Antes da Grande Depressão de 1929, a teoria econômica clássica predominava, defendendo um mercado livre sem intervenção estatal. Após a crise, que se caracterizou por uma grave crise de emprego, a teoria macroeconômica ganhou força ao questionar a capacidade da teoria clássica de explicar eventos como crises. Isso aumentou o interesse pela macroeconomia.
1. Questões (Froyen)
1. A macroeconomia passou a ser uma área de grande interesse na teoria
econômica apenas após a crise de 1929. Por que? Discorra sobre o
assunto.
Anteriormente a crise de 29 o pensamento econômico que predominava era o
da escola clássica, e sua teoria econômica empregada por Keynes, na qual
defendia os princípios tradicionais, ou ortodoxos, da teoria transmitida pelos
economistas, acadêmicos, desde a época de David Ricardo. Essa doutrina é
geralmente chamada de liberalismo econômico. Tal pensamento defendia um
mercado livre, sem intervenção do Estado o Laissez-faire. Esse modelo
econômico tomava como base as leis naturais de Isaac Newton.
Conforme os clássicos, nem os controles restritivos do mercantilismo, nem as
instituições feudais remanescentes faziam mais sentido em existirem. Em
resumo, diziam que as leis naturais guiariam o sistema econômico e as ações
das pessoas, não necessitando de intervenções governamentais,
principalmente por considerarem os governantes esbanjadores e corruptos.
E como a crise de 1929 caracterizou-se pela crise do emprego, a teoria
macroeconômica foi ganhando mais força porque a insatisfação com a
explicação das crises e dos eventos econômicos e dos preceitos fornecidos
pela teoria macroeconômica estabelecida também aumentou.
2. As figuras e as tabelas do capitulo 1 mostram que a economia norte
americana, com o passar do tempo, esta cada vez mais com maiores
dificuldades para apresentar taxas de crescimento econômico
significativas e estáveis. Que fatores pode explicar este fenômeno?
Discorra sobre o assunto.
Os principais fatores que podem explicar este fenômeno são a alta taxa de
desemprego e de inflação notadas a partir da década de 50, isso pode ser
explicado através da figura 1.1, que mostra que não somente o crescimento do
PIB tem sido mais instável desde 1970, a taxa de crescimento também foi
menor, em media 2,5% ao ano, no período de 1970-1981, e 2,6% ao ano, no
período de 1982-1994.
Deste modo acompanhando a queda do crescimento do produto, houve
diminuições do crescimento da produtividade do trabalho e dos salários reais.
Em meados da década de 90 muitas pessoas, especialmente as mais jovens,
queixam-se da escassez de bons empregos. E o resultado de tudo isso
certamente será os efeitos econômicos dos déficits orçamentários e da balança
comercial no futuro.
2. 3. A curva de Phillips, que representa um trade-off entre inflação e
desemprego, passou a não ser mais observada de forma consistente na
economia norte americana a partir do final da década de 1960. Explique
este fenômeno.
Ate o final dos anos 1960, fica evidente uma relação negativa entre as taxas de
inflação e de desemprego, anos com taxas de inflação relativamente altas são
anos de desemprego relativamente baixo. No período desde 1970, não há
evidências desta relação simples. Durante partes da década de 70, por
exemplo, de 1973 a 1975, tanto as taxas de desemprego como de inflação
tiveram um aumento acentuado, aparentemente no começo dos 80, a relação
negativa voltou, com um forte aumento do desemprego e queda da inflação.
Nos anos seguintes, as taxas de inflação permaneceram baixas, enquanto as
taxas de desemprego diminuíram sensivelmente, no período 1990-1991, as
taxas de desemprego aumentaram e as taxas de inflação caíram, mas o
comportamento das taxas de inflação parece ter sido resultado de fatores
ligados à guerra Iraque- Kuwait, não de qualquer relação implícita entre
desemprego e inflação.
4. Discorra sobre as principais características do comportamento dos
componentes do Produto Interno Bruto na atividade econômica:
Consumo, Investimento e Gastos do Governo. Compare as características
do comportamento destes componentes nos períodos de expansão e
recessão.
O componente CONSUMO do PIB consiste nas compras de bens
e serviços de produção corrente efetuadas pelo setor domestico. Podemos
dividi-lo em bens de consumo duráveis (ex: automóveis , bens de
consumo não-duráveis (ex: bebidas, alimentos) e serviços (ex: médicos . O
consumo em muitos países é o maior componente do PIB. No curto prazo, o
consumo desempenha papel vital na determinação da demanda agregada e no
longo prazo é essencial para o crescimento econômico. Segundo Keynes, o
consumo exerce grande influencia na formação das expectativas
dos empresários, que tomam suas decisões levando em conta a demanda
como objetivo final da produção.
O componente INVESTIMENTO do PIB pode ser dividido em três
subcomponentes. O maior deles são os investimentos fixos das empresas, que
consistem nas compras de fabricas e equipamentos produzidos no período. O
segundo maior são os investimentos em construção civil. O ultimo
subcomponente são os investimentos em estoque. Ou seja, o investimento
significa a aplicação de capital em meios de produção Investimento bruto
corresponde aos gastos realizados com bens de capital e formação de
estoques. Investimento liquido exclui as despesas
com manutenção e reposição de peças, depreciação de equipamentos e
instalações, medindo com mais precisão o crescimento econômico.
Os GASTOS DO GOVERNO são as compras de bens e serviços efetuadas
pelo governo. É importante notar que nem todos os gastos do governo são
3. parte do PIB, já que nem todos representam uma demanda por bens e serviços
de produção corrente, exemplo disso temos a Previdência Social que não
é incluído no PIB.
Uma EXPANSÃO acentuada da economia pode levar o crescimento
significativo da variável consumo, isso resulta no crescimento da demanda
agregada e consequentemente ampliação dos investimentos. Quando a
economia está em intensa expansão, o governo deve intervir aumentando os
tributos, para evitar a bolha econômica quando os gastos com créditos é tão
alto, que compromete a economia dos bancos.
Já no período de RECESSÃO, a economia sofre declínio significativo em sua
taxa de crescimento, ou seja, há decréscimo na atividade comercial. Com essa
queda do PIB, o país enfrenta o chamado "efeito dominó", onde a diminuição
da disponibilidade de crédito acaba acarretando na diminuição do consumo, e
consequentemente da produção levando as empresas a investir e produzir
menos. Então como resposta do governo à recessão, o governo entra com
politicas macroeconômicas expansionistas (expansão da oferta de meios de
pagamento e do gasto público, redução de tributos)
5. Normalmente o PIB real de um país se diferencia do PIB potencial. Por
que isto acontece? Discorra sobre o tema.
O PIB real medimos o produto em termos de preços constantes a partir
de um ano base. Já o PIB potencial é a capacidade de oferta de uma economia
ou capacidade produtiva instalada da economia. Fundamentalmente, a curto
prazo, as flutuações do produto e do emprego decorrem de variações do
produto real em torno do produto potencial, onde o produto potencial é definido
como o nível de produto real que a economia poderia produzir operando a altas
taxas de utilização dos recursos. Esses movimentos a curto prazo do produto
consistem em mudanças nas taxas de utilização da mão-de-obra e do capital.
Já a longo prazo o crescimento do produto potencial, implica no crescimento da
quantidade disponível de fatores de produção, passando a ser determinante
importante no crescimento do produto.
4. 6. Apresente graficamente e explique as curvas da função produção e do
produto marginal do trabalho na abordagem clássica
R: A parte do gráfico da função produção
K) e a produção varia com as
alterações na utilização de mão-de-obra, a medida que o emprego (N) sobe, a
produção aumenta, porém a uma taxa decrescente que vai sendo de
magnitude cada vez menor, oque indica que além de N‖ os aumentos na
utilização de trabalho não produzem mais incrementos na produção.
A parte do gráfico do produto marginal do trabalho (PMgN), mostra a variação
na produção resultante do acréscimo de mais uma unidade de mão-de-obra,
até N’ temos um PMgN constante, além de N’ o PMgN é positivo mais
decrescente e vai diminuindo até que a curva encontra no eixo em N‖.
Os gráficos representam uma relação tecnológica que determina o nível de
produção, para um determinado nível de utilização do insumo trabalho. Os
clássicos assumiam que a quantidade de mão-de-obra fosse determinada
pelas forças de oferta e demanda no mercado de trabalho.
5. 7. Como você acha que a função produção da Figura 3.1 seria afetada por
um aumento na produtividade média e marginal do trabalho para um
determinado nível de produção em virtude, por exemplo , de uma maior
educação da força de trabalho? De que modo essa mudança na função
produção afetaria os níveis de produto e de emprego no modelo clássico?
Em virtude de uma maior educação da força de trabalho, iremos ter
trabalhadores mais capacitados com isso a produtividade média e marginal do
trabalho aumenta e consequentemente a produção também ira aumentar.
Conforme o modelo clássico essa mudança na função produção deslocaria a
curva para cima, com um mesmo nível de trabalho teremos um maior nível de
produtividade.
8. Explique as decisões individuais de demanda de trabalho pela firma e
de oferta de trabalho pelo trabalhador, conforme a abordagem clássica.
R: As firmas e os trabalhadores individuais escolhem e agem de forma ótima. A
firma perfeitamente competitiva aumentará a produção até o ponto em que o
custo marginal de produção seja igual à receita marginal recebida por sua
venda. A condição para a maximização do lucro é que o salário real (W/P) pago
pela firma deve ser igual ao produto marginal do trabalho. Assim, a quantidade
de mão -de –obra que maximiza os lucros da firma, para cada nível de salário
real, é dada pela quantidade de trabalho para a qual o salário real é igual ao
produto marginal do trabalho. A curva de produto marginal é a curva de
demanda da firma por trabalho. Isso significa que a demanda por trabalho
depende inversamente do valor do salário real.
Os economistas clássicos assumiam que o indivíduo tenta maximizar a
utilidade (ou satisfação). O nível de utilidade dependia positivamente tanto da
renda real quanto do lazer. Portanto há um trade-off entre esses dois objetivos,
pois a renda aumenta com o trabalho, que, por sua vez, reduz o tempo
disponível para o lazer. O individuo ofertará trabalho até o ponto em que a taxa
à qual o trabalho possa ser trocado por renda no mercado de trabalho, dada
pelo salário real (W/P), seja igual à taxa à qual o individuo estiver disposto a
trocar trabalho (renunciar ao lazer) por renda, taxa medida pela inclinação das
curvas de indiferença do indivíduo.
9. Suponha que o gosto do público mude de tal modo que o lazer venha a
ser mais desejável que as mercadorias. Em sua opinião, de que modo
essa mudança afetaria o produto, o emprego e o salário real do modelo
clássico?
6. Ao tomar a decisão trabalho-lazer, ele está preocupado com o poder de
compra, em termos de bens e serviços, que adquire por unidade de trabalho.
Se, por exemplo, seu salário monetário aumentasse de $2 por hora para $4 por
hora, mas os preços de todos os produtos dobrassem, após a mudança ele
estaria ofertando a mesma quantidade de trabalho que ofertava antes. Supõe-
se que mais trabalho seja ofertado se os salários reais forem mais altos. Isso
reflete o fato que, em termos de renda não recebida, um salário real mais alto
significa um maior preço do lazer. A esse preço mais alto assumimos que o
trabalhador escolherá ter menos lazer. À medida que o salário real aumenta, o
trabalhador consegue obter uma renda real maior.
10. Apresente graficamente e explique o equilíbrio do mercado de
trabalho e a determinação da produção na abordagem clássica.
O equilíbrio no mercado de trabalho se obtém pela igualdade da curva
de demanda por trabalho (Nd
) e curva de oferta de trabalho (Ns
):
Nd
= f(W/P)
Ns
= f(W/P)
Este equilíbrio junto à função da produção agregada [y = F (K, N)] determinam
o produto, o emprego e o salário real no sistema clássico.
O gráfico acima mostra a determinação dos níveis de equiílbrio do emprego
(No) e do salário real (W/P)0, que ocorre no ponto de intersecção entre as
curvas da demanda agregada por trabalho e da oferta total do trabalho. Esse
Nd
= Ns
7. nível de trabalho de equilíbrio (No) resulta num nível de equilíbrio do produto
(yo), definido pela função de produção.
11. Apresente graficamente a Curva de Oferta Agregada Clássica.
Discorra sobre o papel da flexibilidade do salário nominal no equilíbrio do
mercado de trabalho na abordagem clássica
A curva de oferta agregada clássica vertical reflete o fato de que, para que haja
equilíbrio no mercado de trabalo, valores mais altos do nível de preços exigem
níveis proporcionalmente mais altos do salário nominal. Em vista das
suposições anteriores, o equilíbrio no mercado de trabalho exige que os
salários nominais aumentem proporcionalmente aos preços, para manter o
único salário real de equilíbrio desse mercado.
8. 12. Denominamos a visão clássica do mercado de trabalho como uma
caracterização de mercado leiloeiro. Quais são as suposições
subjacentes nessa caracterização?
As descrições dos mercados de trabalho e produtos são caracterizados pelos
clássicos como mercado leiloeiro, estando implícitas na representação
clássica do mercado de trabalho duas suposições:
Preços e salários perfeitamente flexíveis.
Informação perfeita sobre os preços de mercado, por parte de todos os
seus participantes.
Se o modelo de equilíbrio determina o emprego e o produto, logo o equilíbrio é
atingido. Se esse modelo tiver que explicar o emprego e o produto no curto
prazo, os preços e os salários deverão permanecer perfeitamente flexíveis no
mesmo período. A caracterização do mercado de trabalho como mercado
leiloeiro também exige que os participantes no mercado disponham de
informações perfeita sobre os preços de mercado, tanto os fornecedores
quanto os compradores de trabalho devem conhecer os preços comerciais
relevantes. Isso exige que ao vender e comprar trabalho a um dado salario
nominal W tanto os trabalhadores como os empregadores conheçam o poder
de compra, em termos de mercadorias, resultante desse salario .
13. Discuta o papel desempenhado pela moeda no sistema clássico?
O papel da moeda no sistema clássico é uma analise para entender a
determinação do nível de preços, pois a quantidade de moeda estabelece o
nível de demanda agregada que por sua vez, determina o nível de preços. Para
explicar como ocorre a variação do nível de preços é necessário analisar a
teoria quantitativa da moeda que se destacam em duas abordagens:
A abordagem de Fisher da equação de trocas
A abordagem de Cambridge ou abordagem dos saldos de caixa
A equação de trocas é uma identidade que relaciona o volume de transações
avaliadas a preços correntes com o estoque de moeda multiplicado pela taxa
de circulação da moeda ou velocidade da moeda (que mede o numero de
vezes que cada unidade monetária disponível na economia é utilizada em
transações durante um dado período).
Segundo Fisher a velocidade é uma identidade , onde M é a
velocidade da moeda, Vᵀé a velocidade transação da moeda, Pᵀé o índice
de preços dos itens transacionados e T é o volume de transações incluindo
9. tanto as vendas como as compras de bens produzidos no período e também
em períodos anteriores.
Para Fisher a equação de trocas servia para determinar o nível de preços
variando de acordo com a quantidade de moeda em circulação diretamente
com sua velocidade de circulação inversamente ao volume de transações
realizadas.
Abordagem de Cambridge: dada a necessidade de reter moeda em caixa para
realizar transações, conseguir liquidez, e considerando o custo de oportunidade
em manter essa moeda, o individuo decidirá manter uma quantidade ótima de
moeda. Assim a demanda por moeda deve corresponder a uma fração de
renda e da riqueza, ou seja, pode ser representada por .
Em equilíbrio, tem-se que a quantidade exógena de moeda deve ser igual a
quantidade demandada de moeda
Tratando K fixo em curto prazo e com a produção real Y determinada pelas
condições de oferta, a equação de Cambridge também se reduz a uma relação
proporcional entre o nível de preços e os estoques de moeda. Como na
abordagem de Fisher, a quantidade de moeda determina o nível de preços.
14. Explique como a demanda agregada é determinada no modelo
clássico. Quais seriam os efeitos de um aumento na demanda agregada
sobre o produto e o nível de preços?
R: A demanda agregada é determinada pela relação entre a quantidade
demandada de bens e serviços e o nível geral de preços, onde podemos
determina-la pelo modelo clássico com base na teoria quantitativa da moeda,
onde PY: MV em que a curva de demanda agregada mostra as combinações
de nível de preços (P) e o produto real (Y) consistentes em que determinam
essa equação.Assim para um determinado estoque de moeda (M) ha uma
velocidade de circulação fixa(V).
Um aumento no estoque de moeda desloca a curva de demanda agregada
para direita e para cima, como a curva de oferta e vertical, os aumentos de
demanda não afetam o produto, somente o nível de preços aumenta, uma
mudança na quantidade de moeda é o único fator que desloca a curva de
demanda agregada.
Com isso um aumento na demanda agregada sobre o nível de preços no
sistema clássico a quantidade de moeda determina o nível de demanda
agregada que por sua vez determina o nível de preços. Alterações nessa
demanda promovem mudanças apenas sobre o nível de preços sem qualquer
impacto sobre o produto real.
10. 15. Apresente graficamente e explique a determinação da taxa de juros do
sistema Clássico.
R: A taxa de juros de equilíbrio é aquela que iguala oferta de fundos de
empréstimos como poupança ( S) do período por fundos de empréstimos, que
consistem (I) somados a parceria do déficit públicos financiado por títulos.
A poupança fornece a demanda por títulos, já as curvas de investimentos
quando traçada contra a taxa de juros apresentam inclinações de forma
negativa. Os investimentos somados ao déficit do governo (g – t), determinado
exogenamente por suposição, financiado pela colocação de títulos são
equivalentes a oferta de títulos. Assim a taxa de juros é que equilibra a
demanda a oferta de fundos de empréstimos. No longo prazo os investimentos
dependem das taxas de juros e da rentabilidade futuro dos projetos de
investimento.
Desta forma se caso ocorra uma redução de expectativas de lucros futuros
com investimentos, afetaria a demanda por fundos de empréstimos para
qualquer que seja a taxa de juros.
16. O que é crowding out (efeito deslocamento)? Como o crowding out
afeta os resultados da política fiscal?
O efeito Crowding out (efeito deslocamento) é a queda dos
investimentos privados devido ao aumento dos gastos do governo. O aumento
do governo financiado pela a venda de títulos ao publico empurra a taxa de
11. juros para cima, o suficiente para o deslocamento (crowd-out) de uma
quantidade igual de dispêndio privado (consumo mais investimento) os
dispêndios privados são desestimulados, porque a taxa de juros mais alta faz
com que as famílias substituam consumo presente por consumo futuro,
aumentando a poupança. Os investimentos diminuem porque um número
menor de projetos parece lucrativo em virtude do maior custo dos empréstimos.
Com os efeitos de um aumento nos gastos governamentais, o governo emite
moeda para financiar os gastos adicionais, a quantidade de moeda é alterada,
o nível de preços muda proporcionalmente. No sistema clássico não interessa
a origem do aumento no estoque da moeda. Uma dada mudança no estoque
monetário tem o mesmo efeito tanto quando ocorre em razão do financiamento
dos gastos do governo como quando decorre de outros motivos. Em outras
palavras, um aumento nos gastos do governo não tem nenhum efeito
independente sobre a demanda agregada.
17.Explique como funciona a taxa de juros no sistema clássico para
estabilizar a demanda agregada em face das mudanças autônomas dos
componentes, como os investimentos e os gastos do governo.
Considerando somente os efeitos sobre a demanda agregada, a análise
de mudança nos impostos produz resultados análogos aos de mudança nos
gastos do governo. Um corte nos impostos poderia ser usado para estimular a
demanda por consumo, através de um aumento na renda disponível das
famílias. Se, no entanto, o governo vendesse títulos ao publico para substituir
as receitas perdidas pelo corte nos impostos, haveria o mesmo processo de
deslocamento (crowding-out) discutido para o caso de um aumento nos gastos
governamentais financiado por títulos. A taxa de juros de equilíbrio aumentaria,
a demanda por investimentos diminuiria, e haveria, ainda, um aumento na
poupança induzida pela taxa de juros, fazendo com que o consumo retornasse
ao patamar anterior ao corte nos impostos. No caso de um corte nos impostos,
como no caso do aumento nos gastos, a demanda agregada não seria afetada.
Se as receitas perdidas em razão do corte nos impostos forem substituídas
pela emissão de moeda adicional, então, assim como no caso do aumento nos
gastos do governo, a criação de moeda aumentará a demanda agregada, e o
corte nos impostos causará a elevação do nível de preços. O corte nos
impostos não teria nenhum efeito independente sobre a demanda agregada.
18. Como alterações (para mais ou para menos) na alíquota do imposto de
renda afeta o equilíbrio de mercado de trabalho e a oferta agregada na
abordagem clássica. Mostre graficamente.
12. Com um corte de na alíquota do imposto de renda de 40% para 20% (por
exemplo), em vez de pagar $0,40 a cada unidade adicional de renda recebida,
passar-se-ia a pagar somente $0,20. No modelo clássico, essa mudança iria
incentivar a oferta de trabalho. A mudança afetaria o lado da oferta do modelo,
o produto e o emprego. Ou seja, um corte nas alíquotas aumentaria a oferta de
trabalho para qualquer valor do salário real (antes do imposto de renda) e
deslocaria a curva de oferta de trabalho para a direita. Isso ocorre porque o
trabalhador está preocupado comm o salário real após o pagamento do
imposto de renda. Um corte no imposto representa um aumento do salário real,
ou seja, da oferta de trabalho.
Gráfico no Cap. 4 P. 84 (Figura 4.6)
19. Quais são as principais conclusões de política econômica da
economia clássica?
Os economistas clássicos davam ênfase às tendências de autoajuste na
economia. Livre das ações do governo que causa instabilidade, o setor privado
permaneceria estável, e o pleno emprego seria atingido. O primeiro desses
mecanismos autoestabilizadores é a taxa de juros que se ajusta para evitar que
mudanças nos diferentes componentes da demanda afetem a demanda
agregada. O segundo conjunto de estabilizadores no sistema clássico é a
flexibilidade de preços e salários nominais que impede que as mudanças da
demanda agregada afetem o produto. A flexibilidade de preços e salários é vital
para garantir as propriedades de pleno emprego do sistema clássico. A
estabilidade inerente do setor privado levou os economistas clássicos a
concluir por políticas econômicas não intervencionistas. Com certeza, muitas
das políticas intervencionistas dos mercantilistas, criticadas pelos clássicos
(tarifas, monopólios de comercio, etc.), sequer se comparavam às atuais
políticas de estabilização macroeconômica, mas, genericamente, a linha
mestra do modelo permanece sendo não intervencionista.
KEYNES
1. Discorra sobre a crítica de Keynes á abordagem clássica do pleno
emprego.
No modelo clássico, parte do princípio que e a economia, quando em
equilíbrio, apresenta pleno emprego dos recursos, não existindo desemprego
voluntário; para que seja garantido o pleno emprego, tudo que é produzido gera
uma demanda correspondente e por último, a poupança da sociedade é toda
direcionada para investimentos, a um nível de emprego N, não há desemprego
involuntário, acima desse nível, a menor produtividade marginal do trabalho
exige que o salário real diminua, abaixo de (W/P), pois, como esse nível de
emprego é oferecido pelos trabalhadores somente a um nível de salário maior,
diz-se que, nesse caso ocorre desemprego voluntário, na curva de oferta
agregada clássica, para qualquer nível de preço, o salário nominal (W), ajusta-
se para garantir o equilíbrio no mercado, sendo que, ocorrendo redução de
preço e aumento do salário real, haverá da demanda de trabalho pelos
empregadores, demanda essa que será menor do que a oferta de trabalho, a
13. curva da oferta de trabalho é nesse caso, uma reta vertical, no mercado de
trabalho, se aumenta a demanda por parte das empresas o salário real tem de
subir para estimular os trabalhadores a atender a essa demanda maior;
qualquer política, apenas fiscal ou monetária, apenas resulta em variação no
nível dos preços, não afetando as variáveis reais, o nível do produto depende
das quantidades de recursos empregados, e não da quantidade de moeda e
um dos fatores que fazem aumentar a demanda de trabalho é o aumento no
estoque de capital da economia, que por sua vez aumenta a produtividade do
trabalho, resultando em aumento da demanda de trabalho e aumento do salário
real.
A teoria keynesiana parte, em sua análise, da constatação de que o
pleno emprego, em uma economia capitalista, não é uma situação permanente
ou única de equilíbrio, ao contrário, o desemprego involuntário não só pode
existir como pode ser uma condição persistente, que se estenda ao longo do
tempo, o que o caracterizaria como sendo de equilíbrio, este fato implica que o
livre mercado pode não levar automaticamente ao pleno emprego, pelo menos
no curto prazo, e, portanto, justifica políticas econômicas contra o desemprego,
as situações de pleno emprego ou de desemprego involuntário de trabalho e de
capital físico (capacidade ociosa) são geradas, na visão keynesiana, pelo
comportamento da demanda efetiva, que é afetada, na tomada de decisões
(baseadas em expectativas), pela existência de incerteza intrínseca a uma
economia monetária da produção, na qual a moeda tem papel determinante, o
que pode gerar instabilidade, principalmente dos investimentos, e, portanto,
ciclos econômicos, desta forma, as crises ou recessões e o desemprego são
entendidos como tendo causas endógenas à economia, ao contrário das
teorias neoclássicas criticadas pelo keynesianismo, estas partem, em sua
análise, do equilíbrio de pleno emprego, garantido pela lei de Say, como
situação normal, de modo que, nesta situação, as políticas econômicas
aparecem como desnecessárias, contraproducentes, ineficientes e até
irracionais, problemas econômicos, como o desemprego voluntário e a
conseqüente diminuição da produção (mas não crises e o conseqüente
desemprego involuntário), seriam causados por fatores exógenos,
fundamentalmente, em geral microeconômicos, de forma que somente sobre
estes deveriam atuar as políticas públicas, no caso dos mecanismos
automáticos de mercado não serem suficientes.
Para a teoria keynesiana, o desemprego pode ser involuntário porque os
trabalhadores desempregados não conseguem empregos mesmo se dispondo
a trabalhar por menores salários que os vigentes no mercado, o que acontece
devido ao fato de que não é o salário real elevado que está determinando o
desemprego, mas sim a demanda efetiva muito baixa, dessa forma, justificam-
se ações governamentais, exógenas ao ―livre mercado‖, para tirar a economia
do equilíbrio indesejado e levá-la ao equilíbrio de pleno emprego, ou também
para manter a economia próxima a este estado, ou seja, as políticas
keynesianas são instrumentos que possuem como objetivo evitar ou combater
as crises, além disto, mesmo que os mecanismos automáticos do mercado
14. tirassem a economia da recessão, as políticas poderiam se justificar para
acelerar este processo, o núcleo teórico comum às teorias keynesianas,
portanto, é a consideração da demanda agregada como determinante
fundamental do nível de emprego. Dessa maneira, no curto prazo, nem a oferta
agregada e nem o mercado de trabalho seriam fundamentais. O emprego é
determinado pela demanda efetiva, enquanto os trabalhadores não controlam
efetivamente a oferta de mão-de-obra, existe desemprego voluntário, mas este
tem pouca relevância teórica, empírica e político-econômica, a preocupação
teórica e de política fundamental é com o desemprego involuntário, ou seja,
com o equilíbrio abaixo do pleno emprego, sendo este desemprego involuntário
gerado por insuficiência de demanda efetiva, a preocupação volta-se para os
determinantes desta, o principal componente da demanda efetiva é o
investimento, de modo que a análise centra-se nos determinantes da taxa de
investimentos, e em como as políticas econômicas podem aumentar esta taxa,
partindo da constatação de que existe incerteza e de que as decisões sobre os
investimentos são tomadas com base em expectativas sobre o futuro.
2. Discorra sobre os fatores determinantes da propensão a consumir em
Keynes
Na Teoria Geral, Keynes lista uma variedade daquilo que ele chamou de
fatores "objetivos" e "subjetivos" que ele considera influir sobre as decisões das
pessoas de consumir parte de sua renda, do lado "objetivo": um lucro
inesperado; uma mudança na taxa de juros; uma mudança nas expectativas
sobre a renda futura, do lado "subjetivo": "Prazer, Imediatismo, Generosidade,
Irreflexão, Ostentação e Extravagância", após essa lista, ele meramente
declara que os fatores "objetivos" têm pouca influência sobre as decisões de
quanto consumir de uma dada quantia de renda — inclusive uma mudança na
taxa de juros, e os fatores "subjetivos" são basicamente invariáveis, sendo
"hábitos formados pela raça, educação, costumes, religião e moralidade atual
... e os já estabelecidos padrões de vida." com efeito, Keynes chega à peculiar
conclusão de que, dado que os desejos do homem são determinados e fixados
basicamente pelo seu ambiente social e cultural, e que eles mudam muito
lentamente, "quanto maior ... o consumo que já nos fornecemos
antecipadamente, mais difícil será encontrar algo a mais com o qual nos
fornecermos", traduzindo: os homens esgotam os desejos e necessidades para
os quais gostariam que fossem feitos mais investimentos; os recursos da
sociedade — inclusive a mão-de-obra — ameaçam se tornar maiores do que a
demanda para a utilização deles, Keynes, em outras palavras, inverte o mais
fundamental conceito da ciência econômica, em vez de nossos desejos e
necessidades serem sempre maiores do que os recursos e meios disponíveis
para satisfazê-los, a realidade, segundo Keynes, é que o homem está
enfrentando um mundo "pós-escassez", no qual os meios à nossa disposição
estão se tornando maiores do que os fins para os quais eles podem sem
empregados, a crise da sociedade é uma crise de abundância, quanto mais
15. ricos nos tornamos, menos trabalho haverá para as pessoas, pois, na visão de
Keynes, a capacidade e o desejo do homem de imaginar novas e diferentes
maneiras para melhorar sua vida são finitos, o problema econômico é que
estamos excessivamente bem, como consequência, a parte da renda que não
foi gasta poderá se acumular como poupança não utilizada e não investida (o
entesouramento); e quaisquer que sejam os investimentos que venham a ser
empreendidos, estes poderão flutuar erraticamente para cima ou para baixo por
causa daquilo que Keynes chamou de "espírito animal" — a psicologia
irracional dos empreendedores em relação a um futuro incerto.
3. Discorra sobre a lei psicológica fundamental em Keynes
A relação de determinação do consumo pela renda obedece, segundo
Keynes, a uma ―lei psicológica fundamental‖, segundo a qual: ―os homens
estão dispostos, de modo geral e em média, a aumentar o seu consumo à
medida que a sua renda cresce, embora não em quantia igual ao aumento da
renda‖.
Observações:
1- As variações da renda e do consumo apresentam o mesmo sinal, portanto a
propensão marginal a consumir é maior que zero.
(∂c/∂y)>0, (∂c/∂y) = c’
2 - As variações da renda superam, em termos absolutos, as variações do
consumo, ou seja, a propensão marginal a poupar é menor que um.
(∂c/∂y) <1
―É evidente que a elevação absoluta do montante da renda contribui, via de
regra, para alargar a brecha entre renda e consumo (ainda que a PMeC não
esteja diminuindo). Isto porque a satisfação das necessidades primárias
imediatas de um indivíduo e de usa família é, normalmente, mais forte que os
seus motivos para poupar, que só adquirem predomínio efetivo quanto se
alcança determinado nível de conforto. Estas razões fazem com que, em
geram, uma a proporção maior da renda seja poupada à medida que a renda
real aumenta‖. Assim, de acordo com a lei psicológica, pode-se afirmar que
existe, para cada indivíduo, uma função que estabelece o nível de consumo por
ele considerado adequado a cada nível de renda.
4. Discorra sobre o papel das expectativas em Keynes
Obs: Destaque as expectativas de curto e longo prazo
A expectativa para um agente dentro de um mercado ocorre quando a oferta
agregada está em sintonia com a demanda agregada, o que é denominado
Demanda Efetiva. Quando ocorre a queda dessa demanda efetiva, os agentes
esperam menos retorno perante seu investimento, ou seja, se a expectativa é
16. negativa, o investimento cai, consequentemente o volume de emprego
agregado sofre uma queda para ―suprir‖ o excesso de oferta total no mercado.
Keynes, ao contrario dos liberais, assume que o papel do Estado é importante
para abastecer o nível de investimento quando o mesmo não ocorre no setor
privado. Este investimento do Estado tem resultado diretamente ligado ao
combate ao desemprego no País.
Empresas com expectativas a curto prazo visam apenas o preço que o produto
terá para tomar suas decisões de investimento.
Já empresas com expectativas a longo prazo fazem uma analise mais ampla
para incorporar capitais para a toda a produção, observando os retornos
calculados com a produtividade de seus insumos e meio de produção
investidos dentro da empresa.
5. Discorra sobre as decisões de investimento privado na abordagem de
Keynes.
Obs: Destaque o papel das taxas de juros, da eficiência marginal do
capital, do comportamento dos agentes econômico sob condições de
incerteza, etc.
Uma das primeiras analises antes do setor privado realizar um investimento
são diante as taxas de juros, ou seja, sobre a remuneração financeira que terá
tal investimento. As taxas de juros serão um incentivo ou não para que o
agente renuncie a liquidez do dinheiro para poupa-lo de forma a usa-lo como
forma de investimento no futuro.
Diferentemente dos clássicos propuseram, a taxa de juros não é determinada
pela produtividade marginal do trabalho e sim pela procura especulativa e pela
quantidade de moeda disponível no mercado.
Outra analise dos agentes privados são diante a renda e a produtividade
marginal do trabalho, que para Keynes, é decrescente. Assim o investidor terá
de analisar se será positivo adicionar capitais para aumentar sua produção,
analisando também a taxa de retorno, ou seja qual o rendimento seu
investimento terá.
E dentro do mercado, quanto maior for a incerteza dos agentes diante um
investimento a ser feito, maior a taxa de risco agregada a ele. De forma que em
condições de incerteza, um agente tomar suas decisões em um ―caminho
diferente‖ da maioria dos outros agentes, seu risco é maior.
O agente também terá de tomar decisões analisando a liquidez, tanto da sua
empresa como do mercado em si. O tradeoff de preferir a liquidez em vez de
poupa-lo em banco será decidido diante as condições de juros e todas as
outras expectativas.
17. 6. Discorra sobre a análise de comportamento das variáveis consumo,
investimento e gastos do governo na abordagem de Keynes.
Consumo: para Keynes, ela se divide em: consumo autônomo, que se mantém
constante ao longo do tempo; e consumo dependente da renda, isto é, varia
conforme as modificações da renda real. Portanto, seu comportamento está de
acordo com a Lei Psicológica Fundamental.
Investimento: é um componente muito instável, dependente, principalmente,
das mudanças de comportamento dos investidores e das expectativas de
mercado. Nesse caso, a eficiência marginal do capital e a taxa de juros têm
importante papel para decidir se é benéfico investir ou não.
Gastos do governo: esta variável se altera conforme as mudanças no que diz o
―Investimento‖. É um elemento complementador da renda: se os investimentos
estão em queda – como ocorreu em 1929 – o governo entra no mercado para
substituí-lo, realizando investimentos de ordem pública onde, de início, seria de
caráter privado.
7. Discorra sobre as implicações políticas da abordagem de Keynes.
Quanto à política fiscal, esta se torna muito importante para o keynesianismo, a
fim de estabilizar os preços. (COMPLETAR)
No que se refere às políticas monetárias, deve-se analisar caso a caso para
que se tenha um resultado satisfatório para tal medida.
Um exemplo é uma medida que aumente a quantidade de moeda corrente na
economia, a fim de reduzir a taxa de juros. Ela não terá efeito se a preferência
pela liquidez no mercado aumentar mais do que esta quantidade de moeda.
Supondo, em segundo caso, que o aumento da quantidade de moeda no
mercado surtiu o efeito esperado – a queda da taxa de juros. Assim, espera-se
um aumento do fluxo de investimento. Mas, se a eficiência marginal do capital
reduzir mais do que a própria taxa de juros, os investimentos podem reduzir
ainda mais.
Num terceiro caso, se a medida resultou no aumento do investimento na
economia, teoricamente isso aumentaria também o nível de emprego. No
entanto, deve-se levar em conta a propensão a consumir: se esta diminuir, o
nível de emprego pode cair, mesmo com o aumento do investimento.