1. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPO GRANDE
SECRETARUA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DE GESTÃO E POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
DIVISÃO DE TECONOLOGIA EDUCACIONAL
ATIVIDADE: PESQUISA: PRINCÍPIO CIENTÍFICO E
EDUCATIVO
MEDIADORA: CRISTIANE OLIVEIRA
CURSISTA: MARCOS SILVA RIBEIRO
2. A atual instituição universitária está em decomposição
histórica.
A universidade é capaz de produzir um “professor” de ensino
básico que nunca pisou numa sala de aula ou que nunca deu
uma aula.
É mister superar ironias do nosso destino, como a de jogar
no mercado um “professor” que não sabe dar aulas.
3. Pesquisa seria fermento apto a recolocar a universidade no
caminho das esperanças sociais nela depositadas.
A pesquisa, por ser não só conhecimento mas sobretudo a
sua produção, precisa dialogar direto com a realidade.
Do lado do professor temos a visão empobrecida do
ministrador de aulas.
Esta caricatura se adensa mais ainda no professor
biscateiro, marcado por condições negativas.
4. Repassador de conhecimento alheio, “picaretagem”, marcas
expressam a impropriedade flagrante da função de
professor, banalizada na condição de repassador barato de
conhecimento alheio.
Professor é aquela figura que, tendo graduação, é
contratada para dar aulas. Pior que isso, há instituições de
ensino superior que assim se definem: apenas dão aula e
têm como professor típico esse biscateiro instrutor.
5. Assim, vale perguntar: o que é professor?
pesquisador, socializador de
conhecimentos
motivador
6. É impossível ser professor “de qualquer coisa”.
Professor-papagaio, que sempre diz a mesma coisa.
O professor tem seu lugar, como pesquisador e
orientador, para motivar no aluno o surgimento do
novo mestre.
7. O primeiro passo é aprender a aprender, que
significa não imitar, copiar, reproduzir.
A verdadeira aprendizagem é aquela construída
com esforço próprio através de elaboração pessoal.
8. No plano da teoria, é mister exigir capacidade
própria de elaboração, e, no plano da prática,
capacidade de recriar teoria e de unir saber &
mudar.
9. Se a pesquisa é a razão do
ensino, vale o reverso: o
ensino é a razão da pesquisa
10. Podemos colocar para o professor exigências tais como:
Pesquisa;
possuir domínio teórico;
habilidade de manuseio de dados empíricos;
possuir versatilidade metodológica;
possuir experiência prática;
criar espaços alternativos de compreensão e intervenção;
estabelecer atitude de diálogo;
Agente de mudança na sociedade
11. O aluno é “estudante”, resumido no discípulo que
indigere pacotes instrutivos.
O aluno leva para a vida não o que decora,
mas o que cria por si mesmo.
Os “professores” se dizem “ensinadores”, porque
na universidade foram obrigados a apenas
aprender.
12. Vê-se que a miséria do professor é a mesma do
aluno, o qual será, em seguida, o professor, dentro
da mesma engrenagem reprodutiva.
O professor é sobretudo motivador, alguém a
serviço da emancipação do aluno
13. Muitas vezes é proibido fazer perguntas, fechando-
se o ensino em certas apostilas, que não passam
de simplificação barata e deturpante da ciência.
Aula é momento de preleção discursiva, que tem
seu lugar adequado, mas que jamais pode ser
expediente didático predominante, muito menos
exclusivo.
14. Para motivarmos o elaborador científico, são necessárias
condições didáticas, tais como: indução do contato pessoal
do aluno com as teorias, manuseio de produtos científicos
transmissão de alguns ritos formais do trabalho científico
destaque da preocupação metodológica,
cobrança de elaboração própria.
15. A avaliação pode não respeitar o ritmo de cada um em seu
desenvolvimento intelectual e social como não adianta
mascarar a desigualdade social, a avaliação acaba
tornando-se inevitável
A avaliação é um dos desafios científicos que mais
escancaram os limites da ciência, Avaliar é pesquisar, se
bem compreendido.
16. O conceito de pesquisa leva a dizer que a
avaliação do aluno precisa ser radicalmente
revista, para ser coerente com o desafio de
gestação do novo mestre.
17. A lógica subjacente é a valorização da elaboração própria,
na direção do pesquisador.
mais difícil é essa avaliação qualitativa, que desde logo não
é passível de ser traduzida em dados mensuráveis.
A avaliação apenas formal é fuga, porque atesta que
não sabemos avaliar conteúdos.
19. Em nome da pesquisa, todo “professor” deve ser cientista.
Emancipação é o processo histórico de conquista e
exercício da qualidade de ator consciente e produtivo.
A compreensão adequada da emancipação somente é
viável no quadro da desigualdade social, quer dizer
recuperar o espaço próprio que
outros usurparam,
20. Pobreza não é sina, mau-jeito, azar, mas injustiça.
Sem tal conscientização não aparece o reclamo
emancipatório, porque o ser social ainda é objeto.
Conceber e executar projeto emancipatório supõe
de modo geral dois suportes mais visíveis, que são
a busca de auto-sustentação e de autogestão,
21. Nessas condições, a escola é tipicamente
reprodutiva, mas não precisa reduzir-se a isso.
Pode ser o signo da imbecilização popular, mas
pode ser instância fundamental de formação da
cidadania de um povo.
22. A primeira preocupação é repensar o “professor” e na
verdade recriá-lo. De mero “ensinador” — instrutor no
sentido mais barato — deve passar a “mestre”.
há lugar para a aula, como expediente informativo, para
introduzir temas e unidades, para ouvir-se recado do
professor.
“Tomar nota” é preciso, mas é pouco. Toma-se nota, para
poder reelaborar, não para decorar. “Decorar” deveria ser
riscado do mapa,
23. A escola continua curral formal, onde o gado
é tratado.
Aluno, como discípulo, é gado. Numa
analogia forte, é como penico, que tudo
aceita sem reclamar, e acha que não passa
disso.
24. O desafio da qualidade política está em
fomentar a iniciativa do aluno
25. Do ponto de vista da pesquisa, seriam desafios da
escola:
A escola precisa assumir papel de espaço cultural
comunitário
A presentar-se como referência pertinente de
mobilizações comunitárias caminhar na direção da
oferta integral cultivar a noção de patrimônio social e
comunitário
acatar o controle democrático constituir-se
patrimônio do professor público, atualizar-se
sempre.