O Material que segue é sobre os 400 anos de silencio profético entre Malaquias e o Evangelho de Mateus, que dá início ao que conhecemos como Novo Testamento.
Esse período de silencio profético também é conhecido e denominado como período interstamentário.
Ao todo serão 06 aulas, onde abarcaremos sobres as Fontes Históricas sobre esse período, Persas, Gregos, Macabeus, Romanos, Seitas Judaicas.
METODOLOGIA ELANA* – ENSINO LEVA AUTONOMIA NO APRENDIZADO. UMA PROPOSTA COMP...
Período Interbíblico aula 3 Período Grego
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ENSINO BÍBLICO DE NIVELAMENTO – PERÍODO INTERBÍBLICO
AULA 3 – O Período Grego
O Período Grego pode ser entendido no momento das primeiras conquistas de
Felipe até as Guerras Macabeias (333 a 167 a.C.). Os medos-persas foram conquistados
por Alexandre, O Grande, da Macedônia. Chamamos de Período Grego ou Período
Grego-Macedônio, o tempo de dominação macedônica no mundo.
Grécia e Macedônia
A Grécia antiga era dividida em duas partes gerais: ao norte Hélade, com
capital em Atenas e ao sul o Peloponeso, ligado ao continente pelo istmo de Corinto,
com capital em Esparta. Atenas e Esparta eram os pilares da Grécia, mas a rivalidade
entre elas as enfraqueceu, o que abriu caminho para a supremacia de outra cidade,
Tebas. Atenas e Esparta foram conquistadas por Tebas, porém, após a morte de seus
poderosos generais, Pelópidas e Epaminondas, Tebas foi condenada ao ostracismo.
Neste cenário, surge a Macedônia, um pequeno estado independente ao lado da
Grécia.
Os macedônios viviam separados dos gregos e alguns historiadores afirmam que
eram de raça diferente. Quando Atenas, Esparta e Tebas, estavam em seu auge, a
Macedônia não passava de uma simples colônia de escravos. Felipe, um perito militar
e diplomacia, educado em Tebas, pai de Alexandre, o Grande, dominou a situação na
Macedônia, sufocou as anarquias e organizou um grande exército, com o qual
alcançou grandes conquistas, inclusive a Grécia, seu principal alvo, na Batalha de
Queroneia, em 338 a.C. Com a morte de Felipe, aos 47 anos, seu filho, Alexandre,
assumiu o governo macedônio aos 20 anos. Alexandre foi educado aos “pés” de
Aristóteles e ajudava o pai nos planos bélicos. Admirador apaixonado de Homero, ele
sonhava com glórias e conquistas. Seu gênio militar fez dele um homem temido e
respeitado.
Alexandre e os judeus
De acordo com Flávio Josefo, antigo historiador judeu, após a captura de Tiro,
Alexandre enviou mensageiros a Jerusalém ordenando a submissão dos judeus e exigindo
submissão ao seu exército. Judá, o sumo sacerdote, lhe mandou a seguinte mensagem: “Já me
comprometi com Dario não combate-lo, portanto, não transgredirei meu compromisso
enquanto Dario viver”. Alexandre ficou furioso, marchou contra Jerusalém. Os judeus dizem
que Deus falou ao sumo sacerdote em sonhos para que abrisse as portas da cidade, adornasse-
a bem, mandasse o povo vestir branco e sair em procissão. Quando Alexandre entrou na
cidade, ficou profundamente impressionado pela cena e abaixou sua cabeça em sinal de
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adoração. Perguntado por seus soldados o motivo de agir daquela maneira, respondeu: “Este é
o cumprimento de uma visão que tive na Macedônia”. Acabando de entrar na cidade,
Alexandre ofereceu sacrifício ao Senhor e confirmou todos os privilégios que os judeus
obtiveram dos persas.
O século de Alexandre
Dizem que Aristóteles , quando Alexandre aprendia aos seus “pés”, aconselhou-o um
dia que tratasse os gregos como homens livres e os orientais como escravos. O discípulo
respondeu: “Minha missão é divina e consiste em unir e reconciliar o mundo”.
No curto período de seu reinado (13 ou 14 anos), Alexandre lançou as bases de uma
nova civilização, contribuiu grandemente para o bem da humanidade e de uma forma especial
para o advento de Jesus. Convencido de sua missão, adotou uma política de expansionismo e
ao lado de sua ambição de conquistas, Alexandre, levou as artes e cultura gregas aos vencidos,
obrigando-os por esse meio a aprender a língua grega, língua em que os monumentos
literários, filosóficos e científicos estavam escritos. Olhava além das fronteiras de seu país,
queria alcançar o mundo. Com esse propósito, ligou raças, abriu comércios, novas vias de
comunicação, canalizou suas conquistas para o progresso da ciência. Sua maior ambição era
levar a língua e cultura gregas por todo o mundo. Alexandre fundou 70 colonias ou cidades,
sendo a maior delas no Egito, Alexandria, que se tornou grande centro humanista e cultural do
passado.
Poucos anos após a morte de Alexandre, os povos falavam duas línguas: a sua e a ,
grega. A cultura e língua gregas deram ao mundo certa uniformidade e facilitaram o
intercambio entre os povos, tornando-se fundamental para a pregação do Evangelho, pois um
missionário podia pregar em uma só língua e ser entendido por todos.
Os sucessores de Alexandre e os Judeus
Alexandre não deixou sucessores e seu império foi dividido entre seus generais, da
seguinte forma: o Egito ficou com Ptolomeu, a Síria com Seleuco, a Macedônia com Cassandro
e a Trácia ficou com Lisímaco. A história dos judeus esteve associada, sobretudo aos
ptolomeus (Egito) e aos selêucidas (Síria).
Ptolomeu I ou Sóter
Em 320 a.C., tomou para si a terra dos judeus, que estava sobre domínio da Síria.
Ptolomeu I, vendo que seu rival, Seleuco, tinha os olhos voltados para a Palestina e sabendo
que esta, pelo beneplácito de Alexandre havia sido deixada livre, resolveu toma-la. Apossou-se
do país e o guardou muito bem, temendo invasão dos selêucidas. O monarca deu um bairro
aos judeus em Alexandria e permitiu-lhes ter um governo próprio.
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Ptolomeu II ou Filadelfo
Reinou de 285 a 247 a.C.. Ele foi bom para os judeus e continuou a política de seu pai.
Os judeus continuaram a migrar para o Egito durante os 39 anos de seu reinado. Filadelfo não
foi guerreiro, doente e de temperamento calmo, apreciava a vida literária. Organizou uma
biblioteca e um museu, os maiores daquele tempo.
A Septuaginta (LXX), a primeira tradução do Antigo Testamento para a língua grega,
apareceu neste período. Acredita-se que tenha sido começada em Alexandria e que foi
concluída em excelente grego em 250 a.C.
Ptolomeu III ou Evergetes
Sucedeu seu pai em 247 a.C. , e reinou até 222 a.C. Sua política foi muito favorável aos
judeus.
Ptolomeu IV ou Filopatouer
Filopator reinou, em lugar do pai em 222 a 205 a.C. No quinto ano de seu governo , foi
obrigado a guerrear contra Antíoco, o Grande da Síria, que lhe tomará a Palestina. Os sírios,
depois da luta, foram derrotados em Ráfia. Filopator, valendo-se do desejo de estar em
Jerusalém, quis entrar no Templo. Os judeus em coro começaram a gritar e protestar contra
este abuso. Ele desistiu de entrar no Templo, mas passou a odiar os judeus.
Ptolomeu V ou Epifanes
Antíoco III invadiu novamente a Palestina durante o reinado de Ptoloneu V. Scopas,
seu general, maltratou os judeus. Por isso, com a derrota egípcia, os judeus receberam Antíoco
como libertador.
Os Selêucidas
Selêucida é o nome dado aos reis sírios, sucessores de Seleuco. Os selêucidas reinaram
na Palestina a partir de 198 a.C., e a parte de seu reinado que interessa ao estudo proposto
são os reinados de Antíoco III e Antíoco IV, que nos ajudarão a compreender o Período dos
Macabeus.
Antíoco III
Antíoco III, também chamado “O Grande”, tomou a Palestina das mãos de Ptolomeu V.
Quando entrou em Jerusalém, foi recebido como libertador pelos judeus. Presenteou os
judeus com uma verba para sacrifícios. Sua permanência na Palestina tinha como propósito a
invasão do Egito. Resolveu dar sua filha Cleópatra em casamento a Ptolomeu V, prometendo-
lhe como dote a Celesíria, a Fenícia e a Palestina.
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Antíoco IV
Com a morte de Antíoco III, seu filho, Seleuco IV, assumiu o reinado. Este decidiu
trazer prontamente de Roma seu irmão Antíoco. Seleuco foi assassinado enquanto estava em
Atenas. Anítioco pediu recursos ao rei de Pérgamo e apossou-se do reinado da Síria. Começou
a reinar com o nome de Antíoco IV ou Epífanes, em a.C. Antíoco Epífanes foi um grande
perseguidor dos judeus. Aprendeu com os romanos a impiedade da perseguição e da
intolerância. Seu governo causou a Revolta dos Macabeus (as monstruosidades de Antíoco
serão tratadas no Período dos Macabeus).
Fonte: TOGNINI, Enéas; O Período Interbíblico:400 anos de silêncio profético, São Paulo: Hagnos, 2009.