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A Árvore Generosa
Uma história adaptada e formatada a partir do original “The giving tree”, de
Shel Silverstein (1964) por Maria Jesus Sousa (Juca)
Era uma vez uma árvore que
gostava de um menino.
Todos os dias o menino vinha
brincar para perto dela.
Apanhava as suas folhas…
subia ao seu tronco…
baloiçava nos seus ramos…
comia as suas maçãs…
respirava o seu ar puro…
O menino também
gostava muito daquela
árvore… e a árvore
ficava feliz!
Ás vezes brincava às escondidas e, quando ficava
cansado, encostava-se ao seu tronco e aproveitava a sua
sombra…
Mas o tempo passou, o
menino cresceu e a árvore
ficava muitas vezes
sozinha e triste…
- Sobe ao meu tronco, come as
minhas maçãs, baloiça nos meus
ramos, descansa na minha
sombra e respira o meu ar puro
para ficares feliz…
Um dia ele voltou já crescido e a árvore disse-lhe:
-Estou muito grande para brincar contigo… agora preciso de
outras coisas, preciso de dinheiro, dás-me dinheiro?
- Não tenho dinheiro para
te dar, só maçãs… leva as
minhas maçãs e vai vendê-
las para conseguires o
dinheiro que precisas…
Então, o rapaz apanhou todas as maçãs e levou-as para
vender e arranjar dinheiro.
E a árvore ficou feliz.
Mas o rapaz ficou longe
durante muito tempo…
... e a árvore ficou triste.
Mais tarde ele veio de novo, já era um homem. A árvore
até abanou de contente e disse-lhe:
- Sobe ao meu tronco,
baloiça nos meus ramos,
respira o meu ar puro e
descansa na minha sombra
para ficares feliz…
-Estou muito ocupado para subir a árvores, agora sou um
homem e preciso de uma casa. Podes arranjar-me uma
casa?
- Não, não tenho casa para te
dar, mas podes cortar os
meus ramos e constróis uma
para morares com a tua
mulher e os teus filhos…
O homem cortou os ramos todos e levou-os para construir a
sua casa.
E a árvore ficou feliz.
Mas ele ficou longe durante muito
tempo…
... e a árvore ficou triste.
Quando regressou, a árvore ficou tão emocionada que nem
conseguia falar. Por isso apenas sussurrou:
- Anda brincar comigo…
-Estou cansado para brincar. Preciso de um barco, que me leve para
longe para me distrair. Tens um barco para me dar?
- Não, não tenho um barco para te dar, mas se quiseres podes cortar o
meu tronco para construíres um barco, navegares para longe e seres
feliz…
O homem assim fez: cortou o tronco, construiu o barco e
navegou para longe.
A árvore ficou feliz… mas só um pouco… e durante muito
tempo não teve a visita do homem.
Quando ele voltou, estava velho e a árvore disse-lhe:
- Não tenho mais nada para te dar, já não tenho maçãs…
- Os meus dentes estão fracos para as comer.
- Já não tenho ramos para baloiçares…
- Os meus braços estão fracos para baloiçar…
- Já não tenho tronco para poderes trepar…
- As minhas pernas estão fracas para o conseguir…
-Gostava de te dar alguma coisa, mas já não tenho nada, nem sequer
ar puro, agora sou só um cepo de árvore velha…
- Agora também já não preciso de muito…
-Bem - disse a árvore esticando-se o mais que podia – ainda
sirvo para te sentares se quiseres. Anda, senta-te e
descansa…
O homem sentou-se e descansou e a árvore ficou feliz!
FIM

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A árvore generosa

  • 1. A Árvore Generosa Uma história adaptada e formatada a partir do original “The giving tree”, de Shel Silverstein (1964) por Maria Jesus Sousa (Juca)
  • 2. Era uma vez uma árvore que gostava de um menino. Todos os dias o menino vinha brincar para perto dela.
  • 3. Apanhava as suas folhas… subia ao seu tronco… baloiçava nos seus ramos… comia as suas maçãs… respirava o seu ar puro…
  • 4. O menino também gostava muito daquela árvore… e a árvore ficava feliz! Ás vezes brincava às escondidas e, quando ficava cansado, encostava-se ao seu tronco e aproveitava a sua sombra…
  • 5. Mas o tempo passou, o menino cresceu e a árvore ficava muitas vezes sozinha e triste…
  • 6. - Sobe ao meu tronco, come as minhas maçãs, baloiça nos meus ramos, descansa na minha sombra e respira o meu ar puro para ficares feliz… Um dia ele voltou já crescido e a árvore disse-lhe:
  • 7. -Estou muito grande para brincar contigo… agora preciso de outras coisas, preciso de dinheiro, dás-me dinheiro? - Não tenho dinheiro para te dar, só maçãs… leva as minhas maçãs e vai vendê- las para conseguires o dinheiro que precisas…
  • 8. Então, o rapaz apanhou todas as maçãs e levou-as para vender e arranjar dinheiro. E a árvore ficou feliz.
  • 9. Mas o rapaz ficou longe durante muito tempo… ... e a árvore ficou triste.
  • 10. Mais tarde ele veio de novo, já era um homem. A árvore até abanou de contente e disse-lhe: - Sobe ao meu tronco, baloiça nos meus ramos, respira o meu ar puro e descansa na minha sombra para ficares feliz…
  • 11. -Estou muito ocupado para subir a árvores, agora sou um homem e preciso de uma casa. Podes arranjar-me uma casa? - Não, não tenho casa para te dar, mas podes cortar os meus ramos e constróis uma para morares com a tua mulher e os teus filhos…
  • 12. O homem cortou os ramos todos e levou-os para construir a sua casa. E a árvore ficou feliz.
  • 13. Mas ele ficou longe durante muito tempo… ... e a árvore ficou triste.
  • 14. Quando regressou, a árvore ficou tão emocionada que nem conseguia falar. Por isso apenas sussurrou: - Anda brincar comigo…
  • 15. -Estou cansado para brincar. Preciso de um barco, que me leve para longe para me distrair. Tens um barco para me dar? - Não, não tenho um barco para te dar, mas se quiseres podes cortar o meu tronco para construíres um barco, navegares para longe e seres feliz…
  • 16. O homem assim fez: cortou o tronco, construiu o barco e navegou para longe. A árvore ficou feliz… mas só um pouco… e durante muito tempo não teve a visita do homem.
  • 17. Quando ele voltou, estava velho e a árvore disse-lhe: - Não tenho mais nada para te dar, já não tenho maçãs… - Os meus dentes estão fracos para as comer.
  • 18. - Já não tenho ramos para baloiçares… - Os meus braços estão fracos para baloiçar… - Já não tenho tronco para poderes trepar… - As minhas pernas estão fracas para o conseguir…
  • 19. -Gostava de te dar alguma coisa, mas já não tenho nada, nem sequer ar puro, agora sou só um cepo de árvore velha… - Agora também já não preciso de muito…
  • 20. -Bem - disse a árvore esticando-se o mais que podia – ainda sirvo para te sentares se quiseres. Anda, senta-te e descansa… O homem sentou-se e descansou e a árvore ficou feliz! FIM