2. JOAQUIMMANOELDEMACEDO
O autor de A
moreninha
Joaquim Manoel
de Macedo é um
médico que
nunca exerceu a
profissão, pois
dedicou sua vida
a literatura.
Nasceu: 24 de Junho de 1820
Faleceu: 11 de Abril de 1882 (61 anos)
3.
4. OBRA A MORENINHA
O romance A Moreninha conta a história de amor entre Augusto e D. Carolina (a
moreninha). Tudo começa quando Augusto, Leopoldo e Fabrício são convidados
por Filipe para passar o feriado de Sant’Ana na casa de sua avó. Os quatro
amigos estudantes de medicina vão para a Ilha passar o feriado e lá encontram D.
Ana, a anfitriã, duas amigas, a irmã de Filipe, D. Carolina e suas primas Joana e
Joaquina. Antes de partirem Filipe havia feito uma aposta com Augusto: se este
voltasse da Ilha sem ter se apaixonado verdadeiramente por uma das meninas,
Filipe escreveria um romance por ter perdido a aposta. Caso se apaixonasse,
Augusto é quem deveria escrevê-lo.
Augusto era um jovem namorador e inconstante no amor. Fabrício revela a
personalidade do amigo a todos num jantar, o que faz Augusto ser desprezado
pelas moças, menos por Carolina. Sentindo-se sozinho, Augusto revela a D. Ana,
em uma conversa pela Ilha, que sua inconstância no amor tem a ver com as
desilusões amorosas que já viveu e conta um episódio que lhe aconteceu na
infância.
O fim de semana termina e os jovens retornam para os estudos, mas Augusto se
vê com saudades de Carolina e retorna a Ilha para encontra-la. O pai de Augusto,
achando que isso estava atrapalhando seus estudos, proíbe o filho de visitar
Carolina. Depois de um tempo distantes, Augusto volta a Ilha para se declarar a
Carolina. Mas ela o repreende por estar quebrando a promessa feita a uma
garotinha há anos atrás. Augusto fica confuso e preocupado, até que Carolina
mostra o seu camafeu que recebeu anos atrás por ele . O mistério é desfeito, e,
para pagar a aposta, Augusto escreve o livro A Moreninha
5. TRECHO DO ROMANCE A MORENINHA
Em uma das ruas do jardim duas rolinhas mariscavam: mas, ao sentirem passos, voaram e pousando
não muito longe, em um arbusto, começaram a beijar-se com ternura: e esta cena se passava aos
olhos de Augusto e Carolina!...
Igual pensamento, talvez, brilhou em ambas aquelas almas, porque os olhares da menina e do moço se
encontraram ao mesmo tempo e os olhos da virgem modestamente se abaixaram e em suas faces se
acendeu um fogo, que era pejo. E o mancebo, apontando para ambos, disse:
- Eles se amam!
E a menina murmurou apenas:
- São felizes.
-Pois acredita que em amor possa haver felicidade?
-Às vezes.
-Acaso, já tem a senhora amado!...
-Eu?!...e o senhor?
- Comecei a amar há poucos dias.
A virgem guardou silêncio e o mancebo, depois de alguns instantes, perguntou tremendo:
- E a senhora já ama também?
Novo silêncio; ela pareceu não ouvir, mais suspirou. Ele falou menos baixo:
- Já ama também?...
Ela abaixou ainda mais os olhos e com voz quase estinta disse:
- Não...Não sei...talvez...
- E a quem?...
-Eu não perguntei a quem o senhor amava.
-Quer que lho diga?...
-Eu não pergunto.
-Posso eu fazê-lo?
-Não lho impeço.
-É a senhora.
D. Carolina fez-se cor-de-rosa e só depois de alguns instantes pôde perguntar, forcejando um sorriso:
-Por quantos dias?
-Oh! Para sempre!... - respondeu Augusto, apertando-lhe vivamente o braço.
Como de costume, a tarde teve de ser empregada em passeios à borda do mar e pelo jardim. O maior
inimigo do amor é a civilidade. Augusto o sentiu, tendo de oferecer o braço à Srª D. Ana: mas esta lhe
fez cair a sopa no mel, rogando-lhe que o reservasse para sua neta.
6. TRECHO COMENTADO DO ROMANCE
O romance A Moreninha (1844) concedeu ao seu
autor, Joaquim Manoel de Macedo , imenso prestígio nos
salões sociais na época em que foi publicado. O romantismo
inscrevia-se como o movimento literário em voga,
favorecendo a criação de narrativas fundamentadas sobre
temas amenos: o amor "açucarado" com um ligeiro e suave
suspense que termina em páginas brandas e felizes para
todos... e para sempre.
A Moreninha surge como um modelo exemplar desse estilo. A
obra retrata os costumes da alta sociedade carioca dos
meados do século 19, onde as mulheres tinham seus
momentos de flerte nos saraus, bailes e óperas de teatro.
É nesse ambiente circundado pelas paisagens da Tijuca e
pelas praias cariocas (ainda desertas) que vemos se
desenrolar a narrativa do romance.
7. PERSONAGENS PRINCIPAIS
D. Carolina - É muito jovem e "moreninha" e também travessa,
inteligente, astuta e persistente na obtenção de seus objetivos.
Carolina encarna a jovem índia Ahy, que espera
incansavelmente por seu amado Aoitin – uma antiga história da
ilha que D. Ana conta a Augusto. No final ela revela para Augusto
que era a menina para quem ele prometeu se casar.
Augusto - A figura de Augusto resume um certo tipo de
estudante alegre, inteligente e namorador. Tendo vários
princípios morais, fez no início da adolescência um juramento
amoroso que compromete seu amor por Carolina. Esse
impedimento continuará até o final da história, Carolina revelará
ser ela a menina cuja Augusto havia jurado amor eterno.