O documento discute as categorias da narrativa presentes no conto "A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho", incluindo a ação fechada, o encadeamento das sequências narrativas, e os processos de caracterização das personagens como Ibn-el-Muftar através de caracterização direta e indireta. Além disso, discute o narrador como não participante, onisciente e às vezes subjetivo.
1. “A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho”CATEGORIAS DA NARRATIVA (Deves estudar pela página 160 do teu manual!)
2. ACÇÃO (quanto à delimitação) No conto estudado, a acção é fechada, porque a acção e a sorte das personagens são resolvidas até ao pormenor. Sabemos o que aconteceu a Clio, aos árabes do século XII e aos chefes das forças policiais do século XX.
3. ORGANIZAÇÃO DAS SEQUÊNCIAS NARRATIVAS O conto tem encadeamento, uma vez que as acções surgem ordenadas por ordem cronológica. Isto quer dizer que uma acção dá origem a outra e assim sucessivamente.
4. PROCESSOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA AS PERSONAGENS CARACTERIZAÇÃO DIRECTA – as características da personagem aparecem directamente no texto. * Autocaracterização:é a própria personagem que refere explicitamente os seus traços característicos. * Heterocaracterização: os traços distintivos da personagem são apresentados explicitamente pelo narrador e/ou outras personagens.
5. PROCESSOS DE CARACTERIZAÇÃO PARA AS PERSONAGENS Caracterização indirecta – é o resultado de deduções feitas a partir de atitudes, comportamentos, reacções, actos de fala da personagem ao longo da acção.
6. Ibn-el-Muftar Caracterização directa, por autocaracterização– não existe, pois o árabe nunca apresenta as suas próprias características. Caracterização directa, por heterocaracterização– quando o narrador caracteriza fisicamente Ibn-el-Muftar, dizendo que tem turbante, barbicha afilada, manto e cota de malha.
7. Caracterização indirecta – a partir do seu comportamento, nós, os leitores, deduzimos algumas características psicológicas do árabe. Por exemplo, deduzimos que era calmo, objectivo, prudente e racional, quando decidiu analisar primeiro a confusão que se encontrava à sua volta, em vez de atacar. Ibn-el-Muftar
8. NARRADOR(quanto à presença) O narrador é não participante, pois limita-se a contar a história, sem intervir nela enquanto personagem. Como tal, utiliza a 3.ª pessoa ao longo da narrativa. Ex.: “Entretanto, Ibn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus soldados.”
9. NARRADOR(quanto à ciência) O narrador é omnisciente, porque sabe tudo sobre a história e sobre as personagens. Ex.: “Ibn-el-Muftar (…) soltou um suspiro de alívio e resolveu arrepiar caminho, desistindo de atacar Lixbuna (…)”
10. NARRADOR(quanto ao ponto de vista) O narrador, por vezes, é subjectivo, já que à medida que vai narrando a história dá a sua opinião sobre determinados aspectos. Ex.: “Quanto à deusa Clio, foi privada de ambrósia por quatrocentos anos, o que, convenhamos, não é seguramente castigo dissuasor de novas distracções.”