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“Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia: não a divinizo, de um
 lado, nem a diabolizo, de outro. Por isso mesmo sempre estive em
   paz para lidar com ela. Não tenho dúvida nenhuma do enorme
potencial e estímulos e desafios a curiosidade que a tecnologia Poe a
serviço das crianças e dos adolescentes das classes sociais chamadas
   favorecidas. Não foi por outra razão que, quando secretário de
   educação da cidade de São Paulo, fiz chegar a rede das escolas
                      municipais o computador.”



             (2.9 - Ensinar Exige Curiosidade Um pouco mais sobre a curiosidade)
        PEDAGOGIA DA AUTONOMIA SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA
                                                                  PAULO FREIRE
Em princípio, falar em “cultura” ou “cultural” seria referir-
  se aos feitos do homem no exercício de sua existencia. É o
  que ele descobre, cultiva, difunde, passa de geração para
  geração, oralmente, por meio dos livros, do
  rádio, televisão, internet, satélites, teatro, música. “(...) é o
  resultado conjuntivo de observações da natureza (...), um
  fato social em constante mutação (...)”, define.

Texto de introduçao do livro Jornalismo Cultural – Apontamentos, Resenhas e
    Críticas sobre Artes Plásticas (Pantemporaneo, 2010), o jornalista e crítico
                                           de arte Jorge Anthonio e Silva fala.
                                                 revista e maio 2011 no 11 ano 17
                                                            Revista@sescsp.org.br
COMUNICAÇAO AFETIVA
      1. ALTERIDADE

  2. CRISE DA VISIBILIDADE

   3. CRISE CIVILIZATÓRIA

      4. TECNOLOGIA
COMUNICAÇAO AFETIVA
           A Arte da Guerra
              I Avaliaçao



             Sun Tzu disse:
Todo o guerreiro se baseia na simulação.
1. ALTERIDADE
A principal tarefa nossa, como comunicadores, é construir a
ponte até o outro, portanto estabelecer alteridades.

Temos que nos colocar no lugar do outro, mas sem perder a
nossa própria referencia. O que se diz é que comunicação é
troca de informação, e o meu trabalho vem se
caracterizando, nos últimos anos, como uma tentativa de
questionar esse conceito acadêmico.

A interdisciplinaridade nos leva à convicção de que não me
comunico se não me coloco no lugar do outro.
Se não sou seduzido pelo meu interlocutor, o que vou dizer a
ele?
É essa a tarefa do comunicador.
2. CRISE DA VISIBILIDADE
– Os veículos de comunicaçao vivem hoje uma profunda
  crise, porque eles se colocaram numa posição autoritária de
  distribuidores do saber, do conhecimento, da informação, da
  novidade.
– Essa crise foi denominada pelo sociólogo alemão Dietmar
  Kamper como crise da visibilidade, que não se refere apenas ao
  visual, mas também enxergar com a alma.
– As áreas acadêmicas da comunicação, todas elas
  regulamentadas por órgãos governamentais, exerceram, nos
  últimos dez anos, um papel completamente nefasto, exigindo
  disciplinaridade para essa ciência, enquanto ela e o seu objeto
  pedem multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, no sentido
  que Edgar Morin [filósofo e sociólogo] defende, de olhar
  diverso,     distinto,   múltiplo     e    não      de    olhar
  regulamentador, normativo.
2. CRISE DA VISIBILIDADE
Entao, a mídia está muito doente, dentro do seu papel
autoritário de distribuidora de padrões de
comportamento e que se acha na capacidade de julgar
o que as pessoas querem.

Nós – que trabalhamos com uma liberdade muito
maior do que aqueles que estão nas empresas
pautadas por esse autoritarismo que eles chamam de
demanda de mercado – temos a liberdade de dizer
não. Isso não é demanda de ninguém, é do
mercado, que é uma ficção, é uma invenção
autoritária.
3. CRISE CIVILIZATÓRIA



    “Vivemos de novo, numa era de visão
         privilegiada, só que em espaços
             circunscritos, fechados e
civilizados, logo, domesticados culturalmente”

                                              Norval Baitello Jr
                         (Professor de Teoria da comunicaçao)
3. CRISE CIVILIZATÓRIA
Estamos cercados de imagens. Kamper também fala sobre a crise
civilizatória, que nos transformou em imagens e, portanto, nos
transformou em retratos superficiais de vida.

Segundo ele, passamos a ser um jogo de superficialidade, e contra
isso só há um remédio: o pensar com o corpo.
Esse pensar corporal significa resgatar os outros sentidos, não
apenas o da visão. Se a imagem é a presença de uma
ausência, então o corpo não pode ser uma imagem, ele não pode
se resumir a uma ausência.

Minha pesquisa se volta muito para a interação entre nós e as
imagens.
4. TECNOLOGIA
• Há dez anos, o brasileiro gastava em média muito mais tempo
  em frente à televisão do que atualmente. Eram em torno de
  quatro horas por dia, em média.

• É uma eternidade, é um crime na verdade, porque o nosso
  tempo de vida é um bem não renovável.

• Devemos pensar o que a televisão, ou hoje, a tecnologia, nos
  oferece em troca, que vida está sendo oferecida em troca da
  nossa vida.
4. TECNOLOGIA
É uma vida em imagem, uma vida em
ausência, e superficialidades.

A nossa relação com isso deve ser regida por
aquilo que o poeta romântico alemão Novalis
dizia: “Eu só vejo a imagem quando ela já me
viu”.
No outono e 2001, Naomi Kawase recebeu um
telefonema de Nishii Kazuo, um crítico de
fotografia: “Eu tenho menos e 2 meses e vida.
Voce me filmaria até meu último suspiro?
Conto com você, Kawase”.
sexta-feira 26/08/2011, no auditório da
               Petrobras no edifício Torre
  Almirante, Faustini participará, ao lado
  de Pierre Lévy, da mesa "Cibercultura e
    transformação social", na qual exibirá
    para o pensador francês vídeos com o
   "passinho do menor". Encontráveis no
YouTube, são danças feitas por jovens de
periferia em seus bairros ao som de funk
      - sem qualquer apologia ao sexo e à
                                violência.

  Se estivessem só dançando na rua, seria
   um fato da vida. Mas, ao botarem uma
  câmera, isso tem uma potência estética.
 O upload dá uma nova dimensão. Aquilo
       tem kuduro, frevo, funk, também é
intervenção urbana. E daqui para a frente
           será assim: muitos vão produzir
                 cultura, não só os artistas
     extraordinários. A gente vive a era da
          reprodutibilidade do autor - diz.
                                        •
         © 1996 - 2011. Todos os direitos
   reservados a Infoglobo Comunicação e
                       Participações S.A.
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  • 1.
  • 2. “Nunca fui ingênuo apreciador da tecnologia: não a divinizo, de um lado, nem a diabolizo, de outro. Por isso mesmo sempre estive em paz para lidar com ela. Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial e estímulos e desafios a curiosidade que a tecnologia Poe a serviço das crianças e dos adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas. Não foi por outra razão que, quando secretário de educação da cidade de São Paulo, fiz chegar a rede das escolas municipais o computador.” (2.9 - Ensinar Exige Curiosidade Um pouco mais sobre a curiosidade) PEDAGOGIA DA AUTONOMIA SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA PAULO FREIRE
  • 3.
  • 4. Em princípio, falar em “cultura” ou “cultural” seria referir- se aos feitos do homem no exercício de sua existencia. É o que ele descobre, cultiva, difunde, passa de geração para geração, oralmente, por meio dos livros, do rádio, televisão, internet, satélites, teatro, música. “(...) é o resultado conjuntivo de observações da natureza (...), um fato social em constante mutação (...)”, define. Texto de introduçao do livro Jornalismo Cultural – Apontamentos, Resenhas e Críticas sobre Artes Plásticas (Pantemporaneo, 2010), o jornalista e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva fala. revista e maio 2011 no 11 ano 17 Revista@sescsp.org.br
  • 5. COMUNICAÇAO AFETIVA 1. ALTERIDADE 2. CRISE DA VISIBILIDADE 3. CRISE CIVILIZATÓRIA 4. TECNOLOGIA
  • 6. COMUNICAÇAO AFETIVA A Arte da Guerra I Avaliaçao Sun Tzu disse: Todo o guerreiro se baseia na simulação.
  • 7. 1. ALTERIDADE A principal tarefa nossa, como comunicadores, é construir a ponte até o outro, portanto estabelecer alteridades. Temos que nos colocar no lugar do outro, mas sem perder a nossa própria referencia. O que se diz é que comunicação é troca de informação, e o meu trabalho vem se caracterizando, nos últimos anos, como uma tentativa de questionar esse conceito acadêmico. A interdisciplinaridade nos leva à convicção de que não me comunico se não me coloco no lugar do outro. Se não sou seduzido pelo meu interlocutor, o que vou dizer a ele? É essa a tarefa do comunicador.
  • 8. 2. CRISE DA VISIBILIDADE – Os veículos de comunicaçao vivem hoje uma profunda crise, porque eles se colocaram numa posição autoritária de distribuidores do saber, do conhecimento, da informação, da novidade. – Essa crise foi denominada pelo sociólogo alemão Dietmar Kamper como crise da visibilidade, que não se refere apenas ao visual, mas também enxergar com a alma. – As áreas acadêmicas da comunicação, todas elas regulamentadas por órgãos governamentais, exerceram, nos últimos dez anos, um papel completamente nefasto, exigindo disciplinaridade para essa ciência, enquanto ela e o seu objeto pedem multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, no sentido que Edgar Morin [filósofo e sociólogo] defende, de olhar diverso, distinto, múltiplo e não de olhar regulamentador, normativo.
  • 9. 2. CRISE DA VISIBILIDADE Entao, a mídia está muito doente, dentro do seu papel autoritário de distribuidora de padrões de comportamento e que se acha na capacidade de julgar o que as pessoas querem. Nós – que trabalhamos com uma liberdade muito maior do que aqueles que estão nas empresas pautadas por esse autoritarismo que eles chamam de demanda de mercado – temos a liberdade de dizer não. Isso não é demanda de ninguém, é do mercado, que é uma ficção, é uma invenção autoritária.
  • 10. 3. CRISE CIVILIZATÓRIA “Vivemos de novo, numa era de visão privilegiada, só que em espaços circunscritos, fechados e civilizados, logo, domesticados culturalmente” Norval Baitello Jr (Professor de Teoria da comunicaçao)
  • 11. 3. CRISE CIVILIZATÓRIA Estamos cercados de imagens. Kamper também fala sobre a crise civilizatória, que nos transformou em imagens e, portanto, nos transformou em retratos superficiais de vida. Segundo ele, passamos a ser um jogo de superficialidade, e contra isso só há um remédio: o pensar com o corpo. Esse pensar corporal significa resgatar os outros sentidos, não apenas o da visão. Se a imagem é a presença de uma ausência, então o corpo não pode ser uma imagem, ele não pode se resumir a uma ausência. Minha pesquisa se volta muito para a interação entre nós e as imagens.
  • 12. 4. TECNOLOGIA • Há dez anos, o brasileiro gastava em média muito mais tempo em frente à televisão do que atualmente. Eram em torno de quatro horas por dia, em média. • É uma eternidade, é um crime na verdade, porque o nosso tempo de vida é um bem não renovável. • Devemos pensar o que a televisão, ou hoje, a tecnologia, nos oferece em troca, que vida está sendo oferecida em troca da nossa vida.
  • 13. 4. TECNOLOGIA É uma vida em imagem, uma vida em ausência, e superficialidades. A nossa relação com isso deve ser regida por aquilo que o poeta romântico alemão Novalis dizia: “Eu só vejo a imagem quando ela já me viu”.
  • 14. No outono e 2001, Naomi Kawase recebeu um telefonema de Nishii Kazuo, um crítico de fotografia: “Eu tenho menos e 2 meses e vida. Voce me filmaria até meu último suspiro? Conto com você, Kawase”.
  • 15. sexta-feira 26/08/2011, no auditório da Petrobras no edifício Torre Almirante, Faustini participará, ao lado de Pierre Lévy, da mesa "Cibercultura e transformação social", na qual exibirá para o pensador francês vídeos com o "passinho do menor". Encontráveis no YouTube, são danças feitas por jovens de periferia em seus bairros ao som de funk - sem qualquer apologia ao sexo e à violência. Se estivessem só dançando na rua, seria um fato da vida. Mas, ao botarem uma câmera, isso tem uma potência estética. O upload dá uma nova dimensão. Aquilo tem kuduro, frevo, funk, também é intervenção urbana. E daqui para a frente será assim: muitos vão produzir cultura, não só os artistas extraordinários. A gente vive a era da reprodutibilidade do autor - diz. • © 1996 - 2011. Todos os direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A.