2. COMPLEXO DE GOLGI
O Complexo de Golgi e a Secreção Celular
• A denominação aparelho ou complexo de Golgi é uma homenagem ao
citologista italiano Camilo Golgi, que, em 1898, descobriu essa estrutura
citoplasmática.
• Ao verificar que certas regiões com citoplasma celular se coravam por sais de
ósmio de prata, Golgi imaginou que ali deveria existir algum tipo de estrutura,
posteriormente confirmada pela microscopia eletrônica.
3. COMPLEXO DE GOLGI
Dictiossomos
• O aparelho de Golgi está presente em praticamente todas as células
eucariontes, e consiste de bolsas membranosas achatadas, empilhadas
como pratos.
• Cada uma dessas pilhas recebe o nome de dictiossomo. Nas células
animais, os dictiossomos geralmente se encontram reunidos em um único
local, próximo ao núcleo. Nas células vegetais, geralmente há vários
dictiossomos espalhados pelo citoplasma.
4. O Complexo de Golgi e a
Secreção Celular
• As células que sintetizam muita proteína para secreção possuem um
ergastoplasma muito desenvolvido. As proteínas passam, depois de sintetizadas,
para o complexo de Golgi.
• Esse organóide pertence ao conjunto de cavidades intracelulares delimitadas por
membrana lipoprotéica. Na verdade, são pilhas de sacos achatados, dispersos no
citoplasma, em cuja periferia surgem pequenas vesículas por brotamento.
5. O Complexo de Golgi e a
Secreção Celular
• Nos sacos do complexo de Golgi, muitas substâncias podem ser acumuladas,
concentradas e empacotadas nas vesículas.
• As proteínas produzidas no ergastoplasma podem ser concentradas no complexo
de Golgi e ligadas a açúcares ou a gorduras, formando as glicoproteínas e as
lipoproteínas, respectivamente.
• O Complexo de Golgi tem papel destacado nas células que produzem
proteínas para exportação. A produção de substâncias que serão
exteriorizadas e que têm alguma função fora das células produtoras constitui
a secreção celular.
6. O Complexo de Golgi e a
Secreção Celular
• A análise da atividade secretora pode ser feita em uma célula secretora típica,
como uma célula acinosa do pâncreas. Todo o processo de secreção é
unidirecional, e a célula secretora tem um padrão polarizado. O processo se
inicia na região basal e termina na região apical da célula.
• Os aminoácidos, matéria-prima para a produção das proteínas, entram na
célula pela base, rica em ergastoplasma, e são empregados na produção de
proteínas (fase de síntese). Em vesículas que surgem do ergastoplasma,
essas proteínas se dirigem às vesículas do complexo de Golgi. Essas vesículas
se fundem aos sacos do complexo de Golgi nas suas faces cis ou formativas,
voltadas para o ergastoplasma.
7. O Complexo de Golgi e a
Secreção Celular
• Da face oposta, a face trans ou face de maturação, começam a se desprender
grânulos contendo as proteínas que já passaram pelas transformações pós-
traducionais (fase de concentração e de embalagem).
• Esses grânulos, agora chamados grânulos de zimógeno, sobem em direção à
região apical da célula (fase de armazenamento).
• Finalmente, esses grânulos se abrem e despejam as secreções no exterior da
célula. No caso especial das células dos ácinos pancreáticos, essa secreção é
formada por enzimas digestivas que, posteriormente, serão lançadas no intestino
delgado como componentes do suco pancreático.
8. OUTRAS FUNÇÕES DO
COMPLEXO DE GOLGI
Formação dos lisossomos: as enzimas produzidas no
ergastoplasma são transferidas para o complexo de Golgi e empacotadas em
vesículas que irão participar da digestão intracelular. Essas vesículas cheias
de enzimas digestivas são os lisossomos.
9. OUTRAS FUNÇÕES DO
COMPLEXO DE GOLGI
• Formação da parede das células vegetais: na mitose das células
vegetais, o complexo de Golgi entra em intensa atividade, produzindo materiais que
se acumulam em vesículas e posteriormente se depositam entre os dois núcleos
recém-formados.
• Essas vesículas migram para uma região entre os dois núcleos, se alinham para
constituir a nova parede celulra que irá separar as duas células-filhas. As vesículas
alinhadas na nova parede são chamadas fragmoplasto.
10. OUTRAS FUNÇÕES DO
COMPLEXO DE GOLGI
• Formação do acrossomo dos espermatozóides: durante a
formação dos gametas masculinos, os sacos do complexo de Golgi das células
fomadoras se aproximam do núcleo dessas células.
• As vesículas começam a se fundir, até formar uma vesícula única, o acrossomo,
que contém enzimas importantes para o momento da fecundação, quando o
espermatozóide perfura a membrana do óvulo, permitindo a fecundação.
11. OUTRAS FUNÇÕES DO
COMPLEXO DE GOLGI
• Síntese de Carboidratos: No interior dos sacos lameliformes, são
formados alguns tipos de carboidratos, como os que compõe a parede celular(
hemicelulose), a lamela média ( pectina) e parte do muco que recobre o estômado e
o intestino(mucopolissacarídeos).
• Nos vegetais, as unidades básicas como a glicose, para produção desses
carboidratos foram produzidas nos cloroplastos através do processo de
fotossíntese. Nos animais, essas unidades foram obtidas através da alimentação.
12. Os Lisossomos e a
Digestão Intracelular
• Dá-se o nome de digestão ao processo de quebra das macromoléculas dos
alimentos em unidades menores. Nos protozoários e nas esponjas a digestão dos
alimentos ocorre total ou parcialmente dentro das células (digestão intracelular).
• Nos animais dotados de um tubo digestivo, a fragmentação dos alimentos acontece
no interior do tubo digestivo, e quando o alimento é distribuído para as células do
corpo desses animais, já se encontra processado. Essa digestão que se dá no tubo
digestivo é chamada digestão extracelular.
13. Os Lisossomos e a
Digestão Intracelular
• Nos animais, a digestão intracelular tem alguns papéis bastante específicos,
como o combate aos agentes infecciosos (bactérias e vírus) ou a digestão de
organóides intracelulares velhos ou danificados.
• A digestão intracelular conta com a participação das enzimas presentes no
interior doslisossomos. São vesículas revestidas por membranas lipoprotéicas
que possuem, em seu interior, enzimas hidrolíticas (ou hidrolases), que
catalisam as reações de hidrólise:
14. Os Lisossomos e a
Digestão Intracelular
• Enzima
AB + H2O =============> A + B
• Todas as reações de quebra dos alimentos são reações de hidrólise. Por exemplo,
vejamos a digestão da sacarose, o açúcar de cana:
• sacarase
sacarose + H2O ========> glicose + frutose
15. Os Lisossomos e a
Digestão Intracelular
• As enzimas lisossomais são sintetizadas no ergastoplasma, transferidas para os
sáculos do complexo de Golgi e empacotadas em vesículas membranosas,
os lisossomos primários.
• Os lisossomos atuam em três processos:
16. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• Em algumas células ocorrem processos que permitem a entrada de partículas
(sólidas ou líquidas) do meio externo para o interior da célula. Esses processos
são chamados genericamente de endocitose e geralmente ocorrem em células
que constituem organismos unicelulares, vivendo em meio aquoso.
• Algumas células de organismos multicelulares também podem realizar esses
processos, mas neste caso a função não é alimentar, e sim de defesa. A
endocitose pode ocorrer de duas maneiras: por fagocitose ou por pinocitose.
17. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• Fagocitose: Processo utilizado pela célula para englobar partículas sólidas,
que lhe irão servir de alimento. A célula produz expansões da membrana plasmática
(pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam. Primeiramente, a
partícula fica em uma bolsa que recebe o nome de fagossomo.
• Depois esta bolsa se une ao lisossomo, (que contém as enzimas digestivas), para
que a digestão aconteça e os materiais úteis sejam aproveitados pela célula. Essa
segunda bolsa recebe o nome de vacúolo digestivo e o processo todo é chamado
de digestão intracelular heterofágica.
18. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• Quando o processo de digestão intracelular ocorre sem que o material digerido
venha de fora por meio da fagocitose, isto é, quando ela digere material da própria
célula (como organelas velhas em processo de degeneração) fala-se em digestão
intracelular autofágica e os vacúolos são chamados de vacúolos autofágicos.
• A digestão intracelular autofágica é relacionada a um importante
mecanismo das células eucarióticas chamado de apoptose, também
chamada de suicídio celular. Este processo nada mais é do que a morte
programada de uma célula que ocorre normalmente, pois ao longo do
desenvolvimento muitas células morrem como parte normal do processo.
19. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• Quando as células que já não têm utilidade perdem a capacidade de se autodestruir,
elas perdem a função e formam massas de células como os tumores.
• Em ambos os casos, o material não digerido permanece no interior da bolsa
membranosa, que passa a se chamar vacúolo residual, podendo ser depois
eliminado da célula.
• As amebas e protozoários, por exemplo, utilizam-se do processo de fagocitose para
capturar partículas alimentares que, uma vez dentro da célula, são digeridas nesse
processo. Em nosso organismo, alguns glóbulos brancos utilizam a fagocitose para
englobar microorganismos invasores, como bactérias, inativando-as.
•
20. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• PINOCITOSE: Processo semelhante ao da fagocitose, pelo qual certas células
ingerem líquidos ou pequenas partículas através de minúsculos canais que se
formam em sua membrana plasmática.
• Quando as bordas desse canal se fecham, contendo o alimento em seu interior,
forma-se uma bolsa membranosa chamada de pinossomo.
• Posteriormente esses materiais são digeridos e aproveitados pela célula. No
organismo humano, por exemplo, é através do processo de pinocitose que as
células do intestino delgado capturam gotículas de lipídios resultantes da digestão.
21. ENGLOBAMENTO DE
PARTÍCULAS
• O caminho inverso também pode ser percorrido por determinadas substâncias que
devem ser eliminadas da célula, em organismos unicelulares.
• Isto ocorre, por exemplo, através de um processo chamado de clasmocitose e que
garante a eliminação de resíduos celulares não digeridos.
• Os resíduos envoltos em uma bolsa membranosa são levados até a membrana
plasmática, onde a bolsa se funde a ela, eliminando seu conteúdo para o exterior da
célula, em meio aquoso, em um processo inverso ao que ocorre na fagocitose.
22. TIPOS DE DIGESTÃO
INTRACELULAR
• Digestão Heterofágica: É a digestão de partículas englobadas pelas
células por pinocitose ou por fagocitose. O alimento englobado permanece em uma
vesícula, o vacúolo alimentar (fagossomo ou pinossomo, de acordo com o
processo empregado em seu englobamento).
• Os lisossomos se fundem com o vacúolo alimentar, formando os lisossomos
secundários ou vacúolos digestivos.
• Nessa vesícula, os alimentos sofrem a ação das enzimas digestivas dos lisossomos
primários e são digeridos. Suas macromoléculas são hidrolisadas, resultando em
moléculas pequenas que passam através da membrana do vacúolo digestivo e
chegam ao hialoplasma.
23. TIPOS DE DIGESTÃO
INTRACELULAR
• Ao término da digestão, restam no vacúolo digestivo apenas essas moléculas não-
assimiladas, e essa vesícula passa a ser chamada de corpo residual.
• Quando o corpo residual se funde com a membrana plasmática, elimina o seu
conteúdo para o meio extracelular em um processo conhecido
por clasmocitose ou defecação celular.
• Algumas das células humanas, como os glóbulos brancos do sangue, fagocitam e
digerem bactérias causadoras de doenças. O mecanismo pelo qual as bactérias são
destruídas dentro dessas células é semelhante à digestão intracelular anteriormente
descrita.
24. TIPOS DE DIGESTÃO
INTRACELULAR
• Digestão Autofágica: As enzimas dos lisossomos podem digerir
componentes de uma célula, transformando um tipo celular em outro.
• Estruturas celulares velhas, danificadas ou afuncionantes, como mitocôndrias ou
partes do retículo endoplasmático, podem ser englobadas pelos lisossomos
primários, formando o vacúolo autofágico. Trata-se de uma forma bastante eficiente
e econômica de reaproveitamento de matéria orgânica.
25. TIPOS DE DIGESTÃO
INTRACELULAR
• A digestão de componentes celulares pela liberação das enzimas lisossomais
também acontece durante a metamorfose dos girinos, na sua transformação em
anfíbios adultos.
• A cauda desaparece progressivamente, e o seu material é empregado pelo animal
para completar a sua conversão em adulto.
Metamorfose: larva adulto
A digestão de componentes celulares pela liberação das enzimas lisossomais também
acontece durante a metamorfose dos girinos, na sua transformação em anfíbios
adultos. A cauda desaparece progressivamente, e o seu material é empregado pelo
animal para completar a sua conversão em adulto.
26. MORTE CELULAR
• Autólise: Processo de autodestruição celular, onde a membrana do lisossomo se
rompe e libera as enzimas digestivas no citoplasma, causando a destruição da célula.
Podemos citar como principal exemplo da autólise a regressão da cauda dos girinos
durante a metamorfose.
• Frequentemente confundida com a autólise, a apoptose é um processo de morte celular
programada, importante para eliminar células supérfluas ou defeituosas.
• A célula recebe um estímulo específico com sinais geneticamente programados,
indicando a sua morte. Pode ocorrer de forma fisiológica, para fazer a manutenção e
equilibrar o organismo ou de forma patológica, quando ocorre alguma lesão no DNA,
como a radiação por exemplo, desencadeando a morte da célula.
27. MORTE CELULAR
• Apoptose: Frequentemente confundida com a autólise, a apoptose é um
processo de morte celular programada, importante para eliminar células supérfluas
ou defeituosas.
• A célula recebe um estímulo específico com sinais geneticamente programados,
indicando a sua morte. Pode ocorrer de forma fisiológica, para fazer a manutenção e
equilibrar o organismo ou de forma patológica, quando ocorre alguma lesão no DNA,
como a radiação por exemplo, desencadeando a morte da célula.
28.
29. DIGESTÃO
EXTRACELULAR
• Digestão Extracelular: Por exocitose, as enzimas dos lisossomos podem
ser exteriorizadas e agir fora das células. No tecido ósseo, por exemplo, existem
células chamadas osteoclastos, que são ricas em lisossomos. Sob certos estímulos,
liberam as suas enzimas, que passam a digerir a matriz óssea, remodelando o osso.
• Esse mecanismo permite o crescimento do indivíduo e a consolidação das fraturas,
ou ainda a liberação de parte do cálcio acumulado nos ossos, liberado então para a
corrente sangüínea.