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PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência de caráter essencialmente prático. Ao longo dos anos,
diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções foram efetuadas, numa
tentativa de normalizar e de se chegar a uma melhor forma de controlar o patrimônio
de uma entidade. Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela
maioria dos contadores.
Princípios contábeis podem ser conceituados como sendo as premissas básicas acerca
dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a
cristalização da análise e observação da realidade econômica, social e institucional.
Considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade são
identificados seis princípios 1 da contabilidade que são:

1 - Principio da Entidade
2 - Principio da Continuidade
3 - Principio da Oportunidade
4 - Principio do Registro pelo valor original
5 - Principio da Competência
6 - Principio da Prudência

1

O estudo destes princípios é de relevante importância para a execução de trabalhos que envolvam a
contabilidade, pois todas as empresas que sofreram algum tipo de autuação certamente deixaram de
obedecer a um ou mais dos Princípios de Contabilidade.

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Vamos analisar cada um desses enunciados aplicados a contabilidade:

• Principio da Entidade
O principio da entidade faz referencia ao patrimônio que será administrado, estudado,
avaliado, constituindo-se em elemento autônomo em relação aos detentores do
capital aplicado, nesse mesmo patrimônio e, como se diz com freqüência, o patrimônio
dos sócios não se confunde com o da empresa2.
• Principio da Continuidade
Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da
entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações
e investimentos.
• Principio da Oportunidade
A integridade dos registros é de fundamental importância para a análise dos
elementos patrimoniais, pois todos os fatos contábeis devem ser registrados, incluindo
os das filiais, sucursais e demais dependências de um a mesma entidade3.
• Principio do Registro pelo Valor Original
Em verdade, este comportamento reza que os elementos patrimoniais devem ser
registrados pelo valor originados nas transações com os agentes externos a entidade e
em moeda corrente do País, não s elevando em conta os valores futuros de entradas
ou de saídas. Qualquer variação patrimonial devera ser reconhecida no momento de
sua ocorrência e não do momento da entrada dos elementos patrimoniais4.

2

É por este motivo que a Receita Federal solicita aos contribuintes duas declarações de renda: uma da
pessoa física e outra da pessoa jurídica.
3

Este princípio tem muito a ver com o da Tempestividade, pois implica registrar os fatos
contábeis quando eles acontecem.

4

Quando as transações forem realizadas em moedas estrangeiras as mesmas deverão ser
convertidas para a moeda corrente em nosso país para a efetivação de seu registro contábil.
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• Principio da Competência
Por este principio entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas para a
apuração do resultado do período a que se referirem e no momento de sua ocorrência.
Não importa momento que a receita foi recebida ou o momento em que a despesa foi
paga.
Para a determinação do resultado do período a realização da receita deve ser reconhecida
quando bens ou serviços são transferidos a terceiros. As despesas devem ser registradas
dentro do período e quando são consumidas. É muito comum a aplicação do regime de
caixa em entidades de pequeno porte ou aquelas não contidas no regime da LSA Lei das
Sociedades por Ações.
Pelo regime de caixa interessa somente o momento do recebimento da receita ( entrada
de dinheiro) e do pagamento da despesa (saída de dinheiro). Este tipo de regime é muito
aplicado em entidades com finalidades ideais tais como: associações de caridade, religiosas,
clubes e em empresas que são dispensadas da escrituração contábil e comercial 5.

• Principio da Prudência
O principio da prudência deve ser observado quando surgirem duvidas sobre a
correção dos valores a serem registrados. Devemos reconhecer o menor valor para o
ativo e o maior valor para o passivo.
É evidente que os princípios fundamentais da contabilidade devem ser observado por
todos os profissionais que militam na atividade contábil, pois sua inobservância
constitui infração as seguintes leis
Código de Ética Profissional do Contabilista
Resoluções 750/93, 774/94,
Leis 6406/76, alterada pela lei 10.303/01 e lei 9249/95.
http://www.youtube.com/watch?v=cazVB8wbk_U&NR=1

5

As microempresas por serem dispensadas de escrituração para fins fiscais pela receita federal. É
comum os contabilistas usarem este regime para escrituração. Entretanto mesmo que por facilidade
deverão observar os Princípios de Contabilidade e, entre estes o principio da competência, não
efetuando os registros contábeis em bases de regime de caixa.

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CONVENÇÕES CONTABEIS
Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no
registro das operações, as convenções vêm restringir ou limitar ou mesmo modificar
parcialmente os conteúdos dos princípios, definidos mais precisamente seu
significado. Hoje dentro da contabilidade temos:
1.

A Convenção da Consistência;
2.

A Convenção do Conservadorismo;

3.

A Convenção da Materialidade;

4.

A Convenção da Objetividade.

1. A Convenção da Consistência.
Assim, a Convenção da Consistência nos diz que, uma vez adotado determinado
processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo principio geral,
ele não devera ser mudado com demasiada freqüência, pois assim estaria sendo
prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis. Se, por exemplo, for adotado
o método PEPS para avaliação de estoques, em lugar do UEPS (ambos atendem ao
mesmo princípio geral, isto é, “Custo Como Base de Valor”), deverá ser usado sempre
o método nos outros períodos. E se houver a necessidade inadiável de se adotar outro
critério, esta adoção e seus efeitos no resultado devem ser declarados como nota de
rodapé dos relatórios, de maneira a cientificar o leitor6.

6

Aceitamos como perfeitamente valida esta convenção, pois sua finalidade é reduzir a área de
inconsistência entre relatórios de uma mesma empresa, contribuindo, de certa forma, para um
progresso mais rápido rumo à padronização e unificação contábeis, dentro do mesmo setor de
atividade.

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2.

A Convenção do Conservadorismo.

Esta Convenção consiste em que, por motivos de precaução, sempre que o contador se
defrontar com alternativas igualmente válidas de atribuir valores diferentes a um
elemento do ativo (ou do passivo), deverá optar pelo mais baixo para o ativo e pelo mais
alto para o passivo. Se, por exemplo, o valor de mercado do inventário final de
mercadorias for inferior ao valor de custo, devera ser escolhido o valor de mercado, por
ser o mais baixo.
Esta é uma convenção que modifica o principio geral do Custo Como Base de Valor. A
regra “Custo ou Mercado o Mais Baixo” está intimamente ligada ao conservadorismo. Em
outras palavras, o custo é à base de valor para a contabilidade, mas, se o valor de mercado
for inferior ao de custo, adotaremos o valor de mercado.
Embora certa dose de conservadorismo, no bom sentido do termo, não seja de todo
desprezível, a adoção irrestrita dessa convenção, em todas as situações, pode torna-se um
meio seguro de impedir o progresso da teoria contábil, criando problemas para as
empresas, pois, ao se reverterem as causas que deram origem à aplicação do
conservadorismo sem abandonar a convenção, perde-se o controle de seus impactos nos
resultados.

3.

A Convenção da Materialidade.

Esta Convenção reza que, a fim de evitar desperdício de tempo e de dinheiro, deve-se
registrar na Contabilidade apenas os eventos dignos de atenção e na ocasião oportuna.
Por exemplo, sempre que os empregados do escritório se utilizam papeis e impresso
da firma registra-se uma diminuição do ativo da empresa, diminuição esta que poderia
teoricamente ser lançada nos registros contábeis à medida de sua ocorrência.
Entretanto, isto não é feito, pela irrelevância da operação, e a despesa só é apurada no
fim do período por diferença de estoques.
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O julgamento quanto à materialidade também se relaciona com qual informação
devemos evidenciar cuja exclusão dos relatórios publicados poderia levar o leitor a
conclusões inadequadas sobre resultados e as tendências da empresa. Normalmente,
materialidade e relevância andam juntas. Entretanto, algo pode ser imaterial de per se,
ainda assim, relevante. Por exemplo, se todo mês descobrimos uma diferença de cerca
de $1 no Balancete de Verificação do Razão, o fato em si pode ser imaterial, mas, pela
repetição pode ser relevante no sentido de apontar eventuais problemas no sistema
contábil. O fato de a diferença ter sido pequena pode dever-se ao caso.
4.

A Convenção da Objetividade.

Esta convenção pode ser explicada da melhor forma possível através do exemplo que,
a seguir, será relatado. Suponha-se que o Contador, para a avaliação de um certo bem,
dispusesse de duas fontes, a saber: A fatura relativa à compra do bem e o laudo do
maior especialista mundial em avaliação. Deverá escolher, como o valor de registro, o
indicado na fatura. Entre um critério subjetivo de valor, mesmo ponderável, e outro
objetivo, o contador devera optar pela hipótese mais objetiva. A finalidade desta
convenção é eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de
critérios, principalmente de valor. Em tese, é uma convenção que contém seus
méritos. Entretanto, seria necessário definir de forma mais precisa o que vem ser
objetividade.
Em suma, nem só o que é material, palpável, tem a qualidade de ser objetivo. Mesmo
porque objetividade atribuída a tais elementos é uma imagem criada pela nossa
mente, que se utiliza, assim, do julgamento. Portanto, um julgamento pode ser
objetivo também, profissionalmente.

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Enfim, o que se pode dizer é que a contabilidade é governada por um conjunto de leis
de formação, as chamadas de Princípios da contabilidade, que servem para deixarmos
mais fácil a utilização da contabilidade no dia a dia.
As leis da Contabilidade representam as teorias da ciência da contabilidade facilitando
a utilização da mesma, no seu objetivo que é estudar os bens e direitos de uma
empresa.

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Edifício Contábil
Ainda que não pareça, o alicerce é a parte principal da construção, mesmo que as
paredes ou telhados sofram mudanças não afetam a estrutura do prédio.

Na

ilustração existem duas colunas que sustentam todo o edifício; esses dois pilares que
são aprofundados no solo, correspondem ao alicerce, a base do edifício, representado
na teoria da contabilidade pelos postulados.7

7

Numa enunciação axiomática da Teoria da Contabilidade, os postulados ambientais seriam os próprios
Postulados ou Axiomas; os princípios seriam os Teoremas; e as convenções - restrições seriam os
Corolários.

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  • 1. PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE A contabilidade é uma ciência de caráter essencialmente prático. Ao longo dos anos, diversos critérios foram desenvolvidos, diversas opções foram efetuadas, numa tentativa de normalizar e de se chegar a uma melhor forma de controlar o patrimônio de uma entidade. Assim, os princípios são a exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. Princípios contábeis podem ser conceituados como sendo as premissas básicas acerca dos fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, premissas que são a cristalização da análise e observação da realidade econômica, social e institucional. Considerando o patrimônio da entidade como objeto da contabilidade são identificados seis princípios 1 da contabilidade que são: 1 - Principio da Entidade 2 - Principio da Continuidade 3 - Principio da Oportunidade 4 - Principio do Registro pelo valor original 5 - Principio da Competência 6 - Principio da Prudência 1 O estudo destes princípios é de relevante importância para a execução de trabalhos que envolvam a contabilidade, pois todas as empresas que sofreram algum tipo de autuação certamente deixaram de obedecer a um ou mais dos Princípios de Contabilidade. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 1/8
  • 2. Vamos analisar cada um desses enunciados aplicados a contabilidade: • Principio da Entidade O principio da entidade faz referencia ao patrimônio que será administrado, estudado, avaliado, constituindo-se em elemento autônomo em relação aos detentores do capital aplicado, nesse mesmo patrimônio e, como se diz com freqüência, o patrimônio dos sócios não se confunde com o da empresa2. • Principio da Continuidade Os procedimentos contábeis devem considerar a continuidade dos negócios da entidade, uma vez que esses negócios se renovam por meio de seu ciclo de operações e investimentos. • Principio da Oportunidade A integridade dos registros é de fundamental importância para a análise dos elementos patrimoniais, pois todos os fatos contábeis devem ser registrados, incluindo os das filiais, sucursais e demais dependências de um a mesma entidade3. • Principio do Registro pelo Valor Original Em verdade, este comportamento reza que os elementos patrimoniais devem ser registrados pelo valor originados nas transações com os agentes externos a entidade e em moeda corrente do País, não s elevando em conta os valores futuros de entradas ou de saídas. Qualquer variação patrimonial devera ser reconhecida no momento de sua ocorrência e não do momento da entrada dos elementos patrimoniais4. 2 É por este motivo que a Receita Federal solicita aos contribuintes duas declarações de renda: uma da pessoa física e outra da pessoa jurídica. 3 Este princípio tem muito a ver com o da Tempestividade, pois implica registrar os fatos contábeis quando eles acontecem. 4 Quando as transações forem realizadas em moedas estrangeiras as mesmas deverão ser convertidas para a moeda corrente em nosso país para a efetivação de seu registro contábil. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 2/8
  • 3. • Principio da Competência Por este principio entende-se que as receitas e as despesas devem ser consideradas para a apuração do resultado do período a que se referirem e no momento de sua ocorrência. Não importa momento que a receita foi recebida ou o momento em que a despesa foi paga. Para a determinação do resultado do período a realização da receita deve ser reconhecida quando bens ou serviços são transferidos a terceiros. As despesas devem ser registradas dentro do período e quando são consumidas. É muito comum a aplicação do regime de caixa em entidades de pequeno porte ou aquelas não contidas no regime da LSA Lei das Sociedades por Ações. Pelo regime de caixa interessa somente o momento do recebimento da receita ( entrada de dinheiro) e do pagamento da despesa (saída de dinheiro). Este tipo de regime é muito aplicado em entidades com finalidades ideais tais como: associações de caridade, religiosas, clubes e em empresas que são dispensadas da escrituração contábil e comercial 5. • Principio da Prudência O principio da prudência deve ser observado quando surgirem duvidas sobre a correção dos valores a serem registrados. Devemos reconhecer o menor valor para o ativo e o maior valor para o passivo. É evidente que os princípios fundamentais da contabilidade devem ser observado por todos os profissionais que militam na atividade contábil, pois sua inobservância constitui infração as seguintes leis Código de Ética Profissional do Contabilista Resoluções 750/93, 774/94, Leis 6406/76, alterada pela lei 10.303/01 e lei 9249/95. http://www.youtube.com/watch?v=cazVB8wbk_U&NR=1 5 As microempresas por serem dispensadas de escrituração para fins fiscais pela receita federal. É comum os contabilistas usarem este regime para escrituração. Entretanto mesmo que por facilidade deverão observar os Princípios de Contabilidade e, entre estes o principio da competência, não efetuando os registros contábeis em bases de regime de caixa. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 3/8
  • 4. CONVENÇÕES CONTABEIS Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no registro das operações, as convenções vêm restringir ou limitar ou mesmo modificar parcialmente os conteúdos dos princípios, definidos mais precisamente seu significado. Hoje dentro da contabilidade temos: 1. A Convenção da Consistência; 2. A Convenção do Conservadorismo; 3. A Convenção da Materialidade; 4. A Convenção da Objetividade. 1. A Convenção da Consistência. Assim, a Convenção da Consistência nos diz que, uma vez adotado determinado processo, dentre os vários possíveis que podem atender a um mesmo principio geral, ele não devera ser mudado com demasiada freqüência, pois assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis. Se, por exemplo, for adotado o método PEPS para avaliação de estoques, em lugar do UEPS (ambos atendem ao mesmo princípio geral, isto é, “Custo Como Base de Valor”), deverá ser usado sempre o método nos outros períodos. E se houver a necessidade inadiável de se adotar outro critério, esta adoção e seus efeitos no resultado devem ser declarados como nota de rodapé dos relatórios, de maneira a cientificar o leitor6. 6 Aceitamos como perfeitamente valida esta convenção, pois sua finalidade é reduzir a área de inconsistência entre relatórios de uma mesma empresa, contribuindo, de certa forma, para um progresso mais rápido rumo à padronização e unificação contábeis, dentro do mesmo setor de atividade. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 4/8
  • 5. 2. A Convenção do Conservadorismo. Esta Convenção consiste em que, por motivos de precaução, sempre que o contador se defrontar com alternativas igualmente válidas de atribuir valores diferentes a um elemento do ativo (ou do passivo), deverá optar pelo mais baixo para o ativo e pelo mais alto para o passivo. Se, por exemplo, o valor de mercado do inventário final de mercadorias for inferior ao valor de custo, devera ser escolhido o valor de mercado, por ser o mais baixo. Esta é uma convenção que modifica o principio geral do Custo Como Base de Valor. A regra “Custo ou Mercado o Mais Baixo” está intimamente ligada ao conservadorismo. Em outras palavras, o custo é à base de valor para a contabilidade, mas, se o valor de mercado for inferior ao de custo, adotaremos o valor de mercado. Embora certa dose de conservadorismo, no bom sentido do termo, não seja de todo desprezível, a adoção irrestrita dessa convenção, em todas as situações, pode torna-se um meio seguro de impedir o progresso da teoria contábil, criando problemas para as empresas, pois, ao se reverterem as causas que deram origem à aplicação do conservadorismo sem abandonar a convenção, perde-se o controle de seus impactos nos resultados. 3. A Convenção da Materialidade. Esta Convenção reza que, a fim de evitar desperdício de tempo e de dinheiro, deve-se registrar na Contabilidade apenas os eventos dignos de atenção e na ocasião oportuna. Por exemplo, sempre que os empregados do escritório se utilizam papeis e impresso da firma registra-se uma diminuição do ativo da empresa, diminuição esta que poderia teoricamente ser lançada nos registros contábeis à medida de sua ocorrência. Entretanto, isto não é feito, pela irrelevância da operação, e a despesa só é apurada no fim do período por diferença de estoques. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 5/8
  • 6. O julgamento quanto à materialidade também se relaciona com qual informação devemos evidenciar cuja exclusão dos relatórios publicados poderia levar o leitor a conclusões inadequadas sobre resultados e as tendências da empresa. Normalmente, materialidade e relevância andam juntas. Entretanto, algo pode ser imaterial de per se, ainda assim, relevante. Por exemplo, se todo mês descobrimos uma diferença de cerca de $1 no Balancete de Verificação do Razão, o fato em si pode ser imaterial, mas, pela repetição pode ser relevante no sentido de apontar eventuais problemas no sistema contábil. O fato de a diferença ter sido pequena pode dever-se ao caso. 4. A Convenção da Objetividade. Esta convenção pode ser explicada da melhor forma possível através do exemplo que, a seguir, será relatado. Suponha-se que o Contador, para a avaliação de um certo bem, dispusesse de duas fontes, a saber: A fatura relativa à compra do bem e o laudo do maior especialista mundial em avaliação. Deverá escolher, como o valor de registro, o indicado na fatura. Entre um critério subjetivo de valor, mesmo ponderável, e outro objetivo, o contador devera optar pela hipótese mais objetiva. A finalidade desta convenção é eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de critérios, principalmente de valor. Em tese, é uma convenção que contém seus méritos. Entretanto, seria necessário definir de forma mais precisa o que vem ser objetividade. Em suma, nem só o que é material, palpável, tem a qualidade de ser objetivo. Mesmo porque objetividade atribuída a tais elementos é uma imagem criada pela nossa mente, que se utiliza, assim, do julgamento. Portanto, um julgamento pode ser objetivo também, profissionalmente. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 6/8
  • 7. Enfim, o que se pode dizer é que a contabilidade é governada por um conjunto de leis de formação, as chamadas de Princípios da contabilidade, que servem para deixarmos mais fácil a utilização da contabilidade no dia a dia. As leis da Contabilidade representam as teorias da ciência da contabilidade facilitando a utilização da mesma, no seu objetivo que é estudar os bens e direitos de uma empresa. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 7/8
  • 8. Edifício Contábil Ainda que não pareça, o alicerce é a parte principal da construção, mesmo que as paredes ou telhados sofram mudanças não afetam a estrutura do prédio. Na ilustração existem duas colunas que sustentam todo o edifício; esses dois pilares que são aprofundados no solo, correspondem ao alicerce, a base do edifício, representado na teoria da contabilidade pelos postulados.7 7 Numa enunciação axiomática da Teoria da Contabilidade, os postulados ambientais seriam os próprios Postulados ou Axiomas; os princípios seriam os Teoremas; e as convenções - restrições seriam os Corolários. © 2011 http://www.grupoempresarial.adm.br 2011-08-31 página 8/8