1. Unidade Curricular: Psicologia Social e Comunitária
Professor: Rita Barros
Estudante: Sandrina Mendes Pereira Valente
Documentário: Experiência de Asch
Grelha de Observação
Análise Globalizante
Exposição das
ideias principais
Solomon Eliot Asch (1907 – 1996), psicólogo, polaco de nascença e
emigrante nos EUA desde 1920 e pioneiro na psicologia social levou a cabo
um conjunto de experiências que permitem o estudo de processos de
influência social e, neste caso em concreto, do conformismo.
Foi nos anos 50 que Asch se tornou famoso, com um conjunto de
experiências que vieram provar a força que a pressão grupal adquire num
processo de decisão individual.
No excerto da experiência que se apresenta, pode apreciar-se como os
indivíduos, mediante respostas óbvias sobre similaridades entre figuras
geométricas, condicionam essas respostas às do grupo (previamente
combinado com o “examinador”).
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Palavras-chave
Conformismo; pressão grupal; influência social.
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2. Análise Concentrada
Reconstrução da temática
(da história)
A experiência em questão foi conduzida utilizando 123 participantes do sexo
masculino. Cada um foi colocado num grupo com 5 a 7 outros membros que
sabiam de antemão os verdadeiros objectivos da experiência mas que,
obviamente, foram apresentados como
participantes “normais” e verdadeiros. E
foi a todos os participantes que se
mostrou um cartão com uma linha
(ilustrada abaixo como “S”), seguido por
outro cartão com três linhas (“A”, ”B” e ”C”). Seguidamente, foi-lhes solicitado
que indicassem verbalmente qual a linha do segundo cartão apresentado que
era idêntica à inicialmente apresentada. O participante “real” foi colocado
como último ou penúltimo elemento a responder. Após as duas primeiras
apresentações dos cartões, as respostas foram consensuais e correctas. No
entanto, a partir da terceira apresentação de cartões, os participantes “falsos”
começaram a dar a mesma resposta errada. No total foram efectuadas 18
apresentações de cartões, e os falsos participantes deram a mesma resposta
errada em 12. O objectivo era perceber até que ponto é que o participante
verdadeiro assumia a resposta do grupo como sendo a sua, não obstante
estar consciente de que a mesma não era a correcta.
Note-se que, a certa altura da(s) experiência(s) os sujeitos eram convidados
a darem as suas respostas por escrito o que motivou um menor grau de
conformismo, ou seja, maior resistência à pressão grupal.
Esperar-se-ia que a maioria das pessoas não defendessem e assumissem
uma resposta tão nitidamente errada. No entanto, os resultados obtidos com
esta experiência mostram que 37% das vezes os participantes conformam-se
com a escolha (errada) do grupo. De notar, ainda assim, que 25% dos
participantes não cederam em qualquer apresentação de cartões, assumindo
3. a reposta correcta. 75% conformou-se pelo menos uma vez, sendo que 5%
cedeu sempre à pressão grupal.
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Descrição do contexto e das
situações/ cenas mais
importantes
Dada a forma como Solomon Asch conduziu a experiência tornar-se-ia
redutor isolar uma ou outra situação em concreto como sendo mais
importante, ou com maior relevância no contexto que agora se analisa. De
facto, parece exisitir uma unidade na própria experiência que lhe confere um
característica de indissociabilidade dos vários factos que a constituem. Desta
forma, considera-se que toda e qualquer resposta entendida pertinente pelos
participantes “verdadeiros” terá ampla relevância no âmbito do que se
pretende estudar. No que diz respeito aos 37% dos casos em que os
participantes se conformaram com as escolhas do grupo, terá existido um
dos seguintes tipos de conformismo:
1. Conformismo de Julgamento – os sujeitos consideram que estão errados e
o grupo estará certo
2. Conformismo de Comportamento – os sujeitos têm a noção que estão
certos mas agem de acordo com o grupo
3. Conformismo Perceptivo – os sujeitos percepcionam de acordo com o
grupo e não põem em causa a veracidade da resposta grupal.
Concluindo, importará frisar o facto de 37% dos sujeitos ter cedido, não
apresentando as respostas correctas, antes, ter enveredado por aceitar e
tomar como sua a opinião do grupo onde se inseria, ainda que nitidamente
errada.