O documento resume 10 mitos comuns sobre saúde sexual, incluindo que não é possível contrair DSTs através de assentos de sanita, que existe risco de gravidez na primeira relação sexual, e que a pílula do dia seguinte não causa aborto.
1. 22 de maio, 2013
Autor: Teresa Batista | tbbatista
Artigo escrito para a Revista Complexo Magazine | Saúde: Bem-estar e Nutrição
Website pessoal: http://tbbatista.pt
10 mitos sobre sexo seguro e saúde sexual
Fique a saber a verdade sobre as suas dúvidas mais íntimas.
A melhor forma de conseguir informação sobre a sua saúde sexual é perguntando ao seu
médico, no entanto, e devido a diversas razões, é natural que acabe por pesquisar na
internet as respostas a perguntas mais íntimas. Contudo, há que avaliar os resultados de
pesquisa com alguma precaução, uma vez que, de acordo com um estudo da
Universidade de Stanford, sobre a saúde reprodutiva dos adolescentes, os sites de saúde
estão muitas vezes repletos de erros, omissões e com informação desatualizada, não
sendo uma tarefa fácil encontrar a verdade sobre mitos comuns.
A Dra. Sophia Yen, investigadora principal do estudo e especialista em medicina de
adolescentes, esclareceu alguns mitos.
MITO: Pode apanhar DST ao sentar-se numa sanita
As infeções ou doenças sexualmente transmitidas não vivem muito tempo fora do
organismo – especialmente numa superfície dura e fria como um assento sanitário. Para
além disso, não se encontram presentes na urina e, por isso, a probabilidade de apanhar
algo de quem quer que tenha estado anteriormente na casa de banho são poucas ou
nenhumas. A preocupação deve estar no contacto pele-com-pele ou boca-com-boca,
aparentemente inofensivo. O ato de beijar pode espalhar herpes e a fricção da pele pode
causar a transferência de infeções, como verrugas genitais, herpes ou sarna.
MITO: Na primeira vez que se tem relações sexuais não existe perigo de se engravidar
A probabilidade de arriscar é tanta na primeira vez como em qualquer outra. A Dra. Sophia
refere ainda que “na verdade, algumas estatísticas dizem que 20% das pessoas engravida
no primeiro mês de relações sexuais”.
MITO: Não é possível engravidar durante o período menstrual
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Não é provável, mas é possível, especialmente se não usar preservativo ou tomar a pílula.
Algumas mulheres têm longos períodos de menstruação, que acabam por coincidir com o
período de ovulação, o que significa que podem estar férteis apesar de menstruadas.
Imaginemos que o seu ciclo é curto (21 dias, por exemplo) e que a sua menstruação dura
uma semana. Se tiver relações sexuais perto do final da sua menstruação pode
engravidar, uma vez que o esperma se pode manter vivo no aparelho reprodutor até 72
horas.
MITO: As mulheres necessitam de fazer o exame do Papanicolau quando atingem os 18 anos
Em 2003, a Universidade Americana de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) alterou as
suas recomendações quanto ao exame Papanicolau. Anteriormente, era recomendado que
uma mulher o fizesse assim que iniciasse a sua vida sexual ou aos 18 anos de idade,
conforme o que acontecesse primeiro. Hoje em dia, não é recomendado até que a mulher
já esteja sexualmente ativa há cerca de três anos ou aos 21 anos de idade, pois um
exame Papanicolau precoce, apesar de inofensivo, poderá causar ansiedade nas jovens,
levando a que estas evitem o seu ginecologista ou deixem de questionar sobre
contraceção. É importante que as jovens discutam estes assuntos com os seus médicos
sem serem forçadas a realizar este tipo de testes minuciosos desnecessários.
A razão para a alteração efetuada é simples: a maioria dos casos de vírus do papiloma
humano desaparece naturalmente dentro de três anos e apenas os casos que persistem (e
podem, mais tarde, ser diagnosticados através do exame Papanicolau) são de verdadeira
preocupação, pois podem levar ao cancro do colo do útero.
MITO: A “pílula do dia seguinte” causa aborto
O Plano B, também conhecido como “pílula do dia seguinte”, não é o mesmo que a pílula
RU-486, que causa o aborto. Na verdade, se tomar a pílula do dia seguinte quando já está
grávida (ou seja, quando um ovo fertilizado já se encontra na parede do seu útero), não
fará qualquer diferença. Alguns estudos passados revelam que mais de 30% das
adolescentes com vida sexual ativa afirmaram acreditar que os contracetivos de
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emergência causavam o aborto. No estudo da Dra. Sophia Yen, 10 dos 34 websites
analisados não mencionavam a diferença entre estas duas pílulas. Sophia explica que
“ninguém gosta da palavra aborto, por isso, acredito que muitos sites não vão explicar que
o Plano B não se trata uma pílula abortiva”.
MITO: A pílula faz engordar
Esta é uma crença presente nas mulheres de todas as idades, mas a verdade é que não
existe qualquer prova clínica de correlação entre os contracetivos orais e o aumento de
peso. Um tipo de contracetivo que realmente pode causar aumento de peso é a injeção de
medroxiprogesterona.
MITO: O dispositivo DIU não é seguro para uso nas adolescentes
O dispositivo intrauterino (DIU) é um pequeno objeto que é inserido no útero e previne a
gravidez durante um período até cerca de 12 anos.
Alguma informação desatualizada sugere que os DIUs podem aumentar o risco de doença
inflamatória pélvica (DIP) em mulheres com idade inferior a 18 anos, mas, em 2007, o
ACOG veio revelar que este é um método de contraceção eficaz e seguro, tanto em
mulheres adultas como em adolescentes.
MITO: A vacina contra o HPV impede o cancro do colo do útero
A Gardasil e a Cervarix são vacinas que bloqueiam os dois tipos de virús do papiloma
humano mais comuns. A Gardasil protege ainda contra dois tipos que causam a maioria
das verrugas genitais. Contudo, cerca de 30% do cancros do colo do útero não é
prevenido com estas vacinas, daí que seja importante que as mulheres continuem a fazer
regularmente o exame Papanicolau, quer tenham sido vacinadas ou não.
MITO: A lavagem vaginal é uma forma saudável de manter a vagina limpa
De acordo com o The National Women’s Health Information Center, a lavagem íntima faz mais
mal que bem. As bactérias naturais da vagina ajudam a que esta se mantenha saudável e
natural e as lavagens podem afetar o seu equilíbrio e originar e espalhar infeções pelas
trompas de Falópio, útero e ovários. As lavagens vaginais também não protegem de DST
ou gravidez. Na verdade, até facilitam a gravidez, uma vez que empurram o sémen para
cima para o útero.
Lavar regularmente com água morna e sabonetes suaves sem perfume ajudará a manter a
parte exterior da vagina limpa. Evite tampões, pensos, pós ou sprays perfumados, pois
podem aumentar a probabilidade de infeções vaginais.
Fontes:
Health Magazine – “Top 10 Myths About Safe Sex and Sexual Health”