preparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
Luto, perda e separação na infância
1. O Luto Infantil: Perda, Separação eO Luto Infantil: Perda, Separação e
DivórcioDivórcio
Professora Doutora Teresa AndradeProfessora Doutora Teresa Andrade
2.
3. Ideias correntes acerca do Luto naIdeias correntes acerca do Luto na
InfânciaInfância
As crianças ainda não compreendem o conceito deAs crianças ainda não compreendem o conceito de
irreversibilidade da morteirreversibilidade da morte
Podem ficar traumatizadas se estiverem presentes nosPodem ficar traumatizadas se estiverem presentes nos
rituais em torno da morterituais em torno da morte
As crianças esquecem facilmente a morte de alguémAs crianças esquecem facilmente a morte de alguém
querido e continuam a comportar-se de igual formaquerido e continuam a comportar-se de igual forma
As crianças devem ser poupadas a qualquer sofrimentoAs crianças devem ser poupadas a qualquer sofrimento
4. ConsequênciasConsequências destas Ideiasdestas Ideias
O tema da morte não é discutido com as criançasO tema da morte não é discutido com as crianças
As crianças são afastadas das pessoas que estão aAs crianças são afastadas das pessoas que estão a
morrer, por vezes usando mentiras e históriasmorrer, por vezes usando mentiras e histórias
fantasiosasfantasiosas
As explicações dadas sobre a morte são vagas eAs explicações dadas sobre a morte são vagas e
confusasconfusas
Não se relacionam os problemas que as criançasNão se relacionam os problemas que as crianças
desenvolvem, depois de uma perda significativa com odesenvolvem, depois de uma perda significativa com o
processo de luto que possam estar a viverprocesso de luto que possam estar a viver
5. SemelhançasSemelhanças entre crianças e adultosentre crianças e adultos
nos processos de lutonos processos de luto
Mesmo bebés e criançasMesmo bebés e crianças
muito jovens apresentammuito jovens apresentam
sintomas depressivos nasintomas depressivos na
sequência de uma perdasequência de uma perda
significativasignificativa
Manifestam uma saudadeManifestam uma saudade
declarada e descrevemdeclarada e descrevem
sensações físicas de dorsensações físicas de dor
associadas a essaassociadas a essa
saudadesaudade..
Choram a perda de alguémChoram a perda de alguém
que amam e fazem-no tantoque amam e fazem-no tanto
mais quanto mais velhasmais quanto mais velhas
sãosão
6. Sonham ocasionalmente com asSonham ocasionalmente com as
pessoas que já morrerampessoas que já morreram
Recordam-se persistentemente deRecordam-se persistentemente de
quem lhes morreu e conservamquem lhes morreu e conservam
objectos dessa pessoa comoobjectos dessa pessoa como
forma de as ter mais pertoforma de as ter mais perto
Falam da morte dessa pessoaFalam da morte dessa pessoa
com pessoas estranhas ecom pessoas estranhas e
expressam as suas saudadesexpressam as suas saudades
Tendem a imitar osTendem a imitar os
comportamentos da pessoacomportamentos da pessoa
falecidafalecida
Culpabilizam-se pela morteCulpabilizam-se pela morte
ocorridaocorrida
7. Diferenças entre crianças e adultos noDiferenças entre crianças e adultos no
lutoluto
A criança é totalmenteA criança é totalmente
dependente das decisões dosdependente das decisões dos
adultos que a rodeiam, daadultos que a rodeiam, da
informação e das respostasinformação e das respostas
que estes lhe dão acerca daque estes lhe dão acerca da
morte.morte.
Tem dificuldade em expressarTem dificuldade em expressar
verbalmente as suasverbalmente as suas
necessidadesnecessidades
Tem menor entendimento doTem menor entendimento do
que é a morte por falta deque é a morte por falta de
experiência da mesmaexperiência da mesma
8. Tem períodos de concentraçãoTem períodos de concentração
mais curtos e os seus sentidosmais curtos e os seus sentidos
são mais facilmente estimuladossão mais facilmente estimulados
por tudo o que a rodeia, pelo quepor tudo o que a rodeia, pelo que
os períodos de manifestação deos períodos de manifestação de
luto são mais transitóriosluto são mais transitórios
Tenta compreender o queTenta compreender o que
acontece à sua volta através doacontece à sua volta através do
brincar, pelo que, mesmo triste,brincar, pelo que, mesmo triste,
brincabrinca
A criança é estimulada a viverA criança é estimulada a viver
num mundo em que a fantasia e anum mundo em que a fantasia e a
magia são parte da vidamagia são parte da vida
9. Diferenças entre VivênciasDiferenças entre Vivências
Luto versus DivórcioLuto versus Divórcio
Na maioria dos aspectos oNa maioria dos aspectos o
sentimento de perda podesentimento de perda pode
ser idêntico, mas váriosser idêntico, mas vários
aspectos diferemaspectos diferem
Na questão dos divórcios eNa questão dos divórcios e
das separações acresce odas separações acresce o
ambiente que antecede aambiente que antecede a
separação formal geralmenteseparação formal geralmente
conflituoso e que gera umaconflituoso e que gera uma
angustia adicional na criançaangustia adicional na criança
10. Factores que dificultam o LutoFactores que dificultam o Luto
no divórciono divórcio
Expectativas deExpectativas de
reconciliação dos paisreconciliação dos pais
Os conflitos de lealdadeOs conflitos de lealdade
face a um ou outro dosface a um ou outro dos
paispais
O lidar com outrasO lidar com outras
pessoas que entram napessoas que entram na
vida dos pais e comvida dos pais e com
outras criançasoutras crianças
O sentimento de culpaO sentimento de culpa
11. Outras DificuldadesOutras Dificuldades
Perda de proximidadePerda de proximidade
com um dos paiscom um dos pais
Dificuldades financeirasDificuldades financeiras
Contaminação do FuturoContaminação do Futuro
Baixa auto-estimaBaixa auto-estima
Menos apoio socialMenos apoio social
Menos estabilidadeMenos estabilidade
afectivaafectiva
Maior dificuldade nasMaior dificuldade nas
ligações com novosligações com novos
parceiros do paisparceiros do pais
12. Consequências de PerdasConsequências de Perdas
Próximas, na InfânciaPróximas, na Infância
São várias asSão várias as
dificuldades reais que asdificuldades reais que as
perdas mais significativasperdas mais significativas
podem colocar a umapodem colocar a uma
criança:criança:
Menor apoio efectivoMenor apoio efectivo
Menor afectoMenor afecto
Menor confiança no futuroMenor confiança no futuro
Dificuldades de integraçãoDificuldades de integração
Medo de voltar a perderMedo de voltar a perder
alguém ou de morrer naalguém ou de morrer na
mesma idade ou da mesmamesma idade ou da mesma
forma do que a pessoaforma do que a pessoa
queridaquerida
13. Condições favoráveis ao luto dasCondições favoráveis ao luto das
criançascrianças
A criança ter mantido um bomA criança ter mantido um bom
relacionamento com a pessoarelacionamento com a pessoa
que faleceuque faleceu
Ter recebido informaçõesTer recebido informações
imediatas e verdadeirasimediatas e verdadeiras
acerca do que aconteceuacerca do que aconteceu
Poder fazer perguntas ePoder fazer perguntas e
receber respostas tão sincerasreceber respostas tão sinceras
quanto possívelquanto possível
Ter a presença reconfortanteTer a presença reconfortante
do genitor sobrevivente ou dedo genitor sobrevivente ou de
outros adultos que possamoutros adultos que possam
dela cuidar.dela cuidar.
Poder ser incluída, se oPoder ser incluída, se o
desejar no processo de pesardesejar no processo de pesar
familiarfamiliar
14. Explicar a morte às criançasExplicar a morte às crianças
Por vezes as explicaçõesPor vezes as explicações
que se dão às criançasque se dão às crianças
podem não ajudar o seupodem não ajudar o seu
processo de luto:processo de luto:
-“-“ foi para o céu porque erafoi para o céu porque era
bondoso ou porque Deusbondoso ou porque Deus
gostava muito delegostava muito dele””
- “- “ está a dormir paraestá a dormir para
sempresempre””
-“-“foi fazer uma grandefoi fazer uma grande
viagemviagem””
- “- “está num sítio melhorestá num sítio melhor””
15. Explicações e metáforas que podemExplicações e metáforas que podem
ajudar a criançaajudar a criança
A morte faz parte da vida e acontece a todos os seres vivosA morte faz parte da vida e acontece a todos os seres vivos
Quando morre o corpo da pessoa deixa de funcionar, já nãoQuando morre o corpo da pessoa deixa de funcionar, já não
respira, o coração já não bate e já não sente mais nadarespira, o coração já não bate e já não sente mais nada
As pessoas podem morrer por vários motivos, mas a maioria dasAs pessoas podem morrer por vários motivos, mas a maioria das
pessoas vive durante muitos anospessoas vive durante muitos anos
Mesmo quando uma pessoa morre as memórias ficam sempreMesmo quando uma pessoa morre as memórias ficam sempre
connosco e vivem no nosso coração e nas coisas que fazemosconnosco e vivem no nosso coração e nas coisas que fazemos
quando nos lembramos delaquando nos lembramos dela
Metáforas como as da noz, do balão, do bolbo ou das folhas daMetáforas como as da noz, do balão, do bolbo ou das folhas da
árvore podem simplificar a compreensão do que aconteceárvore podem simplificar a compreensão do que acontece
fisicamente.fisicamente.
16. Falar sobre sentimentosFalar sobre sentimentos
Quando uma pessoa de quem gostamos morre é natural ficarmos tristes e pensarQuando uma pessoa de quem gostamos morre é natural ficarmos tristes e pensar
nela muitas vezes. Isso acontece a todas as pessoas que perdem alguém.nela muitas vezes. Isso acontece a todas as pessoas que perdem alguém.
Depois de perder alguém pode ser difícil fazer as mesmas coisas, como brincar ou irDepois de perder alguém pode ser difícil fazer as mesmas coisas, como brincar ou ir
à escola. Isso acontece porque durante algum tempo nos sentimos diferentesà escola. Isso acontece porque durante algum tempo nos sentimos diferentes
Podemos sentir-nos confusos e tristes e até doer-nos o coração. Só com o passar doPodemos sentir-nos confusos e tristes e até doer-nos o coração. Só com o passar do
tempo conseguiremos melhorartempo conseguiremos melhorar
Quando alguém de quem gostamos morre muitas coisas mudam, mas outrasQuando alguém de quem gostamos morre muitas coisas mudam, mas outras
continuarão a ser parecidas e outras pessoas irão gostar e cuidar de nós, mesmocontinuarão a ser parecidas e outras pessoas irão gostar e cuidar de nós, mesmo
que não seja da mesma formaque não seja da mesma forma
Por vezes as pessoas à nossa volta não conseguem falar connosco sobre o quePor vezes as pessoas à nossa volta não conseguem falar connosco sobre o que
aconteceu porque simplesmente não sabem o que podem dizer para nos fazer sentiraconteceu porque simplesmente não sabem o que podem dizer para nos fazer sentir
melhormelhor
Muitas pessoas que estão mesmo ao pé de nós também já perderam alguém deMuitas pessoas que estão mesmo ao pé de nós também já perderam alguém de
quem gostavam e podemos falar com elas sobre o que estamos a sentirquem gostavam e podemos falar com elas sobre o que estamos a sentir
17. Como ajudar a criança enlutadaComo ajudar a criança enlutada
Reconhecer algumasReconhecer algumas
manifestações de lutomanifestações de luto
importantes na infância:importantes na infância:
Alterações na atenção, memória,Alterações na atenção, memória,
concentração, grau de actividadeconcentração, grau de actividade
Alterações do sono e do apetiteAlterações do sono e do apetite
Isolamento socialIsolamento social
AgressividadeAgressividade
Autonomia PrecoceAutonomia Precoce
Excesso de preocupação com asExcesso de preocupação com as
pessoas e com a sua saúdepessoas e com a sua saúde
CulpabilizaçãoCulpabilização
Mais acidentesMais acidentes
Enurese e encoprese secundáriasEnurese e encoprese secundárias
Medo de morrer e de que morramMedo de morrer e de que morram
outras pessoas que lhe sãooutras pessoas que lhe são
queridasqueridas
Negação constante da perdaNegação constante da perda
ocorridaocorrida
18. Compreender as formas comoCompreender as formas como
a criança pode falar do seu luto:a criança pode falar do seu luto:
Na forma como brinca com as outrasNa forma como brinca com as outras
crianças ou brinca sozinhacrianças ou brinca sozinha
Quando desenhaQuando desenha
Quando representa os personagensQuando representa os personagens
de uma históriade uma história
Quando conta histórias inventadas porQuando conta histórias inventadas por
sisi
Quando conta os seus sonhosQuando conta os seus sonhos
19. Para conseguirPara conseguir
comunicar com ascomunicar com as
crianças há que nãocrianças há que não
esquecer a criança queesquecer a criança que
fomos efomos e
Reaprender formas maisReaprender formas mais
simples de comunicar assimples de comunicar as
coisas mais complicadascoisas mais complicadas
24. ““O apego íntimo a outrosO apego íntimo a outros
seres humanos é o núcleoseres humanos é o núcleo
em torno do qual gira a vidaem torno do qual gira a vida
de uma pessoa, não sóde uma pessoa, não só
enquanto bebé, criançaenquanto bebé, criança
pequena ou criança depequena ou criança de
escola, mas também duranteescola, mas também durante
a sua adolescência ea sua adolescência e
maturidade, até à velhice. Ématuridade, até à velhice. É
desse apego íntimo quedesse apego íntimo que
retiramos a força e o prazerretiramos a força e o prazer
da vida, e proporcionamosda vida, e proporcionamos
também força e prazer atambém força e prazer a
outros”outros”
Bowlby (1973)Bowlby (1973)
25. A Criança perante a antecipaçãoA Criança perante a antecipação
da própria morteda própria morte
26. A compreensão da morte na criançaA compreensão da morte na criança
doentedoente
A compreensão varia, não é estática, e vaiA compreensão varia, não é estática, e vai
sendo construida apartir de vários aspectos:sendo construida apartir de vários aspectos:
A “sabedoria do corpo”A “sabedoria do corpo”
O conhecimento da doençaO conhecimento da doença
A urgência e intensidade dos tratamentosA urgência e intensidade dos tratamentos
As emoções observadas na família e nos profissionaisAs emoções observadas na família e nos profissionais
de saúdede saúde
O contacto com outras crianças doentesO contacto com outras crianças doentes
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27. Variáveis que afectam a compreensão e oVariáveis que afectam a compreensão e o
lidar com a mortelidar com a morte
A idade da criança e o seu nível de desenvolvimento cognitivoA idade da criança e o seu nível de desenvolvimento cognitivo
A personalidade de cada criança e as suas experiências de vidaA personalidade de cada criança e as suas experiências de vida
A história de perdas da criança (ex: doenças, morte, experiênciasA história de perdas da criança (ex: doenças, morte, experiências
traumáticas, divórcio parental, etc.)traumáticas, divórcio parental, etc.)
A forma como os pais transmitem o que pensam acerca da morteA forma como os pais transmitem o que pensam acerca da morte
ao nível cognitivo e espiritual.ao nível cognitivo e espiritual.
A forma como os pais e restantes membros da família transmitemA forma como os pais e restantes membros da família transmitem
as suas emoções e os seus modos de fazer face a uma morte.as suas emoções e os seus modos de fazer face a uma morte.
Estilo e padrões de comunicação dentro da famíliaEstilo e padrões de comunicação dentro da família
Existência de suporte social eficaz para a criança e para a suaExistência de suporte social eficaz para a criança e para a sua
família.família.
28. O desenvolvimento por estádiosO desenvolvimento por estádios
Piaget propõe umPiaget propõe um
desenvolvimento por estádiosdesenvolvimento por estádios
pelos quais a criança tempelos quais a criança tem
obrigatoriamente de passar atéobrigatoriamente de passar até
chegar ao tipo de pensamentochegar ao tipo de pensamento
adulto.adulto.
Este desenvolvimento permite àEste desenvolvimento permite à
criança compreender o mundocriança compreender o mundo
que a rodeia de forma cada vezque a rodeia de forma cada vez
mais complexamais complexa
Permite igualmente a emergênciaPermite igualmente a emergência
de diferentes graus dede diferentes graus de
compreensão da mortecompreensão da morte
A compreensão destes diferentesA compreensão destes diferentes
níveis pode facilitar aníveis pode facilitar a
comunicação com a criançacomunicação com a criança
29. Estádio Sensorio-MotorEstádio Sensorio-Motor
(dos 0 aos 2 anos)(dos 0 aos 2 anos)
Os problemas são resolvidosOs problemas são resolvidos
recorrendo aos sentidos e à parterecorrendo aos sentidos e à parte
motora.motora.
A noção de morte é equivalente àA noção de morte é equivalente à
da separação e provoca nada separação e provoca na
criança o medo de ficar só e decriança o medo de ficar só e de
não ser cuidadanão ser cuidada
O apoio essencial a dar à criançaO apoio essencial a dar à criança
passa pelo conforto físico, pelopassa pelo conforto físico, pelo
alívio dos sintomas e pelaalívio dos sintomas e pela
presença reconfortante dos seuspresença reconfortante dos seus
familiares o máximo de tempofamiliares o máximo de tempo
possível.possível.
30. Estádio Pré-OperatórioEstádio Pré-Operatório
( dos 2 aos 7 anos)( dos 2 aos 7 anos)
A principal aquisição é a funçãoA principal aquisição é a função
simbólica.simbólica.
Existe auto-centração da qualExiste auto-centração da qual
decorre o pensamento mágicodecorre o pensamento mágico
A morte é vista como algoA morte é vista como algo
reversível semelhante ao quereversível semelhante ao que
observa no sono ou nas estaçõesobserva no sono ou nas estações
do ano.do ano.
A doença provoca na criançaA doença provoca na criança
sentimentos de culpa e de revoltasentimentos de culpa e de revolta
que a fazem por vezes rejeitar osque a fazem por vezes rejeitar os
tratamentos e deprimir-setratamentos e deprimir-se
Deve ser minimizada ao máximo aDeve ser minimizada ao máximo a
ausência parental e familiar emausência parental e familiar em
torno da criança e incluídos ostorno da criança e incluídos os
seus brinquedos e objectosseus brinquedos e objectos
reconfortantesreconfortantes
31. Estádio Operatório ConcretoEstádio Operatório Concreto
( dos 7 aos 11 anos)( dos 7 aos 11 anos)
Nesta fase a criança já apresentaNesta fase a criança já apresenta
conceitos mais vastosconceitos mais vastos
Percebe que a morte acontece aPercebe que a morte acontece a
todos, que é irreversível, mas sentetodos, que é irreversível, mas sente
que podem existir circunstâncias que aque podem existir circunstâncias que a
podem evitar ou favorecer.podem evitar ou favorecer.
As respostas devem ser o maisAs respostas devem ser o mais
honestas possível, os efeitos doshonestas possível, os efeitos dos
tratamentos explicadostratamentos explicados
Deve favorecer-se a autonomia daDeve favorecer-se a autonomia da
criança e consultá-la nas decisões acriança e consultá-la nas decisões a
tomartomar
Para além da presença da famíliaPara além da presença da família
devem ser incluídos os seus amigos edevem ser incluídos os seus amigos e
colegas de escolacolegas de escola
Saber ouvir os anseios e dúvidas daSaber ouvir os anseios e dúvidas da
criança é algo imprescindívelcriança é algo imprescindível
32. Estádio Operatório FormalEstádio Operatório Formal
(dos 11 aos 16 anos)(dos 11 aos 16 anos)
A morte é compreendida comoA morte é compreendida como
irreversível e independente dairreversível e independente da
nossa vontadenossa vontade
O adolescente necessita deO adolescente necessita de
explicações honestas e deexplicações honestas e de
participar activamente nosparticipar activamente nos
cuidados ministradoscuidados ministrados
Necessita de preservar uma boaNecessita de preservar uma boa
imagem de si próprioimagem de si próprio
Necessita de conversar sobre asNecessita de conversar sobre as
várias explicações relativas à vidavárias explicações relativas à vida
e à morte, ao antes e ao depois,e à morte, ao antes e ao depois,
colocando várias possibilidadescolocando várias possibilidades
A presença de amigos,A presença de amigos,
namorado/a é tão fundamentalnamorado/a é tão fundamental
quanto a da famíliaquanto a da família
33. Estádios de antecipação da MorteEstádios de antecipação da Morte
Independentemente, do seuIndependentemente, do seu
estádio de desenvolvimentoestádio de desenvolvimento
cognitivo, as crianças, através dascognitivo, as crianças, através das
suas experiências ao longo dosuas experiências ao longo do
processo de doença podemprocesso de doença podem
passar por estádios diversospassar por estádios diversos
Estas experiências passam pelaEstas experiências passam pela
comunicação do diagnóstico aoscomunicação do diagnóstico aos
pais, pelo contacto com maispais, pelo contacto com mais
crianças em diferentes fases decrianças em diferentes fases de
adoecer, pelas recaídas eadoecer, pelas recaídas e
retornos ao hospital, peloretornos ao hospital, pelo
comportamento dos profissionaiscomportamento dos profissionais
de saúde e pelo conhecimento dede saúde e pelo conhecimento de
que outras crianças morreramque outras crianças morreram
com doenças semelhantescom doenças semelhantes
Tenho uma
doença grave,
Vou morrer
Outros meninos como
eu morreram
mas não vou
ficar melhor
Estou sempre
doente,
mas vou
ficar melhor
Estou sempre doent
mas vou
ficar bom
34. A compreensão da doença e da morteA compreensão da doença e da morte
em crianças muito jovensem crianças muito jovens
Um menino de três anos fazia
sempre o mesmo jogo com um
patinho de peluche e uma
ambulância de brincar de cada
vez que era hospitalizado. O
patinho tinha ficado doente e
precisava de ir ao hospitaL de
ambulância.O menino
empurrava a ambulância e
imitava o ruído da sirene.
Sourkes, The Deepening
Shade,1982 and Armfuls of
Time, 1995
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35. As alterações ao longo do tempoAs alterações ao longo do tempo
Psicólogo: Como está o patinho?
Menino: Doente.
Psicólogo: Para onde vai ele?
Menino: Para o hospital.
Psicólogo: O que é que vão fazer lá?
Menino: Vão pô-lo melhor.
Psicólogo: E ele vai ficar melhor?
Menino: Sim. melhor.
O mesmo menino (último internamento):
Psicólogo: Como está o patinho?
Menino: Doente.
Psicólogo: E ele vai ficar melhor?
Menino: Patinho não ficar melhor.
Patinho morre
Sourkes, 1982 and 1995
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36. A compreensão da doença e daA compreensão da doença e da
morte em crianças mais velhasmorte em crianças mais velhas
Um dia, quando estivermos
todos silenciosos, o sol vai
parar de brilhar e o mundo
vai parar.
Só se vai ouvir música.
Amy, 10 anos.
Sourkes, 1995
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37. Acerca dos Relógios
Eu gosto de usar relógios,
Muitos relógios
Por duas razões.
Primeira,
Se eles estiverem todos com horas
diferentes marcadas
Nunca ninguém está demasiado atrasado
ou adiantado ou na hora certa.
Simplesmente “estão”
Segunda,
Com todos estes relógios postos,
É como se eu tivesse
“Todo o tempo do Mundo”
E nunca teria de pensar no fim do tempo
Ou em morrer.
Mattie Stepanek, 6 anos
Journey Through Heartsongs
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44. EsperançaEsperança
““A esperança é o ingrediente fundamental para as crianças e adolescentesA esperança é o ingrediente fundamental para as crianças e adolescentes
com doenças graves. Esta esperança não precisa de ser uma cura, ou umacom doenças graves. Esta esperança não precisa de ser uma cura, ou uma
remissão por magia, mas a esperança de encontrar alegria e gosto de viverremissão por magia, mas a esperança de encontrar alegria e gosto de viver
nos desafios e conquistas diárias. Cada dia é um milagre que não podemosnos desafios e conquistas diárias. Cada dia é um milagre que não podemos
deixar de olhar só porque a morte parece estar mais próxima.”deixar de olhar só porque a morte parece estar mais próxima.”
Stevens, 2005Stevens, 2005