O documento descreve as práticas de ensino da leitura e escrita nas décadas finais do século passado, que se concentravam na repetição e memorização de letras, sílabas, palavras e frases soltas, acompanhadas do medo e insegurança decorrentes de ameaças de castigo.
1. RESGATANDO REFLEXÕES
Nas décadas finais do século
passado, as propostas giravam
em torno da repetição e
memorização das letras, das
sílabas, palavras e/ou frases
soltas, sendo quase sempre
acompanhadas de medo e
insegurança decorrentes das
ameaças de castigo, caso erros
fossem cometidos na hora
de “dizer a lição”.
(Unidade 5, ano 1, p.5)
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2 Leia.
Junte as sílabas dos quadrinhos de mesma cor e forme palavras.
hor hos ta har ho pi je tal pa
hora hospital homem hino
hélice
hipopótamo
horta
história
herói
hiena
hotel
hortelã
hortênsia
Horácio
Hélio
Hugo
4. LÍNGUA COMO CÓDIGO
(MERO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO)
O sujeito é pré-determinado pelo sistema. O texto
é visto como simples produto da codificação de
um emissor a ser decodificado pelo leitor
ouvinte, bastando a este, para tanto, o
conhecimento do código, já que o texto, uma vez
codificado, é totalmente explícito. Também nesta
concepção o papel do “decodificador” é
essencialmente passivo. ( KOCH, 2009)
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6. LÍNGUA COMO
REPRESENTAÇÃO DO PENSAMENTO
O sujeito é visto como senhor absoluto de suas ações
e de seu dizer. O texto é visto como um produto-
lógico do pensamento (representação mental) do
autor, nada mais cabendo ao leitor/ouvinte se não
“captar” essa representação mental, juntamente
com as intenções psicológicas do produtor,
exercendo, pois, um papel essencialmente passivo.
(KOCH, 2009)
7. LIVRARIA FRAnCISCO ALVES
I. EstaéavacadomeutioCarlos.
2. Chama·se Rosada.
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9. O ROMPIMENTO DA CONCEPÇÃO DE
LÍNGUA ESCRITA COMO CÓDIGO
Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1986) e os avanços
significativos para o fazer pedagógico;
Outros teóricos do campo da linguagem também já
apresentavam também seus estudos a respeito do trabalho
de leitura e escrita na escola e apontavam a perspectiva dos
gêneros textuais ;
Surge uma nova compreensão: é por meio da interação com
os usos e funções da língua escrita que a aprendizagem
ocorre.
11. A INSERÇÃO DOS GÊNEROS NA ESCOLA
As crianças estão plenamente
inseridas num contexto
comunicativo, sendo capazes
de produzir falas e
compreender o que escutam
com certa desenvoltura;
Os conhecimentos sobre a
linguagem são construídos nas
mais diversas situações;
A compreensão e produção de
textos orais, as capacidades de
ler e escrever, porém, não
ocorrem espontaneamente.
12. O QUE CABE À ESCOLA?
estratégias de escrita: planejar, revisar, avaliar textos.
• Sistematizar os conhecimentos relativos
compreensão de textos orais e escritos;
à produção e à
• Favorecer o contato dos alunos com textos diversos;
• Definir critérios pertinentes para a escolha dos textos;
• Planejar as estratégias de mediação;
• Prever situações compartilhadas de produção de textos, em que o
professor seja o escriba;
• Explorar as produções coletivas, pois possibilitam a explicitação de
13. O QUESTIONAMENTO...
Por que, apesar de usarmos textos diversos
em sala de aula, trabalhando numa
perspectiva do letramento, não conseguimos
alfabetizar os alunos?
14. Trabalho intenso de
apropriação do sistema de
escrita;
Trabalho
interação
textos;
voltado para a
por meio dos
O desafio: a busca do
equilíbrio para pensar sobre
situações diversificadas de
aprendizagem.
16. Podemos considerar “ texto” o que
lemos acima?
João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os
tijolos são caríssimos. Os mísseis são lançados no
espaço. Segundo a Teoria da Relatividade, o espaço
é curvo. A geometria rimaniana dá conta desse
fenômeno.
17. [...]Em princípio, não temos um texto, já que essa
sequência de enunciados não tem efeito
uma coesãocomunicativo, apesar de evidenciar
relativamente forte no encadeamento das frases.
Contudo, as relações de sentido não progridem nem
as unificam. Não se pode negar que cada enunciado
é bem formado e que cada um deles tem algum
sentido, mas o conjunto não forma uma unidade
significativa [...]
(MARCUSCHI, 2010)
18. CRITÉRIOS QUE DETERMINAM A EXISTÊNCIA DE UM
TEXTO
• Coerência
Coesão•
• Intencionalidade
Aceitabilidade
Situacionalidade
Informatividade
•
•
•
• Intertextualidade
19. O TEXTO É COMPREENDIDO A PARTIR DE
DIFERENTES CONCEPÇÕES DE LÍNGUA E DE
SUJEITO
LÍNGUA COMO
REPRESENTAÇÃO DO
PENSAMENTO
LÍNGUA COMO UM CÓDIGO
LÍNGUA NA CONCEPÇÃO
INTERACIONAL
( DIALÓGICA)
20. POR QUE É IMPORTANTE PENSAR NAS CONCEPÇÕES DE
TEXTO PARA DESENVOLVER AS PRÁTICAS DE LINGUAGEM
NA ALFABETIZAÇÃO?
DE QUE MANEIRA ESSAS CONCEPÇÕES PODEM INTERFERIR
NAS ESCOLHAS FEITAS NA/PELA ESCOLA QUANDO SE
DESENVOLVE O TRABALHO DE LEITURA, ESCRITA E
ORALIDADE NOS DIFERENTES ANOS?
21. OS GÊNEROS TEXTUAIS NA SALA DEAULA
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22. GÊNEROS TEXTUAIS
São
estáveis
tipos
de
relativamente
enunciados
presentes em cada esfera de
troca. Possuem uma forma de
composição, um plano
composicional.
Distinguem-se pelo conteúdo temático
e pelo estilo. São textos que
encontramos em nossa vida diária.
São entidades escolhidas, tendo em vista as
esferas de necessidade temática, o conjunto
dos participantes e a vontade enunciativa ou
a intenção do locutor, sujeito responsável por
enunciados, unidades reais e concreta da
comunicação verbal.
23. Podem ser primários- que se constituem em
circunstâncias de uma comunicação mais
espontânea- e secundários- que aparecem em
circunstâncias de uma comunicação cultural
mais complexa e relativamente mais evoluída,
principalmente escrita: artística, científica,
sociopolítica.
São mutáveis, flexíveis; mas têm uma
certa estabilidade: eles definem o que
é dizível (e inversamente: o deve ser
dito define a escolha de um gênero).
GÊNEROS TEXTUAIS
24. Trabalhar os gêneros é importante porque...
• é impossível não se comunicar verbalmente por algum
gênero/texto, pois toda manifestação verbal se dá sempre
por meio de textos realizados em algum gênero.
• a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de
socialização, de inserção nas atividades comunicativas
humanas.
• todas as atividades humanas estão relacionadas ao uso da
língua, que se efetiva através de enunciados (orais ou
escritos).
• não se pode tratar o gênero de discurso independentemente
de sua realidade social e de sua relação com as atividades
humanas.
25. É preciso atentaR para a distinção entre...
•
TIPOS TEXTUAIS
Sequências teoricamente
pela natureza linguística
definidas
da sua
composição: narração, exposição,
argumentação, descrição e injunção.
Não são textos com funções sociais
definidas. São categorias teóricas
determinadas pela organização dos
e
nos
elementos lexicais,
relações lógicas
sintáticos
presentes
conteúdos a serem falados ou escritos,
distinguindo-se capacidades de
linguagem requeridas para a produção
de diferentes gêneros textuais.
(MARCUSCHI, 2005; MENDONÇA 2005; SANTOS,
MENDONÇA E CAVALCANTE, 2006).
• São instrumentos culturais disponíveis
nas interações
historicamente
consequentemente,
estáveis. Emergem
sociais.
mutáveis
São
e,
relativamente
em diferentes
domínios discursivos e se concretizam
em textos, que são singulares. Assim,
para que a interação entre falantes
aconteça, cada sociedade traz consigo
um legado de gêneros, por meio dos
quais são partilhados conhecimentos
comuns.
(MARCUSCHI, 2005; MENDONÇA 2005; SANTOS,
MENDONÇA E CAVALCANTE, 2006).
GÊNEROS TEXTUAIS
26. RUMO À TIPOLOGIA DOS TEXTOS E À DIVERSIDADE DE GÊNEROS
TIPOS ALGUNS GÊNEROS QUE DELES DERIVAM
•NARRAÇÃO FÁBULA; CONTO; CRÔNICA; NOTÍCIA; ANEDOTA;
MITO; NOVELA; POEMA; HQ; BIOGRAFIA;
RELATO; CARTA...
• ARGUMENTAÇÃO EDITORIAL; CARTA ABERTA; MANIFESTO; ARTIGO
DE OPINIÃO; MONOGRAFIA, RESENHA CRÍTICA...
•EXPOSIÇÃO SEMINÁRIO; CONFERÊNCIA; VERBETE DE
ENCICLOPÉDIA...
•DESCRIÇÃO NOTA DE ENCICLOPÉDIA; DEFINIÇÃO; RELATO DE
EXPERIÊNCIA CIENTÍFICA...
• INJUNÇÃO RECEITA; REGULAMENTO; REGRAS DE JOGO;
INSTRUÇÕES DE USO, DE MONTAGEM...