2. Designa-se por Morte Cerebral ou Morte
Encefálica a perda definitiva e irreversível das
funções cerebrais. O termo Morte Encefálica
aplica-se a condição final, irreversível, definitiva de
cessação das atividades do tronco cerebral. O
tronco cerebral é constituído pelo mesencéfalo,
ponte e bulbo. Portanto, este termo é muito mais
adequado que "morte cerebral".
Só existe ME após a perda
definitiva e irreversível de todas as
funções do tronco cerebral.
3. QUESTÕES IMPORTANTES
Exame clínico
neurológico cuidadoso e
preciso;
Causa do coma bem
estabelecida;
Irreversível? ;
Sinais neurológicos
inequívocos;
Exame radiológico;
Exame complementar;
Lesão neurológica grave
ou morte encefálica?
4. DIAGNÓSTICO
Para diagnosticar a ME é essencial que TODAS as seguintes
condições sejam observadas:
1. Pré-requisitos – Diagnosticar a presença e a causa da lesão
encefálica responsável pelo quadro atual e a sua
irreversibilidade, excluindo possíveis causas reversíveis que
simulem o mesmo quadro;
2. Exame clínico – Determinar a ausência de função do tronco
cerebral em todos os seus níveis;
3. Teste de apneia – Confirmar a ausência de movimentos
respiratórios após estimulação máxima dos centros
respiratórios;
4. Exames complementares – Determinar a ausência da função
do encéfalo como complementação exame clínico. Ex:
Arteriografia cerebral, AngioRM, EEG, DTC, Cintilografia.
5. Repetição de exame clínico – Confirmando a persistência ou
não da ausência de função do tronco cerebral após período
mínimo de observação de 6 horas em ambiente hospitalar.
5. A IMAGEM ACIMA É DE UM DOS EXAMES, A ANGIOGRAFIA CEREBRAL. DO
LADO DIREITO PODEMOS PERCEBER O FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL E DO
LADO ESQUERDO A AUSÊNCIA DESSE FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL
(CONSTATAÇÃO DA MORTE ENCEFÁLICA).
6. Após constatação da ME cabe a enfermagem realizar:
-Controle hemodinâmico;
-Realizar controle hídrico rigoroso;
-Reposição volêmica em acesso calibroso;
-Controle de glicemia;
-Atentar a qualquer distúrbio de coagulação;
-Precauções universais;
-Monitorização ECG;
-Manutenção adequada de ventilação e oxigenação;
-Executar manobras de PCR básicas e avançadas;
-Estabelecer um diálogo com a família desde o
momento da internação do paciente até o provável
diagnóstico de ME,oferecendo-lhe apoio emocional.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
7. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
Conduta médica - Seguir os protocolos estabelecidos
tradicionalmente;
Preencher o Termo de Declaração de Morte
Encefálica (DME) em 3 vias.
1ª via deverá ser arquivada no prontuário do paciente;
2ª via deverá ser encaminhada à
Central de Notificação, Captação e
Distribuição de Órgãos – CNCDO
(Lei 9.434/97, Art. 13).
3ª via deverá ser encaminhada ao Instituto Médico
Legal, em casos de morte violenta.
A Declaração de Óbito (DO) deverá ser preenchida
pelo médico legista nos casos de morte violenta
confirmada ou suspeitada (acidente, suicídio ou
homicídio).
8. Estabelecer um diálogo com a família desde o momento
da internação do paciente até o provável diagnóstico de
ME, oferecendo-lhe apoio emocional e orientação junto a
equipe de saúde quanto a doação de órgãos e tecidos.
9. PAPEL DO ENFERMEIRO
Considerando que o processo
de doação de órgãos e tecidos
para transplante se inicia no
hospital que notificou a morte
encefálica, a Resolução
COFEN nº 292/2004, diz que
ao Enfermeiro incumbe
planejar, executar, coordenar,
supervisionar e avaliar os
procedimentos de
enfermagem prestados aos
doador de órgãos e tecidos,
através dos seguintes
procedimentos:
10. a) Notificar as Centrais de Notificação, Captação e
Distribuição de Órgãos-CNNCDO, a existência de
potencial doador;
b) Entrevistar o responsável legal do doador,
solicitando o consentimento livre e esclarecido por
meio de autorização da doação de órgãos e tecidos,
por escrito;
c) Garantir ao responsável legal o direito de discutir
com a família sobre a doação, prevalecendo o
consenso familiar;
e) Aplicar a Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE) no processo de doação de
órgãos e tecidos;
f) Documentar, registrar e arquivar o processo de
doação/transplante no prontuário do doador, bem
como, do receptor.