1. Tema-Problema 6.1
O trabalho, a sua evolução e estatuto no
Ocidente
Noção de trabalho
Segundo Giddens entende-
-se por trabalho toda a
realização de tarefas que
envolvam o dispêndio de
esforço mental e físico, com
o objectivo de produzir bens
e serviços para satisfazer
necessidades humanas.
O trabalho permite
• obter um rendimento.
• desenvolver capacidades.
• contactar outros contextos, am-
bientes e pessoas.
• organizar o dia-a-dia.
• diversificar contactos sociais.
• obter um certo grau de auto-
-realização e de integração social.
2. Diferentes perspectivas sobre o trabalho
O Trabalho como:
• técnica de produção
• fenómeno social
• prática da sociedade
Fenómeno social
• o trabalho é observado na
dupla perspectiva de técnica
de produção e de relações
de trabalho.
Técnica de produção
• o trabalho é visto apenas
como técnica que permite
produzir bens e serviços.
• valoriza-se apenas a relação
homem-máquina.
Prática da sociedade
• o trabalho é visto como
resultado da actividade
social.
• o trabalho é definido a partir
da análise das relações
sociais.
3. Evolução histórica do conceito de
trabalho
Origem etimológica do
conceito de trabalho
• deriva da palavra latina
tripaliare, ou seja, torturar.
• durante muito tempo esteve
associado a algo penoso, a
sofrimento e a castigo.
• Apenas as classes sociais mais
baixas trabalhavam.
• As classes mais elevadas não
trabalhavam, pois não era uma
condição digna, dedicavam-se,
pois, ao ócio e à contemplação.
• Actualmente o trabalho é visto
como fonte de libertação e de
auto-realização, conferindo
dignidade ao ser humano.
4. Evolução histórica do conceito de
trabalho
Época Primitiva
• o homem primitivo era recolector
• o trabalho era cooperativo
• as tarefas eram divididas por sexos
ou idades
• existia uma divisão natural do
trabalho
Com a descoberta da agricultura e
da pecuária, o Homem torna-se
sedentário e produtor.
• a especialização entre agricultores
e pastores faz surgir a primeira
divisão social do trabalho.
• com o surgimento dos ofícios como
actividade especializada, surge a
segunda divisão social do trabalho.
Antiguidade
• os escravos asseguravam o fun-
cionamento da economia e da
sociedade.
• era assim uma sociedade esclava-
gista.
• os homens livres não trabalhavam,
sendo servidos pelos escravos.
• os escravos trabalhavam em condi-
ções sub-humanas.
• as revoltas dos escravos começam
a minar as bases do sistema escla-
vagista.
5. Evolução histórica do conceito de
trabalho
Feudalismo
• os escravos conquistaram a
liberdade, sendo agora servos
da gleba.
• os servos da gleba trabalhavam
nas terras dos senhores
feudais, pagavam pesados
tributos e não tinham direitos.
• à escravidão seguiu-se o
servilismo.
• o trabalho continua a ser visto
como um castigo e algo
penoso.
Revolução Industrial
• passagem da manufactura para
a indústria mecanizada.
• profundas transformações eco-
nómicas, sociais, políticas e
culturais.
• mecanização dos meios de pro-
dução.
• surgimento do trabalho assala-
riado em grande escala.
• os operários concentravam-se
nas fábricas.
• surgimento do capitalismo.
6. Século XX e XXI
• Nos finais do século XIX e início do século XX, tem lugar a Segunda
Revolução Industrial.
• No início do século XX predominava o trabalho manual realizado por
operários especializados e semi-especializados.
• Realizava-se a produção em massa.
• A partir dos anos 70 do século XX assiste-se ao crescimento da
automação da produção.
• O robot substitui o homem em muitas tarefas.
• Surgimento de novas profissões e alteração da natureza do trabalho.
Evolução histórica do conceito de
trabalho
7. A introdução das novas tecnologias faz desaparecer muitos postos
de trabalho mas são criados novos empregos.
Diminui a necessidade de trabalhadores nas linhas de montagem.
Aumenta a necessidade de trabalhadores na área das novas
tecnologias da informação e da comunicação.
A Nova Economia assenta nos trabalhadores do saber e do
conhecimento.
As empresas são essencialmente inteligência intensivas.
Surgimento de novos empregos
8. Formas de organização do trabalho
Taylorismo
• decomposição do trabalho nos
seus elementos mais simples.
• estudo da sequência de cada uma
das operações a realizar pelo
trabalhador.
• cronometragem de todos os gestos,
ritmos e tempos a realizar.
• imposição, por parte da direcção,
de todas as tarefas, gestos, ritmos
e tempos que o trabalhador deverá
efectuar.
• os trabalhadores tornam-se
especializados, mas desquali-
ficados.
Fordismo
• criação de linhas de montagem
• introdução do trabalho em
cadeia
• cada trabalhador apenas
executava uma tarefa
específica, reduzida e simples.
• baixo nível de qualificação
exigida ao trabalhador.
• o trabalho era rotineiro e
monótono, levando ao cansaço
e apatia do trabalhador.
9. Crise dos modelos taylorista e
fordista
Razões da crise dos modelos taylorista e fordista
• instalação de um sistema de pequena responsabilidade, pois
não envolve os trabalhadores no processo de produção.
• gera-se um clima de insatisfação elevado.
• instala-se a desmotivação e a monotonia.
• aumenta o absentismo.
10. Novos modelos de organização do
trabalho
A partir da década de 70 do século XX surgem novos modelos
de organização do trabalho, essencialmente assentes no
sistema de grande responsabilidade, em que o trabalhador é
envolvido em todas as fases do processo de trabalho.
• produção flexível
• produção em grupo
• trabalho em equipa ou por projectos
11. Trabalho, emprego e desemprego
Nas últimas décadas tem-se vindo a verificar um
aumento do peso do sector dos serviços na actividade
económica.
Terciarização
que tem provocado:
• o desaparecimento de algumas profissões
• o surgimento de novas profissões
Tem-se assistido igualmente a uma crescente precarização do
trabalho, que se traduz no fim do emprego para toda a vida.
12. Trabalho, emprego e desemprego
Em sentido lato, entende-se por desempregado a pessoa que
procura um emprego remunerado e que na altura em que o
procura não o tem.
Aspectos a ter em conta na análise do desemprego
• extensão do desemprego taxa de desemprego
• intensidade do desemprego duração média do desemprego
13. Políticas de emprego
Políticas de combate ao desemprego
Activas
assentes sobretudo na formação profissional
e em incentivos à criação de emprego.
Passivas
assentes sobretudo na protecção social dada
aos desempregados, como o caso do subsídio
de desemprego.