SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  21
TEATRO DO OPRIMIDO




 AUGUSTO BOAL
Abordagens

 Para iniciar uma abordagem sobre o “Teatro do
  Oprimido”, torna-se necessário uma apresentação
  de seu criador, o dramaturgo, diretor e teórico de
  teatro Augusto Boal, nasceu no Rio de Janeiro em
  1931 e faleceu em 2 de maio de 2009) cujo nome
  completo é Augusto Pinto Boal. Este carioca que
  dirigiu centros de teatro na França e no Rio de
  Janeiro buscando sempre lutar contra todas as
  formas de opressão, desenvolveu na sua luta a
  favor dos explorados e oprimidos, um teatro de
  cunho político, libertário e transformador.
 O Teatro do Oprimido é genuinamente brasileiro,
  mas hoje é difundido no mundo inteiro - em mais de
  70 países. O método estimula uma postura activa em
  seus praticantes e espectadores. Como linguagem,
  pode incentivar à discussão de qualquer tema no qual
 exista um conflito claro e objectivo e o desejo e a
  necessidade de mudança. Por fim, oferece condições
  para que alternativas sejam encontradas e
  estimuladas, e que extrapolem o âmbito do palco
  para a vida real, tornando-se factos concretos.
Histórico

 No período em que a ditadura militar reprimiu
  com maior força a voz do povo e de seus
  representantes, nos diferentes âmbitos sociais,
  Boal aliou-se a educadores e intelectuais da
  América Latina, dispostos a desenvolverem uma
  tomada de consciência dos oprimidos, a começar
  pelo projeto de alfabetização, ALFIN – Programa
  de Alfabetização Integral, no Peru, na década de
  setenta, cuja concepção metodológica do
  projeto era inspirada na pedagogia do oprimido
  de Paulo Freire.
Objetivos

 O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o
 próprio Boal, pretende transformar o
 espectador, que assume uma forma passiva
 diante do teatro aristotélico, com o recurso
 da quarta parede, em sujeito atuante,
 transformador da ação dramática que lhe é
 apresentada, de forma que ele mesmo,
 espectador, passe a protagonista e
 transformador da ação dramática.
“Teatro-Jornal”

 A poética do Teatro do Oprimido está
  organizada em diferentes formas/técnicas de
  ações dramáticas, acrescentando que para
  Boal o teatro é ação.
 O “Teatro-Jornal” foi uma forma de ação
  teatral desenvolvida por Boal no Teatro de
  Arena, em São Paulo, no período anterior a
  sua saída do Brasil por força da ditadura
  daquele momento.
O “Teatro-Imagem”
 O “Teatro-Imagem”, que integra a estética do Teatro do
  Oprimido, tem a intenção de ensaiar uma transformação da
  realidade, através do uso da imagem corporal.
  Primeiramente, um ator decide um tema problema a ser
  tratado, que pode ser local ou global, mas que de certa
  forma tenha um significado para a maioria do grupo. Em
  seguida alguns atores se disponibilizam no espaço cênico
  como massas moldáveis, ou melhor, futuras estátuas, o
  ator protagonista vai esculpindo essas estátuas buscando
  representar imageticamente a situação em questão. É
  fundamental que haja silêncio total. Ao montar o quadro
  vivo os espect-atores são convidados a modificarem as
  imagens problema para uma situação ideal. Por fim, cria-se
  a imagem de transição entre o problema e a solução.
o “Teatro Invisível”,
 Outra possibilidade de ação dramática dentro do arsenal do
  Teatro do Oprimido é o “Teatro Invisível”, cuja proposta é a
  representação de uma cena diante de pessoas que não sabem
  que estão sendo espectadoras da ação dramática, e precisa
  acontecer num ambiente diferente do teatral, o mais dentro do
  cotidiano das pessoas. Para esta forma de apresentação é preciso
  a preparação de um roteiro de improvisação, onde já se ensaie a
  possível interferência do espectador no ato estético coletivo.
  Cabe aos atores prolongarem a discussão dos espectadores a
  respeito do tema abordado na cena, de forma que outros “atores
  anônimos” se insiram no contexto e reafirme a veracidade da
  ação para o espectador, que neste momento já passa a ser
  protagonista da ação teatral proposta. É imprescindível o caráter
  invisível dos atores para que os espec-atores atuem com
  liberdade.
“Teatro-fotonovela”
 O   “Teatro-fotonovela” apresenta uma forma de
 desmistificação da Fotonovela, por ser uma literatura
 direcionada as classes mais baixas da população, isto antes
 da popularização da TV, e por veicular uma ideologia
 própria das classes dominantes. Na prática é fazer a leitura
 de uma fotonovela, sem que os atores saibam que se trata
 de um folhetim fotografado, enquanto esses atores vão
 interpretando a história que está sendo lida. Em seguida
 partem para refletir sobre as ações que foram produzidas
 pelos atores e as que estão publicadas paralelamente as
 falas, com isto, é comum perceber distorções, pela minoria
 que produz essas fotonovelas, em relação a real situação
 dos sujeitos mencionados pela história.
“Curinga”.
 Dentro do “Teatro do Oprimido” existe uma
    figura muito importante para o
    desenvolvimento da cena junto aos
    espectadores, esta peça é o “Curinga”.
   Ao curinga cabem-lhe as funções de:
   - explicar as regras do jogo;
   - corrigir erros;
   - encorajar uns e outros a interromper a cena
    e intervir
O “Teatro-Fórum”

 O “Teatro-Fórum” é uma técnica em que os
  atores representam uma cena até a
  apresentação do problema, e em seguida
  propõem aos espectadores que mostrem, por
  meio da ação cênica, soluções para o então
  problema apresentado.
“Espect-atores”

 A idéia central é que o espectador ensaie a sua
  própria revolução sem delegar papéis aos
  personagens, desta forma conscientizando-se
  da sua autonomia diante dos fatos cotidianos,
  indo em direção a sua real liberdade de ação,
  sendo todos “espect-atores”.
PAPEL DO ESPECT-ATOR

 Um outro espectador poderá parar a cena e dizer “Pára!”,
  indicando de onde deseja que a peça seja retomada –
  como numa cassete de vídeo, em que podemos ir para a
  frente e para trás –, e uma nova solução pode ser tentada,
  e tantas quantas forem as intervenções dos espect-
  actores. A peça recomeça sempre a partir do ponto que o
  espect-actor deseja examinar. Após cada intervenção, o
  curinga (que é o mestre-decerimónias do espectáculo)
  deverá fazer um claro resumo do significado de cada
  alternativa proposta, devendo igualmente indagar a
  plateia se algo lhe escapa ou s ealguém discorda: não se
  trata de vencer a discussão, mas de esclarecer
  pensamentos, opiniões e propostas.
PAPEL DO ESPECT-ATOR

 PASSO 1
 interromper a ação quando acharem que o actor poderia reagir
    de outro modo à situação proposta.
    tomar o lugar do protagonista quando este estiver cometendo
    um erro, ou optando por uma alternativa falsa ou insuficiente,
    e procurar uma solução melhor para a situação que a peça
    apresenta.
    O espect-actor deve gritar da plateia ou aproximar-se da cena
    e dizer “Pára!” ou “Stop!”.
   Os actores deverão imediatamente congelar a cena,
    imobilizando-se em seus lugares.
    Imediatamente, o espect-actor deve dizer de onde quer que a
    cena seja recomeçada, indicando uma frase, momento ou
    movimento a partir do qual se retoma a ação.
    A peça recomeça no ponto indicado, tendo agora o
    espectador como protagonista.
PAPEL DO ESPECT-ATOR

    PASSO 2
 A partir do momento em que o espect-actor toma
    o lugar do protagonista e propõe
   uma nova solução, todos os outros actores se
    transformam em agentes de opressão – ou
   se já exerciam essa opressão, intensificam-na, a
    fim de mostrar ao espect-actor o quanto
   será difícil transformar essa realidade – salvo, é
    claro, os personagens aliados do
   protagonista.
Teatro do Oprimido e Plínio Marcos




  [Plínio Marcos de Barros nasceu em Santos, em 29 de Setembro de
  1935, e faleceu em São Paulo, em 19 de Novembro de 1999. Filho de
  um bancário (Armando) e de uma dona-de-casa (Hermínia), tinha 4
  irmãos e uma irmã.]
O teatro só faz sentido
 quando é uma tribuna livre
onde se pode discutir até as
  últimas consequências os
   problemas dos homens.

       Plínio Marcos
O oprimido na obra de Plínio
Marcos
  Nossa pesquisa partirá de estudos através das
     obras do dramaturgo Plínio Marcos
     UTILIZANDO O MODELO DE TEATRO
     FÓRUM.
    Peças escolhidas:
    Barrela
    O abajur lilás
    Querô
Barrela
 Escrita em 1958, teve sua estréia em 1º de novembro
  de 1959, em Santos. Após ficar proibida pela Censura
  Federal por 21 anos, foi reescrita pelo autor e
  estreou em 1980, em São Paulo, montagem de O
  BANDO.Foi também adaptada para cinema.
 Plínio Marcos diz ter baseado sua peça em episódio
  ocorrido na década de 50, em Santos, quando um
  rapaz sem antecedentes criminais foi preso por
  causa de uma briga de bar. Colocado numa cela
  abarrotada de criminosos perigosos, alguns
  condenados por homicídio, o rapaz é violentado por
  eles – eis a “barrela” do título.
Abajur lilás

 em 1970, o texto foi proibido por cinco anos
  para todo o território nacional. Em 1975,
  portanto, o texto estaria liberado.]
 O grande achado de Plínio foi ter criado uma
  história que se basta em si mesma, autêntica
  na sua crueza. Têm uma verdade
  inconfundível as relações entre Giro,
  proletário homossexual do prostíbulo, seu
  truculento auxiliar Oswaldo, e as prostitutas
  Dilma, Célia e Leninha
QUERÔ – UMA REPORTAGEM MALDITA
 Querô nasceu nas quebradas, filho de uma prostituta que
  se matou bebendo querosene. Ficou sob os cuidados da
  cafetina que explorava sua mãe. Cuidado nenhum. Querô
  ficou mesmo jogado de um canto para o outro. Passou um
  tempo em reformatório, no tempo em que nem havia
  Febem e outros bens, lá pelos anos 70, quando havia
  milagres e ditaduras, uma perversa mistura de mentiras e
  violências. Deu no que deu. Querô cheirou cola, puxou
  fumo, se envolveu com pequenos e grandes bandidos,
  dentro da lei e fora da lei. Morreu, menino, furado de bala.
  De muita bala. Da lei. Ninguém se deu conta. Ficou por isso
  mesmo. Um a menos na contabilidade da polícia. Um a
  mais na nossa contabilidade de gente de bem, cidadãos
  que se agarram ao que podem para sobreviver à morte
  coletiva, lenta, às vezes silenciosa, permanente.

Contenu connexe

Tendances

As linguagens da arte
As linguagens da arteAs linguagens da arte
As linguagens da arte
dpport
 
Comedia dell’arte
Comedia dell’arteComedia dell’arte
Comedia dell’arte
profar
 
Linha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da ArteLinha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da Arte
Jesrayne Nascimento
 

Tendances (20)

Slide autorretrato
Slide autorretratoSlide autorretrato
Slide autorretrato
 
Arte e corpo
Arte e corpoArte e corpo
Arte e corpo
 
História do Teatro
História do TeatroHistória do Teatro
História do Teatro
 
Arte indígena
Arte indígenaArte indígena
Arte indígena
 
Aula de arte urbana
Aula de arte urbanaAula de arte urbana
Aula de arte urbana
 
Concretismo Brasileiro - Arte Concreta
Concretismo Brasileiro  - Arte ConcretaConcretismo Brasileiro  - Arte Concreta
Concretismo Brasileiro - Arte Concreta
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
Grafite
GrafiteGrafite
Grafite
 
A origem do teatro
A origem do teatroA origem do teatro
A origem do teatro
 
Arte e música
Arte e músicaArte e música
Arte e música
 
As linguagens da arte
As linguagens da arteAs linguagens da arte
As linguagens da arte
 
Aula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arteAula História da Arte_As funções da arte
Aula História da Arte_As funções da arte
 
Comedia dell’arte
Comedia dell’arteComedia dell’arte
Comedia dell’arte
 
Grafite slide
Grafite slideGrafite slide
Grafite slide
 
Arte Afro-Brasileira
Arte Afro-BrasileiraArte Afro-Brasileira
Arte Afro-Brasileira
 
O que é arte?
O que é arte?O que é arte?
O que é arte?
 
Arte Indígena Brasileira
Arte Indígena BrasileiraArte Indígena Brasileira
Arte Indígena Brasileira
 
Linha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da ArteLinha do Tempo - História da Arte
Linha do Tempo - História da Arte
 
Artes Visuais
Artes VisuaisArtes Visuais
Artes Visuais
 
Arte contemporânea
Arte contemporâneaArte contemporânea
Arte contemporânea
 

En vedette

Extremo Oriente Economia
Extremo Oriente EconomiaExtremo Oriente Economia
Extremo Oriente Economia
Paticx
 
Revisão história da arte ocidental
Revisão história da arte ocidentalRevisão história da arte ocidental
Revisão história da arte ocidental
escola
 
Linguagem e Pensamento
Linguagem e Pensamento Linguagem e Pensamento
Linguagem e Pensamento
Rosana Leite
 

En vedette (14)

Extremo Oriente Economia
Extremo Oriente EconomiaExtremo Oriente Economia
Extremo Oriente Economia
 
Arte Oriental
Arte OrientalArte Oriental
Arte Oriental
 
Revisão história da arte ocidental
Revisão história da arte ocidentalRevisão história da arte ocidental
Revisão história da arte ocidental
 
Apresentação tintas, pigmentos e coberturas industriais
Apresentação   tintas, pigmentos e coberturas industriaisApresentação   tintas, pigmentos e coberturas industriais
Apresentação tintas, pigmentos e coberturas industriais
 
Hélio Oiticica e Lygia Clark
Hélio Oiticica e Lygia ClarkHélio Oiticica e Lygia Clark
Hélio Oiticica e Lygia Clark
 
Arte chinesa
Arte chinesaArte chinesa
Arte chinesa
 
Curso arte e multimídia
Curso arte e multimídiaCurso arte e multimídia
Curso arte e multimídia
 
Arte oriental
Arte orientalArte oriental
Arte oriental
 
Edição de Vídeos para Redes Sociais com Adobe Premiere
Edição de Vídeos para Redes Sociais com Adobe PremiereEdição de Vídeos para Redes Sociais com Adobe Premiere
Edição de Vídeos para Redes Sociais com Adobe Premiere
 
Arte ocidental resumo 1º ano
Arte ocidental   resumo 1º anoArte ocidental   resumo 1º ano
Arte ocidental resumo 1º ano
 
Ásia Antiga (Primeira Série)
Ásia Antiga (Primeira Série)Ásia Antiga (Primeira Série)
Ásia Antiga (Primeira Série)
 
Aditivos
AditivosAditivos
Aditivos
 
Linguagem e Pensamento
Linguagem e Pensamento Linguagem e Pensamento
Linguagem e Pensamento
 
Arte Rupestre
Arte Rupestre Arte Rupestre
Arte Rupestre
 

Similaire à Teatro do oprimido

Teatro+do+oprimido
Teatro+do+oprimidoTeatro+do+oprimido
Teatro+do+oprimido
Denise Neiva
 
Arte 3º ano 2º bim 2011
Arte 3º ano 2º bim 2011Arte 3º ano 2º bim 2011
Arte 3º ano 2º bim 2011
Profº Ferreira
 
3º Ano - Conteúdo do Provão
3º Ano - Conteúdo do Provão3º Ano - Conteúdo do Provão
3º Ano - Conteúdo do Provão
Profº Ferreira
 
22626045 Teatro Epico Bertolt Brecht
22626045  Teatro  Epico  Bertolt  Brecht22626045  Teatro  Epico  Bertolt  Brecht
22626045 Teatro Epico Bertolt Brecht
Ricardo Araujo
 
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaçoPeter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
Claudio Paulo
 

Similaire à Teatro do oprimido (20)

Teatro+do+oprimido
Teatro+do+oprimidoTeatro+do+oprimido
Teatro+do+oprimido
 
Espetáculo teatral "Biografia".
Espetáculo teatral "Biografia". Espetáculo teatral "Biografia".
Espetáculo teatral "Biografia".
 
Narrativas do processo de criação e percepções osbre a recepção de tio vânia ...
Narrativas do processo de criação e percepções osbre a recepção de tio vânia ...Narrativas do processo de criação e percepções osbre a recepção de tio vânia ...
Narrativas do processo de criação e percepções osbre a recepção de tio vânia ...
 
Teatro contemporâneo
Teatro contemporâneoTeatro contemporâneo
Teatro contemporâneo
 
Platéias sem teto - abrace 2008
Platéias sem teto - abrace 2008Platéias sem teto - abrace 2008
Platéias sem teto - abrace 2008
 
Felizmente Há Luar- Resumo da Obra
 Felizmente Há Luar- Resumo da Obra Felizmente Há Luar- Resumo da Obra
Felizmente Há Luar- Resumo da Obra
 
TEATRO DO OPRIMIDO
TEATRO DO OPRIMIDOTEATRO DO OPRIMIDO
TEATRO DO OPRIMIDO
 
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida PradoFichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
Fichamento de A personagem no teatro, de Décio de Almeida Prado
 
Arte 3º ano 2º bim 2011
Arte 3º ano 2º bim 2011Arte 3º ano 2º bim 2011
Arte 3º ano 2º bim 2011
 
3º Ano - Conteúdo do Provão
3º Ano - Conteúdo do Provão3º Ano - Conteúdo do Provão
3º Ano - Conteúdo do Provão
 
Panorama do teatro brasileiro
Panorama do teatro brasileiroPanorama do teatro brasileiro
Panorama do teatro brasileiro
 
artescnicas-210920150554001.pdf
artescnicas-210920150554001.pdfartescnicas-210920150554001.pdf
artescnicas-210920150554001.pdf
 
Artes cênicas: Tempo e espaço
Artes cênicas: Tempo e espaçoArtes cênicas: Tempo e espaço
Artes cênicas: Tempo e espaço
 
22626045 Teatro Epico Bertolt Brecht
22626045  Teatro  Epico  Bertolt  Brecht22626045  Teatro  Epico  Bertolt  Brecht
22626045 Teatro Epico Bertolt Brecht
 
Lourenço Mutarelli e A Hora Errada
Lourenço Mutarelli e A Hora ErradaLourenço Mutarelli e A Hora Errada
Lourenço Mutarelli e A Hora Errada
 
1904 alguma coisa sobre o teatro portugues de romualdo figueiredo
1904 alguma coisa sobre o teatro portugues de  romualdo figueiredo1904 alguma coisa sobre o teatro portugues de  romualdo figueiredo
1904 alguma coisa sobre o teatro portugues de romualdo figueiredo
 
Teatro do oprimido.pdf
Teatro do oprimido.pdfTeatro do oprimido.pdf
Teatro do oprimido.pdf
 
Improvisar espaço de possibilidades. jornal de letras - 2008
Improvisar   espaço de possibilidades. jornal de letras - 2008Improvisar   espaço de possibilidades. jornal de letras - 2008
Improvisar espaço de possibilidades. jornal de letras - 2008
 
Relação improvisador público - mariana muniz
Relação improvisador público - mariana munizRelação improvisador público - mariana muniz
Relação improvisador público - mariana muniz
 
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaçoPeter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
Peter+brook+ +o+teatro+e+seu+espaço
 

Plus de Silvana Chaves

TEATRO NA IDADE MÉDIA
TEATRO NA IDADE MÉDIATEATRO NA IDADE MÉDIA
TEATRO NA IDADE MÉDIA
Silvana Chaves
 
Teatro na idade média
Teatro na idade médiaTeatro na idade média
Teatro na idade média
Silvana Chaves
 
Teatro na idade média
Teatro na idade médiaTeatro na idade média
Teatro na idade média
Silvana Chaves
 
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOSTRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
Silvana Chaves
 
Conteúdo 3 elementos da linguagem cênica
Conteúdo 3   elementos da linguagem cênicaConteúdo 3   elementos da linguagem cênica
Conteúdo 3 elementos da linguagem cênica
Silvana Chaves
 
Exercícios sobre o teatro grego
Exercícios sobre o teatro gregoExercícios sobre o teatro grego
Exercícios sobre o teatro grego
Silvana Chaves
 
Exercícios sobre o teatro romano
Exercícios sobre o teatro romanoExercícios sobre o teatro romano
Exercícios sobre o teatro romano
Silvana Chaves
 
Elementos da linguagem cênica exercícios
Elementos da linguagem cênica  exercíciosElementos da linguagem cênica  exercícios
Elementos da linguagem cênica exercícios
Silvana Chaves
 
História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2
Silvana Chaves
 

Plus de Silvana Chaves (13)

TEATRO NA IDADE MÉDIA
TEATRO NA IDADE MÉDIATEATRO NA IDADE MÉDIA
TEATRO NA IDADE MÉDIA
 
Teatro na idade média
Teatro na idade médiaTeatro na idade média
Teatro na idade média
 
Teatro na idade média
Teatro na idade médiaTeatro na idade média
Teatro na idade média
 
Trabalho de cênicas
Trabalho de cênicasTrabalho de cênicas
Trabalho de cênicas
 
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOSTRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
TRABALHO SOBRE ELEMENTOS CÊNICOS
 
Conteúdo 3 elementos da linguagem cênica
Conteúdo 3   elementos da linguagem cênicaConteúdo 3   elementos da linguagem cênica
Conteúdo 3 elementos da linguagem cênica
 
Exercícios sobre o teatro grego
Exercícios sobre o teatro gregoExercícios sobre o teatro grego
Exercícios sobre o teatro grego
 
Exercícios sobre o teatro romano
Exercícios sobre o teatro romanoExercícios sobre o teatro romano
Exercícios sobre o teatro romano
 
Elementos da linguagem cênica exercícios
Elementos da linguagem cênica  exercíciosElementos da linguagem cênica  exercícios
Elementos da linguagem cênica exercícios
 
Teatro romano
Teatro romanoTeatro romano
Teatro romano
 
Teatro grego
Teatro gregoTeatro grego
Teatro grego
 
História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2História do teatro no mundo ocidental 2
História do teatro no mundo ocidental 2
 
Teatro romano.ppsx
Teatro romano.ppsxTeatro romano.ppsx
Teatro romano.ppsx
 

Dernier

PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
rosenilrucks
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
LeloIurk1
 

Dernier (20)

LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 

Teatro do oprimido

  • 1. TEATRO DO OPRIMIDO AUGUSTO BOAL
  • 2. Abordagens  Para iniciar uma abordagem sobre o “Teatro do Oprimido”, torna-se necessário uma apresentação de seu criador, o dramaturgo, diretor e teórico de teatro Augusto Boal, nasceu no Rio de Janeiro em 1931 e faleceu em 2 de maio de 2009) cujo nome completo é Augusto Pinto Boal. Este carioca que dirigiu centros de teatro na França e no Rio de Janeiro buscando sempre lutar contra todas as formas de opressão, desenvolveu na sua luta a favor dos explorados e oprimidos, um teatro de cunho político, libertário e transformador.
  • 3.  O Teatro do Oprimido é genuinamente brasileiro, mas hoje é difundido no mundo inteiro - em mais de 70 países. O método estimula uma postura activa em seus praticantes e espectadores. Como linguagem, pode incentivar à discussão de qualquer tema no qual  exista um conflito claro e objectivo e o desejo e a necessidade de mudança. Por fim, oferece condições para que alternativas sejam encontradas e estimuladas, e que extrapolem o âmbito do palco para a vida real, tornando-se factos concretos.
  • 4. Histórico  No período em que a ditadura militar reprimiu com maior força a voz do povo e de seus representantes, nos diferentes âmbitos sociais, Boal aliou-se a educadores e intelectuais da América Latina, dispostos a desenvolverem uma tomada de consciência dos oprimidos, a começar pelo projeto de alfabetização, ALFIN – Programa de Alfabetização Integral, no Peru, na década de setenta, cuja concepção metodológica do projeto era inspirada na pedagogia do oprimido de Paulo Freire.
  • 5. Objetivos  O “Teatro do Oprimido”, de acordo com o próprio Boal, pretende transformar o espectador, que assume uma forma passiva diante do teatro aristotélico, com o recurso da quarta parede, em sujeito atuante, transformador da ação dramática que lhe é apresentada, de forma que ele mesmo, espectador, passe a protagonista e transformador da ação dramática.
  • 6. “Teatro-Jornal”  A poética do Teatro do Oprimido está organizada em diferentes formas/técnicas de ações dramáticas, acrescentando que para Boal o teatro é ação.  O “Teatro-Jornal” foi uma forma de ação teatral desenvolvida por Boal no Teatro de Arena, em São Paulo, no período anterior a sua saída do Brasil por força da ditadura daquele momento.
  • 7. O “Teatro-Imagem”  O “Teatro-Imagem”, que integra a estética do Teatro do Oprimido, tem a intenção de ensaiar uma transformação da realidade, através do uso da imagem corporal. Primeiramente, um ator decide um tema problema a ser tratado, que pode ser local ou global, mas que de certa forma tenha um significado para a maioria do grupo. Em seguida alguns atores se disponibilizam no espaço cênico como massas moldáveis, ou melhor, futuras estátuas, o ator protagonista vai esculpindo essas estátuas buscando representar imageticamente a situação em questão. É fundamental que haja silêncio total. Ao montar o quadro vivo os espect-atores são convidados a modificarem as imagens problema para uma situação ideal. Por fim, cria-se a imagem de transição entre o problema e a solução.
  • 8. o “Teatro Invisível”,  Outra possibilidade de ação dramática dentro do arsenal do Teatro do Oprimido é o “Teatro Invisível”, cuja proposta é a representação de uma cena diante de pessoas que não sabem que estão sendo espectadoras da ação dramática, e precisa acontecer num ambiente diferente do teatral, o mais dentro do cotidiano das pessoas. Para esta forma de apresentação é preciso a preparação de um roteiro de improvisação, onde já se ensaie a possível interferência do espectador no ato estético coletivo. Cabe aos atores prolongarem a discussão dos espectadores a respeito do tema abordado na cena, de forma que outros “atores anônimos” se insiram no contexto e reafirme a veracidade da ação para o espectador, que neste momento já passa a ser protagonista da ação teatral proposta. É imprescindível o caráter invisível dos atores para que os espec-atores atuem com liberdade.
  • 9. “Teatro-fotonovela”  O “Teatro-fotonovela” apresenta uma forma de desmistificação da Fotonovela, por ser uma literatura direcionada as classes mais baixas da população, isto antes da popularização da TV, e por veicular uma ideologia própria das classes dominantes. Na prática é fazer a leitura de uma fotonovela, sem que os atores saibam que se trata de um folhetim fotografado, enquanto esses atores vão interpretando a história que está sendo lida. Em seguida partem para refletir sobre as ações que foram produzidas pelos atores e as que estão publicadas paralelamente as falas, com isto, é comum perceber distorções, pela minoria que produz essas fotonovelas, em relação a real situação dos sujeitos mencionados pela história.
  • 10. “Curinga”.  Dentro do “Teatro do Oprimido” existe uma figura muito importante para o desenvolvimento da cena junto aos espectadores, esta peça é o “Curinga”.  Ao curinga cabem-lhe as funções de:  - explicar as regras do jogo;  - corrigir erros;  - encorajar uns e outros a interromper a cena e intervir
  • 11. O “Teatro-Fórum”  O “Teatro-Fórum” é uma técnica em que os atores representam uma cena até a apresentação do problema, e em seguida propõem aos espectadores que mostrem, por meio da ação cênica, soluções para o então problema apresentado.
  • 12. “Espect-atores”  A idéia central é que o espectador ensaie a sua própria revolução sem delegar papéis aos personagens, desta forma conscientizando-se da sua autonomia diante dos fatos cotidianos, indo em direção a sua real liberdade de ação, sendo todos “espect-atores”.
  • 13. PAPEL DO ESPECT-ATOR  Um outro espectador poderá parar a cena e dizer “Pára!”, indicando de onde deseja que a peça seja retomada – como numa cassete de vídeo, em que podemos ir para a frente e para trás –, e uma nova solução pode ser tentada, e tantas quantas forem as intervenções dos espect- actores. A peça recomeça sempre a partir do ponto que o espect-actor deseja examinar. Após cada intervenção, o curinga (que é o mestre-decerimónias do espectáculo) deverá fazer um claro resumo do significado de cada alternativa proposta, devendo igualmente indagar a plateia se algo lhe escapa ou s ealguém discorda: não se trata de vencer a discussão, mas de esclarecer pensamentos, opiniões e propostas.
  • 14. PAPEL DO ESPECT-ATOR  PASSO 1  interromper a ação quando acharem que o actor poderia reagir de outro modo à situação proposta.  tomar o lugar do protagonista quando este estiver cometendo um erro, ou optando por uma alternativa falsa ou insuficiente, e procurar uma solução melhor para a situação que a peça apresenta.  O espect-actor deve gritar da plateia ou aproximar-se da cena e dizer “Pára!” ou “Stop!”.  Os actores deverão imediatamente congelar a cena, imobilizando-se em seus lugares.  Imediatamente, o espect-actor deve dizer de onde quer que a cena seja recomeçada, indicando uma frase, momento ou movimento a partir do qual se retoma a ação.  A peça recomeça no ponto indicado, tendo agora o espectador como protagonista.
  • 15. PAPEL DO ESPECT-ATOR  PASSO 2  A partir do momento em que o espect-actor toma o lugar do protagonista e propõe  uma nova solução, todos os outros actores se transformam em agentes de opressão – ou  se já exerciam essa opressão, intensificam-na, a fim de mostrar ao espect-actor o quanto  será difícil transformar essa realidade – salvo, é claro, os personagens aliados do  protagonista.
  • 16. Teatro do Oprimido e Plínio Marcos [Plínio Marcos de Barros nasceu em Santos, em 29 de Setembro de 1935, e faleceu em São Paulo, em 19 de Novembro de 1999. Filho de um bancário (Armando) e de uma dona-de-casa (Hermínia), tinha 4 irmãos e uma irmã.]
  • 17. O teatro só faz sentido quando é uma tribuna livre onde se pode discutir até as últimas consequências os problemas dos homens. Plínio Marcos
  • 18. O oprimido na obra de Plínio Marcos  Nossa pesquisa partirá de estudos através das obras do dramaturgo Plínio Marcos UTILIZANDO O MODELO DE TEATRO FÓRUM.  Peças escolhidas:  Barrela  O abajur lilás  Querô
  • 19. Barrela  Escrita em 1958, teve sua estréia em 1º de novembro de 1959, em Santos. Após ficar proibida pela Censura Federal por 21 anos, foi reescrita pelo autor e estreou em 1980, em São Paulo, montagem de O BANDO.Foi também adaptada para cinema.  Plínio Marcos diz ter baseado sua peça em episódio ocorrido na década de 50, em Santos, quando um rapaz sem antecedentes criminais foi preso por causa de uma briga de bar. Colocado numa cela abarrotada de criminosos perigosos, alguns condenados por homicídio, o rapaz é violentado por eles – eis a “barrela” do título.
  • 20. Abajur lilás  em 1970, o texto foi proibido por cinco anos para todo o território nacional. Em 1975, portanto, o texto estaria liberado.]  O grande achado de Plínio foi ter criado uma história que se basta em si mesma, autêntica na sua crueza. Têm uma verdade inconfundível as relações entre Giro, proletário homossexual do prostíbulo, seu truculento auxiliar Oswaldo, e as prostitutas Dilma, Célia e Leninha
  • 21. QUERÔ – UMA REPORTAGEM MALDITA  Querô nasceu nas quebradas, filho de uma prostituta que se matou bebendo querosene. Ficou sob os cuidados da cafetina que explorava sua mãe. Cuidado nenhum. Querô ficou mesmo jogado de um canto para o outro. Passou um tempo em reformatório, no tempo em que nem havia Febem e outros bens, lá pelos anos 70, quando havia milagres e ditaduras, uma perversa mistura de mentiras e violências. Deu no que deu. Querô cheirou cola, puxou fumo, se envolveu com pequenos e grandes bandidos, dentro da lei e fora da lei. Morreu, menino, furado de bala. De muita bala. Da lei. Ninguém se deu conta. Ficou por isso mesmo. Um a menos na contabilidade da polícia. Um a mais na nossa contabilidade de gente de bem, cidadãos que se agarram ao que podem para sobreviver à morte coletiva, lenta, às vezes silenciosa, permanente.