O documento discute como a "brincadeira política" pode questionar os limites do Estado e da autoridade política através da representação, da performance e da transformação de símbolos de autoridade em objetos de diversão. A brincadeira política tende a ser cooperativa, centrar-se em torno de símbolos comuns e permitir alta expressão individual direcionada a um objetivo compartilhado. Ela também pode estabelecer novas formas de participação política para grupos reprimidos.
2. political play
segundo Bennett, a brincadeira
política pode redefinir questões,
criar novos papeis sociais,
dissolver velhas hostilidades, e
transcender o status quo
a brincadeira política
representa uma ação direta
sobre a realidade, uma
disputa de contextos e
enquadramentos, um
conflito pelo controle da
cena
a brincadeira política tem potencial
para questionar os limites do
Estado, o uso da força, e as bases
da autoridade política
a brincadeira é
frequentemente a
primeira forma de ação
política assumida por
grupos reprimidos ou
alienados que carecem
de sofisticação
ideológica para pensar
criticamente sobre o
mundo politico, e de
estruturas
organizacionais para
se engajar em uma
ação política
continuada
3. political play
desviar o foco do jogo para a
brincadeira implica em assumir o
caráter de representação
dramática e performática da
política
se o jogo envolve uma disputa
de perde e ganha (corrida de
cavalos), brincar pressupõe
envolvimento e divertimento,
denota um princípio prático
(saber jogar), habilidade de
negociação para manobras ou
adaptações, trabalho
empreendido não solitariamente
mas de modo coletivo
a brincadeira prevê a formação
de uma audiência (ou de uma
constituency)
a brincadeira compreende
riscos, ela explora as
consequências de se quebrar as
regras
a política, como a cultura popular, diz respeito a
criar uma ‘audiência’, um ‘público’ que vá rir de
suas piadas, compreender seus medos e
compartilhar suas esperanças”.
4. brincadeira política
a brincadeira envolve a
transformação de objetos lúdicos
em fontes de experiência
emocional e intelectual
a brincadeira pode empreender
ação direta no mundo físico ou
investir na fantasia
a brincadeira pode operar a
partir de formas recreacionais ou
de atividades sérias
a brincadeira pode prever
recompensas emocionais ou
intelectuais na forma de
gratificações pessoais ou
coletivas
5. brincadeira política
(1) tendem a ser atividades
cooperativas
(2) centram-se em torno de
símbolos comuns de autoridade
e os transformam em objetos
lúdicos satirizados ao invés de
temidos
(3) permitem um alto grau de
expressão privada direcionada a
um objeto comum
(4) tendem a envolver
comportamentos familiares que
rapidamente estabelecem
padrões de personificação e
imitação
(5) Performatizam variações de
temas dramáticos, usualmente
envolvendo os limites das
liberdades individuais e
confrontando a autoridade do
Estado ou de determinadas
instituições
(6) tendem a ocorrer inicialmente
em cenários sociais permeados
de restrições às liberdades dos
indivíduos
(7) geralmente se iniciam a partir
de grupos com laços comuns ou
condições de vida semelhantes
(8) são sustentandas pela pronta
emergência dos atores, que
exortam seus semelhantes a
continuar performando
6.
7.
8.
9.
10.
11. ambiente de campanha opaco
silêncio e silenciamento
cacofonia e confrontamento
modelo orgânico e piramidal
discurso populista
humor de persuasão
campanha permeável ao escrutínio popular
discussão e debate públicos
polivocalidade
modelo orgânico espontâneo
letramento político
criatividade vernacular