O autor escreve uma carta ao Ministro de Minas e Energia sobre a dificuldade de tecnólogos conseguirem vagas na Petrobras. Ele argumenta que a Petrobras deveria valorizar mais os tecnólogos, assim como universidades estrangeiras fazem. A Petrobras responde que existem diferenças entre cursos de tecnologia e bacharelado que justificam suas exigências de formação.
1. Prezados senhores,
É com muita honra e expectativa que estou entrando em contato com os senhores, ministro edison
lobão, e os demais integrantes do ministério de minas e energia.
Eu entrei em contato com a presidência da república, e fui gentilmente instruído a entrar em contato
com os senhores pelo senhor cláudio soares rocha, membro da diretoria de documentação histórica ,
que atua no gabinete pessoal do presidente da república.
venho falar-lhes, a respeito do tecnólogo de petróleo e gás especificamente, pois sou estudante da área,
e estou no 2º período do curso, e lógicamente já estou buscando estágios e oportunidades de ingressar
na área, mas como os senhores bem sabem, nós tecnólogos
esbarramos em algumas barreiras na hora de conseguirmos uma vaga.
Felizmente hoje, para o brasil a nossa grandiosa petrobras é a 8º empresa do setor de petróleo no
mundo, e a maior empresa do país, o que é um motivo de orgulho e esperança para nossa população,
porém, para nós tecnólogos, a petrobras se tornou nossa maior barreira para adentrarmos o mercado
de trabalho, pois como os senhores bem sabem ela não contrata tecnólogos, apesar de contratar
técnicos, e atpe mesmo trabalhadores de nível médio.
Desde muitos anos, que a graduação tecnológica vem sido difundida no mundo, e o brasil
atrasadamente só começou a buscar essa nova forma de graduação recentemente, nos tornando
atrasados em relação a isso. em grandes universidades americanas, como harvard e yale, tecnólogos de
outros países, inclusive do brasil , podem se candidatar e uma vez selecionados, eles cursam sua
graduação toda nessas instituições e depois retorna ao brasil,
então eu vos pergunto, se em um país como os eua, que sejamos francos e honestos, está anos - luz a
nossa frente em todos os sentidos, e principalmente no setor tecnológico, que será como muitos
especialistas dizem , a formação do futuro, por que nós não damos o mesmo incentivo que eles dão? no
japão, hoje quase não há pessoas formadas em universidades,
pois sua educação e incentivo a tecnologia é tão grande, que não há tal necessidade, e nós sequer
podemos utilizar o argumento de que eles não tem uma base qualificada para fazer o que fazem, como
nossa grandiosa Petrobras diz a respeito dos tecnólogos.
Os senhores deveriam começar a se perguntar o porquê de faltar tanta mão de obra qualificada no setor
petrolífero, deveriam começar a repensar, se há realmente uma defasagem tão grande como se fala, ou
se não somos nós mesmos, que não estamos olhando com o devido valor para as pessoas que estão se
qualificando para isso.
Há milhares de tecnólogos buscando uma oportunidade, muitos inclusive, sonham e almejam trabalhar
na petrobras, mas se desestimulam e buscam outra carreira, pela "discriminação" para com nossa
classe. infelizmente até empresas terceirizadas estão deixando de nos contratar, pela alegação de que
se a petrobrás não abre as portas para nós, elas não o podem fazer.
Pensem nisso senhores, olhem o desenvolvimento no setor petrolífero lá " fora", e vejam se não é esse
o caminho que estamos falando, temos uma "mina de ouro" com o pré-sal, temos as picaretas, só nos
faltam os operários, e eles estão aí senhores, é só olhar, não cometamos o mesmo erro que insistimos
em cometer, como o erro de não entrarmos no projeto da energia
de fusão com outros países europeus.
Tecnologia é o futuro, e o futuro não espera que estejamos prontos para ele chegar.
2. Prezado Sydney,
Acusamos o recebimento de sua mensagem encaminhada à Ouvidoria do
Ministério de Minas e Energia e redirecionada para esta Ouvidoria Geral.
Pedimos observar que a mesma foi devidamente protocolada e passa a constar
em nossos registros sob o número 11406/2009.
Acerca do conteúdo de seu e-mail, esclarecemos que o assunto já foi objeto
de consulta nesta Ouvidoria, sobre o qual a Área Corporativa de Recursos
Humanos emitiu o parecer abaixo transcrito.
No mais, você pode conhecer melhor a Ouvidoria Geral da Petrobras e tirar
suas dúvidas sobre a forma como tratamos as demandas que recebemos através
do folder em anexo ou acessando o seguinte endereço eletrônico:
http://ouvidoria.petrobras.com.br/objects/files/2009-02/1073_Folheto_Ouvidoria.pdf
Atenciosamente,
Ouvidoria Geral Petrobras
A formação e a qualificação profissional e/ou requisitos exigidos pela
Petrobras em seus processos seletivos tem como balizador oficial o Plano de
Classificação e Avaliação de Cargos – PCAC, aprovado pela Diretoria
Executiva da Companhia.
De forma a possibilitar uma visão esclarecedora sobre a questão, a
Petrobras posiciona-se no sentido de que existem diferenças nos diplomas de
graduação de ensino superior, seja quanto à carga horária, seja quanto à
abrangência de atuação.
Os Cursos superiores de Tecnologia são cursos superiores que visam formar
profissionais para atender campos específicos do mercado de trabalho. O
profissional formado receberá a denominação de Tecnólogo.
Já os cursos superiores de graduação de Bacharelado são cursos de graduação
que conferem diplomas de bacharel ou de título específico referente à
profissão (Ex. Médico). São cursos que habilitam o portador a exercer uma
profissão de nível superior. Alguns cursos de bacharelado oferecem
3. diferentes tipos de habilitação, que devem, necessariamente, compartilhar
um núcleo comum de disciplinas e atividades. O curso de Comunicação, por
exemplo, apresenta habilitações em Jornalismo, Relações Públicas e
Publicidade e Propaganda.
Segundo o Sindicato dos Tecnólogos do Estado de São Paulo, esclarecendo
dúvidas da categoria sobre a diferença entre Tecnólogo e Engenheiro, assim
se posiciona: “Tecnólogo é um profissional com formação específica em uma
determinada modalidade de uma área. Engenheiro é um profissional com
formação em uma área, portanto tem um curso mais abrangente, ou seja,
contempla várias atividades”.
O Licenciado possui no seu currículo ou grade escolar disciplinas que lhe
permitem ministrar aulas, entretanto não consta do seu currículo
disciplinas que são essenciais para a execução de atividades da indústria
do petróleo. Já o currículo do Bacharel atende à Companhia, visto que
contém disciplinas importantes para o exercício de atribuições na indústria
do petróleo.
Concomitante aos pontos acima abordados e tendo em vista o porte,
complexidade e especificidades próprias, que requer de seus empregados a
constante mobilidade entre suas diversas áreas e regiões de atuação, a
Companhia avalia que os profissionais com formação superior com título de
bacharel, são aqueles que atendem plenamente às exigências impostas pelas
atividades inerentes aos negócios da Petrobras.