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______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 
1 | P a g e 
MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA 
MÉTODOS REACTIVOS – PLIOMETRICOS 
O Ciclo Muscular de Alongamento‐Encurtamento é um tipo de comportamento muscular particular 
em que uma contracção concêntrica é precedida por uma acção excêntrica, na qual o músculo se 
activa enquanto se estira. Este tipo de movimento permite tornar a acção concêntrica final mais 
enérgica quando comparada com os movimentos que se iniciam apenas pela contracção concêntrica. 
Esta potenciação da força na fase concêntrica está associada a efeitos combinados que envolvem a 
pré–activação muscular, o armazenamento e utilização de energia elástica pelo músculo, e a 
potenciação reflexa provocada pelo alongamento do músculo (activação do reflexo miotático devido 
ao rápido alongamento). 
Assim, os Métodos Reactivos ou Pliométricos envolvem exercícios de treino que respeitam esta 
forma de comportamento muscular (saltos), e têm como objectivo o incremento da amplitude da 
pré‐activação nervosa, da potenciação de origem reflexa e do armazenamento de energia elástica. 
Princípios: 
¾ Intensidade Máxima. Para que este tipo de adaptações nervosas ocorram, é fundamental 
realizar todo o trabalho reactivo à intensidade máxima. 
¾ Reduzido Tempo de Apoio. O contacto com o solo deve ser muito rápido e reactivo, com um 
tempo de transição entre as fases excêntrica e concêntrica o mais curto possível. Só desta 
forma se solicitam os factores de potenciação referidos: reflexo de alongamento > aumento 
do stiffness muscular > armazenamento e utilização da energia elástica > potenciação da 
força. 
¾ Completa Ausência de Fadiga. Os intervalos de repouso devem ser rigorosamente cumpridos. 
Dinâmica da Carga: 
ƒ Intensidade: Máxima; 
ƒ Repetições: Depende do exercício de treino 
ƒ Séries: 3 a 5 
ƒ Intervalo: Suficiente para evitar a fadiga, 5 minutos 
ƒ Produção de Força: Ciclo Muscular de Alongamento‐Encurtamento. 
ƒ Número de Exercícios: 2 a 5 
Adaptações: 
ƒ Adaptações Neuromusculares (Incremento da Pré‐activação, potenciação reflexa, 
coordenação intermuscular); 
ƒ Desenvolvimento da Potência Muscular.
______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 
Métodos para o desenvolvimento da Força Reactiva 
2 | P a g e 
Saltos 
Sem Progressão 
Saltos 
Com Progressão 
Saltos em 
Profundidade 
Exercícios para o 
Tronco e Braços 
Intensidade (%) 100 100 100 100 
Repetições (n.º) 30 20 10 25 
Séries (n.º) 3 a 5 3 a 5 3 a 5 3 a 5 
Intervalo (min) 5 5 10 5 
ORGANIZAÇÃO DAS SÉRIES: 
1. SALTOS SEM PROGRESSÃO 
Neste grupo incluem‐se todos os exercícios que não envolvem uma progressão horizontal. Os 
saltos reactivos realizados com o terço anterior do pé e por acção da tíbio‐társica (Hop up), os 
“squat jumps”, saltos com contra‐movimento, os "salta e alcança", constituem exemplos das 
formas de trabalho que podem ser utilizadas. 
São essencialmente exercícios que envolvem simultaneamente um duplo apoio. Estes saltos são, 
normalmente, realizados em três séries de 30 repetições. 
Na primeira realizam‐se 30 repetições à frequência individual, para na segunda série se 
realizarem mais 30 repetições agora à máxima frequência (maior número de contactos com o 
solo) e por último, na terceira série as mesmas 30 repetições com o objectivo de alcançar a maior 
elevação possível do centro de gravidade. É um procedimento que visa, com a alternância da 
frequência dos contactos com o solo, adaptar o sistema neuromuscular a melhor organizar a pré‐activação 
muscular.
______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 
2. SALTOS COM PROGRESSÃO 
Incluem‐se todos os exercícios que envolvem uma progressão horizontal. Os multissaltos com 
todas as suas variantes, os saltos sobre bancos e os saltos de barreiras, entre outros, constituem 
os exercícios fundamentais deste grupo. 
Este conjunto de exercícios pode ser realizado com duplo apoio e progressivamente com um só 
apoio, o que aumentará a sua intensidade. Os contactos com o solo devem ser rápidos e 
explosivos, de forma a que o alongamento não seja exagerado e o tempo de transição entre as 
fases excêntrica e concêntrica seja tão breve quanto possível. 
Dificuldades técnicas na realização do exercício ou uma dificuldade em cumprir o número de 
repetições previamente estabelecido, devem ser critérios para interrupção da série de exercícios. 
3 | P a g e
______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 
3. SALTOS EM PROFUNDIDADE 
4 | P a g e 
É o exercício reactivo mais conhecido, mas também o mais exigente. A sua utilização deve 
restringir‐se a atletas muito bem treinados e deverá ser o último exercício a ser utilizado. O 
número de repetições não deve exceder as 10 e o número de séries pode variar entre três e 
cinco. O intervalo de repouso dever ser sempre respeitado, apesar de poder parecer muito 
grande e por vezes dispensável. 
A duração do contacto com o solo não deve ultrapassar os 250 ms. O deslocamento angular 
do joelho deve também ser reduzido e todo o movimento deve ser sempre realizado com 
máxima intensidade. O tipo de superfície não deve ser artificialmente alterado com a 
colocação de, por exemplo, colchões de ginástica, com o objectivo de amortecer o impacto 
com o solo. Este procedimento impede a observância de um requisito fundamental: ter um 
contacto rápido e reactivo com o solo. 
O controlo do tempo de contacto com o solo associado ao tempo de vôo, permite uma 
avaliação da qualidade do trabalho realizado. Em ambientes de treino um pouco mais 
exigentes, sugere‐se a utilização de uma plataforma de contactos para monitorizar o treino 
dos atletas.
______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 
4. EXERCÍCIOS PARA TRONCO E BRAÇOS 
A utilização de bolas medicinais, barra de musculação e outras pequenas resistências, podem ser 
usadas na maioria dos exercícios. A recepção e o rápido arremesso de uma bola medicinal, 
constitui um exemplo de um exercício reactivo para os membros superiores. Para uma situação 
excepcionalmente exigente, pudemos considerar um exercício para os membros superiores, com 
a mesma lógica do salto em profundidade. A flexão de braços no solo, a partir de um pequeno 
ressalto, por exemplo., um banco sueco, constitui uma forma de replicar para os membros 
superiores a lógica de um salto em profundidade. 
PROGRESSÃO 
5 | P a g e 
• Dois apoios – vertical (baixo impacto) 
• Apoios alternados – horizontal (multissaltos) 
• Dois apoios – vertical (alto impacto) 
• Um apoio – horizontal (Hops) 
• Um apoio – vertical (alto impacto) 
• Saltos em profundidade – só fase excêntrica 
• Saltos em profundidade

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  • 1. ______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 1 | P a g e MÉTODOS DE TREINO DA FORÇA MÉTODOS REACTIVOS – PLIOMETRICOS O Ciclo Muscular de Alongamento‐Encurtamento é um tipo de comportamento muscular particular em que uma contracção concêntrica é precedida por uma acção excêntrica, na qual o músculo se activa enquanto se estira. Este tipo de movimento permite tornar a acção concêntrica final mais enérgica quando comparada com os movimentos que se iniciam apenas pela contracção concêntrica. Esta potenciação da força na fase concêntrica está associada a efeitos combinados que envolvem a pré–activação muscular, o armazenamento e utilização de energia elástica pelo músculo, e a potenciação reflexa provocada pelo alongamento do músculo (activação do reflexo miotático devido ao rápido alongamento). Assim, os Métodos Reactivos ou Pliométricos envolvem exercícios de treino que respeitam esta forma de comportamento muscular (saltos), e têm como objectivo o incremento da amplitude da pré‐activação nervosa, da potenciação de origem reflexa e do armazenamento de energia elástica. Princípios: ¾ Intensidade Máxima. Para que este tipo de adaptações nervosas ocorram, é fundamental realizar todo o trabalho reactivo à intensidade máxima. ¾ Reduzido Tempo de Apoio. O contacto com o solo deve ser muito rápido e reactivo, com um tempo de transição entre as fases excêntrica e concêntrica o mais curto possível. Só desta forma se solicitam os factores de potenciação referidos: reflexo de alongamento > aumento do stiffness muscular > armazenamento e utilização da energia elástica > potenciação da força. ¾ Completa Ausência de Fadiga. Os intervalos de repouso devem ser rigorosamente cumpridos. Dinâmica da Carga: ƒ Intensidade: Máxima; ƒ Repetições: Depende do exercício de treino ƒ Séries: 3 a 5 ƒ Intervalo: Suficiente para evitar a fadiga, 5 minutos ƒ Produção de Força: Ciclo Muscular de Alongamento‐Encurtamento. ƒ Número de Exercícios: 2 a 5 Adaptações: ƒ Adaptações Neuromusculares (Incremento da Pré‐activação, potenciação reflexa, coordenação intermuscular); ƒ Desenvolvimento da Potência Muscular.
  • 2. ______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO Métodos para o desenvolvimento da Força Reactiva 2 | P a g e Saltos Sem Progressão Saltos Com Progressão Saltos em Profundidade Exercícios para o Tronco e Braços Intensidade (%) 100 100 100 100 Repetições (n.º) 30 20 10 25 Séries (n.º) 3 a 5 3 a 5 3 a 5 3 a 5 Intervalo (min) 5 5 10 5 ORGANIZAÇÃO DAS SÉRIES: 1. SALTOS SEM PROGRESSÃO Neste grupo incluem‐se todos os exercícios que não envolvem uma progressão horizontal. Os saltos reactivos realizados com o terço anterior do pé e por acção da tíbio‐társica (Hop up), os “squat jumps”, saltos com contra‐movimento, os "salta e alcança", constituem exemplos das formas de trabalho que podem ser utilizadas. São essencialmente exercícios que envolvem simultaneamente um duplo apoio. Estes saltos são, normalmente, realizados em três séries de 30 repetições. Na primeira realizam‐se 30 repetições à frequência individual, para na segunda série se realizarem mais 30 repetições agora à máxima frequência (maior número de contactos com o solo) e por último, na terceira série as mesmas 30 repetições com o objectivo de alcançar a maior elevação possível do centro de gravidade. É um procedimento que visa, com a alternância da frequência dos contactos com o solo, adaptar o sistema neuromuscular a melhor organizar a pré‐activação muscular.
  • 3. ______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 2. SALTOS COM PROGRESSÃO Incluem‐se todos os exercícios que envolvem uma progressão horizontal. Os multissaltos com todas as suas variantes, os saltos sobre bancos e os saltos de barreiras, entre outros, constituem os exercícios fundamentais deste grupo. Este conjunto de exercícios pode ser realizado com duplo apoio e progressivamente com um só apoio, o que aumentará a sua intensidade. Os contactos com o solo devem ser rápidos e explosivos, de forma a que o alongamento não seja exagerado e o tempo de transição entre as fases excêntrica e concêntrica seja tão breve quanto possível. Dificuldades técnicas na realização do exercício ou uma dificuldade em cumprir o número de repetições previamente estabelecido, devem ser critérios para interrupção da série de exercícios. 3 | P a g e
  • 4. ______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 3. SALTOS EM PROFUNDIDADE 4 | P a g e É o exercício reactivo mais conhecido, mas também o mais exigente. A sua utilização deve restringir‐se a atletas muito bem treinados e deverá ser o último exercício a ser utilizado. O número de repetições não deve exceder as 10 e o número de séries pode variar entre três e cinco. O intervalo de repouso dever ser sempre respeitado, apesar de poder parecer muito grande e por vezes dispensável. A duração do contacto com o solo não deve ultrapassar os 250 ms. O deslocamento angular do joelho deve também ser reduzido e todo o movimento deve ser sempre realizado com máxima intensidade. O tipo de superfície não deve ser artificialmente alterado com a colocação de, por exemplo, colchões de ginástica, com o objectivo de amortecer o impacto com o solo. Este procedimento impede a observância de um requisito fundamental: ter um contacto rápido e reactivo com o solo. O controlo do tempo de contacto com o solo associado ao tempo de vôo, permite uma avaliação da qualidade do trabalho realizado. Em ambientes de treino um pouco mais exigentes, sugere‐se a utilização de uma plataforma de contactos para monitorizar o treino dos atletas.
  • 5. ______________________________________ TEORIA E METODOLOGIA DO TREINO DESPORTIVO 4. EXERCÍCIOS PARA TRONCO E BRAÇOS A utilização de bolas medicinais, barra de musculação e outras pequenas resistências, podem ser usadas na maioria dos exercícios. A recepção e o rápido arremesso de uma bola medicinal, constitui um exemplo de um exercício reactivo para os membros superiores. Para uma situação excepcionalmente exigente, pudemos considerar um exercício para os membros superiores, com a mesma lógica do salto em profundidade. A flexão de braços no solo, a partir de um pequeno ressalto, por exemplo., um banco sueco, constitui uma forma de replicar para os membros superiores a lógica de um salto em profundidade. PROGRESSÃO 5 | P a g e • Dois apoios – vertical (baixo impacto) • Apoios alternados – horizontal (multissaltos) • Dois apoios – vertical (alto impacto) • Um apoio – horizontal (Hops) • Um apoio – vertical (alto impacto) • Saltos em profundidade – só fase excêntrica • Saltos em profundidade