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Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição
Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 1
Material de estudo para estudantes dos cursos de logística e distribuição.
Fonte: NOVAES, G.A. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de
Janeiro- Elsevier, 2007. Terceira Edição revista, atualizada e ampliada.
Parte II
ível de Serviço
Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém
escolhemos a de Ronald H. Ballou, que diz: “Nível de serviço logístico é a
qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado”, “é o tempo
necessário para se entregar um pedido ao cliente”. Logística e Distribuição
O nível de serviços - Conceitos principais
a) Elementos Pré-Transação:
Proporcionam um ambiente para que se obtenha um bom nível de serviço. Como exemplos de
elementos que proporcionam um bom desempenho no nível de serviço, podem-se citar:
• a definição do prazo de entrega da
mercadoria após a colocação de um
pedido;
• procedimentos de troca e devolução;
• procedimentos no caso da falta de algum
produto;
• metodologias de despacho;
• estabelecimento de planos de
contingenciamento, que atendam às
greves, desastres naturais e recolhimento
de produtos;
• entre outros.
b) Elementos de Transação:
São responsáveis pelos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente. Alguns
exemplos podem ser citados, como:
• nível de estoque;
• habilidade no trato de atraso;
• tempo;
• qualidade no atendimento
• entre outros.
N
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c) Elementos Pós-Transação:
São serviços necessários para apoiar os produtos já entregues aos clientes. Destacam-se:
• instalação;
• garantias;
• retorno de embalagens;
• tratamento de reclamações de clientes;
• tratamento de devoluções de clientes;
• entre outros.
Produto Logístico
Produto Logístico é o produto em si, agregado de valores que geram, no cliente,
o maior nível de satisfação possível.
Se o produto for um bem físico, ele também possui atributos físicos, tais como
peso, volume e forma, que também têm influência no custo logístico. Se o produto for algum
tipo de serviço, ele será composto de intangíveis, como conveniência, distinção e qualidade.
(definição de Ronald H. Ballou).
Classificações do Produto
Os produtos logísticos podem ser classificados em dois grandes grupos:
·Bens de Consumo;
·Bens Industriais.
a. Bens de Consumo: são os bens dirigidos aos consumidores e cujas formas como os
consumidores compram, local e forma de seleção, podem refletir nas seguintes classes:
·Bens de Conveniência; ·Bens de Comparação; ·Bens de uso especial.
1)Bens de conveniência: são os bens que os
consumidores compram com mais
(____________), com pouca pesquisa, de
forma impulsiva e imediata, com pouco
planejamento. Devido a isso, exigem
(____________)(____________)e, por
conseguinte, muitos pontos de venda.
Possuem, normalmente, custos de
distribuição e nível de serviço elevado,
para que consigam a preferência. São
exemplos: Saponáceos, Produtos
alimentícios, itens de tabacaria etc.
Freqüência
grande distribuição
O
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2) Bens de Comparação: são os bens
comprados por (____________) de
(____________), por meio de pesquisa em
muitas lojas, observando-se preço,
qualidade, desempenho, entre outros.
Possuem (____________) (____________)
de (____________) de (____________) e,
por não haver necessidade de tão ampla
distribuição, o custo de distribuição é
menor, se comparado aos bens de
conveniência. São exemplos: automóveis,
“roupas de moda”, mobiliários etc.
meio comparação
menores - quantidades- pontos- venda
3) Bens de Uso Especial: fazem com que os
clientes despendam (____________) para
procurar marcas, categorias particulares de
mercadorias para efetuarem suas compras.
Desse modo, a distribuição não precisa ser
(____________) e a (____________) do
nível de serviço não precisa ser tão alta
quanto aos demais bens. Logo, os custos
de distribuição física são menores. Como
exemplos, podem ser citados: automóveis
feitos sob encomenda, alimentos finos etc.
esforço
ampla - exigência
b. Bens Industriais: são os bens direcionados às empresas e destinam- se à produção de outros
produtos ou serviços.
Uma forma de classificá-los leva em consideração o seu envolvimento nos processos
produtivos. Eles podem ser classificados, como:
·bens que são parte de produtos acabados. Por exemplo: matérias- primas;
·bens que são usados no processo de manufatura: Por exemplo: equipamentos;
·bens que contribuem, indiretamente, no processo produtivo. Por exemplo: material de
escritório.
O Ciclo de Vida do Produto
Os produtos seguem um perfil definido de tempo de vida, se considerados do ponto de vista
de vendas, desde o período de sua inserção no mercado, o atingimento de seu pico de vendas
e posterior declínio.
A relação venda por tempo sugere as seguintes fases em um ciclo de vida:
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·Introdução do produto no mercado;
·Crescimento do nível de vendas;
·Maturidade e atingimento do pico de vendas;
·Declínio.
A existência de vários produtos, em determinada empresa, em momentos diferenciados de
seu ciclo de vida, exigirá do gestor logístico, muita atenção para que se levantem as
necessidades de distribuição deles, por meio de uma estratégia capaz de otimizar o processo
logístico em questão.
A Curva ABC
O conceito de Curva ABC é conseqüência
da observação de especialistas que
constataram ser a maior parte das vendas
gerada por (____________)
(____________) , se considerados em
relação a todos os comercializados. Esse
fenômeno é chamado de curva ABC (ou
curva (____________) ).
poucos - produtos
80-20
Tal conceito é reforçado pelo princípio conhecido como Curva de Pareto, que afirma: “80 %
das vendas provêm de 20 % dos itens da linha de produtos, numa relação 80-20”.
Segundo Ronald H. Ballou (1993): “Vil Fredo Pareto, em 1897, em estudos de concentração de
renda, concluiu que maior parte da riqueza concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela
da população, em proporções de 80% e 20%, respectivamente”.
Características do Produto
O produto, em razão de características próprias, quando avaliado de maneira combinada,
influencia as demais atividades logísticas com implicações na estratégia de distribuição para
que seus custos sejam otimizados.
Essas características, que devem ser consideradas, são:
·Peso;
·Volume;
·Valor;
·Perecibildade;
·Inflamabilidade;
·Substitubilidade.
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Isoladamente e, principalmente nas suas combinações, essas características indicam as
necessidades de transporte, armazenagem, manuseio, estoques e processamento de pedidos.
O Sistema de Transportes
O Sistema de transportes é o componente
logístico que tem como finalidade
movimentar carga, passageiros e serviços.
Sua importância é ainda maior quando
analisamos do ponto de vista dos gastos
logísticos para executá-lo, pois ele absorve
percentuais significativos dos custos
logísticos.
A Importância do Sistema de Transportes
Ao observarmos nações desenvolvidas e em desenvolvimento, verificamos a grande influência
que o Sistema de Transportes de cada país exerce como fator de:
• possibilidade de aumento da competição no mercado;
• redução dos preços das mercadorias;
• garantia da economia de escala de produção.
O Sistema de Transportes, ao desenvolver suas atividades, contribui, de maneira direta e
indireta, também, para:
a. Acesso da população a níveis e padrões de vida mais elevados;
b. Disponibilidade de bens para a população;
c. Efeito estabilizador nos preços das mercadorias, principalmente nas entressafras;
d. Existência de uma sadia concorrência entre os produtores;
e. Flexibilidade para a localização da Produção (Parque Industrial), não atrelada aos mercados
consumidores (se for o caso).
Os Modais do Sistema de Transportes
Existem variadas formas de se apresentar o Sistema de Transportes. Didaticamente,
adotaremos a apresentação da seguinte maneira: dividindo-o em subsistema terrestre,
subsistema aquaviário e subsistema aéreo.
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O Subsistema Terrestre:
1) Modal Rodoviário;
2) Modal Ferroviário;
3)Modal Dutoviário (gás, gasolina, óleo diesel, álcool etc.)
b. O Subsistema Aquaviário:
1) Modal Fluvial;
2) Modal Lacustre;
3)Modal Marítimo: de longo curso (alto-mar) ou de cabotagem(sobre a costa).
c. O Subsistema Aéreo:
1) Modal aéreo de carga;
2) Modal aéreo de passageiros.
Os percentuais de participação de cada um dos modais variam em razão de várias
condicionantes, entre as quais podem ser citados o produto ou serviço a ser transportado, seu
valor, sua perecibilidade, a relação custo-benefício, a disponibilidade geográfica do modal de
transporte, do tempo de transporte porta a porta (da fábrica ao cliente), entre outros.
Tempo “Porta a Porta” e variabilidade
O usuário dos transportes deve ter atenção ao tempo real de transporte de seus bens, pois, a
despeito de aviões serem mais velozes para o deslocamento de produtos, de nada adiantaria
transportá-los pelo modal aéreo, usando jatos velozes, se acontecerem atrasos e retenções
excessivas no solo. Desta forma, costuma-se usar o “tempo porta a porta” (que é o tempo
desde a saída do fornecedor até a entrega ao cliente) com base para cálculos de tempo de
transporte.
Outro aspecto fundamental que também deve ser considerado é a variabilidade. Muitas vezes,
a despeito das mercadorias serem transportadas por um único modal (rodoviário, por
exemplo), pode não existir uma precisa duração do tempo de entrega para distâncias iguais,
em razão de aspectos, como: causas climáticas, congestionamentos de tráfego e número de
paradas. Essa variação sinaliza a incerteza no desempenho do transportador e deve ser
considerada no planejamento logístico. 5. Os Transportes Multimodais
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Os Transportes Multimodais são, na atualidade, uma alternativa de transporte de bens e
mercadorias para os gestores logísticos. Sua concepção baseia-se na integração de mais de um
modal para realizar o transporte de produtos. Tais combinações podem ser:
• Ferro-rodoviária; • Ferro-hidroviária; • Ferro- aeroviária;
• Ferro-dutoviária;
• Rodo-aérea;
• Rodo-hidroviária;
• Rodo-dutoviária;
• Hidro-dutoviária;
• Hidro-aérea;
•Aero-dutoviária.
A Carga Conteinerizada
A carga conteinerizada é uma solução para integrar modais, utilizando-se o container-padrão,
que é capaz de transitar por todos os modais, agregando grandes flexibilidades ao Sistema de
Transporte Logístico de carga. Algumas opções de medidas de containeres podem ser
apresentadas:
a. 8 x 8 x 20 pés; b. 8 x 8 x 40 pés.
rmazenagem de Produtos
Necessidades de Espaço Físico
A necessidade da armazenagem consiste no fato de as organizações não poderem prever a
demanda precisamente, ou seja, de maneira 100% segura. Caso essa perfeita coordenação
entre oferta e demanda fosse possível, a produção deveria ter um tempo de resposta
instantâneo e o transporte deveria ser totalmente confiável, com tempo de entrega nulo.
Desse modo, as empresas utilizam os estoques para melhorarem a coordenação entre oferta e
demanda e diminuírem os custos totais.
Os (____________) gastos com
armazenagem e manuseio de materiais são
justificados e compensados por meio dos
custos de (____________) e de
(____________). A empresa reduz custos
produtivos, pois seus estoques
armazenados absorvem (____________)
dos níveis de (____________) devido a
(____________) do processo de
manufatura ou a variações de oferta ou
demanda. Os custos de transporte são
reduzidos, pois a armazenagem permite o
uso de quantidades maiores e mais
econômicas nos lotes de carregamento.
custos – transporte - produção
flutuações – produção
incertezas
A
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A questão é utilizar inventário eficiente para o correto equilíbrio econômico entre os custos de
estocagem, produção e transporte.
Muitas empresas estão evitando ou
minimizando a necessidade de
armazenagem por meio da aplicação do
conceito (____________), que se baseia na
idéia de ajustar o (____________) e a
(____________) no (____________) e na
(____________) , de forma que os
produtos cheguem justamente quando são
necessários. Este conceito tem sido mais
utilizado no suprimento das empresas, pois
os produtos entram, normalmente, como
matérias-primas ou componentes dos
produtos finais. Portanto, se a demanda
por produtos acabados é conhecida com
algum grau de precisão,
conseqüentemente a (____________)
pelos suprimentos que darão origem a
esses produtos também poderá ser
conhecida.
Just-in-time
suprimento – demanda
tempo – quantidade
demanda
Mesmo assim, enquanto existirem descontos para compras ou transportes de grande lote e
incertezas em relação às demandas previstas e nos tempos de aquisição de matérias-primas,
haverá necessidade de estoques.
Outra razão para a existência dos
(____________) é a (____________) de
(____________) e demanda. Por exemplo,
empresas que dependem de matérias-
primas sazonais, como é caso das que
vendem frutas em calda, são obrigadas a
armazenarem produção para que atendam
devidamente seus clientes no período da
entressafra.
estoques
coordenação – suprimentos
Toda vez que fica muito caro coordenar suprimento e demanda de forma precisa, são
necessários estoques. Outro exemplo interessante é o dos fabricantes de ar-condicionado. Um
nível constante de produção é mantido devido à demanda ser incerta durante o ano, com
picos de venda no verão.
Outra situação que serve de razão para a existência da armazenagem é quando ela também
faz parte do processo de produção. Isso ocorre no caso de queijos, vinhos e outras bebidas
alcoólicas, pois esses produtos requerem um tempo para sua maturação ou envelhecimento.
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Outro caso é o dos produtos taxados, quando a armazenagem pode ser usada para segurar a
mercadoria até sua venda, evitando-se o pagamento de impostos.
Do ponto de vista do marketing, a armazenagem ajuda a disponibilizar o produto no mercado,
com prazos de entrega mais favoráveis. A melhoria dos níveis de serviço pode ter efeito
positivo nas vendas.
Localização de Depósitos
Constatada a necessidade por áreas de armazenagem, resta saber qual a localização desse
espaço. Devem-se levar em consideração alguns critérios para a escolha. É importante
escolher o lugar de acordo com uma visão sistêmica de todos os outros depósitos do sistema
logístico da empresa. Algumas organizações chegam a ter 50 locais de estocagem por todo o
país. Após a localização geográfica, deve-se escolher um sítio específico. Alguns fatores
auxiliam e muito nessa escolha e podem ser coletados com advogados locais, agências
governamentais, companhias de utilidades, engenheiros, entre outros. São eles:
• Leis de zoneamento locais;
• Atitude da comunidade e do governo
local em relação ao depósito;
• Custos de construção;
• Disponibilidade e acesso aos sistemas de
transportes;
• Potencial para expansão;
• Situação da mão-de-obra local, como
salários, disponibilidade, produtividade;
• Taxas relativas ao local e à operação de
armazéns;
• Segurança do local (fogo, furto,
inundações etc.);
• Taxas de seguro e disponibilidade de
financiamentos;
• Congestionamento de tráfego nas
redondezas do local;
• Entre outros.
Dimensão da facilidade de Armazenagem
O depósito deve atender às necessidades de estocagem da empresa. Caso esta utilize espaços
próprios conjugados com espaços alugados nos picos de armazenagem, o tamanho ideal do
prédio será aquele que dá o custo mínimo para a combinação dos dois tipos de espaço físico: o
próprio e o alugado (que é mais caro).
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Funções da Armazenagem
As funções da armazenagem são relativas à natureza do serviço que ela desempenha. São elas:
1. Abrigo de produtos: guarda de estoques gerados pelo desbalanceamento entre oferta e
demanda. Garante proteção e outros serviços associados, como manutenção de registros,
rotação de estoques e reparos;
2. Consolidação: no caso de mercadorias originárias de muitas fontes diferentes, a empresa
pode economizar no transporte, se as entregas forem feitas em um armazém, onde as cargas
são agregadas, ou consolidadas, e transportadas em um único carregamento até seu destino
final. Esse tipo de armazém de consolidação é mais freqüente no suprimento de materiais.
3. Transferência e Transbordo: na transferência, fracionam-se quantidades transferidas em
grandes volumes em quantidades menores, demandadas pelos clientes. Estabelece-se um
depósito regional que receberá pequenos volumes, de acordo com a necessidade dos clientes.
O caso do transbordo é semelhante, mas difere do primeiro no fato de que o depósito não
serve para a guarda dos produtos. Ele serve, simplesmente, como o ponto em que os grandes
lotes de entrega terminam sua viagem e em que se originam as entregas dos volumes
fracionados.
4. Agrupamento: empresas com linha extensa de produtos podem fabricá-los de maneira
integral em cada uma de suas plantas industriais. Os clientes, geralmente, compram a linha
completa e, desse modo, podem-se obter economias de produção pela especialização de cada
fábrica na manufatura de uma parte da linha de produtos e, sendo possível entregar a
produção em um depósito, onde os itens são agrupados conforme os pedidos realizados. O
custo de armazenagem é compensado pelos menores custos de manufatura, devido aos
maiores lotes de produção para menos itens em cada planta.
Tipos de Depósito
a. Espaço Físico Próprio:
A maioria das empresas possui espaços de armazenagem próprios. A empresa espera obter
desse investimento vantagens, como:
• diminuição dos custos em relação ao aluguel de terceiros;
• maior grau de controle sobre as operações de armazenagem, gerando operações mais
eficientes e alto nível de serviço;
• o espaço pode ser convertido para outros usos, como a manufatura;
• o espaço pode servir como base para um escritório de vendas, garagem da frota própria,
departamento de transportes ou de compras;
• entre outros.
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Para que se obtenha uma boa taxa de retorno para o investimento feito, a administração deve
assumir mais responsabilidades associadas a leis do trabalho e outras e ao risco da perda de
capital, caso a rentabilidade não se materialize. Devido a esses riscos, muitas vezes a
administração opta por não possuir um espaço próprio.
b. Aluguel de Espaço Físico de Terceiros:
Os armazéns públicos são de grande utilidade para aqueles que precisam expandir ou
contratar espaço físico por curto período de tempo ou realocar sua área de estocagem
freqüentemente. A cobrança, em geral, é feita para períodos tão curtos como um mês e estes
competem com os depósitos próprios, aceitando usuários cujos níveis de armazenamento
mesclam-se de maneira a gerar alto nível de utilização do espaço disponível durante o ano
inteiro. O depósito próprio pode ter períodos de subutilização da capacidade devido à linha
limitada de produtos que armazena.
Os depósitos públicos são versáteis devido ao fato de terem que atender a uma grande
diversidade de usuários. Existem algumas especializações, porém apenas dentro de quatro
categorias mais amplas de produto:
1. Armazéns de “(____________)”: limitam
seus serviços a certos grupos de
mercadorias-padrão. Especializam-se no
manuseio e armazenagem de produtos,
como madeira, algodão, tabaco, entre
outros;
2. Armazéns para (____________):
oferecem manuseio de armazenagem de
produtos granelizados, como, químicos
líquidos, petróleo e derivados etc.;
3. Armazéns (____________): depósitos
refrigerados que servem para guardar
perecíveis, como frutas, vegetais, produtos
farmacêuticos, entre outros.
4. Armazéns para (____________)
(____________) e (____________):
armazenagem e manuseio de bens de uso
doméstico e mobiliário;
5. Armazéns de (____________) em geral:
manuseiam uma grande diversidade de
itens, não exigindo a especialização dos
tipos anteriores.
Commodities
Granéis
frigorificados
utilidades - domésticas – mobiliário
mercadorias
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O depósito público deve ser capaz de atender às necessidades de seus clientes. De acordo com
a Associação Americana dos Profissionais de Armazenagem, os seguintes serviços devem ser
oferecidos:
• Manuseio, armazenagem e distribuição
por volumes por peso;
• Estocagem em trânsito;
• Armazenagem alfandegada;
• Armazenagem sem taxação;
• Ambiente com temperatura e umidade
controladas;
• Aluguel de espaço físico por metro
quadrado;
• Espaço para escritório e exposição,
serviços administrativos especiais e
telefone;
• Informação de tráfego;
• Manuseio e distribuição de veículos
compartilhados com outras
empresas e consolidação de
carregamentos;
• Inventário Físico;
• Facilidades de transmissão de dados;
• Planos de consolidação de fretes;
• Empacotamento e montagem;
• Defumação;
• Marcação, etiquetagem, gravação e
embalamento;
• Entregas postais e expressas;
• Proteção e amarração de carga;
• Carga e descarga de veículos;
• Consertos, montagem de barris,
amostragem, pesagem e inspeção;
• Compilação de relatórios especiais de
estoques;
• Manutenção de entregas para clientes
com crédito;
• Transporte rodoviário local e de longo
curso;
• Pátios de estocagem;
• Serviços portuários; entrega e instalação
de equipamentos;
• Entre outros.
c. Estoque em trânsito:
Refere-se ao tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte durante
sua entrega. Como diferentes alternativas de transporte representam diferentes tempos de
trânsito, o especialista pode selecionar um modal que pode reduzir ou até mesmo eliminar a
necessidade por armazenagem convencional. Essa alternativa é atraente para empresas que
tratam com estoques sazonais e transportes por longas distâncias, como ocorre no caso de
algumas frutas, que são despachadas verdes, e chegam ao seu local de entrega no ponto certo,
ou seja, maduras para a comercialização.
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ontrole de Estoques
O Estoque e sua Finalidade
O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso futuro. Tem,
como objetivo, atender a demanda, assegurando-lhe a disponibilidade de produtos.
Sua formação é onerosa, uma vez que representa de 25% a 40% dos custos totais. Com o
propósito de se evitar o descontrole financeiro, é necessário que haja uma sincronização
perfeita entre a demanda e a oferta de mercadorias. Como isso é impossível, deve-se formar
um estoque essencialmente para atender a demanda, minimizando seus custos de formação.
Como proposto por Nellemann, “devemos sempre ter o produto que você necessita, mas
nunca devemos ser pegos com algum estoque”.
Finalidades dos Estoques
Os estoques servem para muitas finalidades. Entre elas, podem-se citar:
• Melhoram o nível de serviço;
• Incentivam economias na produção;
• Permitem economia de escala nas
compras e no transporte;
• Agem como proteção contra aumentos
de preço;
• Protegem a empresa contra incertezas na
demanda e no tempo de ressuprimento;
• Servem como segurança contra
contingências.
Melhora do nível de serviço oferecido
Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que podem ser oferecidos produtos
com mais descontos, com quantidades mais adequadas, com mais vantagens para os clientes
que precisam de fornecimento imediato ou de períodos curtos de ressuprimento. Isso
representa maiores vantagens competitivas, diminuição nos custos e maiores lucros nas
vendas.
Economia na Produção
O menor custo unitário de produção ocorre, geralmente, para grandes lotes de fabricação com
o mesmo tamanho. Considerando que os estoques agem como reguladores entre oferta e
demanda, possibilitam uma produção mais constante, não oscilando com as flutuações das
C
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Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 14
vendas. Além disso, a força de trabalho pode ser mantida em lotes estáveis e os custos de
preparação de lotes podem ser diminuídos.
Métodos geradores de eficiência no manuseio
• A geração de pequenos lotes de compras para atender às necessidades de produção ou
atender a clientes a partir da manufatura implica maiores custos de fretes, uma vez que não há
volume suficiente para obter descontos oferecidos aos maiores lotes. Outra finalidade dos
estoques é possibilitar descontos no transporte de grandes lotes equivalentes à capacidade
dos veículos, gerando, assim, fretes menores.
Proteção contra Alterações nos Preços
Mercadorias negociadas em mercados abertos, tais como minérios, produtos agrícolas e
petróleo, têm seus preços ditados pelas curvas da oferta e da demanda. Assim, as compras
podem ser antecipadas em razão de aumentos previstos nos preços, gerando estoques que
devem ser muito bem administrados.
Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento
Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos ou seus tempos de
ressuprimento de maneira exata no sistema logístico e, para garantir a disponibilidade do
produto, deve-se formar um estoque adicional (estoque de segurança). Este é adicionado ao
estoque regulador para atender às necessidades da produção e do mercado.8. Proteção contra
contingências
Algumas contingências podem atingir as empresas de maneira inesperada. Como exemplo,
podemos citar greves, incêndios, inundações, entre outras. A manutenção do estoque de
reserva é uma maneira viável de garantir o fornecimento normal nessas ocasiões.
Uma visão do problema dos estoques em diferentes organizações
O problema dos estoques não é o mesmo para os diferentes tipos de organizações. Os
estoques industriais costumam ser maiores do que os do varejo e os do atacado. Se
considerarmos os estoques do ponto de vista de bens duráveis e não-duráveis, pode-se
afirmar que “os bens duráveis, como automóveis, máquinas de lavar e condicionadores de ar,
representam os dois terços restantes, e os bens não duráveis, como roupas e alimentos,
representam cerca de um terço dos estoques totais das empresas”.
Controle do estoque pelo tipo de demanda
Os estoques podem ser controlados, adotando-se diversos tipos de critérios. Se considerarmos
a natureza de sua demanda, teremos as seguintes classificações:
a. Estoques de demanda (____________) :
são estoques daqueles produtos que
requerem ressuprimento contínuo, pois
seus produtos são consumidos durante
todas as fases do ano. Ex: creme dental;
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b. Estoques de demanda (____________):
são estoques de produtos comercializados
em determinados momentos do ano. Ex:
Árvores de Natal;
c. Estoques de demanda (____________):
são estoques cuja venda de seus produtos
não pode ser prevista na íntegra . Ex:
automóveis a gasolina x automóveis a
álcool;
d. Estoques de demanda em
(____________) : ocorre no caso de
produtos que estão sendo retirados do
mercado em razão do declínio da
demanda. Ex: Fitas VHS x DVDs;
e. Estoques de demanda (____________):
ocorrem no caso de itens que são usados
na linha de produção de alguns produtos
acabados. Ex: Pneus de automóveis em
razão das vendas do produto acabado, que
é o automóvel.
permanente
sazonal
irregular
declínio
derivada
Custos do Estoque
a. Custos de Manutenção de Estoque: relativos à manutenção de certa quantidade de itens por
um período de tempo. Representa uma série de custos diferentes, como o custo de
imobilização de capital. O capital imobilizado nos estoques poderia estar sendo investido, por
exemplo, no mercado financeiro. Além disso, devem-se considerar, também, os custos com
impostos e seguros, custos de armazenagem, custos associados ao risco de se manter
estoques.
b. Custos de compras: custos das quantidades requeridas para a reposição do estoque. Os
custos de aquisição incluem, especificamente: custo de se processar pedidos, custo de envio
do pedido até o fornecedor, custo de preparação da produção, custo de manuseio ou
processamento realizado na recepção e custo do preço da mercadoria;
c. Custos de Falta:custos que ocorrem no caso de haver demandas por produtos em falta no
estoque. Podem ser custos de vendas perdidas ou de atrasos.
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Algumas técnicas de controle de estoques
Diante dos diversos métodos existentes para o controle de estoques, os mais tradicionalmente
utilizados são:
a. Métodos de empurrar estoques (tipo
(____________)): utilizado, especialmente,
quando há mais de um depósito no sistema
de distribuição. Ocorre quando o que é
produzido é maior que a necessidade dos
estoques.
b. Métodos de Puxar Estoques (tipo
(____________)): Apenas o estoque
necessário para se atender a demanda
daquele produto precisa ser mantido. As
quantidades mantidas tendem a ser
menores do que no outro método. Um dos
sistemas mais conhecidos de puxar
estoques é o “estoque para a demanda”,
em que os níveis de inventário são
mantidos proporcionalmente às previsões
das demandas dos clientes.
Push
pull
Ponto de Reposição
Conhecido, também, como Método do Estoque Mínimo, objetiva reduzir os custos de
manutenção de estoques, mas sem correr o risco de não se atender a demanda. O objetivo é
encontrar o nível ótimo de estoques para um determinado produto.
Para isso, é necessário que o estoque esteja devidamente controlado e que determine o ponto
de reposição.
A finalidade do ponto de reposição é iniciar o processo de ressuprimento com segurança
suficiente para que não ocorra a falta do material. O PR é calculado multiplicando-se a taxa de
consumo pelo tempo de ressuprimento.
Por exemplo, o consumo previsto dos televisores que estão no seu estoque, por semana, é de
100 unidades. O tempo de ressuprimento (tempo gasto desde que o pedido, por exemplo, das
peças que serão utilizadas na fabricação dos televisores, é feito ao fornecedor até a chegada
do produto para a linha de montagem e sua produção) é de duas semanas. Desse modo, o PR
dos seus televisores é de 200 unidades. Explicando: para que não haja risco de a sua demanda
não ser atendida, seu estoque nunca pode ter menos do que 200 televisores. Essa contagem,
atualmente, pode ser feita por ferramentas de tecnologia, como softwares de computadores
especializados.
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Just-In-Time
A aplicação de algumas técnicas na
produção japonesa permitiu reduzir
estoques, em todos os níveis, incrementar
a capacidade disponível em grandes
investimentos adicionais, diminuir tempos
de fabricação, melhorar a produtividade e
a qualidade dos produtos fabricados etc.
Uma dessas técnicas foi o JIT-
(____________), que tem o objetivo de
dispor da peça necessária, na quantidade
necessária e no momento necessário, pois,
para lucrar, necessita-se dispor do
inventário para satisfazer as demandas
imediatas da linha de produção. De acordo
com a filosofia Just-In-Time, em cada etapa
do processo, produzem-se somente os
produtos necessários para a fase posterior,
na quantidade e no momento exato em
que são demandadas.
Just-in-time
O JIT surgiu no Japão, nos meados da década de 70, com base na literatura acerca da Toyota
japonesa (empresa que desenvolveu o sistema tal como vem sendo introduzido no Brasil, o
que o leva, muitas vezes, a ser chamado de “Sistema Toyota de Produção”).
O sistema Just-In-Time freqüentemente é associado a uma política de redução do estoque de
matérias-primas por meio da sua entrega em intervalos e lotes menores. Na realidade, o
sistema é muito mais abrangente do que essa característica “externa”. Internamente, a fábrica
passa por mudanças no trabalho e no sistema de informações.
De uma maneira geral, dois são os princípios desse sistema de produtividade, Just-in-time e
controle autônomo dos defeitos. O Kanban propriamente dito é um sistema de informações
para administrar o Just-In-Time.
Os objetivos do Just-In-Time são:
• Flexibilizar a empresa;
• Produzir somente os produtos necessários;
• Produzir com qualidade requerida;
• Menor “Lead Time” na concepção de novos produtos;
• Menor “Lead Time” na manufatura;
• Melhor atendimento ao cliente;
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• Menor perda (maior valor agregado ao produto);
. Maior retorno de investimento;
• Redução de estoques em processo, produtos acabados e, eventualmente, de Logística e
Distribuição
• Redução de custos de fabricação;
• Geração de espaço de fábrica;
• Produção por métodos que permitam o envolvimento das pessoas (moral, satisfação,
desenvolvimento, autocontrole);
• Melhoramento contínuo (Kaizen) da qualidade e da produtividade.Síntese
rmazenagem
Depósito visto como um Sistema
O depósito ou armazém é um elemento importante na rede logística. Um elemento desse tipo
deve ser considerado como um componente do sistema logístico global. Agora, ao analisá-lo
em maior detalhe, passamos a vê-lo como um sistema em si mesmo, obviamente não
esquecendo de que é uma parte do todo.
É necessário, desde logo, definir, claramente, os objetivos desse subsistema, tendo em vista
seu papel no sistema logístico global da empresa. Para isso, é importante analisar as funções
que deve desempenhar.
Em segundo lugar, é necessário definir os componentes que formam o sistema analisado.
São eles:
- (____________) – as mercadorias chegam ao armazém ou depósito e devem ser
descarregadas, conferidas e encaminhadas ao ponto de armazenagem. Este componente do
armazém ou depósito é constituído, geralmente, por uma doca de descarga, onde a
mercadoria é conferida e triada.
- (____________) – após recebimento, a mercadoria é deslocada dentro do armazém até o
ponto onde deverá ficar armazenada. Mais tarde, é deslocada, novamente, do ponto de
armazenagem para um outro local, que pode ser a doca de embarque ou uma parte do
A
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armazém destinada à consolidação dos pedidos (acondicionamento, despacho). Esse
deslocamento interno é denominado genericamente de movimentação.
- (____________) – a armazenagem propriamente dita das mercadorias constitui um dos
componentes desse sistema. Como já dissemos, pode durar pouco tempo, em alguns casos, e
períodos relativamente longos, em outros.
- (____________) dos (____________) – em certos tipos de armazém, os pedidos dos clientes,
filiais etc. são preparados em um local específico do depósito. Os produtos são trazidos dos
pontos onde estão armazenados e, a seguir, são acondicionados em caixas, pallets,
containeres ou em outra forma adequada de invólucro. Os invólucros são, então, marcados
externamente com o nome e endereço do destinatário para, depois, serem encaminhados à
doca de embarque.
- (____________)– uma vez pronta para ser distribuída ou transportada, a mercadoria é
embarcada no veículo designado, utilizando, para isso, uma doca apropriada. O processo de
carregamento e despacho do veículo constitui, assim, outro componente do sistema em
estudo.
- (____________) externa e estacionamento – embora muitas empresas transportadoras,
indústrias ou firmas comerciais utilizem as vias públicas para estacionar veículos de carga e,
em alguns casos, usem-nas até mesmo para carga/descarga, o certo é dispor de áreas
apropriadas para isso, reservando parte do terreno para circulação e estacionamento.
Recebimento
Movimentação
Armazenagem
Preparação - pedidos
Embarque
Circulação
Assim, é necessário:
(a) Estabelecer um checklist dos parâmetros relevantes;
(b) Definir e quantificar a medida (ou medidas) de rendimento, por meio de um nível de
serviço adequado;
(c) Definir alternativas para subsistemas, caminhando da pior para a melhor;
(d) Quantificar os recursos necessários por alternativa;
Administração de Compras, Suprimentos e Armazenamento
(e) Calcular os custos para cada alternativa (investimento e custeio) e os respectivos níveis de
serviço;
(f) Selecionar a melhor alternativa tendo em vista o conjunto.
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Os principais são: forma de acondicionamento, densidade, assimetria, grau de periculosidade,
grau de perecibilidade, compatibilidade entre cargas diversas, estado físico (sólido, líquido,
gasoso, pastoso), dimensões da carga, tendo em vista os equipamentos disponíveis.
Um ponto muito importante na análise sistêmica do armazém ou depósito é a inter-relação
desse subsistema com o meio externo. Ele se relaciona com o subsistema transporte e, por
meio deste, com os clientes, em um extremo, e com as fábricas e demais depósitos, no outro.
Princípios Operacionais de Armazenagem
Uma vez tomada a decisão de usar os serviços de um depósito, o passo seguinte é projetar
suas características. A seguir, são apresentados os princípios básicos de projetos de depósitos.
Seja o depósito uma grande instalação operada manualmente, ou uma grande instalação
automatizada, os três princípios apresentados a seguir são de grande relevância: critérios de
projeto, tecnologia de manuseio e plano de armazenagem. Cada um desses princípios é
comentado na seqüência:
- Critérios do Projeto – os critérios para elaboração de projetos de depósitos dependem das
características das instalações físicas e da movimentação dos produtos. Os três fatores a serem
considerados no projeto são o número de andares, a altura útil e o fluxo de produtos.
O projeto ideal de depósitos é de um só nível (ou andar), de forma que produtos não sejam
movimentados verticalmente. Elevadores para transporte de um piso para o outro consomem
tempo e energia. O elevador também constitui um gargalo para o fluxo de produtos, quando
vários encarregados competem pelo o uso de poucos elevadores. Embora nem sempre seja
possível, sobretudo em zonas centrais, onde os terrenos são caros e raros, os depósitos devem
ter apenas um piso.
• Tecnologia de Manuseio – Esse segundo princípio prende-se à eficácia e à eficiência da
tecnologia adotada para o manuseio de materiais. Seus componentes são: continuidade de
movimento e economia de escala na movimentação.
a. Continuidade de movimento é obtida por um movimento mais longo, feito por um
encarregado ou por um equipamento de manuseio, o qual é mais vantajoso do que numerosos
e curtos movimentos como parte dele, feito por vários encarregados. Quando o manuseio de
um mesmo produto é feito por vários encarregados ou por vários equipamentos, pode implicar
perda de tempo e aumento de risco de danos aos produtos. Como regra geral, as
movimentações devem ser mais longas e menos freqüentes possíveis.
b. Economia de escala na movimentação é obtida quando todas as atividades são executadas
com a maior quantidade possível de produtos. Em vez de movimentar caixa por caixa, as
atividades de armazenagem devem ser programadas para movimentar grupos de caixas, em
paletes ou em containeres. Essa unitização exige que grande quantidade de produtos ou
pedidos sejam movimentados ou separados ao mesmo tempo. Embora isso possa aumentar a
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complexidade operacional, já que envolve vários produtos ou pedidos, esse recurso reduz a
quantidade total de atividades e o respectivo custo.
• Plano de Estocagem – de conformidade com esse terceiro princípio, o projeto de depósitos
deve considerar as características dos produtos, particularmente aquelas relativas à volume,
peso e acondicionamento na estocagem. O volume dos produtos é o principal fator a ser
levado em conta na definição de um plano de armazenagem. Produtos de alta estação devem
ser armazenados em locais onde as distâncias a serem percorridas são menores, como perto
de saídas, e em estantes ou porta-paletes baixos. Assim, só são diminuídas as distâncias dos
percursos, como também é reduzida a necessidade de movimentação vertical dos produtos.
Em contrapartida, produtos de baixa rotação podem ser colocados em lugares distantes de
saídas ou em prateleiras ou porta-paletes mais altos. A passagem a seguir mostra um plano de
armazenagem baseado na movimentação de produtos.
O plano deve seguir uma estratégia adequada para produtos com características especiais de
peso e armazenagem. Itens relativamente pesados devem ser colocados em locais baixos, para
diminuir o esforço e o risco de elevar grandes pesos. Produtos volumosos ou de baixa
densidade exigem maiores espaços para armazenagem. Espaços livres no solo e estantes ou
porta-paletes altos podem ser usados para esses tipos de produto. Itens menores podem ser
guardados em estantes ou gavetas. Um plano integrado de armazenagem deve moldar-se às
características específicas de cada produto.3. Alternativas de Armazenagem
Este item concentra-se em questões relativas às opções de armazenagem: depósitos próprios,
públicos e contratados. Depósitos próprios são administrados pelas empresas proprietárias das
instalações e dos produtos manuseados. Depósitos públicos são operados como um negócio
independente, oferecendo serviços variados, como de armazenagem, manuseio e transporte,
mediante pagamento de uma taxa fixa ou variável.
Os operadores de depósitos públicos oferecem, em geral, serviços relativamente
padronizados, para todos os clientes. A armazenagem contratada é uma evolução das
operações de depósitos próprios e públicos. Ela é “um acordo de longo prazo, mutuamente
vantajoso, que proporciona armazenagem e serviços logísticos especiais e customizados,
exclusivamente para um cliente, no qual o operador e o cliente compartilham riscos da
operação”. As questões mais importantes que diferenciam os operadores de armazenagem
contratada dos operadores de depósitos públicos são: prazo mais longo de prestação de
serviços, serviços customizados, exclusividade e compartilhamento de riscos. As vantagens que
cada um dos tipos oferece são apresentadas a seguir:
• Depósitos próprios: Um depósito próprio é operado pela empresa proprietária da
mercadoria. As instalações podem ser próprias ou alugadas. A decisão a respeito da melhor
estratégia para cada empresa é essencialmente financeira. Nem sempre é possível encontrar
um depósito de aluguel que atenda a todas as necessidades. Depósitos exigem, por exemplo,
muitas atividades de manuseio de materiais, e as instalações existentes, disponíveis para
aluguel, podem não estar adequadamente projetadas. Geralmente, um depósito eficiente
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deve ser planejado, considerando o sistema de manuseio de materiais, a fim de permitir a
máxima eficiência do fluxo de mercadorias.
Empresas do ramo imobiliário estão cada vez mais inclinadas a construir depósitos de
distribuição dentro das especificações de clientes, em regime de arrendamento mercantil. Esse
tipo de construção personalizada existe em muitos mercados, sob contratos de arrendamento
mercantil, para períodos a partir de cinco anos de duração.
As principais vantagens da armazenagem própria são o controle, a flexibilidade, o custo e
outras vantagens intangíveis. Depósitos próprios oferecem mais controle, pois a empresa tem
autoridade absoluta para a tomada de decisões a respeito das atividades e das prioridades nas
instalações. Esse controle facilita a integração das operações do depósito com os outros
procedimentos logísticos internos da empresa.
Depósitos próprios oferecem, geralmente, mais flexibilidade, pois podem ser ajustados
políticas e procedimentos operacionais para atender a necessidades específicas. Empresas
com clientes ou produtos muito especiais são, freqüentemente, motivadas a instalar seus
próprios depósitos.
Depósitos próprios são, geralmente, considerados menos custosos do que depósitos públicos,
porque, nos custos daqueles não são computadas margens de lucro. Assim, tanto os custos
fixos como os custos variáveis são menores. Essa vantagem, todavia, pode ser enganosa, já
que depósitos públicos são, freqüentemente, mais eficientes ou operam com faixas salariais
mais baixas. O importante é proceder às avaliações precisas do total de custos envolvidos,
antes de tomar uma decisão sobre a estratégia a ser adotada.
Por último, depósitos próprios têm certas vantagens intangíveis, particularmente no que diz
respeito à presença no mercado. Um depósito próprio, com o nome da empresa na porta, dá
aos clientes a impressão de pronta resposta e estabilidade. Essa impressão dá, às vezes, uma
vantagem de marketing sobre outras empresas.
• Depósitos Públicos: O uso de depósitos públicos é intensamente adotado em sistemas
logísticos. Praticamente qualquer composição de serviços pode ser combinada com a empresa
operadora, em curto e em longo prazo. Há uma classificação consagrada para depósitos
públicos que se fundamenta na execução de operações especializadas e inclui (1) depósitos
gerais; (2) depósitos refrigerados; (3) depósitos para commodities especiais; (4) depósitos
alfandegados e (5) depósitos de móveis e de utensílios domésticos. Cada tipo de depósito
difere na tecnologia de armazenagem e manuseio de materiais, tendo em vista as
características ambientais e os bens armazenados.
Depósitos gerais são projetados para manusear todo tipo de mercadorias embaladas.
Depósitos refrigerados, de ambiente congelado ou de temperatura intermediária manuseiam e
armazenam alimentos, medicamentos e produtos químicos que exigem baixa temperatura.
Depósitos especiais para commodities são projetados para manusear grandes volumes ou
itens que exigem condições especiais de manuseio, como pneus ou roupas.
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Depósitos alfandegados são licenciados pelo governo para armazenar mercadorias antes do
pagamento de impostos ou direitos alfandegários. Exercem forte controle sobre todas as
movimentações de saída e de entrada de mercadorias, pois exigem preenchimento de
documentos legais para cada movimentação.
Finalmente, os depósitos de móveis e de utensílios domésticos são projetados para manusear
e armazenar itens volumosos, de difícil arrumação. Obviamente, muitos depósitos públicos
oferecem combinações de serviços das modalidades supracitadas.
Depósitos públicos também proporcionam flexibilidade financeira e vantagens a economias de
escala. Muitas vezes, há maior especialização no que diz respeito a habilidades operacionais e
de gerenciamento, pois armazenagem é o seu negócio. Isso significa que o pessoal que se
dedica a essa atividade compreende os riscos inerentes às operações e é motivado a tirar
vantagens das oportunidades de mercado.
Do ponto de vista financeiro, os depósitos públicos podem ter um custo variável mais baixo do
que depósitos próprios equivalentes. O custo variável mais baixo pode decorrer de salários
menores, maior produtividade, ou de economias de escala. Depósitos públicos têm,
certamente, menores custos. Quando o desempenho é avaliado pelo retorno do investimento,
o uso de armazéns públicos pode aumentar, substancialmente, esse retorno.
Os depósitos públicos oferecem outro tipo de flexibilidade, que é a facilidade de mudança de
local, de tamanho de depósito, ou da quantidade de depósitos, para que a empresa responda,
rapidamente, às necessidades de fornecedores, de clientes ou sazonais. Depósitos próprios são
fixos e, relativamente, de difícil mudança, já que têm que ser construídos ou vendidos.
Depósitos públicos podem, ainda, oferecer significativas economias de escala pela diluição de
custos entre clientes. O maior nível de atividades dilui custos fixos e justifica a existência de
equipamentos de manuseio mais eficientes. Esses depósitos, também, podem baixar o custo
de transporte, consolidando cargas de vários clientes.
Os depósitos públicos cobram de clientes uma taxa básica para manuseio e armazenagem.
Para o manuseio, a taxa é proporcional à cubagem ou peso da mercadoria. Para a
armazenagem, a taxa é aplicada à quantidade, em volume ou peso, armazenada durante o
mês. Tais taxas, normalmente, excedem os custos de armazenagem própria, considerando
condições equivalentes. No entanto, quando não existe a possibilidade de economias de
escala, no caso de armazenagem própria, os depósitos públicos podem ser uma alternativa
mais barata.
• Depósitos Contratados: os depósitos contratados combinam as melhores características de
armazenagem pública e de armazenagem própria. O relacionamento de longo prazo e o
compartilhamento dos riscos permitem custos menores do que as condições normais de
depósitos públicos, embora, em certos casos, seja necessário investir em um ativo imobilizado
mínimo. Os depósitos contratados podem proporcionar vantagens de especialização,
flexibilidade e economia de escala, por compartilhar em recursos de gerenciamento, mão-de-
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obra, equipamento e informação com muitos clientes. Embora seja comum os depósitos
contratados compartilharem recursos com clientes de um mesmo ramo, por exemplo produtos
alimentícios, não é comum que concorrentes diretos queiram compartilhar recursos entre si.
Os depósitos contratados estão, atualmente, expandindo o escopo de seus serviços para
incluírem diferentes atividades logísticas, como transporte, controle de estoque,
processamento de pedidos, serviço ao cliente e processamento de devoluções.4. Estratégia de
Armazenagem
Como é de se esperar, muitas empresas usam uma combinação de depósitos próprios,
públicos e contratados. Depósitos próprios ou contratados são mais indicados em caso de
estoques que se movimenta o ano inteiro. Depósitos públicos são mais usados em estações de
pico de movimento. Em outras situações, depósitos centrais tendem a ser próprios e depósitos
regionais ou depósitos em localizações especiais tendem a ser públicos. Em ambos os casos,
depósitos contratados também podem ser utilizados.
A possibilidade de uso integral de um depósito o ano inteiro é muito remota. Como regra para
o planejamento, um depósito projetado para uso de sua capacidade plena deve ter seu uso
limitado entre 75% a 85% do tempo. Dessa maneira, 15% a 25% constituem espaço a ser usado
em situações de pico. Em tais situações, pode ser vantajoso construir um depósito próprio,
dimensionado para uso pleno durante 75% do tempo, e usar um depósito público para atender
a demanda de pico.
A segunda hipótese de combinar depósitos públicos decorre de exigências de mercado. As
empresas podem considerar que armazéns próprios se justificam em localizações específicas,
em razão de volume de distribuição. Em outros mercados, depósitos públicos podem ser a
opção mais econômica. Em projetos de sistemas logísticos, o princípio a ser adotado é
determinar qual a combinação de estratégias de armazenagem que atendem mais
economicamente aos objetivos de serviço ao cliente.
Uma estratégia integrada de depósitos centra-se em duas questões. A primeira diz respeito à
quantidade de depósitos a ser utilizada. A segunda questão é relativa aos tipos de armazém
que devem ser usados para atender às exigências do mercado. Para muitas empresas, a
resposta é uma combinação que possa ser diferenciada por cliente e por produto. Alguns
grupos de clientes podem ser servidos com mais eficiência por um depósito próprio; outros
grupos podem ser servidos, mais adequadamente, por depósitos públicos.
A figura a seguir mostra outros fatoras que devem ser considerados e a sua possível influência.
Horizontalmente, apresenta uma direção estratégica, que vai de depósito próprio a depósito
contratado e a depósito público. As considerações qualitativas, apresentadas verticalmente
são: (1) sinergias de presença; (2) sinergias com setor; (3) flexibilidade operacional; (4)
flexibilidade de localização e (5) economias de escala.
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As sinergias de presença são as vantagens comerciais de proximidade das instalações onde o
estoque está localizado, claramente identificadas com a empresa (por exemplo, o nome da
empresa exposto na porta). Acredita-se que os clientes se sentem mais à vontade quando os
fornecedores mantêm um estoque localizado a pouca distância. Produtos e clientes que
requerem presença local devem ser servidos por depósitos próprios ou contratados.
As sinergias com o setor são as vantagens operacionais decorrentes do uso de depósitos que
servem empresas do mesmo setor. Empresas do ramo de alimentos, por exemplo, costumam
usufruir vantagens substanciais quando compartilham armazéns públicos com outros
fornecedores do mesmo ramo. A redução dos custos de transporte é a principal vantagem,
pois o uso conjunto de depósitos públicos permite a entrega de cargas consolidadas de vários
fornecedores. Depósitos públicos e contratados aumentam o potencial de sinergia com o
setor.
A flexibilidade operacional advém da habilidade de ajustar políticas e procedimentos internos
para atender a requisitos de produtos e exigências de clientes. Geralmente, depósitos próprios
têm mais flexibilidade operacional, pois operam sob total controle das empresas proprietárias.
Em contrapartida, depósitos públicos geralmente empregam políticas e procedimentos mais
consistentes para todos os clientes, a fim de evitar percalços. Todavia, embora esse raciocínio
indique que depósitos próprios possam oferecer mais flexibilidade operacional, existem
muitos depósitos públicos e contratados que têm demonstrado muita flexibilidade e
capacidade de resposta.
A flexibilidade de localização é a habilidade de ajustar, rapidamente, a localização e a
quantidade de depósitos em razão de mudanças na demanda, tanto sazonais quanto
permanentes. Depósitos públicos e contratados oferecem a flexibilidade de localização que
atende a esses requisitos.
Economias de escala dependem da habilidade de reduzir custos de manuseio de materiais e de
armazenagem, por meio do uso de avançadas tecnologias. Geralmente, depósitos com grande
capacidade volumétrica têm uma situação mais propícia para obter essas vantagens, porque
podem diluir altos custos fixos da tecnologia utilizada. Além disso, o investimento em
equipamentos mecânicos ou automatizados e em tecnologia de informação pode reduzir
custos variáveis diretos. Depósitos públicos e contratados têm, geralmente, condições de
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oferecer maiores economias de escala, pois podem projetar suas instalações e operações para
atender a grandes volumes de múltiplos clientes.
Nos últimos anos, o papel tradicional dos depósitos públicos como locais de armazenagem
complementar alterou-se extraordinariamente. Os negócios atuais dão considerada ênfase à
rotação de estoque e à habilidade de satisfazer, rapidamente, os pedidos de clientes. Para
tanto, a estrutura logística deve ter flexibilidade. Muitos depósitos públicos formaram
parcerias que possibilitaram às empresas-cliente contratarem serviços que incluem o
processamento de pedidos e as respectivas entregas, abrangendo várias cidades dos EUA.
Além disso, essas associações oferecem outros serviços especializados, como controle de
estoque e faturamento.
Alguns depósitos públicos e contratados de grande porte estão também expandindo suas
operações para abrangerem redes de armazéns localizados em mercados-chave. Essa
tendência traz a possibilidade de oferecer às indústrias um serviço de grande utilidade
logística. A partir dessa tendência, todas as funções de atendimento aos clientes das empresas
podem ser executadas por depósitos públicos especialistas em serviços logísticos. Essas
funções compreendem transporte, processamento de pedidos de clientes, controle de
estoque, armazenagem, e alguns aspectos administrativos correlatos, os quais formam o
conjunto de serviços integrados disponíveis. A tendência é de que todas essas facilidades, na
forma de redes de depósitos públicos, aumentem, substancialmente, em quantidade,
cobertura geográfica e capacidade.
Os depósitos públicos procuram executar outros serviços de valor agregado para diferenciar-se
da concorrência. Tradicionalmente, a decisão de usar depósitos públicos tem sido tomada por
causa de economias de escala e flexibilidade. No futuro, a tomada de decisões dessa natureza
será cada vez mais baseada na capacidade de os depósitos públicos e contratados
desempenharem tarefas logísticas mais eficientes e eficazes do que os próprios sistemas das
empresas.
A análise para tomada de decisão entre o uso de depósito próprio e o uso de depósito público
ou contratado é análoga à análise de alternativas entre comprar ou fabricar componentes, ou
de comprar ou não caminhões. Depósitos próprios exigem investimentos substanciais, os quais
devem ter o mesmo retorno de outros investimentos.
O comentário final a respeito do uso de redes de depósitos públicos ou próprios refere-se à
relutância natural das empresas de abdicarem da responsabilidade administrativa, em uma
área tão vital como a logística. Os riscos – possibilidade de perda de controle, problemas com
clientes e falta de habilidade para resolver, rapidamente, falhas de sistemas – são as razões
principais dadas por executivos de logística para não usarem redes de depósitos públicos ou
contratados. Embora muitas empresas usem, exclusivamente, depósitos contratados e
públicos, a situação normal é que cada depósito pertença a um proprietário diferente, com o
controle da rede logística, ficando a cargo da empresa fabricante, atacadista ou varejista.
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Contudo, tem havido mudança significativa com relação ao uso de depósitos contratados e
públicos, por causa da flexibilidade, da economia e das sinergias geradas.Síntese
Esta aula apresentou o sistema armazenagem, seus princípios operacionais e as alternativas de
armazenagem (depósitos próprios, públicos e contratados)
Agora, utilizando a sua capacidade de análise, você tem total condição de fazer a escolha da
alternativa mais adequada para cada situação.
adeia de Valor
Introdução
Vantagens competitivas vêm sendo agregadas ao longo de toda a cadeia de suprimento.
Melhorias contínuas devem ser buscadas em todos os elementos da cadeia, reduzindo-se os
custos, melhorando-se a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes finais. Um
elemento que possibilita uma análise sistematizada do processo é chamado de cadeia de valor.
Os elementos da cadeia de suprimento vão desde o fornecedor da matéria-prima destinada à
fabricação de um produto, até o consumidor final, passando pela manufatura, centros de
distribuição, atacadistas (quando há) e varejistas.
Para atuarem de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimentos, as empresas, além
de implementarem um controle de qualidade adequado, devem priorizar a redução de seus
custos para serem competitivas em um mercado tão globalizado.
A Cadeia de Valor
O conceito da cadeia de valor foi desenvolvido por Michael Porter, professor da Harvard
Business School, e é, atualmente, um dos pilares do moderno Gerenciamento da Cadeia de
Suprimento. Segundo Michael Porter, a cadeia de valor “é o conjunto de atividades realizadas
por uma empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade competitiva”. Podem ser
divididas em “atividades primárias”, como logística, fabricação, marketing, vendas, serviços
pós-venda, e em “atividades secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos
humanos, tecnologia e compras.
O valor
Em um ambiente competitivo, valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar
por aquilo que uma empresa ou indivíduo lhes fornece (PORTER,1989). Um bom exemplo é de
C
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uma água sendo vendida em um engarrafamento gigantesco, em um dia de calor insuportável.
O que poderia ser gratuito em sua casa passa a ter um alto valor. O valor não é medido pelo
custo final, mas pela receita total, resultante do preço que a empresa estabelece para o
produto, em razão do mercado e do número de unidades que ela possa vender. A margem de
lucro dar-se-á quando a soma dos custos envolvidos na geração do produto for menor do que
o valor que ela consegue estabelecer para ele. Essa margem, normalmente, é dividida, não em
partes iguais, entre varejista, fabricante, fornecedores, transportadoras, intermediários e
todos os participantes da cadeia de suprimento. A meta de uma empresa competitiva deve ser
aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos e, ao mesmo tempo, minimizar seus
custos globais na cadeia de suprimento.
As Atividades de Valor
As atividades de valor são formadas pelos processos físico-operacionais que a empresa utiliza
para criar um produto com certo valor de mercado. Cada atividade de valor usa diversos
insumos, como recursos humanos, materiais, tecnologia, informação, entre outros, podendo
gerar ativos financeiros, como estoques e contas a receber, e passivos, como contas a pagar.
A cadeia de suprimento é formada por uma seqüência de cadeias de valor e as atividades de
valor são os elementos-chave da vantagem competitiva. A cadeia de valor não é um conjunto
de atividades independentes, mas um sistema de atividades interdependentes.
A cadeia de valor completa é muito extensa, pois envolve a manufatura, seus fornecedores,
outros fornecedores nos segmentos anteriores do processo, varejistas, bem como outros
agentes eventuais, como atacadistas, representantes e distribuidores. Ainda se observa, em
muitos casos, que cada empresa da cadeia de valor tenta tirar o máximo de vantagem para si,
ignorando os possíveis efeitos sobre os demais co-participantes.
Participação da Logística na Cadeia de Valor
A cadeia de valor deve ser trabalhada de forma sistemática e contínua, visando à melhoria da
competitividade de toda a cadeia de suprimento no mercado. O processo não pára por aí e
podem-se conseguir reduções adicionais nos custos das atividades de valor, à medida que o
grupo de empresas que formam a cadeia de valor for aumentando sua participação no
mercado e investindo em novas expansões.
Grande parte das medidas que servem para melhorar a cadeia de valor depende de um bom
desempenho das atividades logísticas. Deixando de tratar somente das operações logísticas
clássicas, a Logística, hoje, passa a agir no campo estratégico, atuando, fortemente, na
concepção, planejamento, implementação e execução dos projetos estratégicos das empresas.
Como exemplo dessas medidas, podem-se citar:
• Implantação de um sistema ECR ou Efficient Consumer Response, com reabastecimento das
lojas do varejista diretamente pelo produtor, com uso de “EDI”;
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• Parcerias com fornecedores de matéria-prima e de componentes da indústria, visando à
otimização e conseqüente redução nos custos finais;
• Entre outras.
“EDI” e “ECR”
a. EDI, ou Electronic Data Interchange é uma troca automatizada, de um computador para
outro, de informações de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros
comerciais, de acordo com um padrão reconhecido internacionalmente.
O EDI é, sem dúvida, um potencializador para a comunicação de negócios efetiva e eficiente
entre as organizações.
Goldfarb e Prescod mencionam os benefícios subseqüentes, comparados a não ter quaisquer
comunicações eletrônicas com os parceiros de negócio:
• maior celeridade nas encomendas;
• melhor controle do inventário;
• menor flutuação financeira;
• informação completa e em tempo real sobre encomendas e inventário para tomada de
decisão mais apoiada;
• redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros.
As vantagens são tão grandes que não subsiste nenhuma dúvida se a comunicação eletrônica é
ou não algo a atingir, a questão reside em qual tipo de solução é mais adequada para o
negócio e a qual preço.
b. ECR ou Efficiet Consumer Response (Resposta Eficiente ao Consumidor) surgiu nos Estados
Unidos, em 1992, e foi, posteriormente, disseminada em outros países. Nessa filosofia, busca-
se maior integração entre as empresas, e o foco é na eficiência da cadeia de suprimento toda,
ao invés da eficiência individual das partes, possibilitando, assim, reduzir os custos totais do
sistema, dos estoques, e ainda disponibilizar produtos mais frescos, de melhor qualidade e
com preços menores para o consumidor final.

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  • 1. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 1 Material de estudo para estudantes dos cursos de logística e distribuição. Fonte: NOVAES, G.A. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro- Elsevier, 2007. Terceira Edição revista, atualizada e ampliada. Parte II ível de Serviço Poderíamos citar definições diferenciadas para Nível de Serviço, porém escolhemos a de Ronald H. Ballou, que diz: “Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado”, “é o tempo necessário para se entregar um pedido ao cliente”. Logística e Distribuição O nível de serviços - Conceitos principais a) Elementos Pré-Transação: Proporcionam um ambiente para que se obtenha um bom nível de serviço. Como exemplos de elementos que proporcionam um bom desempenho no nível de serviço, podem-se citar: • a definição do prazo de entrega da mercadoria após a colocação de um pedido; • procedimentos de troca e devolução; • procedimentos no caso da falta de algum produto; • metodologias de despacho; • estabelecimento de planos de contingenciamento, que atendam às greves, desastres naturais e recolhimento de produtos; • entre outros. b) Elementos de Transação: São responsáveis pelos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente. Alguns exemplos podem ser citados, como: • nível de estoque; • habilidade no trato de atraso; • tempo; • qualidade no atendimento • entre outros. N
  • 2. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 2 c) Elementos Pós-Transação: São serviços necessários para apoiar os produtos já entregues aos clientes. Destacam-se: • instalação; • garantias; • retorno de embalagens; • tratamento de reclamações de clientes; • tratamento de devoluções de clientes; • entre outros. Produto Logístico Produto Logístico é o produto em si, agregado de valores que geram, no cliente, o maior nível de satisfação possível. Se o produto for um bem físico, ele também possui atributos físicos, tais como peso, volume e forma, que também têm influência no custo logístico. Se o produto for algum tipo de serviço, ele será composto de intangíveis, como conveniência, distinção e qualidade. (definição de Ronald H. Ballou). Classificações do Produto Os produtos logísticos podem ser classificados em dois grandes grupos: ·Bens de Consumo; ·Bens Industriais. a. Bens de Consumo: são os bens dirigidos aos consumidores e cujas formas como os consumidores compram, local e forma de seleção, podem refletir nas seguintes classes: ·Bens de Conveniência; ·Bens de Comparação; ·Bens de uso especial. 1)Bens de conveniência: são os bens que os consumidores compram com mais (____________), com pouca pesquisa, de forma impulsiva e imediata, com pouco planejamento. Devido a isso, exigem (____________)(____________)e, por conseguinte, muitos pontos de venda. Possuem, normalmente, custos de distribuição e nível de serviço elevado, para que consigam a preferência. São exemplos: Saponáceos, Produtos alimentícios, itens de tabacaria etc. Freqüência grande distribuição O
  • 3. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 3 2) Bens de Comparação: são os bens comprados por (____________) de (____________), por meio de pesquisa em muitas lojas, observando-se preço, qualidade, desempenho, entre outros. Possuem (____________) (____________) de (____________) de (____________) e, por não haver necessidade de tão ampla distribuição, o custo de distribuição é menor, se comparado aos bens de conveniência. São exemplos: automóveis, “roupas de moda”, mobiliários etc. meio comparação menores - quantidades- pontos- venda 3) Bens de Uso Especial: fazem com que os clientes despendam (____________) para procurar marcas, categorias particulares de mercadorias para efetuarem suas compras. Desse modo, a distribuição não precisa ser (____________) e a (____________) do nível de serviço não precisa ser tão alta quanto aos demais bens. Logo, os custos de distribuição física são menores. Como exemplos, podem ser citados: automóveis feitos sob encomenda, alimentos finos etc. esforço ampla - exigência b. Bens Industriais: são os bens direcionados às empresas e destinam- se à produção de outros produtos ou serviços. Uma forma de classificá-los leva em consideração o seu envolvimento nos processos produtivos. Eles podem ser classificados, como: ·bens que são parte de produtos acabados. Por exemplo: matérias- primas; ·bens que são usados no processo de manufatura: Por exemplo: equipamentos; ·bens que contribuem, indiretamente, no processo produtivo. Por exemplo: material de escritório. O Ciclo de Vida do Produto Os produtos seguem um perfil definido de tempo de vida, se considerados do ponto de vista de vendas, desde o período de sua inserção no mercado, o atingimento de seu pico de vendas e posterior declínio. A relação venda por tempo sugere as seguintes fases em um ciclo de vida:
  • 4. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 4 ·Introdução do produto no mercado; ·Crescimento do nível de vendas; ·Maturidade e atingimento do pico de vendas; ·Declínio. A existência de vários produtos, em determinada empresa, em momentos diferenciados de seu ciclo de vida, exigirá do gestor logístico, muita atenção para que se levantem as necessidades de distribuição deles, por meio de uma estratégia capaz de otimizar o processo logístico em questão. A Curva ABC O conceito de Curva ABC é conseqüência da observação de especialistas que constataram ser a maior parte das vendas gerada por (____________) (____________) , se considerados em relação a todos os comercializados. Esse fenômeno é chamado de curva ABC (ou curva (____________) ). poucos - produtos 80-20 Tal conceito é reforçado pelo princípio conhecido como Curva de Pareto, que afirma: “80 % das vendas provêm de 20 % dos itens da linha de produtos, numa relação 80-20”. Segundo Ronald H. Ballou (1993): “Vil Fredo Pareto, em 1897, em estudos de concentração de renda, concluiu que maior parte da riqueza concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela da população, em proporções de 80% e 20%, respectivamente”. Características do Produto O produto, em razão de características próprias, quando avaliado de maneira combinada, influencia as demais atividades logísticas com implicações na estratégia de distribuição para que seus custos sejam otimizados. Essas características, que devem ser consideradas, são: ·Peso; ·Volume; ·Valor; ·Perecibildade; ·Inflamabilidade; ·Substitubilidade.
  • 5. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 5 Isoladamente e, principalmente nas suas combinações, essas características indicam as necessidades de transporte, armazenagem, manuseio, estoques e processamento de pedidos. O Sistema de Transportes O Sistema de transportes é o componente logístico que tem como finalidade movimentar carga, passageiros e serviços. Sua importância é ainda maior quando analisamos do ponto de vista dos gastos logísticos para executá-lo, pois ele absorve percentuais significativos dos custos logísticos. A Importância do Sistema de Transportes Ao observarmos nações desenvolvidas e em desenvolvimento, verificamos a grande influência que o Sistema de Transportes de cada país exerce como fator de: • possibilidade de aumento da competição no mercado; • redução dos preços das mercadorias; • garantia da economia de escala de produção. O Sistema de Transportes, ao desenvolver suas atividades, contribui, de maneira direta e indireta, também, para: a. Acesso da população a níveis e padrões de vida mais elevados; b. Disponibilidade de bens para a população; c. Efeito estabilizador nos preços das mercadorias, principalmente nas entressafras; d. Existência de uma sadia concorrência entre os produtores; e. Flexibilidade para a localização da Produção (Parque Industrial), não atrelada aos mercados consumidores (se for o caso). Os Modais do Sistema de Transportes Existem variadas formas de se apresentar o Sistema de Transportes. Didaticamente, adotaremos a apresentação da seguinte maneira: dividindo-o em subsistema terrestre, subsistema aquaviário e subsistema aéreo.
  • 6. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 6 O Subsistema Terrestre: 1) Modal Rodoviário; 2) Modal Ferroviário; 3)Modal Dutoviário (gás, gasolina, óleo diesel, álcool etc.) b. O Subsistema Aquaviário: 1) Modal Fluvial; 2) Modal Lacustre; 3)Modal Marítimo: de longo curso (alto-mar) ou de cabotagem(sobre a costa). c. O Subsistema Aéreo: 1) Modal aéreo de carga; 2) Modal aéreo de passageiros. Os percentuais de participação de cada um dos modais variam em razão de várias condicionantes, entre as quais podem ser citados o produto ou serviço a ser transportado, seu valor, sua perecibilidade, a relação custo-benefício, a disponibilidade geográfica do modal de transporte, do tempo de transporte porta a porta (da fábrica ao cliente), entre outros. Tempo “Porta a Porta” e variabilidade O usuário dos transportes deve ter atenção ao tempo real de transporte de seus bens, pois, a despeito de aviões serem mais velozes para o deslocamento de produtos, de nada adiantaria transportá-los pelo modal aéreo, usando jatos velozes, se acontecerem atrasos e retenções excessivas no solo. Desta forma, costuma-se usar o “tempo porta a porta” (que é o tempo desde a saída do fornecedor até a entrega ao cliente) com base para cálculos de tempo de transporte. Outro aspecto fundamental que também deve ser considerado é a variabilidade. Muitas vezes, a despeito das mercadorias serem transportadas por um único modal (rodoviário, por exemplo), pode não existir uma precisa duração do tempo de entrega para distâncias iguais, em razão de aspectos, como: causas climáticas, congestionamentos de tráfego e número de paradas. Essa variação sinaliza a incerteza no desempenho do transportador e deve ser considerada no planejamento logístico. 5. Os Transportes Multimodais
  • 7. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 7 Os Transportes Multimodais são, na atualidade, uma alternativa de transporte de bens e mercadorias para os gestores logísticos. Sua concepção baseia-se na integração de mais de um modal para realizar o transporte de produtos. Tais combinações podem ser: • Ferro-rodoviária; • Ferro-hidroviária; • Ferro- aeroviária; • Ferro-dutoviária; • Rodo-aérea; • Rodo-hidroviária; • Rodo-dutoviária; • Hidro-dutoviária; • Hidro-aérea; •Aero-dutoviária. A Carga Conteinerizada A carga conteinerizada é uma solução para integrar modais, utilizando-se o container-padrão, que é capaz de transitar por todos os modais, agregando grandes flexibilidades ao Sistema de Transporte Logístico de carga. Algumas opções de medidas de containeres podem ser apresentadas: a. 8 x 8 x 20 pés; b. 8 x 8 x 40 pés. rmazenagem de Produtos Necessidades de Espaço Físico A necessidade da armazenagem consiste no fato de as organizações não poderem prever a demanda precisamente, ou seja, de maneira 100% segura. Caso essa perfeita coordenação entre oferta e demanda fosse possível, a produção deveria ter um tempo de resposta instantâneo e o transporte deveria ser totalmente confiável, com tempo de entrega nulo. Desse modo, as empresas utilizam os estoques para melhorarem a coordenação entre oferta e demanda e diminuírem os custos totais. Os (____________) gastos com armazenagem e manuseio de materiais são justificados e compensados por meio dos custos de (____________) e de (____________). A empresa reduz custos produtivos, pois seus estoques armazenados absorvem (____________) dos níveis de (____________) devido a (____________) do processo de manufatura ou a variações de oferta ou demanda. Os custos de transporte são reduzidos, pois a armazenagem permite o uso de quantidades maiores e mais econômicas nos lotes de carregamento. custos – transporte - produção flutuações – produção incertezas A
  • 8. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 8 A questão é utilizar inventário eficiente para o correto equilíbrio econômico entre os custos de estocagem, produção e transporte. Muitas empresas estão evitando ou minimizando a necessidade de armazenagem por meio da aplicação do conceito (____________), que se baseia na idéia de ajustar o (____________) e a (____________) no (____________) e na (____________) , de forma que os produtos cheguem justamente quando são necessários. Este conceito tem sido mais utilizado no suprimento das empresas, pois os produtos entram, normalmente, como matérias-primas ou componentes dos produtos finais. Portanto, se a demanda por produtos acabados é conhecida com algum grau de precisão, conseqüentemente a (____________) pelos suprimentos que darão origem a esses produtos também poderá ser conhecida. Just-in-time suprimento – demanda tempo – quantidade demanda Mesmo assim, enquanto existirem descontos para compras ou transportes de grande lote e incertezas em relação às demandas previstas e nos tempos de aquisição de matérias-primas, haverá necessidade de estoques. Outra razão para a existência dos (____________) é a (____________) de (____________) e demanda. Por exemplo, empresas que dependem de matérias- primas sazonais, como é caso das que vendem frutas em calda, são obrigadas a armazenarem produção para que atendam devidamente seus clientes no período da entressafra. estoques coordenação – suprimentos Toda vez que fica muito caro coordenar suprimento e demanda de forma precisa, são necessários estoques. Outro exemplo interessante é o dos fabricantes de ar-condicionado. Um nível constante de produção é mantido devido à demanda ser incerta durante o ano, com picos de venda no verão. Outra situação que serve de razão para a existência da armazenagem é quando ela também faz parte do processo de produção. Isso ocorre no caso de queijos, vinhos e outras bebidas alcoólicas, pois esses produtos requerem um tempo para sua maturação ou envelhecimento.
  • 9. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 9 Outro caso é o dos produtos taxados, quando a armazenagem pode ser usada para segurar a mercadoria até sua venda, evitando-se o pagamento de impostos. Do ponto de vista do marketing, a armazenagem ajuda a disponibilizar o produto no mercado, com prazos de entrega mais favoráveis. A melhoria dos níveis de serviço pode ter efeito positivo nas vendas. Localização de Depósitos Constatada a necessidade por áreas de armazenagem, resta saber qual a localização desse espaço. Devem-se levar em consideração alguns critérios para a escolha. É importante escolher o lugar de acordo com uma visão sistêmica de todos os outros depósitos do sistema logístico da empresa. Algumas organizações chegam a ter 50 locais de estocagem por todo o país. Após a localização geográfica, deve-se escolher um sítio específico. Alguns fatores auxiliam e muito nessa escolha e podem ser coletados com advogados locais, agências governamentais, companhias de utilidades, engenheiros, entre outros. São eles: • Leis de zoneamento locais; • Atitude da comunidade e do governo local em relação ao depósito; • Custos de construção; • Disponibilidade e acesso aos sistemas de transportes; • Potencial para expansão; • Situação da mão-de-obra local, como salários, disponibilidade, produtividade; • Taxas relativas ao local e à operação de armazéns; • Segurança do local (fogo, furto, inundações etc.); • Taxas de seguro e disponibilidade de financiamentos; • Congestionamento de tráfego nas redondezas do local; • Entre outros. Dimensão da facilidade de Armazenagem O depósito deve atender às necessidades de estocagem da empresa. Caso esta utilize espaços próprios conjugados com espaços alugados nos picos de armazenagem, o tamanho ideal do prédio será aquele que dá o custo mínimo para a combinação dos dois tipos de espaço físico: o próprio e o alugado (que é mais caro).
  • 10. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 10 Funções da Armazenagem As funções da armazenagem são relativas à natureza do serviço que ela desempenha. São elas: 1. Abrigo de produtos: guarda de estoques gerados pelo desbalanceamento entre oferta e demanda. Garante proteção e outros serviços associados, como manutenção de registros, rotação de estoques e reparos; 2. Consolidação: no caso de mercadorias originárias de muitas fontes diferentes, a empresa pode economizar no transporte, se as entregas forem feitas em um armazém, onde as cargas são agregadas, ou consolidadas, e transportadas em um único carregamento até seu destino final. Esse tipo de armazém de consolidação é mais freqüente no suprimento de materiais. 3. Transferência e Transbordo: na transferência, fracionam-se quantidades transferidas em grandes volumes em quantidades menores, demandadas pelos clientes. Estabelece-se um depósito regional que receberá pequenos volumes, de acordo com a necessidade dos clientes. O caso do transbordo é semelhante, mas difere do primeiro no fato de que o depósito não serve para a guarda dos produtos. Ele serve, simplesmente, como o ponto em que os grandes lotes de entrega terminam sua viagem e em que se originam as entregas dos volumes fracionados. 4. Agrupamento: empresas com linha extensa de produtos podem fabricá-los de maneira integral em cada uma de suas plantas industriais. Os clientes, geralmente, compram a linha completa e, desse modo, podem-se obter economias de produção pela especialização de cada fábrica na manufatura de uma parte da linha de produtos e, sendo possível entregar a produção em um depósito, onde os itens são agrupados conforme os pedidos realizados. O custo de armazenagem é compensado pelos menores custos de manufatura, devido aos maiores lotes de produção para menos itens em cada planta. Tipos de Depósito a. Espaço Físico Próprio: A maioria das empresas possui espaços de armazenagem próprios. A empresa espera obter desse investimento vantagens, como: • diminuição dos custos em relação ao aluguel de terceiros; • maior grau de controle sobre as operações de armazenagem, gerando operações mais eficientes e alto nível de serviço; • o espaço pode ser convertido para outros usos, como a manufatura; • o espaço pode servir como base para um escritório de vendas, garagem da frota própria, departamento de transportes ou de compras; • entre outros.
  • 11. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 11 Para que se obtenha uma boa taxa de retorno para o investimento feito, a administração deve assumir mais responsabilidades associadas a leis do trabalho e outras e ao risco da perda de capital, caso a rentabilidade não se materialize. Devido a esses riscos, muitas vezes a administração opta por não possuir um espaço próprio. b. Aluguel de Espaço Físico de Terceiros: Os armazéns públicos são de grande utilidade para aqueles que precisam expandir ou contratar espaço físico por curto período de tempo ou realocar sua área de estocagem freqüentemente. A cobrança, em geral, é feita para períodos tão curtos como um mês e estes competem com os depósitos próprios, aceitando usuários cujos níveis de armazenamento mesclam-se de maneira a gerar alto nível de utilização do espaço disponível durante o ano inteiro. O depósito próprio pode ter períodos de subutilização da capacidade devido à linha limitada de produtos que armazena. Os depósitos públicos são versáteis devido ao fato de terem que atender a uma grande diversidade de usuários. Existem algumas especializações, porém apenas dentro de quatro categorias mais amplas de produto: 1. Armazéns de “(____________)”: limitam seus serviços a certos grupos de mercadorias-padrão. Especializam-se no manuseio e armazenagem de produtos, como madeira, algodão, tabaco, entre outros; 2. Armazéns para (____________): oferecem manuseio de armazenagem de produtos granelizados, como, químicos líquidos, petróleo e derivados etc.; 3. Armazéns (____________): depósitos refrigerados que servem para guardar perecíveis, como frutas, vegetais, produtos farmacêuticos, entre outros. 4. Armazéns para (____________) (____________) e (____________): armazenagem e manuseio de bens de uso doméstico e mobiliário; 5. Armazéns de (____________) em geral: manuseiam uma grande diversidade de itens, não exigindo a especialização dos tipos anteriores. Commodities Granéis frigorificados utilidades - domésticas – mobiliário mercadorias
  • 12. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 12 O depósito público deve ser capaz de atender às necessidades de seus clientes. De acordo com a Associação Americana dos Profissionais de Armazenagem, os seguintes serviços devem ser oferecidos: • Manuseio, armazenagem e distribuição por volumes por peso; • Estocagem em trânsito; • Armazenagem alfandegada; • Armazenagem sem taxação; • Ambiente com temperatura e umidade controladas; • Aluguel de espaço físico por metro quadrado; • Espaço para escritório e exposição, serviços administrativos especiais e telefone; • Informação de tráfego; • Manuseio e distribuição de veículos compartilhados com outras empresas e consolidação de carregamentos; • Inventário Físico; • Facilidades de transmissão de dados; • Planos de consolidação de fretes; • Empacotamento e montagem; • Defumação; • Marcação, etiquetagem, gravação e embalamento; • Entregas postais e expressas; • Proteção e amarração de carga; • Carga e descarga de veículos; • Consertos, montagem de barris, amostragem, pesagem e inspeção; • Compilação de relatórios especiais de estoques; • Manutenção de entregas para clientes com crédito; • Transporte rodoviário local e de longo curso; • Pátios de estocagem; • Serviços portuários; entrega e instalação de equipamentos; • Entre outros. c. Estoque em trânsito: Refere-se ao tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte durante sua entrega. Como diferentes alternativas de transporte representam diferentes tempos de trânsito, o especialista pode selecionar um modal que pode reduzir ou até mesmo eliminar a necessidade por armazenagem convencional. Essa alternativa é atraente para empresas que tratam com estoques sazonais e transportes por longas distâncias, como ocorre no caso de algumas frutas, que são despachadas verdes, e chegam ao seu local de entrega no ponto certo, ou seja, maduras para a comercialização.
  • 13. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 13 ontrole de Estoques O Estoque e sua Finalidade O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso futuro. Tem, como objetivo, atender a demanda, assegurando-lhe a disponibilidade de produtos. Sua formação é onerosa, uma vez que representa de 25% a 40% dos custos totais. Com o propósito de se evitar o descontrole financeiro, é necessário que haja uma sincronização perfeita entre a demanda e a oferta de mercadorias. Como isso é impossível, deve-se formar um estoque essencialmente para atender a demanda, minimizando seus custos de formação. Como proposto por Nellemann, “devemos sempre ter o produto que você necessita, mas nunca devemos ser pegos com algum estoque”. Finalidades dos Estoques Os estoques servem para muitas finalidades. Entre elas, podem-se citar: • Melhoram o nível de serviço; • Incentivam economias na produção; • Permitem economia de escala nas compras e no transporte; • Agem como proteção contra aumentos de preço; • Protegem a empresa contra incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; • Servem como segurança contra contingências. Melhora do nível de serviço oferecido Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que podem ser oferecidos produtos com mais descontos, com quantidades mais adequadas, com mais vantagens para os clientes que precisam de fornecimento imediato ou de períodos curtos de ressuprimento. Isso representa maiores vantagens competitivas, diminuição nos custos e maiores lucros nas vendas. Economia na Produção O menor custo unitário de produção ocorre, geralmente, para grandes lotes de fabricação com o mesmo tamanho. Considerando que os estoques agem como reguladores entre oferta e demanda, possibilitam uma produção mais constante, não oscilando com as flutuações das C
  • 14. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 14 vendas. Além disso, a força de trabalho pode ser mantida em lotes estáveis e os custos de preparação de lotes podem ser diminuídos. Métodos geradores de eficiência no manuseio • A geração de pequenos lotes de compras para atender às necessidades de produção ou atender a clientes a partir da manufatura implica maiores custos de fretes, uma vez que não há volume suficiente para obter descontos oferecidos aos maiores lotes. Outra finalidade dos estoques é possibilitar descontos no transporte de grandes lotes equivalentes à capacidade dos veículos, gerando, assim, fretes menores. Proteção contra Alterações nos Preços Mercadorias negociadas em mercados abertos, tais como minérios, produtos agrícolas e petróleo, têm seus preços ditados pelas curvas da oferta e da demanda. Assim, as compras podem ser antecipadas em razão de aumentos previstos nos preços, gerando estoques que devem ser muito bem administrados. Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos ou seus tempos de ressuprimento de maneira exata no sistema logístico e, para garantir a disponibilidade do produto, deve-se formar um estoque adicional (estoque de segurança). Este é adicionado ao estoque regulador para atender às necessidades da produção e do mercado.8. Proteção contra contingências Algumas contingências podem atingir as empresas de maneira inesperada. Como exemplo, podemos citar greves, incêndios, inundações, entre outras. A manutenção do estoque de reserva é uma maneira viável de garantir o fornecimento normal nessas ocasiões. Uma visão do problema dos estoques em diferentes organizações O problema dos estoques não é o mesmo para os diferentes tipos de organizações. Os estoques industriais costumam ser maiores do que os do varejo e os do atacado. Se considerarmos os estoques do ponto de vista de bens duráveis e não-duráveis, pode-se afirmar que “os bens duráveis, como automóveis, máquinas de lavar e condicionadores de ar, representam os dois terços restantes, e os bens não duráveis, como roupas e alimentos, representam cerca de um terço dos estoques totais das empresas”. Controle do estoque pelo tipo de demanda Os estoques podem ser controlados, adotando-se diversos tipos de critérios. Se considerarmos a natureza de sua demanda, teremos as seguintes classificações: a. Estoques de demanda (____________) : são estoques daqueles produtos que requerem ressuprimento contínuo, pois seus produtos são consumidos durante todas as fases do ano. Ex: creme dental;
  • 15. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 15 b. Estoques de demanda (____________): são estoques de produtos comercializados em determinados momentos do ano. Ex: Árvores de Natal; c. Estoques de demanda (____________): são estoques cuja venda de seus produtos não pode ser prevista na íntegra . Ex: automóveis a gasolina x automóveis a álcool; d. Estoques de demanda em (____________) : ocorre no caso de produtos que estão sendo retirados do mercado em razão do declínio da demanda. Ex: Fitas VHS x DVDs; e. Estoques de demanda (____________): ocorrem no caso de itens que são usados na linha de produção de alguns produtos acabados. Ex: Pneus de automóveis em razão das vendas do produto acabado, que é o automóvel. permanente sazonal irregular declínio derivada Custos do Estoque a. Custos de Manutenção de Estoque: relativos à manutenção de certa quantidade de itens por um período de tempo. Representa uma série de custos diferentes, como o custo de imobilização de capital. O capital imobilizado nos estoques poderia estar sendo investido, por exemplo, no mercado financeiro. Além disso, devem-se considerar, também, os custos com impostos e seguros, custos de armazenagem, custos associados ao risco de se manter estoques. b. Custos de compras: custos das quantidades requeridas para a reposição do estoque. Os custos de aquisição incluem, especificamente: custo de se processar pedidos, custo de envio do pedido até o fornecedor, custo de preparação da produção, custo de manuseio ou processamento realizado na recepção e custo do preço da mercadoria; c. Custos de Falta:custos que ocorrem no caso de haver demandas por produtos em falta no estoque. Podem ser custos de vendas perdidas ou de atrasos.
  • 16. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 16 Algumas técnicas de controle de estoques Diante dos diversos métodos existentes para o controle de estoques, os mais tradicionalmente utilizados são: a. Métodos de empurrar estoques (tipo (____________)): utilizado, especialmente, quando há mais de um depósito no sistema de distribuição. Ocorre quando o que é produzido é maior que a necessidade dos estoques. b. Métodos de Puxar Estoques (tipo (____________)): Apenas o estoque necessário para se atender a demanda daquele produto precisa ser mantido. As quantidades mantidas tendem a ser menores do que no outro método. Um dos sistemas mais conhecidos de puxar estoques é o “estoque para a demanda”, em que os níveis de inventário são mantidos proporcionalmente às previsões das demandas dos clientes. Push pull Ponto de Reposição Conhecido, também, como Método do Estoque Mínimo, objetiva reduzir os custos de manutenção de estoques, mas sem correr o risco de não se atender a demanda. O objetivo é encontrar o nível ótimo de estoques para um determinado produto. Para isso, é necessário que o estoque esteja devidamente controlado e que determine o ponto de reposição. A finalidade do ponto de reposição é iniciar o processo de ressuprimento com segurança suficiente para que não ocorra a falta do material. O PR é calculado multiplicando-se a taxa de consumo pelo tempo de ressuprimento. Por exemplo, o consumo previsto dos televisores que estão no seu estoque, por semana, é de 100 unidades. O tempo de ressuprimento (tempo gasto desde que o pedido, por exemplo, das peças que serão utilizadas na fabricação dos televisores, é feito ao fornecedor até a chegada do produto para a linha de montagem e sua produção) é de duas semanas. Desse modo, o PR dos seus televisores é de 200 unidades. Explicando: para que não haja risco de a sua demanda não ser atendida, seu estoque nunca pode ter menos do que 200 televisores. Essa contagem, atualmente, pode ser feita por ferramentas de tecnologia, como softwares de computadores especializados.
  • 17. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 17 Just-In-Time A aplicação de algumas técnicas na produção japonesa permitiu reduzir estoques, em todos os níveis, incrementar a capacidade disponível em grandes investimentos adicionais, diminuir tempos de fabricação, melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos fabricados etc. Uma dessas técnicas foi o JIT- (____________), que tem o objetivo de dispor da peça necessária, na quantidade necessária e no momento necessário, pois, para lucrar, necessita-se dispor do inventário para satisfazer as demandas imediatas da linha de produção. De acordo com a filosofia Just-In-Time, em cada etapa do processo, produzem-se somente os produtos necessários para a fase posterior, na quantidade e no momento exato em que são demandadas. Just-in-time O JIT surgiu no Japão, nos meados da década de 70, com base na literatura acerca da Toyota japonesa (empresa que desenvolveu o sistema tal como vem sendo introduzido no Brasil, o que o leva, muitas vezes, a ser chamado de “Sistema Toyota de Produção”). O sistema Just-In-Time freqüentemente é associado a uma política de redução do estoque de matérias-primas por meio da sua entrega em intervalos e lotes menores. Na realidade, o sistema é muito mais abrangente do que essa característica “externa”. Internamente, a fábrica passa por mudanças no trabalho e no sistema de informações. De uma maneira geral, dois são os princípios desse sistema de produtividade, Just-in-time e controle autônomo dos defeitos. O Kanban propriamente dito é um sistema de informações para administrar o Just-In-Time. Os objetivos do Just-In-Time são: • Flexibilizar a empresa; • Produzir somente os produtos necessários; • Produzir com qualidade requerida; • Menor “Lead Time” na concepção de novos produtos; • Menor “Lead Time” na manufatura; • Melhor atendimento ao cliente;
  • 18. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 18 • Menor perda (maior valor agregado ao produto); . Maior retorno de investimento; • Redução de estoques em processo, produtos acabados e, eventualmente, de Logística e Distribuição • Redução de custos de fabricação; • Geração de espaço de fábrica; • Produção por métodos que permitam o envolvimento das pessoas (moral, satisfação, desenvolvimento, autocontrole); • Melhoramento contínuo (Kaizen) da qualidade e da produtividade.Síntese rmazenagem Depósito visto como um Sistema O depósito ou armazém é um elemento importante na rede logística. Um elemento desse tipo deve ser considerado como um componente do sistema logístico global. Agora, ao analisá-lo em maior detalhe, passamos a vê-lo como um sistema em si mesmo, obviamente não esquecendo de que é uma parte do todo. É necessário, desde logo, definir, claramente, os objetivos desse subsistema, tendo em vista seu papel no sistema logístico global da empresa. Para isso, é importante analisar as funções que deve desempenhar. Em segundo lugar, é necessário definir os componentes que formam o sistema analisado. São eles: - (____________) – as mercadorias chegam ao armazém ou depósito e devem ser descarregadas, conferidas e encaminhadas ao ponto de armazenagem. Este componente do armazém ou depósito é constituído, geralmente, por uma doca de descarga, onde a mercadoria é conferida e triada. - (____________) – após recebimento, a mercadoria é deslocada dentro do armazém até o ponto onde deverá ficar armazenada. Mais tarde, é deslocada, novamente, do ponto de armazenagem para um outro local, que pode ser a doca de embarque ou uma parte do A
  • 19. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 19 armazém destinada à consolidação dos pedidos (acondicionamento, despacho). Esse deslocamento interno é denominado genericamente de movimentação. - (____________) – a armazenagem propriamente dita das mercadorias constitui um dos componentes desse sistema. Como já dissemos, pode durar pouco tempo, em alguns casos, e períodos relativamente longos, em outros. - (____________) dos (____________) – em certos tipos de armazém, os pedidos dos clientes, filiais etc. são preparados em um local específico do depósito. Os produtos são trazidos dos pontos onde estão armazenados e, a seguir, são acondicionados em caixas, pallets, containeres ou em outra forma adequada de invólucro. Os invólucros são, então, marcados externamente com o nome e endereço do destinatário para, depois, serem encaminhados à doca de embarque. - (____________)– uma vez pronta para ser distribuída ou transportada, a mercadoria é embarcada no veículo designado, utilizando, para isso, uma doca apropriada. O processo de carregamento e despacho do veículo constitui, assim, outro componente do sistema em estudo. - (____________) externa e estacionamento – embora muitas empresas transportadoras, indústrias ou firmas comerciais utilizem as vias públicas para estacionar veículos de carga e, em alguns casos, usem-nas até mesmo para carga/descarga, o certo é dispor de áreas apropriadas para isso, reservando parte do terreno para circulação e estacionamento. Recebimento Movimentação Armazenagem Preparação - pedidos Embarque Circulação Assim, é necessário: (a) Estabelecer um checklist dos parâmetros relevantes; (b) Definir e quantificar a medida (ou medidas) de rendimento, por meio de um nível de serviço adequado; (c) Definir alternativas para subsistemas, caminhando da pior para a melhor; (d) Quantificar os recursos necessários por alternativa; Administração de Compras, Suprimentos e Armazenamento (e) Calcular os custos para cada alternativa (investimento e custeio) e os respectivos níveis de serviço; (f) Selecionar a melhor alternativa tendo em vista o conjunto.
  • 20. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 20 Os principais são: forma de acondicionamento, densidade, assimetria, grau de periculosidade, grau de perecibilidade, compatibilidade entre cargas diversas, estado físico (sólido, líquido, gasoso, pastoso), dimensões da carga, tendo em vista os equipamentos disponíveis. Um ponto muito importante na análise sistêmica do armazém ou depósito é a inter-relação desse subsistema com o meio externo. Ele se relaciona com o subsistema transporte e, por meio deste, com os clientes, em um extremo, e com as fábricas e demais depósitos, no outro. Princípios Operacionais de Armazenagem Uma vez tomada a decisão de usar os serviços de um depósito, o passo seguinte é projetar suas características. A seguir, são apresentados os princípios básicos de projetos de depósitos. Seja o depósito uma grande instalação operada manualmente, ou uma grande instalação automatizada, os três princípios apresentados a seguir são de grande relevância: critérios de projeto, tecnologia de manuseio e plano de armazenagem. Cada um desses princípios é comentado na seqüência: - Critérios do Projeto – os critérios para elaboração de projetos de depósitos dependem das características das instalações físicas e da movimentação dos produtos. Os três fatores a serem considerados no projeto são o número de andares, a altura útil e o fluxo de produtos. O projeto ideal de depósitos é de um só nível (ou andar), de forma que produtos não sejam movimentados verticalmente. Elevadores para transporte de um piso para o outro consomem tempo e energia. O elevador também constitui um gargalo para o fluxo de produtos, quando vários encarregados competem pelo o uso de poucos elevadores. Embora nem sempre seja possível, sobretudo em zonas centrais, onde os terrenos são caros e raros, os depósitos devem ter apenas um piso. • Tecnologia de Manuseio – Esse segundo princípio prende-se à eficácia e à eficiência da tecnologia adotada para o manuseio de materiais. Seus componentes são: continuidade de movimento e economia de escala na movimentação. a. Continuidade de movimento é obtida por um movimento mais longo, feito por um encarregado ou por um equipamento de manuseio, o qual é mais vantajoso do que numerosos e curtos movimentos como parte dele, feito por vários encarregados. Quando o manuseio de um mesmo produto é feito por vários encarregados ou por vários equipamentos, pode implicar perda de tempo e aumento de risco de danos aos produtos. Como regra geral, as movimentações devem ser mais longas e menos freqüentes possíveis. b. Economia de escala na movimentação é obtida quando todas as atividades são executadas com a maior quantidade possível de produtos. Em vez de movimentar caixa por caixa, as atividades de armazenagem devem ser programadas para movimentar grupos de caixas, em paletes ou em containeres. Essa unitização exige que grande quantidade de produtos ou pedidos sejam movimentados ou separados ao mesmo tempo. Embora isso possa aumentar a
  • 21. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 21 complexidade operacional, já que envolve vários produtos ou pedidos, esse recurso reduz a quantidade total de atividades e o respectivo custo. • Plano de Estocagem – de conformidade com esse terceiro princípio, o projeto de depósitos deve considerar as características dos produtos, particularmente aquelas relativas à volume, peso e acondicionamento na estocagem. O volume dos produtos é o principal fator a ser levado em conta na definição de um plano de armazenagem. Produtos de alta estação devem ser armazenados em locais onde as distâncias a serem percorridas são menores, como perto de saídas, e em estantes ou porta-paletes baixos. Assim, só são diminuídas as distâncias dos percursos, como também é reduzida a necessidade de movimentação vertical dos produtos. Em contrapartida, produtos de baixa rotação podem ser colocados em lugares distantes de saídas ou em prateleiras ou porta-paletes mais altos. A passagem a seguir mostra um plano de armazenagem baseado na movimentação de produtos. O plano deve seguir uma estratégia adequada para produtos com características especiais de peso e armazenagem. Itens relativamente pesados devem ser colocados em locais baixos, para diminuir o esforço e o risco de elevar grandes pesos. Produtos volumosos ou de baixa densidade exigem maiores espaços para armazenagem. Espaços livres no solo e estantes ou porta-paletes altos podem ser usados para esses tipos de produto. Itens menores podem ser guardados em estantes ou gavetas. Um plano integrado de armazenagem deve moldar-se às características específicas de cada produto.3. Alternativas de Armazenagem Este item concentra-se em questões relativas às opções de armazenagem: depósitos próprios, públicos e contratados. Depósitos próprios são administrados pelas empresas proprietárias das instalações e dos produtos manuseados. Depósitos públicos são operados como um negócio independente, oferecendo serviços variados, como de armazenagem, manuseio e transporte, mediante pagamento de uma taxa fixa ou variável. Os operadores de depósitos públicos oferecem, em geral, serviços relativamente padronizados, para todos os clientes. A armazenagem contratada é uma evolução das operações de depósitos próprios e públicos. Ela é “um acordo de longo prazo, mutuamente vantajoso, que proporciona armazenagem e serviços logísticos especiais e customizados, exclusivamente para um cliente, no qual o operador e o cliente compartilham riscos da operação”. As questões mais importantes que diferenciam os operadores de armazenagem contratada dos operadores de depósitos públicos são: prazo mais longo de prestação de serviços, serviços customizados, exclusividade e compartilhamento de riscos. As vantagens que cada um dos tipos oferece são apresentadas a seguir: • Depósitos próprios: Um depósito próprio é operado pela empresa proprietária da mercadoria. As instalações podem ser próprias ou alugadas. A decisão a respeito da melhor estratégia para cada empresa é essencialmente financeira. Nem sempre é possível encontrar um depósito de aluguel que atenda a todas as necessidades. Depósitos exigem, por exemplo, muitas atividades de manuseio de materiais, e as instalações existentes, disponíveis para aluguel, podem não estar adequadamente projetadas. Geralmente, um depósito eficiente
  • 22. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 22 deve ser planejado, considerando o sistema de manuseio de materiais, a fim de permitir a máxima eficiência do fluxo de mercadorias. Empresas do ramo imobiliário estão cada vez mais inclinadas a construir depósitos de distribuição dentro das especificações de clientes, em regime de arrendamento mercantil. Esse tipo de construção personalizada existe em muitos mercados, sob contratos de arrendamento mercantil, para períodos a partir de cinco anos de duração. As principais vantagens da armazenagem própria são o controle, a flexibilidade, o custo e outras vantagens intangíveis. Depósitos próprios oferecem mais controle, pois a empresa tem autoridade absoluta para a tomada de decisões a respeito das atividades e das prioridades nas instalações. Esse controle facilita a integração das operações do depósito com os outros procedimentos logísticos internos da empresa. Depósitos próprios oferecem, geralmente, mais flexibilidade, pois podem ser ajustados políticas e procedimentos operacionais para atender a necessidades específicas. Empresas com clientes ou produtos muito especiais são, freqüentemente, motivadas a instalar seus próprios depósitos. Depósitos próprios são, geralmente, considerados menos custosos do que depósitos públicos, porque, nos custos daqueles não são computadas margens de lucro. Assim, tanto os custos fixos como os custos variáveis são menores. Essa vantagem, todavia, pode ser enganosa, já que depósitos públicos são, freqüentemente, mais eficientes ou operam com faixas salariais mais baixas. O importante é proceder às avaliações precisas do total de custos envolvidos, antes de tomar uma decisão sobre a estratégia a ser adotada. Por último, depósitos próprios têm certas vantagens intangíveis, particularmente no que diz respeito à presença no mercado. Um depósito próprio, com o nome da empresa na porta, dá aos clientes a impressão de pronta resposta e estabilidade. Essa impressão dá, às vezes, uma vantagem de marketing sobre outras empresas. • Depósitos Públicos: O uso de depósitos públicos é intensamente adotado em sistemas logísticos. Praticamente qualquer composição de serviços pode ser combinada com a empresa operadora, em curto e em longo prazo. Há uma classificação consagrada para depósitos públicos que se fundamenta na execução de operações especializadas e inclui (1) depósitos gerais; (2) depósitos refrigerados; (3) depósitos para commodities especiais; (4) depósitos alfandegados e (5) depósitos de móveis e de utensílios domésticos. Cada tipo de depósito difere na tecnologia de armazenagem e manuseio de materiais, tendo em vista as características ambientais e os bens armazenados. Depósitos gerais são projetados para manusear todo tipo de mercadorias embaladas. Depósitos refrigerados, de ambiente congelado ou de temperatura intermediária manuseiam e armazenam alimentos, medicamentos e produtos químicos que exigem baixa temperatura. Depósitos especiais para commodities são projetados para manusear grandes volumes ou itens que exigem condições especiais de manuseio, como pneus ou roupas.
  • 23. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 23 Depósitos alfandegados são licenciados pelo governo para armazenar mercadorias antes do pagamento de impostos ou direitos alfandegários. Exercem forte controle sobre todas as movimentações de saída e de entrada de mercadorias, pois exigem preenchimento de documentos legais para cada movimentação. Finalmente, os depósitos de móveis e de utensílios domésticos são projetados para manusear e armazenar itens volumosos, de difícil arrumação. Obviamente, muitos depósitos públicos oferecem combinações de serviços das modalidades supracitadas. Depósitos públicos também proporcionam flexibilidade financeira e vantagens a economias de escala. Muitas vezes, há maior especialização no que diz respeito a habilidades operacionais e de gerenciamento, pois armazenagem é o seu negócio. Isso significa que o pessoal que se dedica a essa atividade compreende os riscos inerentes às operações e é motivado a tirar vantagens das oportunidades de mercado. Do ponto de vista financeiro, os depósitos públicos podem ter um custo variável mais baixo do que depósitos próprios equivalentes. O custo variável mais baixo pode decorrer de salários menores, maior produtividade, ou de economias de escala. Depósitos públicos têm, certamente, menores custos. Quando o desempenho é avaliado pelo retorno do investimento, o uso de armazéns públicos pode aumentar, substancialmente, esse retorno. Os depósitos públicos oferecem outro tipo de flexibilidade, que é a facilidade de mudança de local, de tamanho de depósito, ou da quantidade de depósitos, para que a empresa responda, rapidamente, às necessidades de fornecedores, de clientes ou sazonais. Depósitos próprios são fixos e, relativamente, de difícil mudança, já que têm que ser construídos ou vendidos. Depósitos públicos podem, ainda, oferecer significativas economias de escala pela diluição de custos entre clientes. O maior nível de atividades dilui custos fixos e justifica a existência de equipamentos de manuseio mais eficientes. Esses depósitos, também, podem baixar o custo de transporte, consolidando cargas de vários clientes. Os depósitos públicos cobram de clientes uma taxa básica para manuseio e armazenagem. Para o manuseio, a taxa é proporcional à cubagem ou peso da mercadoria. Para a armazenagem, a taxa é aplicada à quantidade, em volume ou peso, armazenada durante o mês. Tais taxas, normalmente, excedem os custos de armazenagem própria, considerando condições equivalentes. No entanto, quando não existe a possibilidade de economias de escala, no caso de armazenagem própria, os depósitos públicos podem ser uma alternativa mais barata. • Depósitos Contratados: os depósitos contratados combinam as melhores características de armazenagem pública e de armazenagem própria. O relacionamento de longo prazo e o compartilhamento dos riscos permitem custos menores do que as condições normais de depósitos públicos, embora, em certos casos, seja necessário investir em um ativo imobilizado mínimo. Os depósitos contratados podem proporcionar vantagens de especialização, flexibilidade e economia de escala, por compartilhar em recursos de gerenciamento, mão-de-
  • 24. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 24 obra, equipamento e informação com muitos clientes. Embora seja comum os depósitos contratados compartilharem recursos com clientes de um mesmo ramo, por exemplo produtos alimentícios, não é comum que concorrentes diretos queiram compartilhar recursos entre si. Os depósitos contratados estão, atualmente, expandindo o escopo de seus serviços para incluírem diferentes atividades logísticas, como transporte, controle de estoque, processamento de pedidos, serviço ao cliente e processamento de devoluções.4. Estratégia de Armazenagem Como é de se esperar, muitas empresas usam uma combinação de depósitos próprios, públicos e contratados. Depósitos próprios ou contratados são mais indicados em caso de estoques que se movimenta o ano inteiro. Depósitos públicos são mais usados em estações de pico de movimento. Em outras situações, depósitos centrais tendem a ser próprios e depósitos regionais ou depósitos em localizações especiais tendem a ser públicos. Em ambos os casos, depósitos contratados também podem ser utilizados. A possibilidade de uso integral de um depósito o ano inteiro é muito remota. Como regra para o planejamento, um depósito projetado para uso de sua capacidade plena deve ter seu uso limitado entre 75% a 85% do tempo. Dessa maneira, 15% a 25% constituem espaço a ser usado em situações de pico. Em tais situações, pode ser vantajoso construir um depósito próprio, dimensionado para uso pleno durante 75% do tempo, e usar um depósito público para atender a demanda de pico. A segunda hipótese de combinar depósitos públicos decorre de exigências de mercado. As empresas podem considerar que armazéns próprios se justificam em localizações específicas, em razão de volume de distribuição. Em outros mercados, depósitos públicos podem ser a opção mais econômica. Em projetos de sistemas logísticos, o princípio a ser adotado é determinar qual a combinação de estratégias de armazenagem que atendem mais economicamente aos objetivos de serviço ao cliente. Uma estratégia integrada de depósitos centra-se em duas questões. A primeira diz respeito à quantidade de depósitos a ser utilizada. A segunda questão é relativa aos tipos de armazém que devem ser usados para atender às exigências do mercado. Para muitas empresas, a resposta é uma combinação que possa ser diferenciada por cliente e por produto. Alguns grupos de clientes podem ser servidos com mais eficiência por um depósito próprio; outros grupos podem ser servidos, mais adequadamente, por depósitos públicos. A figura a seguir mostra outros fatoras que devem ser considerados e a sua possível influência. Horizontalmente, apresenta uma direção estratégica, que vai de depósito próprio a depósito contratado e a depósito público. As considerações qualitativas, apresentadas verticalmente são: (1) sinergias de presença; (2) sinergias com setor; (3) flexibilidade operacional; (4) flexibilidade de localização e (5) economias de escala.
  • 25. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 25 As sinergias de presença são as vantagens comerciais de proximidade das instalações onde o estoque está localizado, claramente identificadas com a empresa (por exemplo, o nome da empresa exposto na porta). Acredita-se que os clientes se sentem mais à vontade quando os fornecedores mantêm um estoque localizado a pouca distância. Produtos e clientes que requerem presença local devem ser servidos por depósitos próprios ou contratados. As sinergias com o setor são as vantagens operacionais decorrentes do uso de depósitos que servem empresas do mesmo setor. Empresas do ramo de alimentos, por exemplo, costumam usufruir vantagens substanciais quando compartilham armazéns públicos com outros fornecedores do mesmo ramo. A redução dos custos de transporte é a principal vantagem, pois o uso conjunto de depósitos públicos permite a entrega de cargas consolidadas de vários fornecedores. Depósitos públicos e contratados aumentam o potencial de sinergia com o setor. A flexibilidade operacional advém da habilidade de ajustar políticas e procedimentos internos para atender a requisitos de produtos e exigências de clientes. Geralmente, depósitos próprios têm mais flexibilidade operacional, pois operam sob total controle das empresas proprietárias. Em contrapartida, depósitos públicos geralmente empregam políticas e procedimentos mais consistentes para todos os clientes, a fim de evitar percalços. Todavia, embora esse raciocínio indique que depósitos próprios possam oferecer mais flexibilidade operacional, existem muitos depósitos públicos e contratados que têm demonstrado muita flexibilidade e capacidade de resposta. A flexibilidade de localização é a habilidade de ajustar, rapidamente, a localização e a quantidade de depósitos em razão de mudanças na demanda, tanto sazonais quanto permanentes. Depósitos públicos e contratados oferecem a flexibilidade de localização que atende a esses requisitos. Economias de escala dependem da habilidade de reduzir custos de manuseio de materiais e de armazenagem, por meio do uso de avançadas tecnologias. Geralmente, depósitos com grande capacidade volumétrica têm uma situação mais propícia para obter essas vantagens, porque podem diluir altos custos fixos da tecnologia utilizada. Além disso, o investimento em equipamentos mecânicos ou automatizados e em tecnologia de informação pode reduzir custos variáveis diretos. Depósitos públicos e contratados têm, geralmente, condições de
  • 26. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 26 oferecer maiores economias de escala, pois podem projetar suas instalações e operações para atender a grandes volumes de múltiplos clientes. Nos últimos anos, o papel tradicional dos depósitos públicos como locais de armazenagem complementar alterou-se extraordinariamente. Os negócios atuais dão considerada ênfase à rotação de estoque e à habilidade de satisfazer, rapidamente, os pedidos de clientes. Para tanto, a estrutura logística deve ter flexibilidade. Muitos depósitos públicos formaram parcerias que possibilitaram às empresas-cliente contratarem serviços que incluem o processamento de pedidos e as respectivas entregas, abrangendo várias cidades dos EUA. Além disso, essas associações oferecem outros serviços especializados, como controle de estoque e faturamento. Alguns depósitos públicos e contratados de grande porte estão também expandindo suas operações para abrangerem redes de armazéns localizados em mercados-chave. Essa tendência traz a possibilidade de oferecer às indústrias um serviço de grande utilidade logística. A partir dessa tendência, todas as funções de atendimento aos clientes das empresas podem ser executadas por depósitos públicos especialistas em serviços logísticos. Essas funções compreendem transporte, processamento de pedidos de clientes, controle de estoque, armazenagem, e alguns aspectos administrativos correlatos, os quais formam o conjunto de serviços integrados disponíveis. A tendência é de que todas essas facilidades, na forma de redes de depósitos públicos, aumentem, substancialmente, em quantidade, cobertura geográfica e capacidade. Os depósitos públicos procuram executar outros serviços de valor agregado para diferenciar-se da concorrência. Tradicionalmente, a decisão de usar depósitos públicos tem sido tomada por causa de economias de escala e flexibilidade. No futuro, a tomada de decisões dessa natureza será cada vez mais baseada na capacidade de os depósitos públicos e contratados desempenharem tarefas logísticas mais eficientes e eficazes do que os próprios sistemas das empresas. A análise para tomada de decisão entre o uso de depósito próprio e o uso de depósito público ou contratado é análoga à análise de alternativas entre comprar ou fabricar componentes, ou de comprar ou não caminhões. Depósitos próprios exigem investimentos substanciais, os quais devem ter o mesmo retorno de outros investimentos. O comentário final a respeito do uso de redes de depósitos públicos ou próprios refere-se à relutância natural das empresas de abdicarem da responsabilidade administrativa, em uma área tão vital como a logística. Os riscos – possibilidade de perda de controle, problemas com clientes e falta de habilidade para resolver, rapidamente, falhas de sistemas – são as razões principais dadas por executivos de logística para não usarem redes de depósitos públicos ou contratados. Embora muitas empresas usem, exclusivamente, depósitos contratados e públicos, a situação normal é que cada depósito pertença a um proprietário diferente, com o controle da rede logística, ficando a cargo da empresa fabricante, atacadista ou varejista.
  • 27. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 27 Contudo, tem havido mudança significativa com relação ao uso de depósitos contratados e públicos, por causa da flexibilidade, da economia e das sinergias geradas.Síntese Esta aula apresentou o sistema armazenagem, seus princípios operacionais e as alternativas de armazenagem (depósitos próprios, públicos e contratados) Agora, utilizando a sua capacidade de análise, você tem total condição de fazer a escolha da alternativa mais adequada para cada situação. adeia de Valor Introdução Vantagens competitivas vêm sendo agregadas ao longo de toda a cadeia de suprimento. Melhorias contínuas devem ser buscadas em todos os elementos da cadeia, reduzindo-se os custos, melhorando-se a qualidade dos produtos e o nível de serviço para os clientes finais. Um elemento que possibilita uma análise sistematizada do processo é chamado de cadeia de valor. Os elementos da cadeia de suprimento vão desde o fornecedor da matéria-prima destinada à fabricação de um produto, até o consumidor final, passando pela manufatura, centros de distribuição, atacadistas (quando há) e varejistas. Para atuarem de forma integrada e com sucesso na cadeia de suprimentos, as empresas, além de implementarem um controle de qualidade adequado, devem priorizar a redução de seus custos para serem competitivas em um mercado tão globalizado. A Cadeia de Valor O conceito da cadeia de valor foi desenvolvido por Michael Porter, professor da Harvard Business School, e é, atualmente, um dos pilares do moderno Gerenciamento da Cadeia de Suprimento. Segundo Michael Porter, a cadeia de valor “é o conjunto de atividades realizadas por uma empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade competitiva”. Podem ser divididas em “atividades primárias”, como logística, fabricação, marketing, vendas, serviços pós-venda, e em “atividades secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos humanos, tecnologia e compras. O valor Em um ambiente competitivo, valor é o montante que os compradores estão dispostos a pagar por aquilo que uma empresa ou indivíduo lhes fornece (PORTER,1989). Um bom exemplo é de C
  • 28. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 28 uma água sendo vendida em um engarrafamento gigantesco, em um dia de calor insuportável. O que poderia ser gratuito em sua casa passa a ter um alto valor. O valor não é medido pelo custo final, mas pela receita total, resultante do preço que a empresa estabelece para o produto, em razão do mercado e do número de unidades que ela possa vender. A margem de lucro dar-se-á quando a soma dos custos envolvidos na geração do produto for menor do que o valor que ela consegue estabelecer para ele. Essa margem, normalmente, é dividida, não em partes iguais, entre varejista, fabricante, fornecedores, transportadoras, intermediários e todos os participantes da cadeia de suprimento. A meta de uma empresa competitiva deve ser aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos e, ao mesmo tempo, minimizar seus custos globais na cadeia de suprimento. As Atividades de Valor As atividades de valor são formadas pelos processos físico-operacionais que a empresa utiliza para criar um produto com certo valor de mercado. Cada atividade de valor usa diversos insumos, como recursos humanos, materiais, tecnologia, informação, entre outros, podendo gerar ativos financeiros, como estoques e contas a receber, e passivos, como contas a pagar. A cadeia de suprimento é formada por uma seqüência de cadeias de valor e as atividades de valor são os elementos-chave da vantagem competitiva. A cadeia de valor não é um conjunto de atividades independentes, mas um sistema de atividades interdependentes. A cadeia de valor completa é muito extensa, pois envolve a manufatura, seus fornecedores, outros fornecedores nos segmentos anteriores do processo, varejistas, bem como outros agentes eventuais, como atacadistas, representantes e distribuidores. Ainda se observa, em muitos casos, que cada empresa da cadeia de valor tenta tirar o máximo de vantagem para si, ignorando os possíveis efeitos sobre os demais co-participantes. Participação da Logística na Cadeia de Valor A cadeia de valor deve ser trabalhada de forma sistemática e contínua, visando à melhoria da competitividade de toda a cadeia de suprimento no mercado. O processo não pára por aí e podem-se conseguir reduções adicionais nos custos das atividades de valor, à medida que o grupo de empresas que formam a cadeia de valor for aumentando sua participação no mercado e investindo em novas expansões. Grande parte das medidas que servem para melhorar a cadeia de valor depende de um bom desempenho das atividades logísticas. Deixando de tratar somente das operações logísticas clássicas, a Logística, hoje, passa a agir no campo estratégico, atuando, fortemente, na concepção, planejamento, implementação e execução dos projetos estratégicos das empresas. Como exemplo dessas medidas, podem-se citar: • Implantação de um sistema ECR ou Efficient Consumer Response, com reabastecimento das lojas do varejista diretamente pelo produtor, com uso de “EDI”;
  • 29. Apostila com adaptação aos estudos extraídos em arquivos: www.unama.br - Logística e Distribuição Prof. MSc. Sérgio Duarte Página 29 • Parcerias com fornecedores de matéria-prima e de componentes da indústria, visando à otimização e conseqüente redução nos custos finais; • Entre outras. “EDI” e “ECR” a. EDI, ou Electronic Data Interchange é uma troca automatizada, de um computador para outro, de informações de negócios estruturadas, entre uma empresa e seus parceiros comerciais, de acordo com um padrão reconhecido internacionalmente. O EDI é, sem dúvida, um potencializador para a comunicação de negócios efetiva e eficiente entre as organizações. Goldfarb e Prescod mencionam os benefícios subseqüentes, comparados a não ter quaisquer comunicações eletrônicas com os parceiros de negócio: • maior celeridade nas encomendas; • melhor controle do inventário; • menor flutuação financeira; • informação completa e em tempo real sobre encomendas e inventário para tomada de decisão mais apoiada; • redução de custos de introdução manual dos dados e menos erros. As vantagens são tão grandes que não subsiste nenhuma dúvida se a comunicação eletrônica é ou não algo a atingir, a questão reside em qual tipo de solução é mais adequada para o negócio e a qual preço. b. ECR ou Efficiet Consumer Response (Resposta Eficiente ao Consumidor) surgiu nos Estados Unidos, em 1992, e foi, posteriormente, disseminada em outros países. Nessa filosofia, busca- se maior integração entre as empresas, e o foco é na eficiência da cadeia de suprimento toda, ao invés da eficiência individual das partes, possibilitando, assim, reduzir os custos totais do sistema, dos estoques, e ainda disponibilizar produtos mais frescos, de melhor qualidade e com preços menores para o consumidor final.