3. 1. Cristianismo. 2. Pensamento
cristão. 3. Bíblia sagrada. 4. Devocionais.
ISBN n. 978-85-88401-75-4
3/171
4. Em memória do meu querido irmão, Gesley
Nogueira Amaral, cujo exemplo de autenti-cidade,
coerência, integridade e lealdade in-spirou
cada parte deste livro.
5. Prefácio
Em agosto de 2010, minha vida
mudou completamente. Naquela data, eu fui
abalado por um grande terremoto interior:
Deus ceifou a vida de meu amado irmão,
com 42 anos. A morte dele foi uma tragédia
enorme. Chegou a comover a imprensa e boa
parte da sociedade brasiliense.
Ele foi cruelmente assassinado por
um assaltante dentro de sua própria casa, no
momento em que estava só, sem poder con-tar
com nenhuma ajuda humana. Ele deixou
órfãos três filhos menores: o Lucas, o Tiago e
o Davi. Minha cunhada Esther, heroica-mente
e com a grande assistência do bom
Deus, mantém o lar devidamente estru-turado.
O Lucas, 17 anos, assumiu as funções
do pai e ainda teve a proeza de continuar os
estudos e lograr êxito no teste de vestibular
da UnB.
6. 6/171
Para Deus, esse episódio é insignific-ante.
É insignificante porque a morte física,
para Ele, significa a chamada do espírito
para mais perto de Si. Ele tem até prazer na
morte do justo. O que importa bastante para
o Soberano – e isso O entristece demais – é
saber que algum ser humano, seja ele quem
for, escolheu passar pela segunda morte – a
morte da alma. Esta sim significa separação
eterna da Sua presença. E, pela segunda
morte, meu irmão não passará, pois ele era
um homem temente a Deus, seguidor de Je-sus
Cristo, íntegro, honesto e trabalhador!
Porém, isso trouxe a mim e aos meus
familiares grande e momentânea tristeza. Os
gregos diziam que a tristeza servia para puri-ficar
e edificar, e trazia à luz os verdadeiros
motivos e os verdadeiros valores. Graças a
Deus, que nos faz passar por algumas provas
e sofrimentos, para fazer brotar a doçura e o
que há de melhor em nós.
7. É como se uma mão gigantesca es-premesse
um favo fazendo o mel sair. Como
Moisés, quando bateu na rocha: isso feriu a
rocha; mas, dela, brotou água! Como uma
linda flor apertada e esmagada; mas, dela,
sai o perfume! Como a linda música que sai
da garganta do pássaro: quase parece que ele
está sofrendo, mas o que sai é uma canção.
Nós aprendemos muito por meio da tristeza,
e algumas das lições mais preciosas que o
Senhor nos ensina vêm de experiências di-fíceis
e penosas.
Ele me dá alegria para a minha tristeza.
Dá-me amor que afasta o temor.
Ele me dá o sol na escuridão e beleza por
cinzas,
meu irmão!
Oh! Alegria que me buscas no sofrimento,
abro a Ti o meu coração.
Vejo o arco-íris na chuva e, no vento,
e na promessa, encontro alento,
que amanhã as lágrimas cessarão.
7/171
8. 8/171
Apesar de todo esse acontecimento,
fora, ao meu redor, eu posso ter paz aqui
dentro, no meu coração, com o Príncipe da
Paz: Jesus.
Jesus nunca dorme! Ele está sempre
vigiando. Ele sabe quantos (poucos) fios de
cabelo eu tenho! Tudo está nas mãos d’Ele.
Ele guarda a minha alma na fenda da
Rocha,
que dá sombra a uma terra de sequidão.
Ele me guarda nas profundezas do Seu
amor e,
ali, me protege com a Sua mão!
O Senhor pode me proteger, não im-porta
onde eu esteja! E, se Ele decidir que
acha melhor me levar para Casa, para o Céu,
em vez de cuidar de mim, então, de um jeito
ou de outro, eu saio ganhando! “Porque a
nossa vida está escondida com Cristo, em
9. Deus, e Tu conservarás em perfeita paz
aquele cuja mente está firme em Ti porque
ele confia em Ti.” (Col.3:3; Is. 26:3)
É Ele quem me dá paz nesse mo-mento
tão difícil pelo qual ainda estou pas-sando.
É Ele que me ajuda. N’Ele está a
minha confiança. Eu preciso confiar n’Ele,
em Jesus, que é o alicerce mais firme no
mundo!
Seguro nos braços de Jesus,
Seguro no Seu peito manso!
Ali sinto feliz!
Ali encontro descanso!
Algumas das páginas seguintes,
quando estavam sendo escritas, receberam o
toque de algumas gotículas de lágrimas.
Nelas, foram talhadas algumas das minhas
reflexões sobre o poderio de Deus, criador
dos céus e da Terra, que está no controle de
todas as coisas, apesar de o mundo dissolver-se
sob a regência do maligno.
9/171
10. 10/171
Esses escritos são frutos de uma
mudança radical que vem ocorrendo paulati-namente
em meu ser. Sob a inspiração de
Deus, o verdadeiro autor de cada parágrafo,
eu os escrevi pensando que eu mesmo os
devo ler e reler, todos os dias, não somente
eu, mas principalmente minha esposa, meus
filhos, minha mãe, meu pai e meus irmãos e,
claro, os meus amigos leitores, aos quais eu
desejo que sejam também grandemente
abençoados por Deus.
Acordo para a verdadeira vida. Per-cebo
que nada de material nesse mundo faz
sentido se não tivermos em mente o ver-dadeiro
propósito da vida, escrito claramente
na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus. Agora,
quando se aproximam os meus cinquenta
anos, noto que, se o meu objetivo enquanto
aqui no meio dos viventes não for glorificar o
nome de Jesus Cristo, para que sirvo eu?
Portanto, querido leitor, desejo a vo-cê
uma excelente leitura e que o Espírito
11. 11/171
Santo possa iluminá-lo com cada palavra,
frase e parágrafo desse livro. Que Deus o
abençoe!
12. Introdução
“Agora, pois, permanecem as virtudes da fé,
da esperança e do amor. Estas três, mas a
maior destas é o amor.”
(1 Coríntios 13:13)
As virtudes básicas de um ser
humano bem preparado espiritualmente são
claramente identificadas pelo mais atuante
Apóstolo evangélico que a era cristã já
presenciou.
Em sua carta dirigida aos coríntios,
Paulo desafiou os seus leitores a entenderem
como funcionam as virtudes espirituais. No
primeiro século, Corinto era a capital da
Acaia, situada no sul da Grécia. Por causa da
sua posição perto do istmo que ligava duas
partes da Grécia, era uma cidade de im-portância
comercial, cultural e religiosa.
13. 13/171
Os coríntios não haviam entendido
ainda como deveriam funcionar essas vir-tudes.
Por isso, Paulo escreveu-lhes para cor-rigir
os equívocos.
Em Cristo, o teste de cada virtude é a
mensagem que ela inspira seu possuidor a
afirmar. Uma vez que todas as diversas vir-tudes
espirituais têm uma mesma fonte – o
Espírito Santo –, não deveria haver rivalid-ade,
ciúme ou comparação jactanciosa entre
as pessoas. Uma virtude, em uma pessoa,
completa a virtude de outrem. Assim, as
pessoas se complementam, formando um
corpo virtuoso.
Espiritualmente, cada grupo de pess-oas,
e suas virtudes, representa uma parte do
corpo de Cristo. Todas as pessoas são igual-mente
necessárias para o perfeito funciona-mento
desse corpo. Assim, os membros não
deveriam sentir-se inferiores ou superiores a
outros membros porque Deus pôs cada um
14. 14/171
no corpo onde lhe agradou e deu a cada um
as capacidades que Ele quis.
A Carta de Paulo nos ensina hoje que
todas as virtudes espirituais vêm de Deus.
Assim, não devemos ser arrogantes ao
possuí-las. Não fomos nós que as adquiri-mos.
Também ensina a Carta que cada mem-bro
deve ser valorizado e todos devem
pensar, não de maneiras iguais, mas como
um só corpo. Afinal, um só é a cabeça: Jesus
Cristo.
Não obstante o ser humano possa
possuir várias virtudes, Paulo, ao terminar
seu capítulo clássico sobre o amor, concluiu
que três delas são básicas: a fé, a esperança e
o amor.
Disse Paulo: “Eu poderia falar todas
as línguas que são faladas na terra e até no
céu, mas, se não tivesse amor, as minhas pa-lavras
seriam como o som de um gongo ou
como o barulho de um sino. Poderia ter o
15. 15/171
dom de anunciar mensagens de Deus, ter to-do
o conhecimento, entender todos os segre-dos
e ter tanta fé, que até poderia tirar as
montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse
amor, eu não seria nada. Poderia dar tudo o
que tenho e até mesmo entregar o meu corpo
para ser queimado, mas, se eu não tivesse
amor, isso não me adiantaria nada... Agora, o
meu conhecimento é imperfeito, mas depois
conhecerei perfeitamente [esse mistério], as-sim
como sou conhecido por Deus. Portanto,
agora existem estas três coisas: a fé, a esper-ança
e o amor. Porém a maior delas é o
amor.”
O amor, além de básico, é a
maior de todas as virtudes. É básico porque
vivifica. E, se vivifica, então ele é tudo,
porque sem vida o corpo não pode existir
para abrigar outras virtudes. A virtude do
amor afirma vida porque, quando uma pess-oa
se sente amada, mesmo que esteja quase
morta, ela se rejuvenesce. O amor é capaz de
16. ressuscitar qualquer indivíduo da morte
mental, afetiva e espiritual.
A esperança é básica porque renova a
vida. Se o amor dá vida ao corpo, que, por
sua vez, abriga a esperança, então o corpo
cheio do amor tem suas forças renovadas
pela esperança.
O ferido é renovado pela esperança,
mesmo que esteja no chão, cortado como
uma árvore e com sua raiz envelhecida.
Vindo o tempo das águas, ele brota nova-mente
e floresce como uma nova árvore,
tendo seus ramos reforçados para segurar os
frutos que certamente se formarão.
A fé é básica porque, com ela, se
rompem barreiras. Sem fé, ninguém pode
agradar a Deus; mas, com fé, n’Ele, o corpo
vivificado pelo amor e renovado pela esper-ança,
tudo pode. Com fé, se ora; a oração es-traçalha
as cadeias que impedem o corpo de
colocar em prática a virtude do amor.
16/171
17. 17/171
Com fé, se ama; com fé, se espera;
com fé, o ser humano avança para alcançar o
alvo, que é Jesus Cristo, a expressão exata de
Deus. Deus é amor!
Portanto, existem estas três coisas
que são básicas para a boa vitalidade de um
ser humano: a fé, a esperança e o amor.
Porém, a maior delas é o amor.
O amor é, e sempre dever ser, a mo-tivação,
a mola mestra que impulsiona a ap-licação
das demais virtudes.
18. O amor vivifica
“Porque Deus amou o mundo tanto, que deu
o seu único Filho, para que todo aquele que
nele crer não morra, mas tenha a vida
eterna.” (João 3:16)
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a
sua vida por nós; e devemos dar nossa vida
pelos irmãos.”
(1 João 3:16)
19. O amor é lindo!
“Vocês são filhos queridos de Deus e, por
isso, devem ser como Ele. Que a vida de vo-cês
seja dominada pelo amor, assim como
Cristo nos amou e deu a Sua vida por nós,
como uma oferta de perfume agradável e
como um sacrifício que agrada a Deus!”
(Efésios 5:1-2)
O amor romântico é uma coisa linda,
não é? É o sonho de meninas com seus prín-cipes
encantados. É o sonho de meninos em
amarrarem seus corações orgulhosamente
numa linda mulher. Ambos querem
prosseguir na vida com esperanças de viver-em
felizes para sempre!
Embora o amor romântico – a paixão
– seja um presente de Deus – um pedaço do
céu na terra –, vamos ser honestos: a paixão
é também a arma que os demônios podem
20. 20/171
usar para brincar com nossos corações. Afi-nal,
quantos de nós já experimentamos tam-bém
os pontos fracos de uma paixão? Nos
corações de muitos homens e mulheres, a
paixão manifestou somente seus pontos fra-cos,
mesmo quando as intenções eram as
mais belas.
É só pelo milagre de Deus que
casamentos duram a vida inteira, dada a
grande possibilidade de dor que os cônjuges
estão propensos em infligir um ao outro. Po-etas
e escritores têm se referido à paixão
como uma forma de insanidade. Eu mesmo,
recentemente, brinquei com um amigo,
dizendo que, sem Deus, a paixão é uma
insanidade.
Mas, para o cristão, o amor é muito
mais do que paixão. Se olharmos para Cristo
na cruz, veremos que o amor verdadeira-mente
sangra... O verdadeiro amor é vulner-ável
e tudo sofre.
21. 21/171
Em seu livro The Four Loves, C.S.
Lewis observou:
“Amar a qualquer pessoa é ser vul-nerável...
Se você quer manter seu coração
intacto, você não deve dar o seu coração
para qualquer um... Guarde-o com segur-ança
no caixão do seu egoísmo. Mas esse
caixão – seguro, escuro, imóvel, sufocante –
um dia poderá se abrir. Ou será que não?
Será que sempre ficará inquebrável, impen-etrável,
irredimível... O único lugar onde
você pode estar perfeitamente seguro e livre
do amor é no inferno...”
Todos nós gostaríamos de acabar com
os pontos fracos do amor; mas, quando nos
lembramos do sacrifício de Jesus Cristo na
cruz, percebemos que isso é impossível. A
Bíblia descreve a dura verdade sobre a
natureza humana: quase ninguém seria
capaz de morrer sequer por um grande
amigo, mas Cristo morreu por todos, inclus-ive
pelos Seus inimigos. Isso é o verdadeiro
22. 22/171
amor expresso de maneira muito mais elo-quente
do que qualquer ser humano possa
imaginar.
O exemplo de Cristo, por si só, é o su-ficiente
para justificar os riscos advindos do
amor. Felizmente, amor não é apenas sofri-mento.
Se fosse, então o amor seria real-mente
uma insanidade.
Pelo contrário, Deus – de um modo
que só Ele sabe – usa o sofrimento para
trazer a vida... e vida muito melhor do que se
tivéssemos evitado os riscos do amor. A res-surreição
do amor está à disposição de
qualquer casal que queira colocar Cristo
entre seu casamento e o sofrimento do amor.
É essa mediação de Cristo que faz com que o
sacrifício do amor seja agradavelmente per-fumado,
como diz a Bíblia.
Eu e minha esposa podemos atestar a
obra redentora de Deus. Nós nos con-hecemos
há 34 anos. Já passamos por todos
23. os momentos complicados que um casal
possa passar, mas também já experi-mentamos
as doces recompensas ao transpor
esses momentos. Entretanto, somente pelo
milagre do amor – Deus é amor – é que nós
estamos juntos para glória de Deus.
É muito bom ouvir as grandes históri-as
de paixão, em que um rapaz conhece uma
moça e, após seis meses sussurrando palav-ras
doces, ficam noivos e planejam um
casamento de conto de fadas.
É também maravilhoso saber que o
verdadeiro amor custa caro; é uma joia pre-ciosa;
é conquistado aos poucos com lágrim-as
e algumas feridas. Entretanto, estar aberto
ao amor e, com Cristo, disposto a enfrentar
os seus riscos, demonstra maturidade espir-itual
em quem quer viver uma vida a dois,
pra sempre.
Agora, pratique!
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24. 24/171
Você conhece alguém que se queimou
no amor e prometeu nunca mais dar o seu
coração para ninguém? Talvez essa pessoa
seja você! Então, passe agora um tempo em
oração pedindo a Deus para derrubar todas
as muralhas construídas em torno do seu
coração. Assim, você poderá amar e ser
amado(a) novamente, sentindo que o amor é
lindo!
25. Amor é uma ação
“Quem ouve esses meus ensinamentos e vive
de acordo com eles é como um homem sábio
que construiu a sua casa na rocha. Caiu a
chuva, vieram as enchentes, e o vento
soprou com força contra aquela casa.
Porém, ela não caiu porque havia sido con-struída
na rocha.”
(Mateus 7: 24-25)
Parece que as cerimônias de
casamento estão se multiplicando ultima-mente,
pelo menos dentro do meu círculo de
amizade. Nos últimos três anos, eu tenho as-sistido
a tantos que acho que perdi as contas.
Nessas belíssimas cerimônias, que
mais parecem contos de fadas, eu concentro
a minha atenção nos votos matrimoniais,
mais do que nos enfeites da festa. As
promessas feitas um ao outro, pelos jovens
26. 26/171
casais, de alguma forma, parecem transcend-er
o romance do dia do casamento. A união
de duas vidas até a morte é muito sublime!
Mas, às vezes, questiono se esse amor,
demonstrado na alegria de terem encontrado
a alma gêmea, permanecerá após o término
da lua de mel.
Embora os sentimentos de paixão
possam ter alimentado a decisão de se casar-em,
o sucesso da vida conjugal não depende
do capricho dos sentimentos ou das circun-stâncias
da vida, mas da vontade de con-struírem
um relacionamento duradouro.
Os votos matrimoniais são feitos em
livre e espontânea vontade, e não podem se
limitar à cerimônia, mas devem ser renova-dos
todos os dias. Essa ação diária de amar
um ao outro, que nem sempre é fácil, com-binada
com a graça de Deus, permite que
duas pessoas construam sua casa na rocha e
experimentem uma intimidade que não se
acaba com o tempo. Você já deve ter
27. 27/171
percebido o brilho nos olhos de alguns casais
mais velhos quando dizem os anos que estão
juntos. Pois é, isso é real!
Espiritualmente falando, o casamento
é um dos símbolos mais importantes da
nossa fé cristã. Assim como os nubentes se
entregam um ao outro em livre e espontânea
vontade, Cristo livremente se entregou, so-freu
e morreu por nós. A nossa caminhada
na fé começa com uma livre e espontânea de-cisão
de aceitar o sacrifício de Cristo. A aceit-ação
inicial de Cristo, complementada com
as decisões diárias de amar a Deus e à Sua
Palavra, faz com que a caminhada na fé
prospere.
Agora, pratique!
Talvez possamos estar passando por
um momento difícil e Deus pareça estar dis-tante,
mas a boa notícia é que não importa o
quanto a nossa casa está sendo maltratada
pelas intempéries da vida, Cristo continua ao
28. 28/171
nosso lado como um cônjuge fiel. Sua graça e
seu amor inabaláveis estão sempre disponí-veis
para nós, pois é n’Ele, a Rocha, que es-tamos
construindo nossa casa.
29. As melhores coisas
“O que eu peço a Deus é que o amor de vocês
cresça cada vez mais e que tenham
sabedoria e um entendimento completo, a
fim de que saibam escolher o melhor.”
(Filipenses 1:9)
Muitas vezes nos entregamos à tira-nia
da frase: “Isso é urgente”! E, então, saí-mos
por aí fazendo as coisas de qualquer
maneira!
Lembremos a história de Marta e
Maria... (Lucas 10:38-42) Muitos andam
como Marta, na correria, preocupados em
trabalhar para Deus, em vez de se acalmar
aos pés de Jesus, como fez Maria.
Uma dona-de-casa, quando prepara
um jantar delicioso, pode ter a sensação de
estar servindo a sua família, sem saber que
seus filhos podem estar querendo que ela
30. 30/171
faça outra coisa, além de ficar em cima do fo-gão.
Por exemplo, quando uma criança pede
à mãe para fazer cafuné, isso, naquele mo-mento,
poder ser mais importante do que o
jantar. Ao cuidar do jantar, a mãe pode estar
perdendo uma oportunidade de demonstrar
o amor para com seu filho.
Marta estava cheia de boas intenções;
porém, ela inverteu a ordem: o ato de servir,
que deveria ser o meio para demonstrar o
amor, tornou-se o fim em si mesmo. Naquele
momento, o que interessava ao Senhor era a
companhia, tanto de Marta, quanto de
Maria. Foi por isso que Jesus disse: “mas
apenas uma [coisa] é necessária! Maria
escolheu a melhor de todas, e esta ninguém
vai tomar dela.”
Sentar e ouvir Jesus ou meditar nas
Suas Palavras não é a mesma coisa que não
fazer nada. Satanás sussurra nos ouvidos
dizendo que esse tempo poderia ser mais
bem empregado fazendo outras coisas. Aí a
31. 31/171
“tirania do urgente” assume. Mas os nossos
atos, por mais sublimes que sejam, não
valem nada se não forem feitos com amor (1
Coríntios 13). Para aprendermos isso, só
gastando tempo aos pés de Jesus.
O amor leva às obras, e não o con-trário.
Eu não posso discernir o que é melhor
se não tiver a orientação de Jesus. Minha or-ação
diária deve ser para que eu sempre me
concentre em Jesus e demonstre o meu amor
por Ele. Em seguida, Ele me mostra o que
fazer. Então, sempre caminharei seguro, pois
estarei focado no amor.
Agora, pratique!
Reavalie seus compromissos e
certifique-se de que você está reservando um
tempo para se sentar aos pés de Jesus e ouvir
o seu comando, antes de iniciar qualquer
atividade.
32. O misericordioso
“Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores, dos quais eu sou o pior. Mas foi
por esse mesmo motivo que Deus teve
misericórdia de mim, para que Cristo Jesus
pudesse mostrar toda a sua paciência
comigo. E isso ficará como exemplo para to-dos
os que, no futuro, vão crer n’Ele e rece-ber
a vida eterna.”
(1 Timóteo 1:15-16)
Paulo, autor do texto acima, é um dos
discípulos de Jesus mais queridos em todos
os tempos. Seu amor pelo Senhor inspira a
muitos até hoje. No entanto, esse homem ex-traordinário
também era um pecador – se-gundo
suas próprias palavras, “o pior”. Como
pode ser isso?
Antes de se converter ao cristianismo,
esse homem perseguiu os cristãos. Ele fez
33. 33/171
coisas horríveis em nome da justiça. Certa-mente,
ele sabia dos seus pecados íntimos
melhor do que nós. E, como ele disse,
mesmo sendo o pior dos pecadores, Deus
não poupou a sua misericórdia para com ele.
Existe outra história muito emocion-ante
na Bíblia – a da mulher pecadora com o
vaso de alabastro. Interrompendo um jantar
na casa de um fariseu, essa mulher – em um
momento inoportuno –, chorou aos pés de
Jesus, enxugou-os com os seus cabelos e
derramou o perfume valiosíssimo que estava
no vaso.
Simão, o fariseu anfitrião, ficou re-voltado
com essa demonstração pública de
humildade, especialmente por uma mulher
conhecida por ser uma pecadora. Jesus re-spondeu
à sua indignação com a seguinte
história:
“Dois homens tinham uma dívida
com um homem que costumava emprestar
34. 34/171
dinheiro. Um deles devia quinhentas moedas
de prata e, o outro, cinquenta, mas nenhum
dos dois podia pagar ao homem que havia
emprestado. Então ele perdoou a dívida de
cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
– Eu acho que é aquele que foi mais
perdoado! –respondeu Simão.
– Você está certo! – disse Jesus. Eu
afirmo a você, então, que o grande amor que
essa mulher mostrou prova que os seus mui-tos
pecados já foram perdoados. Mas onde
pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.”
Muitas vezes, quando pensamos em
nossos pecados e falhas, sentimo-nos enver-gonhados.
Nós queremos nos esconder de
Deus como fez Adão e Eva depois de comer o
fruto proibido. Nós pensamos que Deus, em
Sua perfeição divina, nunca poderia olhar
para nós com o mesmo amor de antes.
Talvez você até já experimentou esse
tipo de rejeição, mediante o abandono de um
35. 35/171
familiar ou de um ente querido. Mas não é
dessa maneira que Deus atua.
A coisa surpreendente sobre a miser-icórdia
de Deus é a sua acessibilidade.
Quanto maior o pecado, mais Deus quer
derramar a Sua misericórdia e o seu perdão,
ao primeiro sinal de arrependimento. A
Bíblia nos diz que, quando um pecador se ar-repende,
há festa no céu. Mediante o
testemunho de Paulo, podemos crer, sem
dúvida, na paciência ilimitada de Cristo e no
seu amor inesgotável.
Agora, pratique!
Deus também quer ser amado pelos
pecadores, como fez aquela mulher. Não im-porta
quantas vezes você pecou ou quão
grave é o seu pecado, Ele deseja lavá-lo com
a Sua misericórdia, se você estiver disposto a
isso. Então, demonstre agora o seu carinho
por Ele.
36. O amante zeloso
“Portanto, vão a todos os povos do mundo e
façam com que sejam meus seguidores,
ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho
ordenado a vocês.”
(Mateus 28:19-20)
“Desse modo todos nós chegaremos a
ser um na nossa fé e no nosso conhecimento
do Filho de Deus. E assim seremos pessoas
maduras e alcançaremos a altura espiritual
de Cristo. Então não seremos mais como
crianças, arrastados pelas ondas e empur-rados
por qualquer vento de ensinamentos
de pessoas falsas. Essas pessoas inventam
mentiras e, por meio delas, levam outros
para caminhos errados. Pelo contrário,
falando a verdade com espírito de amor,
cresçamos em tudo até alcançarmos a al-tura
espiritual de Cristo, que é a cabeça.”
(Efésios 4:13-15)
37. 37/171
Certo dia eu li uma frase no Twitter
mais ou menos assim: “Se você quer ser pop-ular,
fale de liberalidade. Caso contrário, fale
de santidade.” Você já notou que a maioria
das pessoas, inclusive líderes religiosos, pref-ere
esquecer a palavra santidade? É muito
penoso falar nessa palavra hoje em dia... Mas
vamos lá...
Considere os conjuntos de atributos e
personalidades a seguir.
Conjunto “A”: amoroso, comunicat-ivo,
gentil, longânime, paciente, acessível,
compreensivo, misericordioso, tolerante,
sensível.
Conjunto “B”: santo, honesto, reser-vado,
ouvinte, coerente, dedicado, maduro,
firme, correto, justo, racional.
Qual conjunto melhor descreve a sua
personalidade? De modo geral, as pessoas se
dividem entre esses dois conjuntos. O pess-oal
que se encaixa melhor no Conjunto “A”
38. 38/171
lembra mais fortemente que Deus é amor e
de grande liberalidade. O ponto forte das
pessoas desse grupo é que elas não de-sprezam
ninguém, procuram conhecer e
ajudar a todos quantos encontram pela
frente, mostrando o grande amor de Deus
pela humanidade. O ponto fraco é que o lado
amoroso e sensível pode facilmente torná-las
vítimas de indivíduos mal-intencionados.
Por outro lado, o pessoal do Conjunto
“B” tem a forte tendência de lembrar que
Deus é santo e justo. O ponto forte é que são
pessoas mais racionais, mais corretas, justas
e zelosas, mostrando o lado intolerante de
Deus para com o pecado. O ponto fraco do
grupo se revela na falta de popularidade dos
seus componentes.
Eu conheci um professor que minis-trou
aulas no ensino fundamental durante
muitos anos. Nas suas aulas, ele enfocava
mais o lado disciplinador, moral e ético. Uma
vez, ele foi convocado para uma reunião com
39. 39/171
os pais dos alunos e a crítica que recebeu da
maioria dos presentes é que os alunos não
estavam sendo bem preparados para en-frentar
o mundo, porque as pessoas que bus-cam
ser corretas costumam ser muito im-populares
e têm pouco espaço na comunid-ade.
A maioria dos pais não queria que seus
filhos fossem impopulares, pois já bastavam
as dificuldades naturais que eles haveriam de
enfrentar na busca por posições de liderança
no mercado de trabalho.
Não será por causa disso que temos
tantos políticos muito populares, mas nada
éticos, não é?
Agora, pense com bastante honestid-ade
no conjunto de palavras que melhor
descreve o nosso Pai Celestial. Será que Deus
tende para um lado ou para o outro? Será
que o Criador é mais justo do que amoroso,
ou vice-versa?
40. 40/171
O nosso Pai tem os atributos dos dois
conjuntos. A Bíblia diz assim: “Porque Deus
amou o mundo tanto, que deu o seu único
Filho, para que todo aquele que nele crer não
morra, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
e “O Senhor é a nossa rocha; ele é perfeito e
justo em tudo o que faz. Ele é fiel e correto e
julga com justiça e honestidade.” (Deuter-onômio
32:4)
Então, o nosso Pai Celestial é um
Amante Zeloso! Amante, porque Ele ama a
todos. Zeloso, porque zela pela Sua própria
justiça. Nós, se quisermos ser seus seguid-ores,
devemos procurar agir como Ele. Mas,
para isso, precisamos aprender as respostas
para algumas perguntas: como ser justo e ser
amante ao mesmo tempo? Como mostrar
para as pessoas que Deus ama o pecador,
mas detesta o pecado? Como mostrar que o
amor é ilimitado, mas o pecado tem limite?
Qual é o equilíbrio entre o amor e a justiça?
Com o nosso exemplo de vida, estamos
41. fazendo bons seguidores de Jesus Cristo?
Estamos sendo amorosos tanto quanto zelo-sos,
e vice-versa? Amamos o suficiente para
dizer a verdade, mesmo que doa?
A Bíblia Sagrada tem todas as respos-tas
que você precisa.
Agora, pratique!
Como você está formando seguidores
de Jesus Cristo? Você procura mostrar a eles
todos os atributos de Deus? Ou você mostra
um Deus só amante? Ou um Deus só zeloso?
Procure, na Palavra de Deus, o
equilíbrio, e Ele lhe galardoará pela con-quista
de verdadeiros seguidores!
41/171
42. Bom dia!
“Quando alguém acorda um amigo de man-hã
bem cedo com um grito de ‘bom dia!’, o
seu cumprimento soa como uma maldição.”
(Provérbios 27:14)
“Portanto, não digam palavras que fazem
mal aos outros, mas usem apenas palavras
boas, que ajudam os outros a crescer na fé e
a conseguir o que necessitam, para que as
coisas que vocês dizem façam bem aos que
ouvem.”
(Efésios 4:29)
Eu não gosto de levantar cedo, pois
sempre vou dormir tarde e isso acaba por me
segurar um pouco mais na cama. Certa vez,
eu estava em um retiro espiritual e um irmão
brincalhão resolveu me despertar em uma
madrugada. Então ele chegou perto dos
meus ouvidos e bradou: “Bom dia, irmão El-bem!”
Eu não me lembro de qual foi a minha
43. 43/171
resposta, mas tenho certeza de que não foi
boa.
Eu respeito os que levam ao pé da le-tra
o provérbio popular: “Deus ajuda a quem
cedo madruga”. Mas fiquei encantado, al-guns
meses depois, quando descobri essa
passagem de Provérbios 27:14. Eu, imediata-mente,
compartilhei com meu amigo brincal-hão
a descoberta, e nós dois chegamos à con-clusão
de que Deus entende muito bem as
pessoas que não gostam de levantar bem
cedo.
Evidentemente, esse texto bíblico diz
respeito à sabedoria no falar. Provérbios traz
mais uma vez o foco de volta para o poder
que há em nossas palavras, quando nos rela-cionamos
com as pessoas. A ilustração en-graçada
demonstra que precisamos de
sabedoria para falar o que precisa ser falado,
mas na hora certa.
44. 44/171
Nós devemos falar a verdade com es-pírito
de amor; mas, ainda assim, temos que
escolher a hora certa. Mesmo a promessa
confortante de Romanos 8:28 de que todas
as coisas trabalham juntas para o bem
daqueles que amam a Deus, às vezes, deve
dar lugar à preocupação, quando o dia-gnóstico
de uma doença incurável é anun-ciado,
ou ao luto, quando um ente querido
morre. Esses são exemplos óbvios, mas as
situações mais sutis são inumeráveis.
Nós devemos considerar o impacto de
nossas palavras, sempre. A pessoa sábia en-tende
que há momentos em que as palavras
não resolvem, mas um simples gesto demon-stra
muito mais amor. Portanto, temos que
reconhecer que uma palavra certa, dita na
hora errada, pode muito bem ser maldição
em vez de bênção.
Agora, pratique!
45. 45/171
O que você tem falado? Você é um
vizinho que grita: “Bom dia?” Vamos encora-jar
um ao outro com palavras saudáveis,
ditas na hora certa. Não fale alto. Nosso ob-jetivo
não é impor nosso ponto de vista ou a
nossa sabedoria, mas edificar uns aos outros
com o amor de Cristo.
46. Pessoas eficazes
“Os bons florescem como as palmeiras; eles
crescem como os cedros dos montes líbanos.
Eles são como árvores plantadas na casa do
Senhor, que florescem nos pátios do Templo
do nosso Deus. Na velhice, eles ainda
produzem frutos; são sempre fortes e cheios
de vida.”
(Salmo 92:12-14)
A frase “começar com o final em
mente” pode soar familiar para quem já leu o
livro: “Os Sete Hábitos das Pessoas Alta-mente
Eficazes”. Segundo o livro, a frase é
uma ótima resposta para a pergunta: “Onde
eu quero chegar?”
Antes de se começar qualquer pro-jeto,
é razoável que essa pergunta seja feita
para que o foco seja ajustado, o caminho cor-reto
seja trilhado, e se produza uma ação
47. 47/171
efetiva para o alcance do alvo. O que está
faltando no livro, no entanto, é a perspectiva
de Deus, expressa no Salmo 92.
Se o seu alvo é somente material, o
seu resultado pode ser a frustração, mesmo
que você tenha trilhado corretamente o cam-inho
traçado. As pessoas geralmente traçam
seus objetivos de vida assim: eu quero ser
bonito(a), eu quero ter coisas valiosas, eu
quero ser um grande homem ou uma grande
mulher. Todos querem ter muito tempo livre
para lazer e cuidado da saúde.
Nada de errado em buscar a felicid-ade,
mas ocorre que, sem Deus, a vida é re-tratada
nas Escrituras como vazia, en-ganadora
e sem sentido, porque os nossos
sonhos brotam de um coração contaminado
pelo pecado. Se quisermos ser espiritual-mente
eficazes na vida, temos que sonhar e
começar a realizar nossos planos debaixo dos
propósitos de Deus. Só assim podemos
chegar à velhice produzindo bons frutos.
48. 48/171
No Salmo 92, Deus mostra qual é a fi-nalidade
da vida e o que faz o homem feliz:
“Ó Senhor Deus, os teus feitos poderosos me
tornam feliz! Eu canto de alegria pelas
coisas que fazes.” “Os bons florescem como
as palmeiras”, ou seja, eles estão cheios de
vitalidade espiritual, mesmo no final da vida,
quando a tentação de reclamar e de expres-sar
o egoísmo é mais forte. Em vez de re-clamar,
os seus lábios estão cheios de louvor,
declarando que Deus não foi injusto para
com eles.
As raízes de tal vigor da alma são teci-das
ao longo dos versos anteriores desse
Salmo, no qual lemos sete hábitos de vida es-piritualmente
eficaz. São eles:
1. dar graças a Deus – “Ó Senhor Deus,
como é bom dar-te graças! Como é
bom cantar hinos em tua honra, ó
Altíssimo!” (v.1);
49. 49/171
2. falar do amor de Deus – “Como é
bom anunciar de manhã o teu amor e
de noite, a tua fidelidade.” (v.2) Para
o homem justo, cada dia começa e
termina com Deus, o que implica que
Deus é o centro dos seus pensamen-tos
durante todo o dia. O amor de
Deus é expresso na Sua promessa de
salvação para todo homem. A fidelid-ade
é o cumprimento da Sua
promessa expressa na morte do Seu
único filho, Jesus Cristo;
3. cantar com alegria a Deus – “Ó Sen-hor
Deus, os teus feitos poderosos me
tornam feliz! Eu canto de alegria
pelas coisas que fazes.” (v.4);
4. procurar saber mais de Deus – “Que
grandes coisas tens feito, ó Senhor!
Como é difícil entender os teus
pensamentos!” (v.5). Significa não ter
uma visão superficial e pragmática de
50. 50/171
Deus. Não O ver apenas como um
meio para conseguir outras coisas;
5. reconhecer a transcendência de Deus
– “Pois tu, ó Senhor, estás para
sempre acima de tudo e de todos.”
(v.8). Deus está acima de todas as
Suas criaturas. O justo percebe que o
homem não é igual a Deus;
6. descansar em Deus – “Nós sabemos
que os Teus inimigos morrerão e que
todos os maus serão derrotados.”
(v.9). Deus terá a palavra final sobre
todos os males e as injustiças. Ele
tratará com justiça os inimigos da
justiça; e
7. depender continuamente de Deus –
“Tu me tens tornado forte como um
touro selvagem e me tens abençoado
com a felicidade.” (v.10).
51. 51/171
Talvez você conheça um crente idoso
que incorpora esses sete hábitos. Eu conheci
o diácono João Sabino, um homem de Deus.
Antes da sua morte, já de idade avançada, eu
o visitei. Ele estava em uma cama de hospital
e com graves problemas de saúde. Mas, dur-ante
a nossa visita, ele falou não sobre a sua
dor, mas sobre seu prazer em ler as verdades
da Bíblia. Ele me perguntou sobre minha
família, meu trabalho, e sobre o que eu
venho lendo e aprendendo. Ele falou de di-versos
hinos e canções que sempre cantava
ao longo do dia.
Lembramos-nos das suas gargalha-das.
Sua oração no final de nossa conversa
foi cheia de gratidão e louvor ao Senhor,
evidenciando um conhecimento pessoal e
uma profunda confiança em Deus.
Enquanto eu o escutava, eu pensei
comigo mesmo: esse homem é o Salmo 92
em pessoa. Em vez de abençoá-lo, eu é que
saí abençoado, pois ali estava uma pessoa
52. 52/171
que, pela graça de Deus, aprendeu a praticar
os hábitos de uma vida espiritualmente
eficaz e, ainda na velhice, produzia frutos.
Agora, pratique!
Reflita comigo: estamos praticando
regularmente os sete hábitos do Salmo 92?
Como vivo hoje, eu vou conseguir passar o
restante da minha vida nesta terra com vital-idade
espiritual, florescendo como as pal-meiras?
Se não, onde está o problema?
53. Felizes os mansos
“Felizes os mansos, pois receberão o que
Deus tem prometido.”
(Mateus 5:5)
Eu tinha uma aversão à palavra
“manso”. Ela me fazia lembrar da época do
meu último ano no ensino fundamental.
Devido à má dicção, eu era um adolescente
tímido, pois tinha dificuldade em pronunciar
corretamente algumas palavras. Os colegas
não deixavam de me zoar, principalmente
quando estávamos em rodinha. Eles
achavam engraçada a minha voz.
Certo dia, na aula de educação sexual,
o professor me pediu para fazer uma ap-resentação
sobre a lição aprendida. Eu es-tava
indo mais ou menos bem, na frente da
sala, até que chegou a hora de dizer a palavra
"homossexual”. Simplesmente, eu não
54. 54/171
conseguia pronunciar essa palavra. Depois
de tanto gaguejar, enfim pronunciei
“homoxexel”. Para quê! Foi motivo de gar-galhada
da sala inteira, inclusive do profess-or.
A partir daquele dia, os colegas
começaram a me chamar de “homoxexel”.
Essa atitude me irritava tanto que, certa vez,
perdi a esportiva e comecei a esbravejar.
Mas, a cada vez que esbravejava, mais eles
me chamavam de “homoxexel”.
Chegava em casa chorando e contava
isso para minha avó. Ela, com toda paciên-cia,
sempre dizia que eu deveria ser manso,
porque Jesus disse que os mansos são felizes.
Mas eu pensava comigo: como posso ser
manso diante de tanta azucrinação que me
deixa extremamente irritado?
Numa manhã, minha avó leu esse
trecho bíblico para mim e trouxe algumas re-flexões
que me ajudaram a olhar o mundo
sob outra perspectiva. No Sermão da
Montanha, vemos Jesus explicar o seu
55. 55/171
verdadeiro propósito na Terra. Para a de-cepção
de muitos, ele não iria ser um rei ter-reno,
conferindo poder e prestígio ao seu
povo. Em vez disso, Jesus mostra que o pla-no
de Deus para a humanidade inclui uma
transformação interior, visando um reino
eterno. Para preparar adequadamente a to-dos
nós para esse reino eterno, Jesus ensina
que os valores terrenos devem ser substituí-dos
pelos valores celestiais, e estes baseiam-se
no amor e na misericórdia.
É a misericórdia de Deus que trans-forma
o nosso coração de pedra em coração
de carne, tirando todo orgulho e presunção.
É a humildade de Cristo que nos chama para
um relacionamento saudável com o próximo
e com Ele. Para isso se tornar real, Jesus nos
pede para aprendermos com Ele o que é ser
manso e humilde de coração. Só assim en-contraremos
descanso para nossas almas.
Isso não quer dizer que devemos jog-ar
fora as virtudes como a coragem e
56. 56/171
intrepidez. Eu, particularmente, acho muito
mais complicado aprender a ser manso e hu-milde
do que aprender a ser ousado e cora-joso,
mas temos que colocar todas essas vir-tudes
na balança e buscar um equilíbrio. É
um equilíbrio difícil – mas necessário – se
quisermos refletir Cristo a este mundo
ferido.
Agora, pratique!
Existe alguma área na qual você pre-cisa
ser mais humilde e manso? Peça a Deus
para lhe dar um coração como o de Jesus!
Que sua alma seja restaurada sem que você
perca a dignidade que Deus lhe deu. Seja
feliz!
57. O irmão mais velho
“Faz tantos anos que trabalho como um es-cravo
para o senhor e nunca desobedeci a
uma ordem sua. Mesmo assim, o senhor
nunca me deu nem ao menos um cabrito
para eu fazer uma festa com os meus ami-gos.
Porém, esse seu filho desperdiçou tudo
o que era do senhor, gastando dinheiro com
prostitutas. E agora ele volta, e o senhor
manda matar o bezerro gordo! Então o pai
respondeu: ‘Meu filho, você está sempre
comigo, e tudo o que é meu é seu.”
(Lucas 15: 29-31)
Recentemente, um jovem abriu seu
coração para mim. Ele tem 30 anos, é
solteiro, não namora e não teve ainda a sua
primeira experiência sexual. Ele me disse:
“Eu gostaria muito de casar. Sei que essa
escolha é séria, por isso, estou nesses anos
todos esperando por uma princesa idônea,
58. 58/171
com a qual eu realmente possa ter um futuro
feliz. Entretanto, quando vejo rapazes da
minha idade viverem uma vida libertina,
penso que deveria estar fazendo o mesmo! O
que me dói é ver que todas essas pessoas
comprometem a sua pureza, e mais rapida-mente
‘casam e dão-se em casamento’, en-quanto
eu vivo uma vida de castidade, per-manecendo
solteiro. Isso não é justo!”
Alguma vez você já se sentiu assim? É
natural sentir-se frustrado quando se dá mal
fazendo boas escolhas, enquanto aqueles que
fazem más escolhas parecem ganhar a vida
de forma mais fácil.
Muitos conhecem a história do filho
pródigo citada no início. A maioria de nós,
em algum momento, tem empatia com o
irmão mais velho do filho pródigo. Afinal, ele
é o filho que fez tudo certo. Mas, sincera-mente,
o irmão mais velho não era muito
diferente do mais jovem. Ambos acreditavam
59. 59/171
em uma falácia: “Se eu fizer as coisas do meu
jeito, eu vou conseguir.”
As consequências das ações do filho
pródigo são óbvias – a vida realmente se des-faz,
quando vivida de forma imprudente e
desregrada. Mas o que acontece exatamente
quando abraçamos a atitude do irmão mais
velho?
Podemos e devemos procurar ter uma
vida de pureza, tomar decisões corretas e
manter uma aparência de bem-estar, mas
tudo isso começa a apodrecer dentro de nós,
quando negligenciamos o amor do Pai. Eu
vejo três perigos sutis para a alma daquele
que opta pela atitude do irmão mais velho:
1. perda de clareza espiritual – quando
nós assumimos a postura do irmão
mais velho, a nossa visão espiritual é
escurecida, porque esquecemos o
sacrifício de Cristo. O irmão mais
velho também percorre um caminho
60. 60/171
ímpio, porque ele não consegue ver
as coisas da perspectiva de seu pai
misericordioso. Ele não consegue ver
que seu irmão pródigo sofreu – e
muito – por causa das suas trans-gressões,
mas arrependeu-se com
profunda tristeza. Ele fica com inveja
por causa da festa na chegada do seu
irmão e interpreta o perdão do pai
como um ato pessoal. O irmão mais
velho, com o coração amargo e in-grato,
só aumenta a dor de seu pai ao
tentar justificar a sua raiva em fun-ção
do aborrecimento que seu irmão
mais novo o havia infligido;
2. orgulho espiritual – quando com-paramos
a nossa bondade com as fal-has
dos outros, nós praticamos o or-gulho
espiritual. Esse tipo de orgulho
é mortal para a alma. Ele nos faz per-der
a gratidão para com o nosso
Deus, obscurece a nossa própria
61. 61/171
necessidade de misericórdia, e nos
engana em pensar que Deus nos deve
alguma coisa. Com esse orgulho nós
anulamos o sacrifício de Cristo; e
3. mesquinhez – a miséria sai do filho
pródigo e se instala no filho mais
velho. O irmão mais velho tinha
acesso ao amor do pai o tempo todo,
mas a sua atitude ao ver a alegria do
pai não revela um coração alegre.
Mesquinhez, orgulho, inveja, atitudes
preconceituosas e perfeccionistas im-pedem
a felicidade em nossas vidas.
Então, o que podemos fazer para en-contrar
a paz quando sentimos que a vida é
injusta? Bom, além de reconhecermos os
sentimentos de tristeza, de frustração e até
mesmo de confusão, devemos parar de olhar
para os outros e começar a olhar para Cristo.
Lembremos o que Deus falou a Caim: “Por
62. 62/171
que você está com raiva? Por que anda
carrancudo?”
Agora, pratique!
Existe alguma mágoa que você está
guardando e que está lhe deixando pensar
como “o irmão mais velho”? Peça a Deus
para removê-la do seu coração para que você
possa reconhecer o amor do Pai Celeste.
63. Mais um conto da
carochinha...
“Disse Jesus: quem ouve a minha palavra e
crê naquele que me enviou tem a vida
eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida...’ (João 5:24)
“E se alguém guardar a minha palavra, não
verá a morte, eternamente.”
(João 8:51)
Uma das minhas leitoras me escreveu
dizendo que não podia acreditar em Deus,
porque um Deus amoroso não seria tão cruel
a ponto de mandar pessoas para o inferno. O
meu falecido irmão passou boa parte de sua
vida pensando assim. Ele chegava a afirmar
que a Bíblia é um conto da corochinha. Feliz-mente,
ele mudou de ideia a tempo.
Certa vez, eu ministrei uma palestra
sobre “A Graça de Deus” e disse que o Deus
64. 64/171
de amor e misericórdia é o mesmo que envia
pessoas para o inferno. Evidentemente, sob o
ponto de vista humano, assassinos e crim-inosos
merecem mesmo ser punidos. Mas o
que diremos de pessoas que são boas e igual-mente
condenadas por toda a eternidade? Só
porque elas não aceitaram Jesus Cristo como
único Salvador? Isso parece mesmo muito
cruel.
Bem, acho que podemos fazer um
paralelo com a Declaração de Imposto de
Renda. Confesso que não existe nada tão
desnecessariamente complicado, dol-orosamente
frustrante e sensivelmente es-tressante
como prestar contas para o fisco e,
depois, ainda ter que pagar os impostos.
Não sei qual é a sua experiência; mas,
ao prestar contas para o fisco, eu encontro
uma resposta para a minha incerteza espir-itual.
Pagar imposto pode ser frustrante, mas
é lei. E aqueles que criaram e aprovaram os
impostos e seus regulamentos sabem muito
65. 65/171
bem por que fizeram isso. Nós podemos ar-ranjar
desculpas diversas: dizer que a carga
tributária é injusta, que ela é alta, que o im-posto
arrecadado é mal administrado, etc.;
mas, no final, somos mesmos obrigados a
cumprir a lei ou sofrer as consequências de
nossas ações e omissões.
Em vista disso, “será que a pena de
morte para o pecado é injusta? De maneira
nenhuma. Lembre-se que Deus voluntaria-mente
nos criou. Ele nos deu o privilégio de
sermos portadores de sua imagem. Ele nos
fez um pouco inferior aos anjos. Ele livre-mente
nos deu o domínio sobre toda a terra.
Nós não somos tartarugas. Nós não somos
vagalumes. Nós não somos lagartas ou
coiotes. Somos pessoas. Nós somos a im-agem
e semelhança do Majestoso Rei do
Universo. O problema, é que nós não usam-os
o dom da vida com a finalidade que Deus
planejou. A vida neste planeta tornou-se
uma arena na qual estamos diariamente
66. 66/171
mantendo o espetáculo da traição cósmica.”
(R.C. Sproul)
Infelizmente, a verdade não é sempre
gentil; às vezes, ela é dura. E a Verdade de
Deus é que, mesmo o mais bondoso ser hu-mano,
já nasceu no pecado. “De fato, tenho
sido mau desde que nasci; tenho sido
pecador desde o dia em que fui concebido.”
Quem disse isso foi o rei Davi, homem con-siderado
(por Deus) segundo o coração de
Deus. (Salmos 51:5). Ocorre que todo o
Universo caiu quando Adão pecou.
E, então, o que fazemos agora? Bem,
temos duas opções: nós podemos ficar o
resto da nossa vida tentando negar nossa
culpa, dizendo que tudo isso é mais um conto
da carochinha. Certamente, não vamos
chegar a lugar nenhum. Essa é uma opção.
A outra é: nós podemos aceitar que
Jesus Cristo, o unigênito filho de Deus,
sacrificou-se para nos dar uma saída para
67. 67/171
esse imbróglio humano. Podemos recon-hecer
a graça de Deus como um dom,
sabendo que a morte de Seu filho nos pro-porcionou
o perdão do pecado original,
presente em toda a humanidade. “Porque,
assim como, em Adão, todos morrem, assim
também todos serão vivificados em Cristo.”
(1 Coríntios 15:22)
Agora, pratique!
A solução me parece simples: Deus
nos deu o livre arbítrio e, agora, cabe a nós
escolher a melhor opção. Eu já escolhi
guardar a Palavra de Jesus, com fé de que
não verei a morte eterna. (João 8:51). E
você?
68. Haja coração!
“Jesus usou parábolas para ensinar muitas
coisas. Ele disse: — Escutem! Certo homem
saiu para semear. Quando estava espal-hando
as sementes, algumas caíram na
beira do caminho, e os passarinhos
comeram tudo. Outra parte das sementes
caiu num lugar onde havia muitas pedras e
pouca terra. As sementes brotaram logo
porque a terra não era funda. Mas, quando
o sol apareceu, queimou as plantas, e elas
secaram porque não tinham raízes. Outras
sementes caíram no meio de espinhos, que
cresceram e sufocaram as plantas. Mas as
sementes que caíram em terra boa
produziram na base de cem, de sessenta e de
trinta grãos por um.”
(Mat. 13:3-8)
Um amigo estava me contando sobre
um indivíduo que recentemente se converteu
69. 69/171
a Cristo, sem antes nunca ter ouvido falar
sobre as Boas Novas. A verdade é que, apesar
de tantas igrejas existentes hoje nos países
abertos ao Evangelho, muitos ainda nunca
ouviram falar de Jesus porque algumas pess-oas
estão vivendo uma vida espiritual in-frutífera,
sem darem testemunho genuíno do
amor de Deus.
Essas pessoas estão dentro das igre-jas,
ouvem a Palavra de Deus constante-mente,
mas seus corações permanecem en-durecidos
para obedecerem ao “vão pelo
mundo inteiro e anunciem o evangelho a to-das
as pessoas.” (Marcos 16:15). Sem dúvida,
isso é uma posição perigosa porque “quem é
repreendido muitas vezes e teima em não se
corrigir cairá de repente na desgraça e não
poderá escapar.” (Provérbios 29:1)
É bem verdade que a paciência e a
misericórdia de Deus são imensuráveis. Di-ante
disso, muitos relaxam e ficam apenas
ouvindo os ensinamentos bíblicos
70. 70/171
semanalmente, sem nunca experimentarem
a alegria de uma vida frutífera. Muitas vezes,
essas pessoas são as que cresceram em uma
família cristã e que seus pais as levaram à
igreja. Entretanto, nunca tiveram uma ex-periência
real com Cristo.
Haja coração para ser um cristão
autêntico! Devemos constantemente pergun-tar
a nós mesmos se somos verdadeiros
cristãos e se estamos cumprindo as ordens
do Mestre. Será que não estamos fazendo da
rotina cristã um hábito dominical, tão
somente? A semente da Palavra que cai nos
nossos corações produz frutos espirituais?
Ou seja, tenho sido bênçãos para o meu
próximo, aquele que Deus coloca no meu
caminho para ajudar?
Agora, pratique!
Não basta ir à igreja e continuar com
um coração empedernido, onde caem as se-mentes
que logo secam! Nunca é tarde
71. 71/171
demais para renovar o seu compromisso com
Cristo e experimentar a alegria de realmente
ser luz nas trevas que dominam este mundo!
Haja coração de carne!
72. Uma colinha
“Ó Senhor Deus, ensina-me a entender as
tuas leis, e eu sempre as seguirei. Dá-me en-tendimento
para que eu possa guardar a
tua lei e cumpri-la de todo o coração.”
(Salmo 119: 33-34)
Meus jovens leitores, eu tenho uma
confissão a fazer. Quando estava no ensino
médio, eu odiava as aulas de Química. Eu de-testava
os laboratórios e os cheiros daqueles
produtos horríveis. As aulas eram sem graça
e ainda haviam os trabalhos práticos para
serem feitos em casa. Como você pode ver,
eu nunca fui um bom aluno nessa matéria.
Em vez de estudar para as provas, eu
preparava as minhas “colinhas”. Nos dias dos
testes, eu sentava numa posição da sala na
qual o bedel não podia me ver. Assim, fui le-vando
a vida até conseguir passar e terminar
73. 73/171
o ensino médio. Eu pensava comigo: para
que sofrer com essa matéria horrível, que
não vou usar para nada, sendo que eu posso
colar?
Eu vim a perceber o meu erro logo
mais tarde, quando tive que enfrentar o ves-tibular.
Como não havia estudado nos anos
anteriores, não sabia resolver nenhum prob-lema
de Química. Resultado, fui reprovado e
tive que voltar para o cursinho.
Às vezes, nós gostamos de usar a
Bíblia como “colinha”. Quando o mundo nos
confronta com um problema ou uma dúvida,
abrimos a Bíblia de qualquer maneira e grit-amos:
“Veja, a Bíblia diz que não se pode
fazer isso..., ou, a Bíblia não diz nada contra,
vamos fazer...”
A Bíblia é o Livro dos livros, é a Pa-lavra
de Deus. Ela não foi escrita para ser
usada como uma “colinha” nas horas de
aperto. Se não estudarmos a Palavra de Deus
74. 74/171
como deve ser estudada, não vamos entender
por que Jesus disse as coisas que disse. Se
lermos a Bíblia sem meditar no que está es-crito,
sem observar o contexto das pas-sagens,
não vamos entender o recado de
Deus para nós. Quando fazemos assim,
somos realmente maus alunos.
Tente pensar da seguinte forma:
antes que um médico possa estar apto para
curar a doença de um paciente, ele primeiro
precisa compreender a doença. Ele tem que
entender a sua origem, o que ela afeta no
corpo, que tipo de tratamento pode ser min-istrado
e qual a melhor medicação para o pa-ciente.
Se o médico não faz esse diagnóstico
antes, ele pode acabar prejudicando o pa-ciente,
errando na dose dos remédios ou até
aplicando o remédio errado.
Da mesma forma, Deus nos chama
para sermos médicos para os espiritual-mente
doentes. Sem entendermos as leis
divinas, sem compreendermos o grande
75. amor de Deus expresso nas Escrituras Sagra-das
e sem sabermos qual é o tratamento que
Deus deixou receitado, nós vamos errar a
dose. As consequências podem ser duas: ou
não salvaremos almas, pois não as faremos
verdadeiros discípulos de Jesus, ou as
mataremos de vez, não as fazendo com-preender
o amor de Deus!
Agora, pratique!
E, então, você tem estudado bem o
plano de Deus para a salvação da humanid-ade?
Quão frequentemente você estuda a
Bíblia Sagrada? Você é um bom médico es-piritual?
Ou você costuma fazer “colinhas
bíblicas”?
75/171
76. A esperança renova
“Porque há esperança para a árvore, pois,
mesmo cortada, ainda se renovará, e não
cessarão os seus rebentos.”
(Jó 14:7)
“Há esperança para o ferido
Como árvore cortado, marcado pela dor
Ainda que na terra envelheça a raiz
E no chão, abandonado, o seu tronco
morrer
Há esperança pra você
Ao cheiro das águas brotará
77. Como planta nova florescerá
Seus ramos se renovarão
Não cessarão os seus frutos
E viverá”
(Diante do Trono)
77/171
78. Cristo vive!
“Ele não está aqui; já ressuscitou, como
tinha dito. Venham ver o lugar onde ele foi
posto.”
(Mateus 28:6)
Esse fato é a causa primordial da es-perança
do Cristão. Quando fui a Israel,
fiquei muito emocionado ao ler a frase “Ele
não está aqui; Ele ressuscitou” escrita na
parede do túmulo de Jesus. Naquela visita,
pude sentir alguns arrepios. Foi um dos mo-mentos
mais impactantes da minha viagem a
Jerusalém.
O que eu faria se alguém que eu con-hecesse
pessoalmente tivesse ressuscitado?
Especialmente se ele tivesse dito que iria
morrer e que, depois de três dias, voltaria
dos mortos?
79. 79/171
Pergunto sério. O que eu faria? O que
você faria? Será que eu não contaria a todos
que encontrasse pela frente sobre esse
evento milagroso? Caramba, claro que con-taria!
Eu costumo contar emoções menores,
como uma boa cena de um filme. Então, cer-tamente,
eu divulgaria um milagre desses!
Ainda mais sabendo que a pessoa que res-suscitou
estaria dizendo que fez isso para
que todo o resto da humanidade tivesse a
chance de jamais sofrer com a morte. E que,
para isso acontecer, bastasse simplesmente
acreditar no episódio, e mais nada!
Ah! Você não crê? Você não é o único!
Houve um que viu tudo isso e, mesmo assim,
ainda não cria. Foi Tomé. Mas Jesus Cristo
ressuscitado disse a Tomé: “– Veja as minhas
mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a
mão e ponha no meu lado. Pare de duvidar e
creia! Então Tomé exclamou: – Meu Senhor
e meu Deus!” Disse Jesus: – Você creu
porque me viu! Felizes são os que não viram,
80. 80/171
mas assim mesmo creram!” (João 20:27-29).
Por isso, cantemos a música de Hillsong Un-ited:
“Aleluia! Vivo está Jesus. A morte per-deu
sua vitória e o túmulo foi negado. Jesus
vive pra sempre. Ele está vivo! Ele está vivo!”
Você aceita essa história? Se não, é
bom aceitar, porque... “quem rejeita esse en-sinamento
não está rejeitando um ser hu-mano,
mas a Deus, que dá a vocês o seu
Espírito Santo.” (1 Tessalonicenses 4:8).
Bom, você aceita, mas não tem coragem sufi-ciente
para divulgar isso aos seus amigos e
parentes? Então, encha-se do Espírito Santo
e perca o medo agora, “pois o Espírito que
Deus nos deu não nos torna medrosos; pelo
contrário, o Espírito nos enche de poder e de
amor...” (2 Timóteo 1:7).
Você acha que não é uma notícia rel-evante?
A ressurreição de Jesus vem con-firmar
e cumprir profecias de centenas de
anos anteriores. Eis a razão pela qual a fé
cristã assume lugar especial no coração do
81. 81/171
homem. Essa é a diferença entre Jesus Cristo
e todos os outros que se diziam vindos de
Deus (Mateus 28). Desta forma, Buda,
Maomé, Gandhi e outros não ressuscitaram.
Jesus é o único e verdadeiro filho de Deus, o
Salvador da humanidade. Todos os outros
morreram e passaram, mas Jesus ressuscitou
e está vivo, salvando e fazendo milagres.
Infelizmente, sinto que muitos con-tinuam
diante do Jesus crucificado. Pois,
apesar da mensagem da ressurreição, muitos
continuam, por causa dos mais diversos
problemas e dificuldades, sem razão para
viver. As tensões, as angústias, as de-pressões,
a violência, a doença, as mudanças
e tantas outras dores e contratempos trans-formam
a vida de muitos numa eterna cruci-ficação!
Num eterno muro de lamentações!
Por outro lado, me pergunto se é possível
apagar completamente o sofrimento de
nossas vidas.
82. 82/171
Creio que não. Porém, creio que é
possível transformar o sofrimento em uma
vida plena de sentido e cheia de realizações.
Afinal, até as rosas têm os espinhos que
fazem doer. E “para que a beleza de uma rosa
seja apreciada, é preciso ter cuidado com os
seus espinhos. Desviar dos espinhos é algo
diferente do que retirá-los.” (Ernani Röpke).
O Jesus Cristo vivo nos dá esperança
para uma boa caminhada na vida, mesmo di-ante
da morte. Basta você crer e tomar posse
da bênção! Tenha uma vida plena em meio
aos problemas.
Agora, pratique!
Portanto, não fique estagnado na cru-cificação
de Cristo, mas lembre-se: Cristo
vive para que você viva. Deixe a mensagem
da ressurreição e o amor ilimitado de Deus
revelado em Cristo Jesus transformarem o
seu sofrimento em alegria e em esperança de
vida. Quando o amor de Deus habita nossas
83. 83/171
mentes e corações, sempre ressurge uma
vida plena e abundante.
84. Bênçãos ocultas
“Deus fere, mas ele mesmo faz o curativo;
ele machuca, mas as suas mãos curam.” (Jó
5:18)
“Tudo de bom que recebemos e tudo o que é
perfeito vêm do céu, vêm de Deus, o Criador
das luzes do céu. Ele não muda, nem varia
de posição, o que causaria a escuridão.”
(Tiago 1:17)
Embora já caminhando para o final
do ano de 2011, eu ainda estou avaliando
tudo o que aconteceu com minha família no
ano passado. Desculpe-me por estar um pou-co
atrasado, mas eu aproveito a calmaria das
férias para uma reflexão. Eu sempre gosto de
avaliar o que Deus tem feito em nossas vidas.
Resumindo 2010, eu o chamo de ano
de bênçãos ocultas. Além de muitas outras
coisas ruins que me aconteceram, eu perdi
85. 85/171
meu irmão, assassinado por um ladrão, de
forma brutal, dentro de seu próprio lar. Em
decorrência disso, muitos outros problemas
familiares me ocorrem até hoje. Não con-segui
enxergar com os olhos carnais nen-huma
bênção!
Entretanto, eu me sinto sortudo por
ter sobrevivido 2010. Isso não é um exagero!
Eu sei que sou dependente da graça de Deus,
que tem me mantido vivo a cada ano. Mas
esse ano de 2010, porém, eu praticamente
tive o meu nariz esfregado em tragédias.
Todos os acontecimentos me levaram a ques-tionar:
“por que isso aconteceu comigo?” – e
eu mesmo a me responder com: “graças a
Deus por tudo”.
A verdade é que o Senhor não me
deixou passar ileso por essas provas, pois eu
senti, e sinto na alma, as consequências de
tudo. Entretanto, Ele usou o meu sofrimento
para trazer uma coisa boa: a experiência de
sentir de forma real a graça divina.
86. 86/171
Eu sou uma pessoa orientada para
resultados, por isso eu sempre me esforçava
bastante para ser “suficientemente bom”
para com Deus e, com isso, “ganhar” o favor
de Deus por ser um bom cristão. Mas eu es-tava
completamente errado nos meus concei-tos.
Eu cheguei à conclusão que é somente
Cristo que nos dá o dom da vida, apesar de
nossos melhores esforços, que só servem
para atrapalhar o efeito da graça divina em
nós.
Eu poderia escrever sobre outras
coisas ruins que ainda me vêm acontecendo,
mas a ideia que quero passar aqui é esta: de-vemos
esperar com paciência, pois “Deus
fere, mas ele mesmo faz o curativo; ele
machuca, mas as suas mãos curam.” Por
outro lado, não adianta querermos ser
bonzinhos por nós mesmos, pois “tudo de
bom que recebemos e tudo o que é perfeito
vêm do céu, vêm de Deus.”
87. Diante dessa conclusão, posso ver os
próximos anos com grande esperança, pois
eu sei que, nas tragédias que me aconte-ceram
no ano 2010, Deus estava trabalhando
e tratando comigo e com a minha família.
“Pois sabemos que todas as coisas trabalham
juntas para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles a quem ele chamou de
acordo com o seu plano.” (Romanos 8:28)
Agora, pratique!
Agora, estou convencido de que Deus
usa todas as circunstâncias para nos
abençoar. Isso não significa que nós nunca
vamos sofrer ou que sempre vamos “sair por
cima”. Pelo contrário, significa que ele irá
usar as circunstâncias ruins para nos aproxi-mar
d’Ele e de nós mesmos.
87/171
88. A vontade de Deus
“Estejam sempre alegres, orem sempre e se-jam
agradecidos a Deus em todas as
ocasiões. Isso é a vontade de Deus para vo-cês
por estarem unidos com Cristo Jesus.”
(1 Tessalonicenses 5:16-18)
“Qual é a vontade de Deus para
minha vida?”Quantas vezes você já pergun-tou
isso? Ou estudou sobre isso? Ou já leua
respeito disso? Ou conhece alguém que está
tentando achar a resposta para isso?
Bem, a Bíblia tem a resposta, de
forma bem simples: “Estejam sempre
alegres, orem sempre e sejam agradecidos a
Deus em todas as ocasiões.”
Mas é só isso? Bom, vejamos então
outro verso. “O Senhor já nos mostrou o que
é bom, ele já disse o que exige de nós. A
vontade de Deus é que façamos o que é
89. direito, que amemos uns aos outros com
dedicação e que vivamos em humilde obed-iência
ao nosso Deus.”
Começou a complicar! Mas eu queria
mesmo saber qual é a vontade de Deus para
minha vida... na profissão, no casamento,
etc. Já percebeu que a gente está sempre qu-erendo
saber qual é a vontade de Deus? Por
que isso? Não está claro na Bíblia?
Eu acho que está claro, mas podemos
complicar. A vontade de Deus para nossa
vida pode aparecer de forma fácil ou difícil,
depende de nós! Mas por que muita gente
acha difícil enxergá-la, se ela é tão fácil de
ser vista?
Para responder a esse paradoxo, G.K.
Chesterton disse a famosa frase: “O ideal
cristão não foi considerado deficiente depois
de testado. Ele foi considerado difícil e deix-ado
de lado.”
89/171
90. 90/171
Poderíamos gastar muito tempo dis-cutindo
como a vontade de Deus é fácil ou
como é difícil, baseados em vários trechos da
Sua Palavra. Mas vamos refletir um
pouquinho sobre como a Bíblia descreve a
vontade de Deus – o ideal cristão – no
acontecimento narrado em Atos 16.
Imagine que você tenha sido enviado
por Deus para uma viagem missionária em
uma terra estranha. Chegando lá, você
começa a pregar o evangelho e aparece uma
vidente possessa que fica repetindo o que vo-cê
está falando, com o intuito de provocá-lo.
Depois de um tempo, você resolve expulsar
aquele demônio de adivinhação em nome de
Jesus. Você resolveu o problema da mulher,
mas, de repente, aparecem os homens que
ganhavam dinheiro com o trabalho da mulh-er
e eles acabam convencendo as autoridades
de prenderem você.
Agora você está na prisão de segur-ança
máxima, acorrentado com seu
91. 91/171
companheiro de jornada. Após serem
bastante espancados, em vez de desmaiarem
de dor, vocês começam a louvar e glorificar a
Deus em voz alta. Aí, de repente, o chão
treme e os portões da prisão se abrem.
Vocês, em vez de fugirem, esperam o car-cereiro
chegar e então dizem a ele: “– Creia
no Senhor Jesus e você será salvo, você e as
pessoas da sua casa. Finalmente, eles se con-vertem
ao evangelho e vocês vão felizes pra
casa.
A questão é: será que aceitaríamos
um acontecimento desses na nossa vida
como sendo a vontade de Deus? Veja bem,
Deus queria salvar aquele carcereiro, assim
como várias outras pessoas para quem Paulo
e Silas estavam dispostos a pregar. Era essa a
vontade d’Ele. Mas, para isso acontecer, foi
preciso que eles passassem por uma situação
que jamais imaginariam passar. Era esse o
ideal cristão que estava sendo testado. Difícil
de entender, não? Ainda mais sabendo que
92. 92/171
Deus poderia realizar a sua obra de forma
bem mais fácil. Ocorre que Deus achou por
bem provar a fidelidade de seus servos.
Às vezes, para que a vontade de Deus
seja realizada na nossa vida, coisas inexplicá-veis
podem acontecer no meio do caminho.
Sua vontade pode chegar de forma fácil ou
difícil, depende de como estamos preparados
para recebê-la. Entretanto, cabe a nós
mantermos a fé e a persistência, dentro dos
ideais cristãos, louvando a Deus com alegria,
sempre, em qualquer circunstância. O ideal
de Deus para a nossa vida será provado e de-verá
ser aprovado, não deixado de lado.
Agora, pratique!
Você está disposto a aceitar a vontade
de Deus para a sua vida? Qualquer que seja o
ideal d’Ele?
93. Caráter aperfeiçoado
“E também nos alegramos nos sofrimentos,
pois sabemos que os sofrimentos produzem
a paciência, a paciência traz a aprovação de
Deus, e essa aprovação cria a esperança.
Essa esperança não nos deixa decepcion-ados,
pois Deus derramou o seu amor no
nosso coração, por meio do Espírito Santo,
que ele nos deu.”
(Romanos 5:3-5)
Quando eu era criança, meus pais re-uniam
a família todos os dias para estudar a
Bíblia. As sementes espirituais que foram
plantadas em minha vida nesses primeiros
anos germinaram e, hoje, eu estou tentando
aproveitar o que aprendi, com o intuito de
pautar o meu caminho de vida.
Lembro-me de ter aprendido que o
jovem deve estudar o livro de Provérbios de
94. 94/171
Salomão se quiser saber qual caminho seguir
em busca de uma vida bem-aventurada.
Sempre diziam meus pais: “esse livro aper-feiçoa
o caráter; mas, se você quiser, pode
deixar de lado as instruções nele contidas e
escolher o caminho que quiser. Só lhe
garanto uma coisa: certamente será um cam-inho
mais difícil e com consequências
dolorosas.”
Entretanto, tenha em mente que
Deus, com sua infinita misericórdia, não o
abandonará; mas, em algum momento, en-trará
em ação para não deixar que você se
perca de vez. Como um bom pai que corrige
o filho, Ele usará as circunstâncias dolorosas
e o sofrimento físico-mental-espiritual para
desenvolver em você as qualidades do
caráter.
Essas qualidades podem ser ad-quiridas
de maneira bem mais fácil,
colocando em prática os conselhos de
95. Salomão, o homem mais sábio que o mundo
já teve.
Bom, felizmente escolhi o caminho
mais fácil! Mas muitos escolhem o caminho
difícil, no qual o jovem passa por aflições e
sofrimentos. Mesmo escolhendo o caminho
traçado em Provérbios, diariamente, e com
perseverança, o jovem tem que ajustar as
velas do seu barco para que possa enfrentar
as tempestades contrárias e seguir a rota
rumo ao porto seguro.
Quando o jovem escolhe outro cam-inho,
ele terá que se contentar com o con-selho
de Tiago 1:2-4: “Meus irmãos, sintam-se
felizes quando passarem por todo tipo de
aflições. Pois vocês sabem que, quando a sua
fé vence essas provações, ela produz per-severança.
Que essa perseverança seja per-feita
a fim de que vocês sejam maduros e
corretos, não falhando em nada!”
95/171
96. 96/171
Destaco três itens nesse trecho de
Tiago:
1. sentir-se feliz – como se sentir feliz
quando se passa por um divórcio? Ou
após a morte de um ente querido? Ou
após a perda de um emprego? Como
é possível ter alegria, apesar das cir-cunstâncias
ruins? Resposta: só Deus
pode dar a felicidade;
2. perseverança – para aprender a per-severar,
é preciso passar por alguns
momentos difíceis. Pense nas suas
experiências de vida. Quais foram os
resultados? Você já fez quantas
mudanças de rota em sua vida? Deus
o ajudou a passar por alguns
desafios? Lembre-se do que Deus fez
e o que você pode fazer para
continuar servindo-O. A persever-ança
é provada com o tempo. Não se
podem subir vários degraus de uma
97. escada de uma só vez. As dores irão
com você; mas saiba que, a cada de-grau
subido, significa que você está
crescendo; e
3. ser maduro e correto – quando você
era criança, você não tinha um arqui-vo
de experiências de vida para con-sultar.
Agora que você está mais
velho, você já tem suas próprias ex-periências.
Consulte quais lições do
passado você deve seguir para que
tenha mais sucesso na vida material,
afetiva e espiritual.
Agora, pratique!
Você pode relembrar suas experiên-cias
ruins passadas e ver como Deus trabal-hou
o seu caráter. Liste algumas delas, com-pare
os resultados e louve a Deus pela Sua
misericórdia.
97/171
98. Atraente ou repelente
“Encham-se do Espírito de Deus. Animem
uns aos outros com salmos, hinos e canções
espirituais. Cantem, de todo o coração, hi-nos
e salmos ao Senhor. Em nome do nosso
Senhor Jesus Cristo, agradeçam sempre to-das
as coisas a Deus, o Pai.”
(Efésios 5:18-20)
Em 1971, o escritor Francis Schaeffer
publicou True Spirituality (Verdadeira
Espiritualidade), livro destinado às pessoas
que queiram experimentar a realidade de
Cristo na vida diária. No início, seu livro é
uma série de lições bíblicas. Ele conta o que
ensinou à sua família e aos estudantes que se
reuniam regularmente em sua casa nos Alpes
suíços. Mas, antes que aquelas lições se tor-nassem
exemplos para outras pessoas,
Schaeffer as ensinou a si mesmo.
99. 99/171
Schaeffer conta que passou por um
período negro em sua vida. Ele estava pre-ocupado
com a diferença desproporcional
entre o conhecimento bíblico que ele via em
si mesmo e a alegria espiritual genuína que
experimentava.
Ao longo desse período que passou
caminhando nas montanhas, Francis repen-sou
suas razões de ser um cristão. No final,
ele concluiu que a obra completa de Cristo é
realmente a fonte da vida diária do cristão.
Ele ficou profundamente convencido de que
a vida cristã não pode se resumir a apenas ao
conhecimento teórico do plano de Deus para
salvar o homem, mas deve ser vivida de
forma prática, com a busca constante do
Espírito Santo, para que se torne uma alegria
espiritual genuína.
O cristão cheio do Espírito Santo irra-dia
alegria e contagia positivamente o ambi-ente
por onde passa. Ele sempre procura
transmitir ânimo e esperança às pessoas em
100. sua volta. A alegria que ele experimenta é a
de demonstrar ao mundo o amor de Cristo
mediante suas ações. Esse é o cristianismo
autêntico!
Agora, pratique!
Como está sua espiritualidade? Você
é uma pessoa atraente ou repelente? Você
ama o seu próximo? Imagine se um amigo ou
membro da família fosse chamado a
testemunhar a respeito da sua espiritualid-ade...
Que resposta eles dariam? Pense em
quais são as motivações que um cristão deve
ter! Reflita sobre o que significa ter uma re-lação
autêntica com Deus.
100/171
101. Meu karma
“Tenham no coração de vocês respeito por
Cristo e o tratem como Senhor. Estejam
sempre prontos para responder a qualquer
pessoa que pedir que expliquem a esperança
que vocês têm.”
(1 Pedro 3:15)
As pessoas são muito boas para
ajudar os que sofrem com tragédias. Quando
há grandes enchentes ou terremotos, nós
percebemos que logo surgem várias campan-has
de arrecadação de alimentos, remédios e
vestuários para serem enviados às pessoas
necessitadas, aliviando-lhes a carga nos mo-mentos
de angústia. Isso é uma forte evidên-cia
da graça de Deus.
Agora, imagine o contrário. Imagine
que, em vez de oferecer palavras de conforto
e ajuda após uma tragédia, a comunidade se
102. 102/171
afaste. Imagine as pessoas evitando o con-tato
com os necessitados com medo de pegar
uma doença contagiosa. Agora, imagine
ainda que as pessoas, além de se afastarem,
simplesmente jogassem na cara dos desabri-gados
que eles estão passando por isso por
culpa deles, porque alguma coisa eles fizer-am
de errado para merecerem a tragédia.
Isso é karma. No hinduísmo e no
budismo, karma é a lei que afirma a sujeição
humana à causalidade moral, de tal forma
que toda ação (boa ou má) gera uma reação
que retorna com a mesma qualidade e inten-sidade
a quem a realizou, nesta ou em en-carnação
futura. A transformação pode dar-se
em direção ao aperfeiçoamento (mocsa, o
fim do ciclo das reencarnações) ou de forma
regressiva (o renascimento como animal, ve-getal
ou mineral).
Certa vez, um casal de missionários
foi enviado para Londres, onde eles plane-javam
estabelecer um trabalho com a
103. 103/171
comunidade de imigrantes hindus. Em uma
conversa, eles manifestaram o desejo de tra-balhar
para ver aqueles hindus libertos das
amarras do karma. Enquanto dialogava com
eles, veio na minha cabeça o texto de Gálatas
6:7 em que diz: “Não se enganem: ninguém
zomba de Deus. O que uma pessoa plantar, é
isso mesmo que colherá.” Isso despertou
meu interesse sobre o assunto. Será que o
cristão tem uma espécie de karma?
Tirando a questão da reencarnação,
que já descarto de cara, pois não acredito de
jeito nenhum, vamos refletir um pouco.
Todos sabem que infidelidade e
egoísmo têm as suas recompensas nesta
vida. Por outro lado, as boas obras são fre-quentemente
recompensadas com um sor-riso
e uma expressão de gratidão. Isso é fácil
perceber. Agora, essa questão de karma, o
que é isso mesmo?
104. 104/171
Os missionários me explicaram o lado
feio do karma: em algumas comunidades
hinduístas a comunidade se afasta dos mem-bros
que estão sofrendo. Perder um
emprego? É um efeito “kármico” – você deve
ter enganado o seu patrão ou pelo menos
falou mal dele. Perder um filho? De alguma
forma, a culpa é sua também, pois o
Universo busca equilibrar algum mal que vo-cê
fez.
Se as coisas horríveis são de alguma
forma culpa do sofredor, então, pelo
hinduísmo, faz sentido as pessoas se afastar-em
do sofredor, para que não sejam contam-inadas
por aquele mal. Segundo os mis-sionários,
esse é o vínculo do karma.
Para os cristãos, Cristo quebrou esse
vínculo. Os cristãos confiam na promessa
Divina, “pois sabemos que todas as coisas
trabalham juntas para o bem daqueles que
amam a Deus, daqueles a quem ele chamou
de acordo com o seu plano.” (Romanos
105. 105/171
8:28). “Quando somos corrigidos, isso no
momento nos parece motivo de tristeza e não
de alegria. Porém, mais tarde, os que foram
corrigidos recebem como recompensa uma
vida correta e de paz.” (Hebreus 12:11).
Como Jó, podemos jamais saber a
razão do nosso sofrimento terreno. En-tretanto,
sabemos que, por causa da graça de
Deus, o sofrimento não é uma ação e reação
desencadeadas pelos nossos pecados. Jesus
Cristo foi rejeitado e desprezado por todos;
ele “suportou dores e sofrimentos sem fim...
No entanto, era o nosso sofrimento que ele
estava carregando, era a nossa dor que ele
estava suportando. E nós pensávamos que
era por causa das suas próprias culpas que
Deus o estava castigando, que Deus o estava
maltratando e ferindo. Porém ele estava so-frendo
por causa dos nossos pecados, estava
sendo castigado por causa das nossas
maldades. Nós somos curados pelo castigo
que ele sofreu, somos sarados pelos
106. ferimentos que ele recebeu... o Senhor cas-tigou
o seu servo; fez com que ele sofresse o
castigo que nós merecíamos.” (Isaías 53:3-6)
Ao contrário do sistema hindu de
karma e os seus efeitos perversos, sabemos
que a nossa dor pode estar sendo usada por
um Deus amoroso para nos corrigir e
aumentar a nossa fé. Por causa disso, temos
uma verdadeira esperança no amanhã, pois o
nosso futuro não depende de nós, assim
como o que passamos no presente não de-pende
do que fizemos no passado! Não im-porta
o que estejamos vivendo, podemos
descansar na certeza de que, mesmo quando
não estamos bem, Deus está conosco. Isso é
graça, isso é misericórdia, isso é esperança.
Portanto, não existe karma para o
cristão, nem quebra de maldições. Cristo já
levou sobre Si todas as nossas maldições.
Agora, o que precisamos é crer no Seu sacri-fício
e apregoar a mensagem da cruz.
106/171
107. Agora, pratique!
Você está pronto para dar uma res-posta
de esperança a quem está passando
por um momento difícil?
107/171
108. Zaqueu
“Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou
para cima e disse a Zaqueu: — Zaqueu,
desça depressa, pois hoje preciso ficar na
sua casa.”
(Lucas 19:5)
Confesso que eu tenho medo de algu-mas
pessoas, mas estou disposto a gastar
tempo com quem não conhece Jesus ou
nunca ouviu falar d’Ele.
Na verdade, eu tenho procurado me
corresponder com gente desconhecida na
tentativa de poder expandir meu círculo de
amizades. Alguns poucos, por motivo
qualquer, não aceitam a minha tentativa de
amizade e me escrevem de volta dizendo que
não querem mais receber minhas
mensagens. É claro que, quando isso
acontece, eu fico um pouco desconfortável.
109. 109/171
Entretanto, devo dizer que eu sou um nada
quando comparado ao amigo que conhece o
íntimo de todo mundo o tempo todo e quer
ser amigo de todos – Jesus. Eu admiro a ca-pacidade
que Jesus tem de ir ao encontro de
pessoas desconhecidas, sem medo da possib-ilidade
de ser rejeitado e, ainda assim,
convidá-las para estar com elas.
Zaqueu era uma dessas pessoas. Ele
realmente era um homem desprezível. Os co-bradores
de impostos, nos tempos bíblicos,
eram odiados, e ninguém tinha coragem de
convidá-los para uma festa de aniversário.
Chegar para uma pessoa desconhecida e
convidá-la para almoçar na casa dela, então,
era e é, até hoje, uma atitude muito ousada
em qualquer cultura.
Um dia, Jesus estava fazendo o seu
percurso por Jericó e, surpreendentemente,
percebeu que Zaqueu, um homem de baixa
estatura, estava empoleirado em uma árvore.
Jesus sabia que Zaqueu estava interessado
110. 110/171
em vê-Lo. Então, olhando para o fiscal de
impostos, Jesus caminhou direto na sua
direção e, sem medo, disse: – “Zaqueu, desça
depressa, pois hoje preciso ficar na sua casa.”
Naquela ocasião, Jesus já era
bastante conhecido pelos seus milagres.
Zaqueu já tinha ouvido falar de Jesus, mas
ainda não O conhecia pessoalmente. Você
pode imaginar o que Zaqueu pensou? Ele me
conhece! Espera aí, como ele me conhece? E
por que ele está querendo ficar na minha
casa? Será que Ele não sabe que todo mundo
tem medo de mim? Por que ele quer gastar
tempo comigo?
Entretanto, o que Zaqueu estava
pensando não o impediu de descer da árvore
depressa e acolher Jesus na sua casa com
grande alegria. Ele foi tocado com o amor do
Salvador. E, apesar da sua dureza como co-brador
de impostos, e da sua arrogância
como autoridade pública, ele quebrantou seu
111. 111/171
coração diante da manifestação desse grande
amor.
Já em sua casa, Zaqueu disse ao Sen-hor:
“– Escute, Senhor, eu vou dar a metade
dos meus bens aos pobres. E, se roubei al-guém,
vou devolver quatro vezes mais.”
Então Jesus disse: “ –Hoje a salvação
entrou nesta casa, pois este homem também
é descendente de Abraão.”
Impressionante, não? Jesus não tinha
medo de alguém que não era benquisto na
sociedade. Ele também não se levantou di-ante
de Zaqueu para condená-lo, mas o
amou desde o primeiro momento que o viu.
Essa é a prática que Jesus quer de
nós. Ele disse:” – Vão pelo mundo inteiro e
anunciem o evangelho a todas as pessoas.
Quem crer e for batizado será salvo, mas
quem não crer será condenado.” (Marcos
16:15-16). Mesmo que as pessoas amecem
rejeitá-lo, mesmo que rejeitem de fato a
112. 112/171
mensagem, mesmo que optem por rejeitar o
amor de Jesus Cristo, ele, ela ou eles podem
representar um Zaqueu ou uns Zaqueus na
sua vida; temíveis, mas, por um milagre do
Espírito Santo, podem ter o coração
quebrantado.
Portanto, não se afaste deles; pelo
contrário, caminhe em direção a eles e
convide-os para um modo de vida melhor,
com esperança de uma eternidade gloriosa.
Foi assim que Jesus agiu!
Agora, pratique!
Não tenha medo dos Zaqueus!
Quando a multidão viu Jesus entrar na casa
de Zaqueu, resmungou assim: “– Este
homem foi se hospedar na casa de um
pecador!?” Todos nós temos alguém em
nossa volta que relutamos em amar. Não
tenha medo de amar o Zaqueu da sua vida. O
Espírito Santo vai ajudá-lo a seguir o
113. exemplo de Cristo, e você vai amar sem pre-conceito
e sem acepção de pessoas.
113/171
114. A fé rompe
“A fé é a certeza de que vamos receber as
coisas que esperamos e a prova de que ex-istem
coisas que não podemos ver...
Sem fé ninguém pode agradar a Deus,
porque quem vai a ele precisa crer que ele
existe e que recompensa os que procuram
conhecê-lo melhor...
Foi pela fé que Abraão, ao ser chamado por
Deus, obedeceu e saiu para uma terra que
Deus lhe prometeu dar. Ele deixou o seu
próprio país, sem saber para onde ia...
Foi pela fé que Abraão se tornou pai, em-bora
fosse velho demais e a própria Sara
não pudesse mais ter filhos. Ele creu que
Deus ia cumprir a sua promessa...
Foi pela fé que Abraão, quando Deus o quis
pôr à prova, ofereceu o seu filho Isaque em
115. sacrifício. Deus tinha prometido muitos des-cendentes
a Abraão, mas mesmo assim ele
estava pronto para oferecer o seu único
filho em sacrifício...
Foi pela fé que Moisés saiu do Egito, sem ter
medo da raiva do rei, e continuou firme,
como se estivesse vendo o Deus invisível...
Foi pela fé que os israelitas atravessaram o
Mar Vermelho como se fosse terra seca. E,
quando os egípcios tentaram atravessar, o
mar os engoliu...
Foi pela fé que caíram as muralhas de Jer-icó,
depois que os israelitas marcharam em
volta delas durante sete dias.”
(Trecho da Carta do apóstolo Paulo aos
Hebreus)
115/171
116. Fique quieto!
“Deus diz: ‘Parem de lutar e fiquem sabendo
que eu sou Deus. Eu sou o Rei das nações, o
Rei do mundo inteiro.’”
(Salmos 46:10)
A obra de Deus é realizada paulatina-mente
e de maneira quase imperceptível. O
Espírito de Deus não é violento e nem pre-cipitado,
mas “o homem deseja tantas coisas
e, no entant,o precisa de tão pouco.” (Johann
Goethe)
Ultimamente, a minha cidade tem
sido muito movimentada: fluxos interminá-veis
de veículos, ruídos intensos, movimen-tos
de pessoas, correria de um lado para o
outro... A vida está ficando cada vez mais
louca! “Nós nos tornamos máquinas de tra-balhar
e estamos transformando nossas cri-anças
em máquinas de aprender.” (Augusto
117. 117/171
Cury). A verdade é que, quanto mais vai
avançando a nossa idade, mais saudosos
ficam aqueles preguiçosos dias na infância,
nos quais tínhamos tempo para tudo e para
todos e não nos preocupávamos com nada.
Se você é pai ou mãe de família, cer-tamente,
neste momento, você deu uma
pequena parada nas atividades corriqueiras
para ler esta devocional e fazer uma reflexão.
Mas você pode estar pensando assim: tenho
que ler isso rápido porque, daqui a pouco,
tenho que fazer muitas outras coisas...
Somos cheios de atividades, não
somos? Trabalhamos muitas horas por dia e,
às vezes, nem tempo temos para usufruir
aquilo que compramos, não é verdade?
Por que vivemos assim, de maneira
tão frenética? O que nos obriga a isso? E por
que nos sentimos obrigados a viver assim?
Será que não estamos extrapolando as
nossas atribuições como seres humanos?
118. 118/171
Muitos pensam: se eu trabalhar duro,
eu conseguirei tal bem, tal posição social, ou
terei mais valor diante das pessoas. Outros
não pensam nada disso, mas se enterram no
trabalho na tentativa de manter a mente des-ligada
das decepções e das frustrações da
vida...
Às vezes, acabamos por perder de
vista as nossas prioridades, aquilo que mais
gostamos de fazer, e somos facilmente en-volvidos
pelo padrão que o sistema con-sumista
impõe, sendo enquadrados pela cul-tura
ao nosso redor, sem percebermos que
estamos deixamos o precioso tempo de vida
escapar. A verdade é que estamos tão pre-ocupados
com o que queremos ter que nos
esquecemos de usufruir e agradecer o que já
temos.
Independentemente do motivo pelo
qual estamos vivendo, tomados de frenesi,
no fundo, cada um de nós almeja deixar um
pouco essa louca rotina. Nossas almas
119. 119/171
anseiam pela paz, pela quietude, pelo silên-cio...
Se ignorarmos os gritos da nossa alma,
certamente nossos corpos passarão a exigir
esse alívio, antes que arriam de vez.
Por que gostamos tanto da quietude e
da tranquilidade? É porque essa vida agitada
que aí está não foi almejada por Deus para os
humanos. Nas Escrituras, vemos mais que
uma vez Deus nos chamando para n’Ele bus-carmos
a paz; para n’Ele aliviarmos nosso
fardo; para com Ele deixarmos de lado
nossas ansiedades e nossas batalhas sem
sentido.
Vemos Deus falar com o salmista com
uma voz mansa e delicada, como no texto
citado. Vemos Jesus Cristo dizer para uma
Marta, ansiosa, que sua irmã, Maria, escol-heu
a melhor parte, quando ela abandonou
as tarefas domésticas para se sentar aos pés
de Jesus. (Lucas 10: 41-42)
120. 120/171
Após um longo dia de correr aqui e
acolá, eu encontro o desejo de ser igual a
Maria, pacífica, tranquila, cuja única ocu-pação
é estar com Cristo. Como podemos nos
tornar mais parecidos com Maria quando a
grande maioria de nós se assemelha com a
preocupada Marta? Como eu amo essa parte
da Bíblia em que é descrita a história de
Marta e Maria!
No meio de tanta atividade, Maria fez
uma escolha simples: parou, sentou-se e
ficou quieta. Você e eu podemos fazer uma
escolha assim também, mesmo quando a
vida parece nos pressionar por todos os la-dos.
Pode ser difícil no início, porque haverá
momentos em que seremos tentados a pegar
o controle remoto da vida ou encurtar nosso
tempo devocional com Deus. Mas, se buscar-mos
efetivamente a quietude, estaremos
dizendo: “nada mais é tão importante para
mim quanto o Senhor.”
121. 121/171
Quando eu entro no escritório para
passar o meu tempo com Deus, ouvir a Sua
voz e escrever devocionais, eu não percebo
nada que está acontecendo lá fora. Aliás,
nenhum ruído me perturba, além dos cantos
dos passarinhos. É tão bom ficar sem fazer
nada em um lugar cheio da presença de
Deus, podendo ter a experiência de conhecê-
Lo mais profundamente!
Agora, pratique!
Como está sua vida? Você consegue
ficar quieto? Visite algum local onde possa se
sentar, refletir e estar a sós com o Senhor.
Faça isso pelo menos uma hora por dia e
verá a diferença!
122. Joelho dobrado
“O Senhor é o meu forte defensor; foi ele
quem me salvou. Ele é o meu Deus, e eu o
louvarei. Ele é o Deus do meu pai, e eu can-tarei
a sua grandeza.”
(Êxodo 15:2)
Pela graça de Deus, nós somos salvos
por meio da fé. Isso não vem de nós, mas é
um presente dado por Deus.
A nossa salvação nos leva a sermos a
habitação do Espírito Santo e nos leva a
tornarmo-nos um espírito com Cristo. Esse é
o objetivo da graça salvadora. Nós estávamos
espiritualmente mortos por causa dos nossos
delitos e pecados. Antes, nós seguíamos o
mau caminho deste mundo e fazíamos a
vontade daquele que governa os poderes es-pirituais
nas regiões celestes, o espírito que
controla os que desobedecem a Deus.
123. 123/171
De fato, todos nós vivíamos de acordo
com a nossa natureza humana, fazendo o que
o nosso corpo e a nossa mente queriam.
Assim, nós também estávamos destinados a
sofrer o castigo que Deus preparou para o
Diabo e os seus anjos. Mas a misericórdia de
Deus é muito grande, e o seu amor por nós é
tanto, que, quando estávamos espiritual-mente
mortos por causa da nossa
desobediência, ele nos trouxe para a vida que
temos em união com Cristo. Pela graça de
Deus, fomos salvos.
Por estarmos unidos com Cristo Je-sus,
Deus está nos preparando para reinar-mos
com Ele no mundo celestial. Deus faz
isso para mostrar, em todos os tempos do fu-turo,
a imensa grandeza da sua graça, que é
nossa por meio do amor que ele nos mostrou
em Cristo Jesus.
A salvação não é o resultado dos nos-sos
esforços; portanto, ninguém pode se or-gulhar
de tê-la. Deus foi quem nos fez e
124. 124/171
mantém o que somos agora. Em nossa união
com Cristo Jesus, ele nos criou para fazer-mos
as boas obras.
Então, quando você olhar para o
mundo sofrendo, saiba: era para ser muito
pior. Quando você olhar para o progresso da
humanidade, saiba: é por causa da graça de
Deus. Se algum cientista agora, em qualquer
lugar do planeta, estiver inventando alguma
coisa para o bem da humanidade, lembre-se
de que é a graça de Deus mantendo viva a
humanidade e dando tempo para a redenção
final.
Porque nós precisávamos de tempo.
Tempo para Jesus Cristo vir. Tempo para Je-sus
Cristo nascer, crescer e entregar-se como
Cordeiro de Deus. E nós precisávamos de
mais tempo. Tempo para que a mensagem de
Jesus Cristo chegasse a todos nós.
Deus está dando tempo para nós,
porque Ele quer salvar a todos. Essa maldade
125. 125/171
que aí está é para nos lembrarmos de que
nós trouxemos o mal para o Universo. E o
fato de a maldade não ter nos destruído, é
para nos lembrarmos de que um Deus se sac-rificou
por nós.
Por isso que louvar a Deus é uma
coisa que tem peso. Não é essa coisa livre,
leve e solta em que falar “aleluia” não custa
nada. Não quer dizer que a gente não deva
ter momentos de pular de alegria e de celeb-rar,
mas sem esquecer jamais que isso foi
muito peso, isso custou muito caro, isso
custou o sacrifício de Jesus Cristo, apesar de
Ele ter feito tudo isso por amor. Sem Ele,
nada do que foi feito se fez.
Por isso, disse o apóstolo Paulo:
“Tende em vós o mesmo sentimento que
houve em Cristo Jesus, que sendo Deus, não
julgou por usurpação ser igual a Deus, mas a
si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo, e a si mesmo se humilhou, sendo
126. 126/171
achado em figura humana, sendo obediente
até a morte, e morte de cruz.”
Paulo está dizendo que, para salvar a
mim e a você, Deus, por intermédio de Jesus
Cristo, sofreu duas mortes: a morte de Deus
e a morte do homem.
Quando é que Deus morreu? Quando
Jesus Cristo abriu mão da sua Santíssima
Trindade: sendo Deus, não julgou por
usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo
se esvaziou. Veja: Ele não foi esvaziado. Ele a
si mesmo se esvaziou e assumiu a forma de
servo, e se humilhou em figura humana,
humilhou-se a si mesmo, e foi obediente até
a morte.
Então, primeiro Jesus Cristo con-heceu
a morte de Deus quando se esvaziou
da Sua glória e, depois, Ele conheceu a morte
do homem quando foi obediente até a morte
e morte de cruz. Mas Deus O exaltou dando-
Lhe um nome que é sobre todo nome, para
127. 127/171
que ao nome d’Ele se dobre todo o joelho no
céu e na terra e debaixo da terra e toda lín-gua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor
para a glória de Deus Pai.
Agora, pratique!
Leve algumas pessoas a compreenderem que
o Cristianismo não é fanatismo religioso.
Leve-as a entenderem por que o nome de Je-sus
Cristo é bendito de eternidade em etern-idade.
Por que os filhos de Deus não se
cansam e querem a todo custo ver todo
joelho dobrado e toda língua confessando:
Jesus Cristo, e só Jesus Cristo é o Senhor.
128. Uma fé diet
“A diferença clara que existe entre os filhos
de Deus e os filhos do Diabo é esta: quem
não faz o que é correto ou não ama o seu
irmão não é filho de Deus.”
(1 João 3: 10)
Somos amigos inseparáveis de um
casal muito gente fina. Fomos seus padrin-hos
de casamento. Durante os churrascos de
fins de semana – e agora ultimamente no
meio das semanas também –, eu brinco com
os costumes engraçados deles. Ele é um
carnívoro voraz; ela é uma vegetariana de-vota.
Então, quando vou servir os pedaços
saborosos de picanha, eu coloco uma folh-inha
de alecrim na travessa e digo assim: a
carne é para ele; a folha de alecrim é para
ela. Isso é motivo de muita risada e
diversão...
129. 129/171
Mas eu acho que tem hora que eu
passo dos limites. Creio que temos que re-speitar
a escolha e o hábito de cada pessoa. É
claro que, nas refeições que servimos,
sempre preparamos, além do churrasco, uma
deliciosa e crocante salada para a minha afil-hada.
Afinal, ela merece!
Entretanto, se perguntarmos a
qualquer nutricionista, eles dirão que ser ve-getariano
é uma boa opção para quem busca
ter uma excelente saúde. Para quem sabe
saborear a delícia de uma salada – de frutas
ou de legumes –, o hábito de ser vegetariano
é tão prazeroso quanto saborosa é a carne
para o carnívoro. Eu acredito que Deus, na
Sua sabedoria, criou o homem vegetariano, e
este só veio a adquirir o hábito de comer
carne após o dilúvio, tendo em vista a ne-cessidade
na época.
Particularmente, também acredito
que o hábito vegetariano é mais saudável,
embora eu seja carnívoro desde criancinha.
130. 130/171
Por ser este um costume familiar, há muitos
anos tenho tentado inutilmente mudá-lo.
Não quero aqui criar partido para de-fender
nem um, nem outro hábito. Porém,
existe uma enorme e substancial diferença
entre os dois: o vegetariano, por ingerir um
alimento facilmente digerível, sente-se mais
leve; mas precisa repetir a dose com mais
frequência durante o dia para evitar a fome.
Já o carnívoro se satisfaz com uma ou duas
refeições diárias, tem uma digestão com-plicada,
e muitos deles precisam até da ajuda
de um antiácido.
Comparando com a alimentação es-piritual,
eu pergunto: qual é o seu hábito ali-mentar?
Você tem uma alimentação
saudável? Com que periodicidade você ali-menta
a sua alma da Palavra de Deus? Diari-amente?
Semanalmente? Mensalmente? So-mente
nas festas religiosas anuais? Ou
quando já está quase morto de fome? Você se
alimenta regularmente como um
131. 131/171
vegetariano? Ou é como o carnívoro que
passa tempos e tempos tentando digerir o al-imento
e, às vezes, necessitando de um acon-selhamento,
de um antiácido?
Todos nós precisamos de uma boa al-imentação
para crescer na fé e ter boa saúde
espiritual. Precisamos ser diferentes
daqueles que ainda não temem a Deus. Não
se engane: Deus quer que sejamos luz do
mundo e sal da terra. Jesus disse: “– Vocês
são o sal para a humanidade; mas, se o sal
perde o gosto, deixa de ser sal e não serve
para mais nada. É jogado fora e pisado pelas
pessoas que passam.” (Mateus 5: 13)
Precisamos refletir uma boa e sincera
saúde espiritual para as pessoas que nos
rodeiam. Precisamos fazer o que é correto
sob a perspectiva da Palavra de Deus. Precis-amos
amar as pessoas e levar a paz onde há
conflitos; a esperança, onde há desespero; o
amor, onde há ódio!
132. Agora, pratique!
132/171
Convide seus amigos para juntos
estudarem a Palavra de Deus na sua casa. Se
você se ativer apenas ao sermão de domingo,
e talvez nem a este, certamente a sua fé não
será suficiente e você não estará bem pre-parado
para todas essas tarefas cristãs.
Então, negue-se a si mesmo e comece um
relacionamento saudável com Deus e a Sua
Palavra. Não precisa ser diet na vida cristã.
Quanto mais alimentado da Palavra de Deus,
melhor!
133. Andando na linha
“É assim que podemos ter certeza de que es-tamos
vivendo unidos com Deus: quem diz
que vive unido com Deus deve andar como
Jesus Cristo andou.”
(1 João 2:5-6)
Há alguns anos eu comprei uma es-teira.
Eu costumava jogar futebol, mas
machuquei o meu joelho e estava impossibil-itado
de fazer exercícios fortes. Para não
parar de vez com a atividade física, resolvi
caminhar em casa, com o auxílio da esteira.
No começo, eram mil maravilhas! Eu
andava na esteira várias vezes por semana.
Com isso, a minha saúde e o meu nível de
condicionamento físico eram bons. Mas,
logo, a bendita esteira começou a virar peça
de escultura num canto da sala de TV. O meu
plano de atividade física estava indo para o