SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  13
E Machado de Assis virou
Mangá: Reflexões sobre a releitura
em quadrinhos do romance Helena
Prof.ª Dr.ª Valéria Fernandes da Silva
Colégio Militar de Brasília
• Helena, de Machado de Assis, foi
publicado em 1876, retratando
acontecimentos ocorridos 25
anos antes.
• Helena, do Studio Seasons, foi
feito sob encomenda e publicado
em 2014.
• Objetivos:
1. discutir a adaptação de
clássicos para os quadrinhos;
2. A importância do PNBE para a
publicação desse material;
3. Analisar o mangá Helena a
• Quadrinhos são arte sequencial e
utilizam-se de texto e imagem.
• Trata-se de uma mídia que foi (*e
ainda é*) discriminada e
apresentada como prejudicial
para o público infanto-juvenil.
• Adaptações de clássicos para os
quadrinhos são comuns desde a
década de 1940 no Brasil.
• A EBAL, ao publicar clássicos
adaptados tinha como um dos
objetivos atrair a simpatia de
educadores e políticos.
“Não existe uma obra ou uma tradição literária
que seja valiosa em si, a despeito do que se
tenha dito, ou se venha a dizer, sobre isso.
"Valor" é um termo transitivo: significa tudo
aquilo que é considerado como valioso por
certas pessoas em situações específicas, de
acordo com critérios específicos e à luz de
determinados objetivos.”
(Terry Eagleton, 2006, p. 17)
• Jacqueline Danziger-Russel
(2013) teoriza que a perseguição
à literatura popular, e aos
quadrinhos, vem do elitismo e do
desejo de controle sobre as
classes trabalhadoras e os jovens.
• Para Terry Eagleton, “Todas as
obras literárias, (...) são
“reescritas”, mesmo que
inconscientemente, pelas
sociedades que as lêem; na
verdade, não há releitura de uma
obra que não seja também uma
• A coleção Edição Maravilhosa da
EBAL foi publicada entre 1948 e
1962, além de republicada em
vários formatos.
• Foram ao todo 200 títulos, os 23
primeiros estrangeiros, a partir
daí, clássicos nacionais foram
acrescentados.
• Era um material simplificado,
com o uso constante do texto
original, poucas páginas e um
tipo de arte padronizada.
• Toda adaptação literária tende a
• A LDB (1996) fala em
“conhecimento das formas
contemporâneas de linguagem”,
abrindo caminho para os
quadrinhos.
• O PNBE (Programa Nacional
Biblioteca na Escola) incluiu HQs
pela primeira vez em 2006.
• Começou a corrida das editoras
para a produção e publicação de
quadrinhos objetivando ampliar
as vendas para o Governo
Federal.
• “O Alienista”, de Gabriel Bá e Fábio Moon, venceu o
prêmio de melhor livro didático e paradidático de ensino
fundamental e médio (2009).
• Paulo Ramos e Waldomiro
Vergueiro identificam:
1. Ampliação das publicações por
puro interesse mercadológico.
2. Qualidade questionável.
3. Ainda uma percepção da HQ
como material infantil.
4. Quadrinhos são literatura, ou
outra coisa?
5. Publicações dependentes das
verbas estatais.
→Inadequação do material
• Problemas de analisar o
Machado de Assis romântico
como o autor incompleto.
• Subordinar as análises de Helena
à critérios evolucionistas. Helena
seria, então, a pré-Capitu, uma
heroína romântica em conflito.
• A adaptação não consegue trazer
para o quadrinho algumas
discussões de gênero
importantes presentes no livro
original.
• Helena domina os códigos
daquilo que Chaloub chama de
ideologia patriarcal senhorial, ou
seja, os papéis de gênero
esperados.
• O texto de Machado de Assis
reproduz uma série de
estereótipos de gênero associados
ao feminino e ao masculino.
• Estácio incorpora não as virtudes
cristãs, ao acolher Helena, mas a
precedência do senhor, seu papel
atual, em decidir o destino dos
O dispositivo amoroso debilita Helena.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
1. O mangá de Helena consegue
transpor a obra de Machado de
Assis para o quadrinho, mas
representa uma simplificação
frente o original.
2. As questões de gênero, portanto,
não estão devidamente
contempladas.
3. Quanto às políticas públicas, o
PNBE, o futuro dos quadrinhos é
incerto, afinal, há uma restrição

Contenu connexe

Similaire à E Machado de Assis virou Mangá: Reflexões sobre a releitura em quadrinhos do romance Helena

Apresentação enelin
Apresentação enelinApresentação enelin
Apresentação enelinRachel Gamero
 
Fernanda lopes de almeida
Fernanda lopes de almeidaFernanda lopes de almeida
Fernanda lopes de almeidaMarietamorais
 
breve-panorama.pdf
breve-panorama.pdfbreve-panorama.pdf
breve-panorama.pdfLilianeBA
 
Artigo - O Uso das Histórias em Quadrinhos
Artigo - O Uso das Histórias em QuadrinhosArtigo - O Uso das Histórias em Quadrinhos
Artigo - O Uso das Histórias em Quadrinhospibidhistoriaraulcordula
 
Universidade federal do rio grande do sul história educação (1)
Universidade federal do rio grande do sul  história educação (1)Universidade federal do rio grande do sul  história educação (1)
Universidade federal do rio grande do sul história educação (1)Priscila Aristimunha
 
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tc
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tcMemórias de carolina de jesus trabalho escrito tc
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tcHelena Nascimento
 
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De Literatura
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De LiteraturaC:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De Literatura
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De LiteraturaEneida da Rosa
 
181213historiaemquadrinhos
181213historiaemquadrinhos181213historiaemquadrinhos
181213historiaemquadrinhosLailsa Li
 
Literatura infantil brasileira Marisa Lajolo
Literatura infantil brasileira Marisa LajoloLiteratura infantil brasileira Marisa Lajolo
Literatura infantil brasileira Marisa LajoloStephanie Caroline
 
Machado de Assis (Bibliografia)
Machado de Assis (Bibliografia) Machado de Assis (Bibliografia)
Machado de Assis (Bibliografia) Solange_Suldino
 

Similaire à E Machado de Assis virou Mangá: Reflexões sobre a releitura em quadrinhos do romance Helena (15)

Apresentação enelin
Apresentação enelinApresentação enelin
Apresentação enelin
 
Fernanda lopes de almeida
Fernanda lopes de almeidaFernanda lopes de almeida
Fernanda lopes de almeida
 
breve-panorama.pdf
breve-panorama.pdfbreve-panorama.pdf
breve-panorama.pdf
 
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhosManual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
Manual o-diario-de-anne-frank-em-quadrinhos
 
Pergaminho folder - ana mar..
Pergaminho   folder - ana mar..Pergaminho   folder - ana mar..
Pergaminho folder - ana mar..
 
Artigo - O Uso das Histórias em Quadrinhos
Artigo - O Uso das Histórias em QuadrinhosArtigo - O Uso das Histórias em Quadrinhos
Artigo - O Uso das Histórias em Quadrinhos
 
Literatura infantil
Literatura infantilLiteratura infantil
Literatura infantil
 
Universidade federal do rio grande do sul história educação (1)
Universidade federal do rio grande do sul  história educação (1)Universidade federal do rio grande do sul  história educação (1)
Universidade federal do rio grande do sul história educação (1)
 
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tc
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tcMemórias de carolina de jesus trabalho escrito tc
Memórias de carolina de jesus trabalho escrito tc
 
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De Literatura
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De LiteraturaC:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De Literatura
C:\Fakepath\O CâNone LiteráRio E O Ensino De Literatura
 
Vo lduclasoares a
Vo lduclasoares aVo lduclasoares a
Vo lduclasoares a
 
Literatura infantil uma
Literatura infantil umaLiteratura infantil uma
Literatura infantil uma
 
181213historiaemquadrinhos
181213historiaemquadrinhos181213historiaemquadrinhos
181213historiaemquadrinhos
 
Literatura infantil brasileira Marisa Lajolo
Literatura infantil brasileira Marisa LajoloLiteratura infantil brasileira Marisa Lajolo
Literatura infantil brasileira Marisa Lajolo
 
Machado de Assis (Bibliografia)
Machado de Assis (Bibliografia) Machado de Assis (Bibliografia)
Machado de Assis (Bibliografia)
 

Plus de Valéria Shoujofan

Segundo Reinando: Escravidão e Imigração
Segundo Reinando: Escravidão e ImigraçãoSegundo Reinando: Escravidão e Imigração
Segundo Reinando: Escravidão e ImigraçãoValéria Shoujofan
 
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptx
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptxEntre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptx
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptxValéria Shoujofan
 
Iluminismo e Déspotas Esclarecidos
Iluminismo e Déspotas EsclarecidosIluminismo e Déspotas Esclarecidos
Iluminismo e Déspotas EsclarecidosValéria Shoujofan
 
Primeira e Segunda Revolução Industrial
Primeira e Segunda Revolução IndustrialPrimeira e Segunda Revolução Industrial
Primeira e Segunda Revolução IndustrialValéria Shoujofan
 
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasAbsolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasValéria Shoujofan
 
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução Agrícola
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução AgrícolaInglaterra: Revolução Científica e Revolução Agrícola
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução AgrícolaValéria Shoujofan
 
Revoluções Inglesas - século XVII
Revoluções Inglesas - século XVIIRevoluções Inglesas - século XVII
Revoluções Inglesas - século XVIIValéria Shoujofan
 
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICA
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICACONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICA
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICAValéria Shoujofan
 
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)Conquista e Colonização das Américas (1º ano)
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)Valéria Shoujofan
 
Independência do Brasil e Primeiro Reinado
Independência do Brasil e Primeiro ReinadoIndependência do Brasil e Primeiro Reinado
Independência do Brasil e Primeiro ReinadoValéria Shoujofan
 
Renascimento Urbano e Comercial e Cruzadas
Renascimento Urbano e Comercial e CruzadasRenascimento Urbano e Comercial e Cruzadas
Renascimento Urbano e Comercial e CruzadasValéria Shoujofan
 
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2Valéria Shoujofan
 
Formação das Monarquias Nacionais e Absolutismo
Formação das Monarquias Nacionais e AbsolutismoFormação das Monarquias Nacionais e Absolutismo
Formação das Monarquias Nacionais e AbsolutismoValéria Shoujofan
 
Reformas religiosas do Século XVI
Reformas religiosas do Século XVIReformas religiosas do Século XVI
Reformas religiosas do Século XVIValéria Shoujofan
 

Plus de Valéria Shoujofan (20)

Segundo Reinando: Escravidão e Imigração
Segundo Reinando: Escravidão e ImigraçãoSegundo Reinando: Escravidão e Imigração
Segundo Reinando: Escravidão e Imigração
 
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptx
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptxEntre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptx
Entre Negociações, Reiterações e Transgressões.pptx
 
Revolução Americana
Revolução AmericanaRevolução Americana
Revolução Americana
 
Iluminismo e Déspotas Esclarecidos
Iluminismo e Déspotas EsclarecidosIluminismo e Déspotas Esclarecidos
Iluminismo e Déspotas Esclarecidos
 
Primeira e Segunda Revolução Industrial
Primeira e Segunda Revolução IndustrialPrimeira e Segunda Revolução Industrial
Primeira e Segunda Revolução Industrial
 
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos ContratualistasAbsolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
Absolutismo Monárquico e a Crítica dos Contratualistas
 
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução Agrícola
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução AgrícolaInglaterra: Revolução Científica e Revolução Agrícola
Inglaterra: Revolução Científica e Revolução Agrícola
 
Reformas Religiosas (novo)
Reformas Religiosas (novo)Reformas Religiosas (novo)
Reformas Religiosas (novo)
 
Revoluções Inglesas - século XVII
Revoluções Inglesas - século XVIIRevoluções Inglesas - século XVII
Revoluções Inglesas - século XVII
 
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICA
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICACONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICA
CONSTRUÇÃO DO MUNDO MODERNO (XIV-XVII): ÁFRICA ATLÂNTICA
 
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)Conquista e Colonização das Américas (1º ano)
Conquista e Colonização das Américas (1º ano)
 
Revoltas Emancipacionistas
Revoltas EmancipacionistasRevoltas Emancipacionistas
Revoltas Emancipacionistas
 
Período Joanino (1808-1821)
Período Joanino (1808-1821)Período Joanino (1808-1821)
Período Joanino (1808-1821)
 
Independência do Brasil e Primeiro Reinado
Independência do Brasil e Primeiro ReinadoIndependência do Brasil e Primeiro Reinado
Independência do Brasil e Primeiro Reinado
 
Renascimento Urbano e Comercial e Cruzadas
Renascimento Urbano e Comercial e CruzadasRenascimento Urbano e Comercial e Cruzadas
Renascimento Urbano e Comercial e Cruzadas
 
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2
Sistema feudal - Igreja Católica - Parte 2
 
Sociedade feudal - Parte 1
Sociedade feudal - Parte 1Sociedade feudal - Parte 1
Sociedade feudal - Parte 1
 
Formação das Monarquias Nacionais e Absolutismo
Formação das Monarquias Nacionais e AbsolutismoFormação das Monarquias Nacionais e Absolutismo
Formação das Monarquias Nacionais e Absolutismo
 
Reformas religiosas do Século XVI
Reformas religiosas do Século XVIReformas religiosas do Século XVI
Reformas religiosas do Século XVI
 
Renascimento Cultural
Renascimento CulturalRenascimento Cultural
Renascimento Cultural
 

Dernier

Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do séculoBiblioteca UCS
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxMarcosLemes28
 
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubelaprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubeladrianaguedesbatista
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...azulassessoria9
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfJuliana Barbosa
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfAutonoma
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdLeonardoDeOliveiraLu2
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...azulassessoria9
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptxMarlene Cunhada
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Centro Jacques Delors
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLidianePaulaValezi
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*Viviane Moreiras
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 

Dernier (20)

Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubelaprendizagem significatica, teórico David Ausubel
aprendizagem significatica, teórico David Ausubel
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
O estudo do controle motor nada mais é do que o estudo da natureza do movimen...
 
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdfCaderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
Caderno de exercícios Revisão para o ENEM (1).pdf
 
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdfatividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
atividade-de-portugues-paronimos-e-homonimos-4º-e-5º-ano-respostas.pdf
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
Considerando as pesquisas de Gallahue, Ozmun e Goodway (2013) os bebês até an...
 
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
3 2 - termos-integrantes-da-oracao-.pptx
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João EudesNovena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
 
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretaçãoLENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
LENDA DA MANDIOCA - leitura e interpretação
 
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfMESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
MESTRES DA CULTURA DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 

E Machado de Assis virou Mangá: Reflexões sobre a releitura em quadrinhos do romance Helena

  • 1. E Machado de Assis virou Mangá: Reflexões sobre a releitura em quadrinhos do romance Helena Prof.ª Dr.ª Valéria Fernandes da Silva Colégio Militar de Brasília
  • 2. • Helena, de Machado de Assis, foi publicado em 1876, retratando acontecimentos ocorridos 25 anos antes. • Helena, do Studio Seasons, foi feito sob encomenda e publicado em 2014. • Objetivos: 1. discutir a adaptação de clássicos para os quadrinhos; 2. A importância do PNBE para a publicação desse material; 3. Analisar o mangá Helena a
  • 3. • Quadrinhos são arte sequencial e utilizam-se de texto e imagem. • Trata-se de uma mídia que foi (*e ainda é*) discriminada e apresentada como prejudicial para o público infanto-juvenil. • Adaptações de clássicos para os quadrinhos são comuns desde a década de 1940 no Brasil. • A EBAL, ao publicar clássicos adaptados tinha como um dos objetivos atrair a simpatia de educadores e políticos.
  • 4. “Não existe uma obra ou uma tradição literária que seja valiosa em si, a despeito do que se tenha dito, ou se venha a dizer, sobre isso. "Valor" é um termo transitivo: significa tudo aquilo que é considerado como valioso por certas pessoas em situações específicas, de acordo com critérios específicos e à luz de determinados objetivos.” (Terry Eagleton, 2006, p. 17)
  • 5. • Jacqueline Danziger-Russel (2013) teoriza que a perseguição à literatura popular, e aos quadrinhos, vem do elitismo e do desejo de controle sobre as classes trabalhadoras e os jovens. • Para Terry Eagleton, “Todas as obras literárias, (...) são “reescritas”, mesmo que inconscientemente, pelas sociedades que as lêem; na verdade, não há releitura de uma obra que não seja também uma
  • 6. • A coleção Edição Maravilhosa da EBAL foi publicada entre 1948 e 1962, além de republicada em vários formatos. • Foram ao todo 200 títulos, os 23 primeiros estrangeiros, a partir daí, clássicos nacionais foram acrescentados. • Era um material simplificado, com o uso constante do texto original, poucas páginas e um tipo de arte padronizada. • Toda adaptação literária tende a
  • 7. • A LDB (1996) fala em “conhecimento das formas contemporâneas de linguagem”, abrindo caminho para os quadrinhos. • O PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) incluiu HQs pela primeira vez em 2006. • Começou a corrida das editoras para a produção e publicação de quadrinhos objetivando ampliar as vendas para o Governo Federal.
  • 8. • “O Alienista”, de Gabriel Bá e Fábio Moon, venceu o prêmio de melhor livro didático e paradidático de ensino fundamental e médio (2009).
  • 9. • Paulo Ramos e Waldomiro Vergueiro identificam: 1. Ampliação das publicações por puro interesse mercadológico. 2. Qualidade questionável. 3. Ainda uma percepção da HQ como material infantil. 4. Quadrinhos são literatura, ou outra coisa? 5. Publicações dependentes das verbas estatais. →Inadequação do material
  • 10. • Problemas de analisar o Machado de Assis romântico como o autor incompleto. • Subordinar as análises de Helena à critérios evolucionistas. Helena seria, então, a pré-Capitu, uma heroína romântica em conflito. • A adaptação não consegue trazer para o quadrinho algumas discussões de gênero importantes presentes no livro original.
  • 11. • Helena domina os códigos daquilo que Chaloub chama de ideologia patriarcal senhorial, ou seja, os papéis de gênero esperados. • O texto de Machado de Assis reproduz uma série de estereótipos de gênero associados ao feminino e ao masculino. • Estácio incorpora não as virtudes cristãs, ao acolher Helena, mas a precedência do senhor, seu papel atual, em decidir o destino dos
  • 12. O dispositivo amoroso debilita Helena.
  • 13. CONSIDERAÇÕES FINAIS: 1. O mangá de Helena consegue transpor a obra de Machado de Assis para o quadrinho, mas representa uma simplificação frente o original. 2. As questões de gênero, portanto, não estão devidamente contempladas. 3. Quanto às políticas públicas, o PNBE, o futuro dos quadrinhos é incerto, afinal, há uma restrição