2. INTRODUÇÃO
• ESTRUTURA DA PERSONALIDADE:
– Corresponde a um estado psíquico constituído pelos elementos
fundamentais da personalidade, fixados em um conjunto estável e
definitivo.
– Implica em uma organização de modo estável e definitivo:
• 1. de mecanismos de defesa,
• 2. de um modo seletivo de relação de objeto,
• 3. de um certo grau de evolução libidinal
• 4. de pontos de Fixação da Libido
• 5. de um certo grau de evolução do ego,
• 6. de uma atitude frente a realidade,
• 7. de um uso bastante invariado dos processos primário e
secundário.
3. • A estrutura da personalidade representa as
bases constantes (elementos psíquicos
fundamentais) sobre as quais se estabelece o
funcionamento psíquico de um sujeito.
• Para Freud, no desenvolvimento psicossexual,
quando o funcionamento psíquico de um
indivíduo houvesse estabelecido um grau de
organização equivalente a um arranjo dos
mecanismos psíquicos fundamentais não
haveria mais variação possível.
4. O
ADOECIMENTO
PSÍQUICO
• Freud estabelece três séries complementares como fatores
coadjuvantes na etiologia do adoecimento psíquico:
a disposição constitucional;
as experiências dos primeiros cinco anos de vida;
as circunstâncias de vida do sujeito na sua vida adulta.
• As duas primeiras séries compõem a disposição da cada ser
humano, sua estruturação neurótica ou psicótica, mas não são
determinantes a priori de qualquer distúrbio que a pessoa possa
vir a ter.
• A terceira série complementar está relacionada com os acidentes
e acontecimentos que a vida oferece, e é fundamental na
formação dos sintomas, na sua relação dialética com a
disposição.
6. • Para que surja um sintoma, tem que ocorrer
uma privação libidinal na atualidade da vida
do indivíduo que coloque em movimento uma
regressão a organizações da libido a que se
haviam renunciado na infância.
• A insatisfação libidinal (frustração) para
produzir efeitos patogênicos deve recair
sobre a forma de satisfação que é central na
vida da pessoa, a forma de satisfação que ela
quer com exclusividade.
7. O normal
• Seria sobretudo um sujeito que traz consigo a
quantidade suficiente de fixações conflitivas (linhas de
clivagem exteriormente invisíveis) para ser tão
“doente” quanto muitas pessoas, mais que não teria
encontrado, em seu caminho:
– dificuldades internas e externas superiores a seu
equipamento afetivo hereditário e adquirido,
• E as suas faculdades defensivas e adaptativas
permitiriam um arranjo flexível :
– de suas necessidades pulsionais,
– de seus processos primário e secundário
– tanto em um plano pessoal como em um plano social
– levando satisfatoriamente em conta a realidade.
8. O
patológico
PSICÓTICO
PERVERSO
NEURÓTICO
Quando um sujeito não está
submetido a provas interiores ou
exteriores demasiado fortes, a
traumas afetivos, a frustrações ou a
conflitos demasiado intensos, ele se
mantém estável, organizado e não
adoece.
Mas se o sujeito vier a se
descompensar, isso só poderá ocorrer
de acordo com as linhas de ruptura
preestabelecidas na idade precoce.
9. Estrutura
Neurótica
• O indivíduo pré-organizado de forma
neurótica tem acesso à triangulação genital.
– sem frustrações precoces demasiado pesadas,
– sem fixações pré-genitais anteriores
demasiadamente severas.
– O segundo subestágio anal (retentivo) e estágio
fálico são superados sem grandes dificuldades.
– o Édipo começa a pré-organizar a futura estrutura
sob o primado genital.
10. • Esta organização estrutural não
mais poderá variar e se um sujeito
desta linhagem adoecer, não
poderá fazê-lo senão conforme um
dos modos neuróticos autênticos:
neurose obsessiva e histeria
11. Entendendo
a Neurose
via
Psicanálise
• A neurose é uma das maneiras que o
organismo psíquico encontra para se
defender de conflitos que não foram passíveis
de sofrer total recalcamento (Nasio, 1991).
• A neurose tem como objetivo substituir um
sofrimento inconsciente e perigoso por um
sofrimento consciente e suportável, através
de mecanismos de defesa utilizados nessa
transformação da carga excedente.
12. • Com a ocorrência de um trauma,
origina-se no psiquismo uma força
excedente de energia que necessita
ser recalcada, contudo, o processo de
recalque também origina força no
psiquismo no que tenta dominar essa
carga, de modo que as forças entram
em conflito. O que acontece no caso
das neuroses, é o fato de que o
recalque falha, de modo que a
energia excedente originada pelo
trauma vence a força do recalque,
colocando o sujeito a mercê de
profundo sofrimento.
13. • É em função dos amores edipianos que se
constitui, para todos, a entrada em cena
de uma estrutura psíquica, ou, como
assinalava Freud, a "escolha" da sua
própria neurose. Esses amores edipianos
nada mais são que o desenvolvimento,
com estardalhaço, da relação que o sujeito
trava com a função fálica, ou seja, com a
função paterna.
14.
15. HISTERIA
Derivada da palavra grega hystera (matriz, útero)
a histeria é uma neurose caracterizada por
quadros clínicos variados. Sua originalidade reside
no fato de que os conflitos psíquicos inconscientes
se exprimem de maneira teatral e sob a forma de
simbolizações, através de sintomas corporais
paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência
epiléptica) ou duradouros (paralisias, contraturas,
cegueira). (Definição HISTERIA pelo
“Dicionário de Psicanálise”)
16. As duas principais formas de histeria:
• a histeria de angústia, cujo sintoma central é a fobia;
• a histeria de conversão, onde se exprimem através do corpo
representações sexuais recalcadas.
A isso se acrescentam duas outras formas freudianas de histeria: a histeria
de defesa, que se exerce contra os afetos desprazerosos, e a histeria de
retenção, onde os afetos não conseguem se exprimir pela ab-reação1.
(1)descarga emocional pela qual um indivíduo se liberta do afeto que acompanha a
recordação de um acontecimento traumático [Pode ser provocada, por exemplo,
por hipnose, ou ocorrer de forma espontânea no decorrer do processo
psicoterápico.].
17. • A histeria é compreendida como um estrutura psíquica
que determina uma posição subjetiva. Está ligada com a
castração e a falta que marca o sujeito neurótico.
Esse comportamento é ligado a uma manifestação pela
doença, ou seja, uma manifestação no corpo. Junto a isso
temos que levar em consideração o significado social do que
é “estar doente”, uma vez que há ganhos e vantagens
ligados ao papel de doente.
18. • “Estar doente” pode ser uma ação desviante que oferece ao
paciente uma “saída honrosa” (uma solução, um arranjo) para a
impossibilidade de resolução de problemas ou dilemas pessoais.
• A histeria permanece tão prevalente atualmente quanto era no
passado. Porém, ela se “modificou” seguindo as mudanças sociais
ligadas ao conceito de doença e se adaptou para melhor imitá-la.
19. • O sujeito raramente tem consciência
de tais alterações. Essas alterações
apresentam um peso simbólico ou,
podemos dizer, um ganho secundário.
• Podem caracterizar-se por fenômenos
de conversão ou fenômenos
dissociativos. O que também
escutamos como somatização.
20. A Histeria
no CID
Para que o diagnóstico desse transtorno seja preciso e
verdadeiro, é necessário que estejam presentes os seguintes
critérios:
a) os aspectos clínicos, que não são citados aqui para os
transtornos pertencentes a essa categoria: amnésia
dissociativa, fuga dissociativa, estupor dissociativo, transtorno
de transe e possessão, transtornos motores dissociativos,
convulsões dissociativas, anestesia e perda sensorial
dissociativas, transtornos dissociativos (ou conversivos)
mistos, outros transtornos dissociativos (ou conversivos) e
transtorno dissociativo (ou conversivo) não especificado;
b) nenhuma evidência de um transtorno físico que pudesse
explicar os sintomas;
c) evidência de causação psicológica na forma de clara
associação no tempo a acontecimentos e problemas
estressantes ou relacionamentos perturbados (ainda que
negados pelo indivíduo).
21. A Histeria
no DSM
• No DSM-V a Histeria é classificada como Sintomas
somáticos eTranstorno relacionados.
• Não há critérios específicos para a classificação da
histeria. Esses critérios são agora mais diretivos e
privilegiam o modo como o paciente lida com o
sintoma, possibilitando incluir casos de cunho orgânico
que sofrem interferência de questões psíquicas, tais
como os quadros psicossomáticos.
• O intuito era estabelecer uma concepção
pluridimensional dos transtornos mentais e relacioná-
la à genética, à neurociência, à epidemiologia, à
investigação clínica e às culturas, abrangendo as
modificações e avanços científicos e garantindo maior
compreensão psiquiátrica
23. No plano clínico, manifesta-se através
de ritos conjuratórios de tipo religioso,
sintomas obsedantes e uma
ruminação mental permanente, na
qual intervêm dúvidas e escrúpulos
que inibem o pensamento e a ação.
(Neurose obsessiva – Dicionário de
Psicanálise)
24. • A neurose enquanto obsessão refere-se ao
sofrimento consciente no pensamento. Nesta
condição o prazer inconsciente é deslocado para o
pensamento, para o campo das ideias conscientes.
• A carga afetiva é separada de sua ideia original e
ligada a outras representações toleráveis.
• Na neurose obsessiva ocorre a substituição da
representação original ligada ao trauma por
representações que fazem parte da vida da pessoa
no momento em que expressa os sintomas
obsessivos, podendo essa substituição ser consciente
ou não (Macedo, 2005).
25. Defesas sintomáticas:
— as formações obcecantes,
— o isolamento e a anulação retroativa,
— a ritualização,
— as formações reacionais.
Campo das ideias, do pensamento, do comportamento.
26. • As obsessões podem ser identificadas a partir
de pensamentos, ideias, sentimentos, frases,
números, superstições mágicas, atitudes
compulsivas que invadem a consciência de
forma repetida e recorrente, o que provoca no
sujeito uma sensação de mal-estar e
impotência diante de tais pensamentos.
27. • O obsessivo não pode perder. Esta negociação psíquica,
totalmente intolerável, ressoa de maneira bem invasora em todos
os níveis da vida cotidiana. Do mesmo modo que o obsessivo
apresenta uma disposição favorável a se constituir como tudo
para o outro, deve despoticamente tudo controlar e tudo dominar,
para que o outro não lhe escape de maneira nenhuma, isto é,
para que ele não perca nada. A perda de alguma coisa do objeto
só pode, com efeito, remetê-lo à castração, à falta. Por isso, a
formação de sintomas.
28. Série típica
dos sintomas
neuróticos
obsessivos
• lutos prolongados com pensamentos obsessivos de
culpa em relação a algum parente morto;
• dificuldade de se desfazer de objetos familiares;
• impulsos de organização intermináveis;
• dificuldade de concluir atividades que de modo geral se
desdobram infinitamente em outras;
• dificuldade de estabelecer relacionamentos amorosos,
por intensa idealização dos vínculos;
• fortes impulsos agressivos que em geral surgem como
efeito da inveja e do ciúme;
• uma intensa atividade intelectual;
• práticas compulsivas variadas.
29. • Forte traço MORAL, porém defende algo mas
também o transgride.
• Há o isolamento de uma ideia, uma atitude, um
comportamento, da sequencia lógica que se
inscrevem.
• Dissocia o afeto de uma representação, ligados a
certos materiais recalcáveis.
• Rituais estereotipados;
• Sempre quer estar no controle.