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Resumão
Escolas Literárias
Na literatura
brasileira
BARROCO
INÍCIO: 1601 –
composição do poema
Prosopopeia, de Bento
Teixeira.
FIM: 1768 – Publicação
do livro “Obras
Poéticas”, de Cláudio
Manuel da Costa.
CONTEXTO HISTÓRICO: Na Europa do século XVI, a igreja católica em crise: descrença e repulsa entre os fiéis, desejo de expropriar as terras
da igreja espalhadas por todas as nações da Europa, burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura,
estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições a igreja passou por uma divisão que levara ao aparecimento de
inúmeras seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficou conhecida como Contra-Reforma.
No século seguinte: dominação, despotismo, tirania. O Absolutismo chegaria a seu auge na França, ao ponto de Luís XIV (1661 - 1715), o Rei
Sol, proferir a célebre frase: “O Estado sou eu”. E enquanto o absolutismo figurava no plano político, o mercantilismo, que era uma fase de transição para
o capitalismo comercial, e que se baseava no mercantilismo, na balança de comércio favorável e no acúmulo de capitais, reinava no plano econômico.
A sociedade estava organizada em três camadas sociais impermeáveis: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado, este formado pela burguesia, pelos
artesãos e pelos camponeses. A burguesia, por deter forte poder econômico, pressionava politicamente a nobreza e o rei, a fim de participar das
decisões políticas do Estado absolutista. E é nesse período as Grandes Navegações chegam ao fim; surgem no Brasil, que vivia o ciclo da cana-de
açúcar e, posteriormente, o ciclo do ouro, as primeiras cidades; Portugal se separa da Espanha após a Guerra da Restauração e expulsa os Holandeses
do Brasil; e tem início ao Iluminismo na França.
Barroco
Seicentismo
Marinismo
Preciosismo
Gongorismo
 Alguns
conceitos
PRINCIPAIS
AUTORES:
Na poesia:
 Bento Teixeira
 Botelho de Oliveira
 Frei Itaparica
 Gregório de Matos
(Boca do Inferno)
Na prosa:
 Sebastião da Rocha
Pita
 Nuno Marques
Pereira.
 Pe. Antônio Vieira
("Paiaçu" - Grande Pai)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
 escrita com excesso de mensagens religiosas;
 Linguagem complexa, rebuscada e pessimista;
 uso de figuras de linguagem ( metáfora, hipérbole, hipérbato, paradoxos e antíteses);
 forma textual mais trabalhada que seu próprio conteúdo;
 extrapolação das formas rígidas do Classicismo;
 desequilíbrio entre sentimento e razão; subjetividade;
 poesias marcadas pela instabilidade emocional e sentimento de culpa;
 efemeridade do tempo versus carpe diem;
 Conflito entre corpo e alma, deixando o homem dividido;
 culto do contraste e da solidão;
 temática do desengano (o desconcerto do mundo);
 uso de frases interrogativas e ordem inversa dos termos;
 fusionismo (tentativa de unir os opostos);
 uso do cultismo e do conceptismo;
O movimento barroco foi anticlássico e antinaturalista. Apesar da unidade mais genérica, apresentou diferenças de aspectos, conforme o
estágio de desenvolvimento ou, mesmo, as linhas estruturais (forma e conteúdo) de construção dos textos:
 Cultismo - é o rebuscamento formal, caracterizado pelo jogo de palavras dentro do texto e pelo excessivo emprego de figuras de
linguagem. Também é conhecido como gongorismo, pela influência do estilo do poeta espanhol Luís de Gôngora.
 Conceptismo - ( do espanhol concepto, “ideia”/”concepção”) é o jogo de ideia, constituído pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento
lógico, por analogias, etc.
 Maneirismo - Serviu de elo entre a crise do Renascimento e o surgimento do Barroco, com uma arte que registra a incerteza das formas:
os dados sensoriais enganariam a percepção da realidade. deve-se distinguir maneirismo de amaneiramento, conceito genérico que
indica imitação de uma obra ou estilo.
 Barroquismo - deu origem ao Rococó, um barroco secundário com formas rebuscadas e preocupação decorativa. O barroquismo será um
traço importante da sensibilidade brasileira.
 Cultismo - ”jogo de palavras”, para rebuscamento da forma, ornamentação estilística, preciosismo linguístico e erudição minuciosa.
 Conceptismo - “jogo de ideias”. Também é chamado de Quevedismo, apresenta retórica aprimorada e imposição de conceitos através
da apresentação de diversas ideias.
 Temas
frequentes
arrependimento; narração de cenas trágicas; erotismo; misticismo; apelo à religião; morte; sobrenatural; fugacidade da vida e ilusão; castigo;
heroísmo; fugacidade da vida e instabilidade das coisas; morte, expressão máxima da efemeridade das coisas; o tempo como agente da
morte e da dissolução das coisas; castigo, como decorrência do pecado;
Nota: Barroco - a palavra se teria originado do vocábulo espanhol “barrueco”, vindo do português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI, para designar um tipo de pérola
irregular e de formação defeituosa. As principais obras literárias desse estilo no Brasil são Prosopopeia, de Bento Teixeira; Os sermões, de Padre António Vieira; além da poesia de Gregório
de Matos. Já na arte, é possível apontar as obras do famoso escultor Aleijadinho, do pintor Mestre Ataíde e do maestro Lobo de Mesquita.
Curiosidades sobre “Prosopopeia”
• Poema épico, com 94 versos em oitava-rima e
decassílabos heroicos, conforme ensinava Luís de
Camões em “Os lusíadas”;
• Enredo: gira em torno de Jorge de Albuquerque Coelho,
donatário da Capitania de Pernambuco;
• Narrador do poema: Proteu;
• Intuito do poeta: enaltecer os feitos dos guerreiros na
Batalha de Alcácer-Quibir, caracterizando o poema
como um gênero literário épico.
• Procurou imitar “Os lusíadas”, de Luís de Camões.
Os Lusíadas
(...)
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.
Prosopopeia
1. Cantem Poetas o Poder Romano,
submetendo Nações ao jugo duro;
o Mantuano pinte o Rei Troiano,
descendo à confusão do Reino escuro;
que eu canto um Albuquerque soberano,
da Fé, da cara Pátria firme muro,
cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira,
pode estancar a Lácia e Grega lira.
2. As Délficas irmãs chamar não quero,
que tal invocação é vão estudo;
aquele chamo só, de quem espero
a vida que se espera em fim de tudo.
Ele fará meu Verso tão sincero,
quanto fora sem ele tosco e rudo,
que por razão negar não deve o menos
quem deu o mais a míseros terrenos.
3. E vós, sublime Jorge, em quem se
esmalta
a Estirpe d'Albuquerques excelente,
e cujo eco da fama corre e salta
do Carro Glacial à Zona ardente,
suspendei por agora a mente alta
dos casos vários da Olindesa gente,
e vereis vosso irmão e vós supremo
no valor abater Querino e Remo.
GREGÓRIO DE MATOS
“O BOCA DO INFERNO”
 Nasceu na Bahia – 1636 e morreu em Pernambuco – 1695;
 Filho de família abastada;
 Formação jesuítica;
 Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal;
 Poesia Religiosa;
 Poesia Profana (amorosa e satírica);
 Em 1650, parte para Coimbra, Portugal, onde se forma em estudos
jurídicos;
 Fica viúvo em 1678. Três anos depois, faz votos religiosos. Retorna ao
Brasil, em 1682, como vigário-geral e tesoureiro-mor do recém-criado
arcebispado;
 Indispõe-se com as autoridades religiosas, entre outras razões, por
recusar-se a usar batina. Passa a levar vida boêmia e desregrada,
compondo versos satíricos contra as autoridades e os costumes, além
de uma poesia erótica e amorosa, que lhe vale o apelido de Boca do
Inferno;
 Em 1694, para livrar-se da prisão, uma vez mais, é deportado para
Angola;
 Doente, é repatriado para Pernambuco e morre em 26 de novembro de
1695, no Recife, em consequência de febres contraídas na África.
A OBRA DE GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos firmou-se como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa.
O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus poemas em vida.
Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos
 Poesia religiosa - Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado
diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.
 Poesia lírico-amorosa - Tem uma dimensão elevada, muitas vezes associada à noção de
brevidade da existência, e uma dimensão obscena, onde a explosão dos sentidos (em versos
crus e repletos de palavrões) representa um protesto contra os valores morais da época.
 Poesia satírica - Ironia corrosiva e caricatural contra todos os setores da vida
colonial baiana: senhores de engenho, clero, juízes, advogados, militares, fidalgos, escravos,
pobres livres, índios, mulatos, mamelucos, etc. Com seu olhar ressentido de senhor
decadente, Gregório de Matos vê na realidade apenas corrupção, negociata, oportunismo,
mentira, desonra, imoralidade, completa inversão de valores. A poesia satírica, portanto, para
ele é vingança contra o mundo.
01 A cada canto um grande conselheiro,
02 Que nos quer governar cabana, e vinha,
03 Não sabem governar sua cozinha,
04 E podem governar o mundo inteiro.
05 Em cada porta um frequentado olheiro,
06 Que a vida do vizinho, e da vizinha
07 Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha
08 Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
09 Muitos Mulatos desavergonhados,
10 Trazidos pelos pés os homens nobres,
11 Posta nas palmas toda a picardia.
12 Estupendas usuras nos mercados,
13 Todos, os que não furtam, muito pobres,
14 E eis aqui a cidade da Bahia.
IRONIA
GRADAÇÃO
ALITERAÇÃO
ELIPSE
O POETA SATÍRICO
Gregório de Matos é
amplamente conhecido
por suas críticas à
situação econômica da
Bahia, especialmente
de Salvador, graças à
expansão econômica
chegando a fazer,
inclusive, uma crítica ao
então governador da
Bahia Antonio Luis da
Camara Coutinho. Além
disso, suas críticas à
Igreja e a religiosidade
presente naquele
momento. Essa atitude
de subversão por meio
das palavras rendeu-lhe
o apelido de "Boca do
Inferno", por satirizar
seus desafetos
Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.
IRONIA
CARACTERÍSTICAS:
-POEMA METALINGUÍSTICO;
-IRÔNICO;
-CRÍTICO
PLEONASMO
AS COUSAS DO MUNDO
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
(Gregório de Matos)
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Se Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. PARADOXO
ANTÍTESE
CONCEPTISMO E
INTERROGAÇÃO
INTERROGAÇÕES
ANTÍTESE O POETA LÍRICO
Em sua produção lírica,
Gregório de Matos se
mostra um poeta
angustiado em face à
vida, à religião e ao amor.
Na poesia lírico-amorosa,
o poeta revela sua
amada, uma mulher bela
que é constantemente
comparada aos
elementos da natureza.
Além disso, ao mesmo
tempo que o amor
desperta os desejos
corporais, o poeta é
assaltado pela culpa e
pela angústia do pecado.
Alma ditosa, que na empírea corte
Pisando estrelas vais de sol vestida,
Alegres com te ver fomos na vida,
Tristes com te perder somos na morte.
Rosa encarnada, que por dura sorte
Sem tempo do rosal foste colhida,
Inda que melhoraste na partida,
Não sofre, quem te amou, pena tão forte.
Não sei, como tão cedo te partiste
Da triste Mãe, que tanto contentaste,
Pois partindo-te, a alma me partiste.
Oh que cruel comigo te mostraste!
Pois quando a maior glória te subiste,
Então na maior pena me deixaste.
ANÁSTROFE
ANTÍTESE
BREVIDADE DA VIDA
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
ANTÍTESES
PARADOXO
CARACTERÍSTICAS:
-EFEMERIDADE DO TEMPO;
-USO DA INTERROGAÇÃO;
PARADOXO
PARADOXO
POESIA LÍRICO-FILOSOFICA
-Pessimismo
-Angústia diante da vida
-Temas abordando o
desconcerto do mundo
e a instabilidade dos bens
materiais
[...]
É este, o que chupa, e tira
vida, saúde, e fazenda,
e se hemos falar verdade
é hoje o Amor desta era.
Tudo uma bebedice,
ou tudo uma borracheira,
que se acaba co dormir,
e co dormir se começa.
O Amor é finalmente
um embaraço de pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Uma confusão de bocas
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa, é besta.
VISÃO ERÓTICA, CARNAL DO AMOR
PESSIMISMO
ANTÍTESE
LINGUAGEM CHULA
O POETA ERÓTICO
Também alcunhado de
profano, o poeta exalta a
sensualidade e a volúpia das
amantes que conquistou na
Bahia, além dos escândalos
sexuais envolvendo os
conventos da cidade.
Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Maldade, que encaminha à vaidade,
Vaidade, que todo me há vencido;
Vencido quero ver-me, e arrependido,
Arrependido a tanta enormidade.
Arrependido estou de coração,
De coração vos busco, dai-me os braços,
Abraços, que me rendem vossa luz.
Luz, que claro me mostra a salvação,
A salvação pretendo em tais abraços,
Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus.
ANADIPLOSE
O POETA RELIGIOSO
A preocupação religiosa do
escritor revela-se no grande
número de textos que tratam
do tema da salvação espiritual
do homem. No soneto a seguir,
o poeta ajoelha-se diante de
Deus, com um forte sentimento
de culpa por haver pecado, e
promete redimir-se. Observe:
Ao braço do mesmo Menino Jesus
quando apareceu
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.
O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.
Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.
CULTISMO
ANTÍTESES
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
ANTÍTESES
CONCEPTISMO
CONCEPTISMO
ALITERAÇÃO
ALUSÃO
METÁFORA
A temática religiosa : a culpa, o
pecado, o arrependimento.
A referência às parábolas bíblicas.
O discurso argumentativo, a defesa de uma ideia através
do raciocínio lógico, da enumeração de exemplos, do
discurso persuasivo. (heranças do Renascimento)
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, 6 de
fevereiro de 1608 e faleceu na Bahia, em 18 de julho de
1697. Foi um religioso, escritor e orador português da
Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do
século XVII em termos de política e oratória, destacou-se
como missionário em terras brasileiras.
Responsável pelo desenvolvimento da prosa no
período do barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por
seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o
despotismo dos colonos portugueses, a influencia negativa
que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que
não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar
(seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além
disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os
horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos. Era
chamado pelos nativos de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai,
em tupi). Também defendia os cristãos-novos (judeus
convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram.
Além dos famosos sermões, padre Antônio Vieira
também se dedicou a escrever cartas e profecias.
OS SERMÕES de Padre Antônio Vieira:
Utilização contínuas de passagens da Bíblia e de todos os recursos
da oratória jesuítica para convencer os fiéis de sua mensagem,
mesmo quando trata de temas cotidianos.
Ataca os vícios (corrupção, violência, arrogância, etc.) e defende as
virtudes cristãs (religiosidade, caridade, modéstia, etc.)
Combate os hereges, os indiferentes à religião e os católicos
desleixados em relação à Igreja.
Defende abertamente os índios. Mantém-se ambíguo frente aos
escravos negros: ora tenta justificar a escravidão, ora condena
veementemente seus malefícios éticos e sociais.
Exalta os valores que nortearam a construção do grande império
português. E julga (de forma messiânica) que este império deveria
ser reconstruído no Brasil.
Propõe o retorno dos cristãos novos (judeus) a territórios lusos
como forma de Portugal escapar da decadência onde naufragara
desde meados do século XVI.
Apresenta uma linguagem de tendência conceptista, de notável
elaboração, grande riqueza de ideias e imagens espetaculares.
Fernando Pessoa o chamaria de "Imperador da Língua
Portuguesa".
A uns mártires penduravam pelos cabelos, ou por um pé, ou por ambos, ou pelos dedos,
polegares, e assim no ar, despidos, batiam e martelavam com tal força e continuação, os
cruéis e robustos algozes, que ao princípio açoitavam os corpos, depois desfiavam as
mesmas chagas, ou uma só chaga até que não tinha já que açoitar nem ferir. A outros
estirados e desconjuntados no ecúleo, ou estendidos na catasta aravam ou cardavam os
membros com pentes e garfos de ferro, a que propriamente chamavam escorpiões, ou
metidos debaixo de grandes pedras de moinho, lhes espremiam como em lagar o sangue, e
lhes moíam e imprensavam os ossos, até ficarem uma pasta confusa, sem figura, nem
semelhança do que dantes eram. A outros cobriam todos de pez, resina e enxofre, e
ateando-lhes o fogo, os faziam arder em pé como tochas ou luminárias; nas festas dos
ídolos, esforçando-os para este suplício como lhes dar a beber chumbo derretido.
Sermão de todos os santos – Padre
Antônio Vieira
A religião e os dramas
humanos e políticos
Padre Antônio Vieira
Sermão do bom ladrão
“Não são só ladrões - diz o Santo - os que
cortam bolsas ou espreitam os que vão se banhar,
para lhe colher a roupa; os ladrões que mais própria
e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões,
ou o governo das províncias, ou a administração
das cidades, os quais já com manha, já com força,
roubam e despojam os pobres. (...)”
Padre Antônio Vieira
Trecho de Sermão da Sexagésima
“Fazer pouco fruto da Deus no Mundo pode
proceder de um de três princípios: ou da parte do
pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de
Deus. Para uma alma se converter por meio de um
sermão, há se haver três concursos: há de
concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo;
há de concorrer o ouvinte com entendimento,
percebendo; há de concorrer Deus com a graça,
alumiando. Para um homem ver a si mesmo, são
necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se
tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de
olhos; se tem espelho e olhos, e é noite, não se
pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há
mister espelhos e há mister olhos.”
 O sermão é um todo de 10 pequenos capítulos e é considerado seu mais importante sermão: uma
crítica monumental ao estilo barroco, sobretudo ao Cultismo. Como foi pregado na Capela Real, em
Portugal, podemos concluir que o auditório era particular, composto por católicos da nobreza
portuguesa da época.
O tema do Sermão da Sexagésima é a “Parábola do semeador”.
Neste sermão, o Padre Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear.
Vieira resume e comenta a parábola: um semeador semeou as sementes que caíram pelo caminho,
pelas pedras ou entre os espinhos.
Em O Sermão da Sexagésima, Vieira expôs o método que adotava nos seus sermões:
1. Definir a matéria.
2. Reparti-la.
3. Confirmá-la com a Escritura.
4. Confirmá-la com a razão.
5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários".
6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
A Arte barroca no Brasil
A arte barroca chegou no Brasil através dos colonizadores
espanhóis e portugueses. E no fim do século XVIII e começo
do XIX surgem os maiores artistas Barrocos do Brasil, o
Aleijadinho que era construtor, entalhador e escultor, e
também o pintor Manuel da Costa Ataíde.
ALEIJADINHO
Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila
Rica, atual Ouro Preto, em 1730 e morreu pobre, doente
e abandonado na mesma cidade, em de 1814 (ano
provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como
importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é
considerado o mais importante artista plástico do barroco
mineiro.
Igreja de São Francisco de Assis
Ouro Preto - MG
A construção teve inicio em
1766. Obra-prima de Antônio
Francisco Lisboa, que assina o
projeto e o risco da portada.
Pinturas de Manuel da Costa
Ataíde.
Detalhe da Fachada Frontal.
Altar da igreja de São Francisco
A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas
esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos
clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte,
principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira
também foi utilizada pelo artista.
Cristo (Aleijadinho)
Imagem barroca
(Aleijadinho)
Mestre Ataíde (1762-1830) foi um pintor brasileiro da
época colonial. Foi um dos mais importantes artistas do
barroco mineiro.Nasceu em Mariana, Minas Gerais, no
dia 18 de outubro de 1762. Era filho do capitão português
Luís da Costa Ataíde e de Maria Barbosa de Abreu.
Mestre Athayde
Teto da igreja de São Francisco
A última ceia – Mestre Ataíde
01) Leia o trecho:
Acompanhando a evolução política e econômica do Brasil, a Literatura Brasileira divide-se em duas grandes eras – a _____________ e
a _____________. Essas eras, que estão separadas por um período de transição corresponde à emancipação política do nosso país,
apresentam subdivisões chamadas de Escolas Literárias ou Estilos de Época.
Observe, nas alternativas abaixo, a letra que preenche corretamente as lacunas:
a) Era informativa e Era jesuítica
b) Era Colonial e Era Nacional
c) Era dos Cronistas e Era dos nacionalista
d) Era dos portugueses e Era dos brasileiros
e) Era das cartas e Era da catequese
02) Com base na leitura da Carta, de Pero Vaz de Caminha, é INCORRETO afirmar que esse texto:
a) se filia ao gênero da literatura de viagem.
b) aborda seu próprio contexto de produção.
c) passa uma visão edênica da terra.
d) não fala sobre a possibilidade de conversão do índio ao cristianismo.
e) retrata o povo indígena da nova terra descoberta.
03) Marque as alternativas de acordo com os estilos do Barroco a que se referem: (1) Cultismo (2) Conceptismo
( ) Enfatiza o plano das ideias do texto, e procura ressaltá-las, evidenciando-as e as tornando o mais claras possível.
( ) Cultua a forma do texto e procura enfatizar a expressividade deste através do uso (e abuso) das figuras de linguagem.
( ) Valoriza a forma e a imagem construída no texto através de jogos de palavras (uso de metáforas, metonímias, hipérboles - exageros -
antíteses, paradoxos e comparações).
( ) Valoriza o conteúdo do texto num intuito persuasivo, através de jogos de ideias os quais seguem um raciocínio lógico que se propõe
evidente.
( ) É frequente o uso de comparações explícitas, analogias e silogismos (para se contar uma estória de forma a melhor captar o
entendimento do leitor).
( ) O maior representante desse estilo é Gregório de Matos Guerra.
( ) O maior representante desse estilo é Pe. Antônio Vieira.
a) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 2
b) 1 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2 – 1
c) 1 – 1 – 2 – 2 – 2 – 1 – 1
d) 2 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1
e) 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2
04) Observe a poesia de Gregório de Matos Guerra:
Quando Deus redimiu da tirania
da mão de Faraó endurecido
o povo hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.
Páscoa de flores, dia de alegria
àquele povo foi tão afligido
o dia, em que por Deus foi redimido,
que sois vós, senhor, Deus da Bahia!
Pois mandado pela alta majestade
nos remiu de tão triste cativeiro,
nos livrou de tão vil calamidade,
quem pode ser, senão um verdadeiro
Deus, que veio extirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro?
Considere a afirmativa correta em relação ao soneto acima:
a) Expressa a poesia religiosa de Gregório, a insignificância do homem perante Deus, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão através da
inferência à Páscoa, para os judeus, que é a festa anual em comemoração a saída do Egito.
b) Apresenta-se sobre o signo da dualidade sacra barroca, oscilando entre a atitude crítica e a resignação religiosa à
maneira dos sonetos de Camões.
c) Os versos pertencem a poesia satírica do poeta, que fazem crítica explícita ao poder dos governantes da Bahia que martirizam seu povo e são
comparados aos Faraós do Egito que escravizaram os Judeus.
d) Ataca os dois alvos prediletos do poeta: o relaxamento moral na Bahia e os “caramurus”, primeiros colonos nascidos aqui e que aspiravam a condição de
fidalgos representados como Faraós nos versos.
e) Os versos são dominados por notas de insolência de comportamento, rebuscamento e agressividade de linguagem, que são traços próprios do estilo
conceptista preferido pelo poeta.
05) Leia o trecho do sermão:
... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e
legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e
despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do
seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Sobre esse
fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados.
b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam cansativo o texto.
c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso à crítica contra as injustiças.
d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de gôngora.
e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos.
07)UESPI) Com relação ao Barroco, assinale a alternativa correta.
a) O texto barroco primava, na forma, pela inversão sintática e pelo uso exagerado de paradoxos, e nos temas, pela questão da
efemeridade da vida.
b) A poesia barroca cantou apenas os valores espirituais.
c) O imaginário barroco apresenta-se povoado de pastores e ninfas, num clima bucólico.
d) No Barroco, não houve o gênero lírico.
e) As obras do período, no Brasil, não apresentavam marcas de servilismo aos padrões estéticos europeus.
06) Gregório de Matos Guerra, além de uma poesia lírica amorosa, filosófica e religiosa, também escreveu versos satíricos, que fazem crítica política e social.
Quais dos versos abaixo representam esse tipo de poesia?
a) Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
b) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
c) O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.
d) A vós correndo vou, braços sagrados
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados.
e) Anjo no nome, Angélica na cara
Isso é ser flor, e Anjo juntamente
Ser Angélica flor, e Anjo florente
Em quem, se não em vós se uniformara?
07) Leia o trecho do sermão:
... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a
quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a
administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e
despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades
e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os
outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Sobre esse fragmento
do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer
a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos
utilizados.
b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que
apenas tornam cansativo o texto.
c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso
à crítica contra as injustiças.
d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se
ao estilo de gôngora.
e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os
poderosos.
08) O Barroco produziu uma literatura que expressa o conflito do homem em face da vida. Em que verso de Gregório de Matos se verificam alguns traços
desse conflito, a ponto de ele tentar a fusão de opostos?
Parte superior do formulário
a) "Não vira em minha vida a formosura..."
b) "Quem vira uma tal flor que não a cortara"
c) "E na alegria, sinta-se tristeza"
d) "Ouvia falar nela cada dia"
e) "Olhos meus, disse então, por defender-me"
09) Assinale o item em que todos os nomes tenham tido certa importância para a literatura brasileira do século XVII:
a) Frei Vicente do Salvador, Silva Alvarenga, Cassiano Ricardo.
b) Pe. Antônio Vieira, Adonias Filho, João Cabral de M. Neto.
c) Gregório de Matos, Aluísio Azevedo, Castro Alves.
d) Pe. Antônio Vieira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira.
e) Bento Teixeira, Ledo Ivo, Tomás Antônio Gonzaga.
10) (FUVEST) Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto:
a) O Barroco estabelece contradições entre espírito-carne, alma-corpo, morte-vida.
b) Arte vinculada à Contra-Reforma.
c) O Barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas.
d) Apresenta como característica marcante o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o
antropocentrismo renascentista.
e) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina.
Gabarito
1. B 2. C 3. A 4. C 5. C 6. A 7. A 8. C 9. D 10. E

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Resumão da escola literária BARROCO SLIDE

  • 2.
  • 4. BARROCO INÍCIO: 1601 – composição do poema Prosopopeia, de Bento Teixeira. FIM: 1768 – Publicação do livro “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa. CONTEXTO HISTÓRICO: Na Europa do século XVI, a igreja católica em crise: descrença e repulsa entre os fiéis, desejo de expropriar as terras da igreja espalhadas por todas as nações da Europa, burguesia, desgostosa com as restrições que o catolicismo fazia ao comércio, ao lucro, à usura, estava ávida por uma ética religiosa que justificasse suas atividades. Nessas condições a igreja passou por uma divisão que levara ao aparecimento de inúmeras seitas religiosas protestantes. Esse movimento foi chamado de Reforma. A reação católica ficou conhecida como Contra-Reforma. No século seguinte: dominação, despotismo, tirania. O Absolutismo chegaria a seu auge na França, ao ponto de Luís XIV (1661 - 1715), o Rei Sol, proferir a célebre frase: “O Estado sou eu”. E enquanto o absolutismo figurava no plano político, o mercantilismo, que era uma fase de transição para o capitalismo comercial, e que se baseava no mercantilismo, na balança de comércio favorável e no acúmulo de capitais, reinava no plano econômico. A sociedade estava organizada em três camadas sociais impermeáveis: o clero, a nobreza e o Terceiro Estado, este formado pela burguesia, pelos artesãos e pelos camponeses. A burguesia, por deter forte poder econômico, pressionava politicamente a nobreza e o rei, a fim de participar das decisões políticas do Estado absolutista. E é nesse período as Grandes Navegações chegam ao fim; surgem no Brasil, que vivia o ciclo da cana-de açúcar e, posteriormente, o ciclo do ouro, as primeiras cidades; Portugal se separa da Espanha após a Guerra da Restauração e expulsa os Holandeses do Brasil; e tem início ao Iluminismo na França. Barroco Seicentismo Marinismo Preciosismo Gongorismo  Alguns conceitos PRINCIPAIS AUTORES: Na poesia:  Bento Teixeira  Botelho de Oliveira  Frei Itaparica  Gregório de Matos (Boca do Inferno) Na prosa:  Sebastião da Rocha Pita  Nuno Marques Pereira.  Pe. Antônio Vieira ("Paiaçu" - Grande Pai) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:  escrita com excesso de mensagens religiosas;  Linguagem complexa, rebuscada e pessimista;  uso de figuras de linguagem ( metáfora, hipérbole, hipérbato, paradoxos e antíteses);  forma textual mais trabalhada que seu próprio conteúdo;  extrapolação das formas rígidas do Classicismo;  desequilíbrio entre sentimento e razão; subjetividade;  poesias marcadas pela instabilidade emocional e sentimento de culpa;  efemeridade do tempo versus carpe diem;  Conflito entre corpo e alma, deixando o homem dividido;  culto do contraste e da solidão;  temática do desengano (o desconcerto do mundo);  uso de frases interrogativas e ordem inversa dos termos;  fusionismo (tentativa de unir os opostos);  uso do cultismo e do conceptismo; O movimento barroco foi anticlássico e antinaturalista. Apesar da unidade mais genérica, apresentou diferenças de aspectos, conforme o estágio de desenvolvimento ou, mesmo, as linhas estruturais (forma e conteúdo) de construção dos textos:  Cultismo - é o rebuscamento formal, caracterizado pelo jogo de palavras dentro do texto e pelo excessivo emprego de figuras de linguagem. Também é conhecido como gongorismo, pela influência do estilo do poeta espanhol Luís de Gôngora.  Conceptismo - ( do espanhol concepto, “ideia”/”concepção”) é o jogo de ideia, constituído pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico, por analogias, etc.  Maneirismo - Serviu de elo entre a crise do Renascimento e o surgimento do Barroco, com uma arte que registra a incerteza das formas: os dados sensoriais enganariam a percepção da realidade. deve-se distinguir maneirismo de amaneiramento, conceito genérico que indica imitação de uma obra ou estilo.  Barroquismo - deu origem ao Rococó, um barroco secundário com formas rebuscadas e preocupação decorativa. O barroquismo será um traço importante da sensibilidade brasileira.  Cultismo - ”jogo de palavras”, para rebuscamento da forma, ornamentação estilística, preciosismo linguístico e erudição minuciosa.  Conceptismo - “jogo de ideias”. Também é chamado de Quevedismo, apresenta retórica aprimorada e imposição de conceitos através da apresentação de diversas ideias.  Temas frequentes arrependimento; narração de cenas trágicas; erotismo; misticismo; apelo à religião; morte; sobrenatural; fugacidade da vida e ilusão; castigo; heroísmo; fugacidade da vida e instabilidade das coisas; morte, expressão máxima da efemeridade das coisas; o tempo como agente da morte e da dissolução das coisas; castigo, como decorrência do pecado; Nota: Barroco - a palavra se teria originado do vocábulo espanhol “barrueco”, vindo do português arcaico e usado pelos joalheiros desde o século XVI, para designar um tipo de pérola irregular e de formação defeituosa. As principais obras literárias desse estilo no Brasil são Prosopopeia, de Bento Teixeira; Os sermões, de Padre António Vieira; além da poesia de Gregório de Matos. Já na arte, é possível apontar as obras do famoso escultor Aleijadinho, do pintor Mestre Ataíde e do maestro Lobo de Mesquita.
  • 5.
  • 6.
  • 7. Curiosidades sobre “Prosopopeia” • Poema épico, com 94 versos em oitava-rima e decassílabos heroicos, conforme ensinava Luís de Camões em “Os lusíadas”; • Enredo: gira em torno de Jorge de Albuquerque Coelho, donatário da Capitania de Pernambuco; • Narrador do poema: Proteu; • Intuito do poeta: enaltecer os feitos dos guerreiros na Batalha de Alcácer-Quibir, caracterizando o poema como um gênero literário épico. • Procurou imitar “Os lusíadas”, de Luís de Camões.
  • 8. Os Lusíadas (...) E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando, Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. E vós, Tágides minhas, pois criado Tendes em mi um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde celebrado Foi de mi vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloquo e corrente, Por que de vossas águas Febo ordene Que não tenham enveja às de Hipocrene.
  • 9. Prosopopeia 1. Cantem Poetas o Poder Romano, submetendo Nações ao jugo duro; o Mantuano pinte o Rei Troiano, descendo à confusão do Reino escuro; que eu canto um Albuquerque soberano, da Fé, da cara Pátria firme muro, cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira, pode estancar a Lácia e Grega lira. 2. As Délficas irmãs chamar não quero, que tal invocação é vão estudo; aquele chamo só, de quem espero a vida que se espera em fim de tudo. Ele fará meu Verso tão sincero, quanto fora sem ele tosco e rudo, que por razão negar não deve o menos quem deu o mais a míseros terrenos. 3. E vós, sublime Jorge, em quem se esmalta a Estirpe d'Albuquerques excelente, e cujo eco da fama corre e salta do Carro Glacial à Zona ardente, suspendei por agora a mente alta dos casos vários da Olindesa gente, e vereis vosso irmão e vós supremo no valor abater Querino e Remo.
  • 10. GREGÓRIO DE MATOS “O BOCA DO INFERNO”  Nasceu na Bahia – 1636 e morreu em Pernambuco – 1695;  Filho de família abastada;  Formação jesuítica;  Formou-se em direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal;  Poesia Religiosa;  Poesia Profana (amorosa e satírica);  Em 1650, parte para Coimbra, Portugal, onde se forma em estudos jurídicos;  Fica viúvo em 1678. Três anos depois, faz votos religiosos. Retorna ao Brasil, em 1682, como vigário-geral e tesoureiro-mor do recém-criado arcebispado;  Indispõe-se com as autoridades religiosas, entre outras razões, por recusar-se a usar batina. Passa a levar vida boêmia e desregrada, compondo versos satíricos contra as autoridades e os costumes, além de uma poesia erótica e amorosa, que lhe vale o apelido de Boca do Inferno;  Em 1694, para livrar-se da prisão, uma vez mais, é deportado para Angola;  Doente, é repatriado para Pernambuco e morre em 26 de novembro de 1695, no Recife, em consequência de febres contraídas na África.
  • 11. A OBRA DE GREGÓRIO DE MATOS Gregório de Matos firmou-se como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. O que se conhece de sua obra é fruto de inúmeras pesquisas, pois Gregório não publicou seus poemas em vida. Por essa razão, há dúvidas quanto à autenticidade de muitos textos que lhe são atribuídos  Poesia religiosa - Apresenta uma imagem quase que exclusiva: o homem ajoelhado diante de Deus, implorando perdão para os pecados cometidos.  Poesia lírico-amorosa - Tem uma dimensão elevada, muitas vezes associada à noção de brevidade da existência, e uma dimensão obscena, onde a explosão dos sentidos (em versos crus e repletos de palavrões) representa um protesto contra os valores morais da época.  Poesia satírica - Ironia corrosiva e caricatural contra todos os setores da vida colonial baiana: senhores de engenho, clero, juízes, advogados, militares, fidalgos, escravos, pobres livres, índios, mulatos, mamelucos, etc. Com seu olhar ressentido de senhor decadente, Gregório de Matos vê na realidade apenas corrupção, negociata, oportunismo, mentira, desonra, imoralidade, completa inversão de valores. A poesia satírica, portanto, para ele é vingança contra o mundo.
  • 12. 01 A cada canto um grande conselheiro, 02 Que nos quer governar cabana, e vinha, 03 Não sabem governar sua cozinha, 04 E podem governar o mundo inteiro. 05 Em cada porta um frequentado olheiro, 06 Que a vida do vizinho, e da vizinha 07 Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha 08 Para a levar à Praça, e ao Terreiro. 09 Muitos Mulatos desavergonhados, 10 Trazidos pelos pés os homens nobres, 11 Posta nas palmas toda a picardia. 12 Estupendas usuras nos mercados, 13 Todos, os que não furtam, muito pobres, 14 E eis aqui a cidade da Bahia. IRONIA GRADAÇÃO ALITERAÇÃO ELIPSE O POETA SATÍRICO Gregório de Matos é amplamente conhecido por suas críticas à situação econômica da Bahia, especialmente de Salvador, graças à expansão econômica chegando a fazer, inclusive, uma crítica ao então governador da Bahia Antonio Luis da Camara Coutinho. Além disso, suas críticas à Igreja e a religiosidade presente naquele momento. Essa atitude de subversão por meio das palavras rendeu-lhe o apelido de "Boca do Inferno", por satirizar seus desafetos
  • 13. Um soneto começo em vosso gabo; Contemos esta regra por primeira, Já lá vão duas, e esta é a terceira, Já este quartetinho está no cabo. Na quinta torce agora a porca o rabo: A sexta vá também desta maneira, na sétima entro já com grã canseira, E saio dos quartetos muito brabo. Agora nos tercetos que direi? Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais, Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei. Nesta vida um soneto já ditei, Se desta agora escapo, nunca mais; Louvado seja Deus, que o acabei. IRONIA CARACTERÍSTICAS: -POEMA METALINGUÍSTICO; -IRÔNICO; -CRÍTICO PLEONASMO
  • 14. AS COUSAS DO MUNDO Neste mundo é mais rico o que mais rapa: Quem mais limpo se faz, tem mais carepa; Com sua língua, ao nobre o vil decepa: O velhaco maior sempre tem capa. Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. A flor baixa se inculca por tulipa; Bengala hoje na mão, ontem garlopa, Mais isento se mostra o que mais chupa. Para a tropa do trapo vazo a tripa E mais não digo, porque a Musa topa Em apa, epa, ipa, opa, upa. (Gregório de Matos)
  • 15. Anjo no nome, Angélica na cara, Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Se Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara? Quem veria uma flor, que a não cortara De verde pé, de rama florescente? E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus, o não idolatrara? Se como Anjo dos meus altares, Fôreis o meu custódio, e minha guarda, Livrara eu de diabólicos azares. Mas vejo, que tão bela, e tão galharda, Posto que os Anjos nunca dão pesares, Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda. PARADOXO ANTÍTESE CONCEPTISMO E INTERROGAÇÃO INTERROGAÇÕES ANTÍTESE O POETA LÍRICO Em sua produção lírica, Gregório de Matos se mostra um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Na poesia lírico-amorosa, o poeta revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado.
  • 16. Alma ditosa, que na empírea corte Pisando estrelas vais de sol vestida, Alegres com te ver fomos na vida, Tristes com te perder somos na morte. Rosa encarnada, que por dura sorte Sem tempo do rosal foste colhida, Inda que melhoraste na partida, Não sofre, quem te amou, pena tão forte. Não sei, como tão cedo te partiste Da triste Mãe, que tanto contentaste, Pois partindo-te, a alma me partiste. Oh que cruel comigo te mostraste! Pois quando a maior glória te subiste, Então na maior pena me deixaste. ANÁSTROFE ANTÍTESE BREVIDADE DA VIDA
  • 17. Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância. ANTÍTESES PARADOXO CARACTERÍSTICAS: -EFEMERIDADE DO TEMPO; -USO DA INTERROGAÇÃO; PARADOXO PARADOXO POESIA LÍRICO-FILOSOFICA -Pessimismo -Angústia diante da vida -Temas abordando o desconcerto do mundo e a instabilidade dos bens materiais
  • 18. [...] É este, o que chupa, e tira vida, saúde, e fazenda, e se hemos falar verdade é hoje o Amor desta era. Tudo uma bebedice, ou tudo uma borracheira, que se acaba co dormir, e co dormir se começa. O Amor é finalmente um embaraço de pernas, uma união de barrigas, um breve tremor de artérias. Uma confusão de bocas uma batalha de veias, um reboliço de ancas, quem diz outra coisa, é besta. VISÃO ERÓTICA, CARNAL DO AMOR PESSIMISMO ANTÍTESE LINGUAGEM CHULA O POETA ERÓTICO Também alcunhado de profano, o poeta exalta a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.
  • 19. Ofendi-vos, Meu Deus, bem é verdade, É verdade, meu Deus, que hei delinquido, Delinquido vos tenho, e ofendido, Ofendido vos tem minha maldade. Maldade, que encaminha à vaidade, Vaidade, que todo me há vencido; Vencido quero ver-me, e arrependido, Arrependido a tanta enormidade. Arrependido estou de coração, De coração vos busco, dai-me os braços, Abraços, que me rendem vossa luz. Luz, que claro me mostra a salvação, A salvação pretendo em tais abraços, Misericórdia, Amor, Jesus, Jesus. ANADIPLOSE O POETA RELIGIOSO A preocupação religiosa do escritor revela-se no grande número de textos que tratam do tema da salvação espiritual do homem. No soneto a seguir, o poeta ajoelha-se diante de Deus, com um forte sentimento de culpa por haver pecado, e promete redimir-se. Observe:
  • 20. Ao braço do mesmo Menino Jesus quando apareceu O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo todo. Em todo o Sacramento está Deus todo, E todo assiste inteiro em qualquer parte, E feito em partes todo em toda a parte, Em qualquer parte sempre fica o todo. O braço de Jesus não seja parte, Pois que feito Jesus em partes todo, Assiste cada parte em sua parte. Não se sabendo parte deste todo, Um braço, que lhe acharam, sendo parte, Nos disse as partes todas deste todo. CULTISMO ANTÍTESES
  • 21. Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque, quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na sacra história, Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a; e não queirais, pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. ANTÍTESES CONCEPTISMO CONCEPTISMO ALITERAÇÃO ALUSÃO METÁFORA A temática religiosa : a culpa, o pecado, o arrependimento. A referência às parábolas bíblicas. O discurso argumentativo, a defesa de uma ideia através do raciocínio lógico, da enumeração de exemplos, do discurso persuasivo. (heranças do Renascimento)
  • 22. PADRE ANTÔNIO VIEIRA Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, 6 de fevereiro de 1608 e faleceu na Bahia, em 18 de julho de 1697. Foi um religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Responsável pelo desenvolvimento da prosa no período do barroco, Padre Antônio Vieira é conhecido por seus sermões polêmicos em que critica, entre outras coisas, o despotismo dos colonos portugueses, a influencia negativa que o Protestantismo exerceria na colônia, os pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar (seus adversários católicos) e a própria Inquisição. Além disso, defendia os índios e sua evangelização, condenando os horrores vivenciados por eles nas mãos de colonos. Era chamado pelos nativos de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi). Também defendia os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo) que aqui se instalaram. Além dos famosos sermões, padre Antônio Vieira também se dedicou a escrever cartas e profecias.
  • 23. OS SERMÕES de Padre Antônio Vieira: Utilização contínuas de passagens da Bíblia e de todos os recursos da oratória jesuítica para convencer os fiéis de sua mensagem, mesmo quando trata de temas cotidianos. Ataca os vícios (corrupção, violência, arrogância, etc.) e defende as virtudes cristãs (religiosidade, caridade, modéstia, etc.) Combate os hereges, os indiferentes à religião e os católicos desleixados em relação à Igreja. Defende abertamente os índios. Mantém-se ambíguo frente aos escravos negros: ora tenta justificar a escravidão, ora condena veementemente seus malefícios éticos e sociais. Exalta os valores que nortearam a construção do grande império português. E julga (de forma messiânica) que este império deveria ser reconstruído no Brasil. Propõe o retorno dos cristãos novos (judeus) a territórios lusos como forma de Portugal escapar da decadência onde naufragara desde meados do século XVI. Apresenta uma linguagem de tendência conceptista, de notável elaboração, grande riqueza de ideias e imagens espetaculares. Fernando Pessoa o chamaria de "Imperador da Língua Portuguesa".
  • 24. A uns mártires penduravam pelos cabelos, ou por um pé, ou por ambos, ou pelos dedos, polegares, e assim no ar, despidos, batiam e martelavam com tal força e continuação, os cruéis e robustos algozes, que ao princípio açoitavam os corpos, depois desfiavam as mesmas chagas, ou uma só chaga até que não tinha já que açoitar nem ferir. A outros estirados e desconjuntados no ecúleo, ou estendidos na catasta aravam ou cardavam os membros com pentes e garfos de ferro, a que propriamente chamavam escorpiões, ou metidos debaixo de grandes pedras de moinho, lhes espremiam como em lagar o sangue, e lhes moíam e imprensavam os ossos, até ficarem uma pasta confusa, sem figura, nem semelhança do que dantes eram. A outros cobriam todos de pez, resina e enxofre, e ateando-lhes o fogo, os faziam arder em pé como tochas ou luminárias; nas festas dos ídolos, esforçando-os para este suplício como lhes dar a beber chumbo derretido. Sermão de todos os santos – Padre Antônio Vieira A religião e os dramas humanos e políticos
  • 25. Padre Antônio Vieira Sermão do bom ladrão “Não são só ladrões - diz o Santo - os que cortam bolsas ou espreitam os que vão se banhar, para lhe colher a roupa; os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os pobres. (...)”
  • 26. Padre Antônio Vieira Trecho de Sermão da Sexagésima “Fazer pouco fruto da Deus no Mundo pode proceder de um de três princípios: ou da parte do pregador, ou da parte do ouvinte, ou da parte de Deus. Para uma alma se converter por meio de um sermão, há se haver três concursos: há de concorrer o pregador com a doutrina, persuadindo; há de concorrer o ouvinte com entendimento, percebendo; há de concorrer Deus com a graça, alumiando. Para um homem ver a si mesmo, são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister luz, há mister espelhos e há mister olhos.”
  • 27.  O sermão é um todo de 10 pequenos capítulos e é considerado seu mais importante sermão: uma crítica monumental ao estilo barroco, sobretudo ao Cultismo. Como foi pregado na Capela Real, em Portugal, podemos concluir que o auditório era particular, composto por católicos da nobreza portuguesa da época. O tema do Sermão da Sexagésima é a “Parábola do semeador”. Neste sermão, o Padre Vieira usa de uma metáfora: pregar é como semear. Vieira resume e comenta a parábola: um semeador semeou as sementes que caíram pelo caminho, pelas pedras ou entre os espinhos. Em O Sermão da Sexagésima, Vieira expôs o método que adotava nos seus sermões: 1. Definir a matéria. 2. Reparti-la. 3. Confirmá-la com a Escritura. 4. Confirmá-la com a razão. 5. Amplificá-la, dando exemplos e respondendo às objeções, aos "argumentos contrários". 6. Tirar uma conclusão e persuadir, exortar.
  • 28. A Arte barroca no Brasil A arte barroca chegou no Brasil através dos colonizadores espanhóis e portugueses. E no fim do século XVIII e começo do XIX surgem os maiores artistas Barrocos do Brasil, o Aleijadinho que era construtor, entalhador e escultor, e também o pintor Manuel da Costa Ataíde.
  • 29. ALEIJADINHO Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) nasceu em Vila Rica, atual Ouro Preto, em 1730 e morreu pobre, doente e abandonado na mesma cidade, em de 1814 (ano provável). O conjunto de sua obra foi reconhecido como importante muitos anos depois. Atualmente, Aleijadinho é considerado o mais importante artista plástico do barroco mineiro.
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  • 34. Igreja de São Francisco de Assis Ouro Preto - MG A construção teve inicio em 1766. Obra-prima de Antônio Francisco Lisboa, que assina o projeto e o risco da portada. Pinturas de Manuel da Costa Ataíde.
  • 35. Detalhe da Fachada Frontal.
  • 36. Altar da igreja de São Francisco
  • 37. A obra de Aleijadinho mistura diversos estilos do barroco. Em suas esculturas estão presentes características do rococó e dos estilos clássico e gótico. Utilizou como material de suas obras de arte, principalmente a pedra-sabão, matéria-prima brasileira. A madeira também foi utilizada pelo artista. Cristo (Aleijadinho) Imagem barroca (Aleijadinho)
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  • 39. Mestre Ataíde (1762-1830) foi um pintor brasileiro da época colonial. Foi um dos mais importantes artistas do barroco mineiro.Nasceu em Mariana, Minas Gerais, no dia 18 de outubro de 1762. Era filho do capitão português Luís da Costa Ataíde e de Maria Barbosa de Abreu. Mestre Athayde
  • 40. Teto da igreja de São Francisco
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  • 43. A última ceia – Mestre Ataíde
  • 44. 01) Leia o trecho: Acompanhando a evolução política e econômica do Brasil, a Literatura Brasileira divide-se em duas grandes eras – a _____________ e a _____________. Essas eras, que estão separadas por um período de transição corresponde à emancipação política do nosso país, apresentam subdivisões chamadas de Escolas Literárias ou Estilos de Época. Observe, nas alternativas abaixo, a letra que preenche corretamente as lacunas: a) Era informativa e Era jesuítica b) Era Colonial e Era Nacional c) Era dos Cronistas e Era dos nacionalista d) Era dos portugueses e Era dos brasileiros e) Era das cartas e Era da catequese 02) Com base na leitura da Carta, de Pero Vaz de Caminha, é INCORRETO afirmar que esse texto: a) se filia ao gênero da literatura de viagem. b) aborda seu próprio contexto de produção. c) passa uma visão edênica da terra. d) não fala sobre a possibilidade de conversão do índio ao cristianismo. e) retrata o povo indígena da nova terra descoberta.
  • 45. 03) Marque as alternativas de acordo com os estilos do Barroco a que se referem: (1) Cultismo (2) Conceptismo ( ) Enfatiza o plano das ideias do texto, e procura ressaltá-las, evidenciando-as e as tornando o mais claras possível. ( ) Cultua a forma do texto e procura enfatizar a expressividade deste através do uso (e abuso) das figuras de linguagem. ( ) Valoriza a forma e a imagem construída no texto através de jogos de palavras (uso de metáforas, metonímias, hipérboles - exageros - antíteses, paradoxos e comparações). ( ) Valoriza o conteúdo do texto num intuito persuasivo, através de jogos de ideias os quais seguem um raciocínio lógico que se propõe evidente. ( ) É frequente o uso de comparações explícitas, analogias e silogismos (para se contar uma estória de forma a melhor captar o entendimento do leitor). ( ) O maior representante desse estilo é Gregório de Matos Guerra. ( ) O maior representante desse estilo é Pe. Antônio Vieira. a) 2 – 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 2 b) 1 – 2 – 1 – 1 – 1 – 2 – 1 c) 1 – 1 – 2 – 2 – 2 – 1 – 1 d) 2 – 2 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 e) 1 – 1 – 2 – 2 – 1 – 1 – 2
  • 46. 04) Observe a poesia de Gregório de Matos Guerra: Quando Deus redimiu da tirania da mão de Faraó endurecido o povo hebreu amado, e esclarecido, Páscoa ficou da redenção o dia. Páscoa de flores, dia de alegria àquele povo foi tão afligido o dia, em que por Deus foi redimido, que sois vós, senhor, Deus da Bahia! Pois mandado pela alta majestade nos remiu de tão triste cativeiro, nos livrou de tão vil calamidade, quem pode ser, senão um verdadeiro Deus, que veio extirpar desta cidade O Faraó do povo brasileiro? Considere a afirmativa correta em relação ao soneto acima: a) Expressa a poesia religiosa de Gregório, a insignificância do homem perante Deus, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão através da inferência à Páscoa, para os judeus, que é a festa anual em comemoração a saída do Egito. b) Apresenta-se sobre o signo da dualidade sacra barroca, oscilando entre a atitude crítica e a resignação religiosa à maneira dos sonetos de Camões. c) Os versos pertencem a poesia satírica do poeta, que fazem crítica explícita ao poder dos governantes da Bahia que martirizam seu povo e são comparados aos Faraós do Egito que escravizaram os Judeus. d) Ataca os dois alvos prediletos do poeta: o relaxamento moral na Bahia e os “caramurus”, primeiros colonos nascidos aqui e que aspiravam a condição de fidalgos representados como Faraós nos versos. e) Os versos são dominados por notas de insolência de comportamento, rebuscamento e agressividade de linguagem, que são traços próprios do estilo conceptista preferido pelo poeta.
  • 47. 05) Leia o trecho do sermão: ... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados. b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam cansativo o texto. c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso à crítica contra as injustiças. d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de gôngora. e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos. 07)UESPI) Com relação ao Barroco, assinale a alternativa correta. a) O texto barroco primava, na forma, pela inversão sintática e pelo uso exagerado de paradoxos, e nos temas, pela questão da efemeridade da vida. b) A poesia barroca cantou apenas os valores espirituais. c) O imaginário barroco apresenta-se povoado de pastores e ninfas, num clima bucólico. d) No Barroco, não houve o gênero lírico. e) As obras do período, no Brasil, não apresentavam marcas de servilismo aos padrões estéticos europeus.
  • 48. 06) Gregório de Matos Guerra, além de uma poesia lírica amorosa, filosófica e religiosa, também escreveu versos satíricos, que fazem crítica política e social. Quais dos versos abaixo representam esse tipo de poesia? a) Mostra o patife da nobreza o mapa: Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa; Quem menos falar pode, mais increpa: Quem dinheiro tiver, pode ser Papa. b) Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. c) O todo sem a parte não é todo, A parte sem o todo não é parte, Mas se a parte o faz todo, sendo parte, Não se diga, que é parte, sendo todo. d) A vós correndo vou, braços sagrados Nessa cruz sacrossanta descobertos Que, para receber-me, estais abertos, E, por não castigar-me, estais cravados. e) Anjo no nome, Angélica na cara Isso é ser flor, e Anjo juntamente Ser Angélica flor, e Anjo florente Em quem, se não em vós se uniformara? 07) Leia o trecho do sermão: ... os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. — Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. Sobre esse fragmento do Sermão do bom ladrão, de Padre Antônio Vieira, pode-se reconhecer a) a presença do cultismo, tendo em vista a sofisticação e extravagância dos termos utilizados. b) a ausência de cuidado com a linguagem, com a utilização de repetições indevidas que apenas tornam cansativo o texto. c) o conceptismo que, por meio do predomínio da lógica das ideias, é praticado como recurso à crítica contra as injustiças. d) o uso fantasioso de antíteses e paradoxos que, tornando complexo o pensamento, filiam-se ao estilo de gôngora. e) a subjetividade que marca o estilo barroco do autor, preocupado em defender os poderosos.
  • 49. 08) O Barroco produziu uma literatura que expressa o conflito do homem em face da vida. Em que verso de Gregório de Matos se verificam alguns traços desse conflito, a ponto de ele tentar a fusão de opostos? Parte superior do formulário a) "Não vira em minha vida a formosura..." b) "Quem vira uma tal flor que não a cortara" c) "E na alegria, sinta-se tristeza" d) "Ouvia falar nela cada dia" e) "Olhos meus, disse então, por defender-me" 09) Assinale o item em que todos os nomes tenham tido certa importância para a literatura brasileira do século XVII: a) Frei Vicente do Salvador, Silva Alvarenga, Cassiano Ricardo. b) Pe. Antônio Vieira, Adonias Filho, João Cabral de M. Neto. c) Gregório de Matos, Aluísio Azevedo, Castro Alves. d) Pe. Antônio Vieira, Gregório de Matos, Botelho de Oliveira. e) Bento Teixeira, Ledo Ivo, Tomás Antônio Gonzaga. 10) (FUVEST) Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, exceto: a) O Barroco estabelece contradições entre espírito-carne, alma-corpo, morte-vida. b) Arte vinculada à Contra-Reforma. c) O Barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e de metáforas. d) Apresenta como característica marcante o espírito de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista. e) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina.
  • 50. Gabarito 1. B 2. C 3. A 4. C 5. C 6. A 7. A 8. C 9. D 10. E