afirmar que a proposição é válida para todo número natural n.
	 Algumas propriedades que podem ser demonstradas
usando o princípio da indução finita:
1 + 3 + 5 + ... + (2n - 1) = n2
, n ≥ 1
1 +2 +3 + ... + n = , n ≥ 1
12
+ 22
+ 32
+ ... + n2
= , n ≥ 1
13
+ 23
+ 33
+ ... + n2
= , n ≥ 1
12
+ 32
+ 52
+ ... + (2n - 1)2
= , n ≥ 1
1.2 + 2.3 + 3.4 + ... + (n - 1).n = , n ≥ 2
1.2.3+2.3.4+3.4.5+...+n.(n+1).(n+2)= ,n≥1
n ( n + 1 ) 2
2[ ]
44 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008
Referências
ALENCAR FILHO, Edgar. Iniciação à Lógica Matemática. São Paulo:
Livraria Nobel, 1993.
ÁVILA, Geraldo Severo de Souza. Análise Matemática para o Curso
de Licenciatura. São Paulo: Edgar Blucher, 2005.
CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática.
Lisboa: Gradiva, 2003.
LELLIS, Marcelo; IMENES, Luiz M. A Matemática e o Novo Ensino
Médio. Disponível em: http://www.somatematica.com.br/artigos/a4.
Acesso em: jul.2008.
VIDIGAL, Ângela et al. Fundamentos de Álgebra. Belo Horizonte:
UFMG, 2005.
+ + = , n ≥ 1+ ... +1
1.3
1
3.5
1
5.7
1
(2n - 1).(2n + 1) 2n + 1
n
+ + = , n ≥ 1+ ... +12
1.3
22
3.5
32
5.7
n2
(2n - 1).(2n + 1) 2.(2n + 1)
n.(n + 1)
2n > n, n є N* 2n
> n, n є N
Α Α
+ + = , n ≥ 1+ ... +1
1.4
1
4.7
1
7.10
1
(3n - 2).(3n + 1) 3n + 1
n

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  • 1. 38 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008 A indução Matemática como método de demonstração Math induction as demonstration method Vera Lucia Fazoli da Cunha Freitas Viana* O princípio da indução é um eficiente instrumento para a demonstração de fatos referentes aos números naturais. Este pode servistocomoinstrumentodeaprendizagemdateoriadosnúmeros em um curso de formação de professores. A indução constitui um importante instrumento que pode ser usado como método de demonstração de conjecturas Matemáticas. Este minicurso discute a indução Matemática como método de demonstração e apresenta atividades que se constituem em uma sugestão de metodologia para o entendimento da Indução Matemática e sua aplicação. Primeiramente é apresentada uma abordagem teórica da indução Matemática como método de demonstração, a seguir é feito o desenvolvimento de atividades com a finalidade de promover o ensino e a aprendizagem da prova por indução e, finalmente, análises e considerações, baseadas nas observações durante a realização das mesmas. Palavras-chave: Indução Matemática. Método. Demonstração. * Mestre em Educação Matemática. Professora do CEFET Campos, UNIFLU/FAFIC, e UCAM Campos. The induction principle is an efficient instrument for demonstrating the natural number facts. This may be seen as a learning instrument of the theory of numbers in a teacher’s formation course. Induction is an important instrument that can be used as demonstration method of Math hypothesis. This course discusses Math induction as demonstration method and presents activities that suggest a MC2
  • 2. 39Campos dos Goytacazes/RJ methodology for understanding Math Induction and its application. First, Math induction is presented as demonstration method, then, activities are developed to promote the teaching and learning of the proof for induction and, to conclude, the analyses and considerations based on the observations made during accomplishment of these ones. Key words: math induction, method, demonstration. Usualmente a demonstração é considerada como um procedimento de validação que caracteriza a Matemática e a distingue das ciências experimentais, além de ocupar um lugar de destaque nessa disciplina. Mas a palavra demonstração é usada com vários sentidos e em diferentes contextos. Percebe-se, em todos esses sentidos, a idéia comum que é a de justificar ou validar uma afirmação fornecendo razões ou argumentos. O tipo de situações em que se aplica, os aspectos característicos e os meios usados podem ser diferentes e, por isso, os autores distinguem diversos contextos nos quais varia o significado de demonstração, seja na lógica, nos fundamentos da Matemática, nas ciências, no cotidiano e na sala de aula de Matemática. No entanto, o aluno, na maioria das vezes, é um passivo assimilador das explanações do professor e acaba por apenas decorar as demonstrações. Também no ensino superior este fato permanece, conforme relatam Lellis e Imenes: Trata-se de enforcar a Matemática como um conjunto de técnicas (ou algoritmos ou procedimentos) com o qual se obtêm certos resultados. Isso se reflete na grande quantidade de exercícios que se resumem a “calcular”, “obter”, “efetuar”. Quase tudo consiste em aplicar as fórmulas adequadas em contextos exclusivamente matemáticos. Demonstrações quase
  • 3. 40 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008 nunca surgem, mesmo quando se trata de uma simples dedução de fórmula. O que importa é o “como fazer”, sem preocupação com o “por que fazer assim” e menos ainda com o “para quê fazer”. [...] Por tudo isso a Matemática perde seu potencial formativo, não exibe suas aplicações nos vários campos do conhecimento, nem permite que o educando a veja como uma ciência organizada (LELLIS; IMENES, 2004). A aprendizagem da demonstração consiste, primeiramente, na conscientização de que se trata de um discurso totalmente diferente do que é praticado pelo pensamento natural. Admite-se queaprovaMatemáticaestárelacionadaaumprocessodevalidação de um fato matemático e que o registro dessa demonstração deve estar apoiado em fatos matemáticos comprovados e que a estruturação desses fatos deve comprovar, de forma irrefutável, algum tipo de proposição Matemática. O encadeamento lógico dos argumentos matemáticos deve convencer o leitor da veracidade da proposição Matemática em questão, ficando, a mesma, demonstrada. Este minicurso discute a indução Matemática como método de demonstração e apresenta atividades que se constituem em uma sugestão de metodologia para o entendimento da indução Matemática e sua aplicação, visto que a demonstração em Matemática é uma das competências que se exige de todos que lidam com a Matemática, sejam alunos ou professores. O principal propósito é o de oferecer aos participantes um instrumento de trabalho que lhes proporcione, além das tradicionais competências de cálculo exigidas para serem considerados matematicamente competentes, outras que atendam às exigências da sociedade atual e os tornem matematicamente letrados.
  • 4. 41Campos dos Goytacazes/RJ Como a aprendizagem é um processo de construção de significados por parte dos alunos, primeiramente é apresentada uma abordagem teórica da Indução Matemática como Método de Demonstração. A seguir, é feito o desenvolvimento de atividades com a finalidade de promover o ensino e a aprendizagem da prova por indução e, finalmente, análises e considerações, baseadas nas observações durante a realização das mesmas. Osobjetivosdesseminicursosão:fundamentarteoricamente e promover o ensino e a aprendizagem da indução Matemática, como método de demonstração; enfatizar a importância de cada uma das propriedades que constituem a prova por indução Matemática; tornar os participantes aptos a aplicar a prova por indução Matemática. Espera-se que os participantes desse minicurso, tenham a oportunidade de rever e ampliar suas concepções relativas a provas e demonstrações em Matemática e que, conseqüentemente, essas discussões se reflitam nas suas práticas pedagógicas indo, portanto, ao encontro de seus anseios. Espera-se que adquiram uma certa autonomia no que diz respeito à discussão, argumentação, redação, levantamento de hipóteses e demonstração, colaborando com a necessidade de criar condições que promovam mudanças nas concepções e nos saberes dos professores a respeito de prova e demonstração, a fim de prepará- los para proporcionar aos seus alunos condições que lhes permitem raciocinar, argumentar, provar e demonstrar. A indução Matemática O pensamento indutivo começou a ser estudado por Aristóteles, apesar de ter sido Francis Bacon (século XVII) quem o popularizou. Mas foi Giussepe Peano (1858-1932) que constatou que é possível elaborar toda a teoria dos números naturais a partir
  • 5. 42 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008 de quatro fatos básicos, conhecidos atualmente como os axiomas de Peano. Um dos axiomas de Peano, o último, conhecido como o axioma da indução, possui uma natureza mais elaborada do que os outros. O papel fundamental do axioma da indução na teoria dos números naturais resulta do fato de que ele pode ser visto como um método de demonstração, chamado o Método de Indução Matemática, ou Princípio da Indução Finita, ou Princípio da Indução. O Princípio da Indução é um eficiente instrumento para a demonstração de fatos referentes aos números naturais. Este pode ser visto como instrumento de aprendizagem da teoria dos números em um curso de formação de professores. A Indução constitui um importante instrumento que pode ser usado como método de demonstração de conjecturas Matemáticas. Induçãoéapassagemdoparticularaogeral. Ageneralização de uma propriedade após a verificação de sua validade em alguns casos particulares conduziu a vários enganos na Matemática. Por exemplo: no trinômio x2 + x + 41, estudado por Euler, quando substituímos x por um número inteiro não negativo qualquer, sempre obteremos um número primo. Observe que isto é falso, pois: n = 0, 02 + 0+ 41 = 41 é primo n = 1, 12 + 1+ 41 = 43 é primo n = 2, 22 + 2 + 41= 47 é primo n = 3, 32 + 3 + 41 = 53 é primo. No entanto, se n = 40, temos: 402 + 40 +41= = 40(40 +1) + 41= = 40.41 + 41=
  • 6. 43Campos dos Goytacazes/RJ n(n + 1) 2 n (n + 1)(2 n + 1) 6 n (2n - 1 )(2n + 1) 3 (n - 1).n.(n + 1) 3 n.(n+1).(n+2).(n+3) 4 = 41(40 + 1) = = 41.41 = 412 não é primo. Portanto, é preciso que tenhamos cuidado para não tirarmos conclusões falsas. O método com base lógica que permite decidir sobre a validade de uma indução é a indução finita (ou indução Matemática). Uma proposição P(n), aplicável aos números naturais n, é verdadeira para todo n є N, n ≥ n0 , se e somente se: i) P(n0 ) é verdadeira, isto é a propriedade é válida para n = n0 . ii) Se k є N, k ≥ n0 e P(k) é verdadeira, então P(k + 1) também é verdadeira. Se ambos os teoremas forem demonstrados, pode-se afirmar que a proposição é válida para todo número natural n. Algumas propriedades que podem ser demonstradas usando o princípio da indução finita: 1 + 3 + 5 + ... + (2n - 1) = n2 , n ≥ 1 1 +2 +3 + ... + n = , n ≥ 1 12 + 22 + 32 + ... + n2 = , n ≥ 1 13 + 23 + 33 + ... + n2 = , n ≥ 1 12 + 32 + 52 + ... + (2n - 1)2 = , n ≥ 1 1.2 + 2.3 + 3.4 + ... + (n - 1).n = , n ≥ 2 1.2.3+2.3.4+3.4.5+...+n.(n+1).(n+2)= ,n≥1 n ( n + 1 ) 2 2[ ]
  • 7. 44 II Semana de Matemática, Anais - 18 a 20 de set. de 2008 Referências ALENCAR FILHO, Edgar. Iniciação à Lógica Matemática. São Paulo: Livraria Nobel, 1993. ÁVILA, Geraldo Severo de Souza. Análise Matemática para o Curso de Licenciatura. São Paulo: Edgar Blucher, 2005. CARAÇA, Bento de Jesus. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Gradiva, 2003. LELLIS, Marcelo; IMENES, Luiz M. A Matemática e o Novo Ensino Médio. Disponível em: http://www.somatematica.com.br/artigos/a4. Acesso em: jul.2008. VIDIGAL, Ângela et al. Fundamentos de Álgebra. Belo Horizonte: UFMG, 2005. + + = , n ≥ 1+ ... +1 1.3 1 3.5 1 5.7 1 (2n - 1).(2n + 1) 2n + 1 n + + = , n ≥ 1+ ... +12 1.3 22 3.5 32 5.7 n2 (2n - 1).(2n + 1) 2.(2n + 1) n.(n + 1) 2n > n, n є N* 2n > n, n є N Α Α + + = , n ≥ 1+ ... +1 1.4 1 4.7 1 7.10 1 (3n - 2).(3n + 1) 3n + 1 n