SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
Télécharger pour lire hors ligne
Universidade de Brasília
                Licenciatura em Artes Visuais




Arqueologia do Cinema de Animação
                Linha do Tempo


     por Ana Beatriz Barroso e Raquel Piantino




                     setembro de 2010
A idéia de brinquedo é muito antiga e associa-se a um
objeto esquisito, que foge do normal. Quase sempre os
brinquedos são usados nos momentos vagos, quando pre-
cisamos de algo para nos entreter, sozinhos ou com
amigos. Esses estranhos objetos acabam nos ensinando
coisas curiosas.
   As brincadeiras são como a linguagem dos brinquedos, é
o que a gente faz com eles.
   Aqui se reúne um conjunto de antigos objetos que podem
ser vistos como os ancestrais de uma série de tecnologias
da imagem com as quais aprendemos a ver as coisas de
modo diferente, a falar sobre o tempo e a interagir com
outras culturas.
imagem de movimento




                                                                                  Período Paleolítico
                                                                                  Habitantes das cavernas
                                                                                  Gruta de Altamira, Espanha




 Desenhos e pinturas rupestres sugerem movimento, como na imagem desse bisão representado com
 mais patas do que o real, fazendo alusão ao movimento de correr. Também na pré-história, imagens es-
 táticas produzidas nas grutas do Piauí (Brasil), Altamira (Espanha), Lascaux e Font-de-Gaune (França),
 parecem se movimentar. À medida que alguém com uma lanterna se locomove a uma determinada velo-
 cidade, parte das figuras fica na sombra e parte se ilumina proporcionando uma forte impressão de movi-
 mento.
códices




                                                                                     Mundo Antigo
                                                                                     Astecas, Maias, Egípcios
                                                                                     América Central e Norte da África




Manuscritos com desenhos e códigos gravados em cortes retangulares de madeira, pergaminho ou papiro. A palavra
(códice ou codex) vem do latim, onde significa livro, bloco de madeira.
Os primeiros livros no formato que conhecemos hoje são denominados assim por oposição à forma do rolo, que
devia ser desenrolado por inteiro para se visualizar o manuscrito. O fácil manuseio do códice possibilita, além da lei-
tura linear sugerida pela sequência de páginas, o acesso não linear. Muitas vezes, a imagem no manuscrito narra e
gerencia o texto, tornando-o mais acessível para uma população pouco letrada. Nos códices vemos que as figuras
muitas vezes se assemelham à história em quadrinhos e ao movimento sequencial.
câmera escura


                                                                                    Século XVI
                                                                                    Primeira ilustração publicada da
                                                                                    câmera escura e o eclipse solar de
                                                                                    24 de janeiro de 1544.
                                                                                    Rainer Gemma-Frisius
                                                                                    cientista holandês




Caixa completamente escura por dentro, com um pequeno furo em um dos lados, por onde entram raios luminosos
que projetam, no lado oposto ao do furo, uma imagem invertida e menor da que se vê do lado de fora. Provavel-
mente, o princípio da câmara escura era conhecido desde o século IV a.C e consta que, já no século XI, povos
árabes a utilizavam para observar os eclipses solares sem prejudicar os olhos. No ano de 1100 o astrônomo e óptico
árabe Abu-Ali Al Hasan, ou Halhazan, publicou uma primeira explicação do fenômeno da câmara escura. No século
XVI, Leonardo da Vinci a descreve com mais precisão e clareza em um texto que só chegou a ser publicado em 1797.
Em 1558, Giovanni Baptista della Porta, cientista napolitano, faz uma descrição detalhada da câmera escura e seus
usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium.
lanterna mágica




                                                                                Século XVII
                                                                                Athanasius Kircher
                                                                                alquimista e inventor alemão




Aparelho constituído de uma fonte de luz gerada por uma chama de querosene e um espelho curvo dentro de uma
caixa que projeta em uma tela branca imagens pintadas com cores transparentes em pedaços de vidro. Foi usada
inicialmente como instrumento de ensino. As distintas imagens serviam para contar histórias ao público, não se pre-
tendia dar ilusão de movimento. Ela realiza, tecnologicamente, a idéia de ampliação ou agigantamento da imagem,
como fazem, hoje, os projetores. A lanterma acima é um projetor de slides móveis, desenhado por Johann Zahns,
em 1683.
fotografia


                                                                                       1826, 1833, 1839
                                                                                       Nicéphore Nièpce
                                                                                       inventor e litógrafo francês
                                                                                       Hercules Florence
                                                                                       desenhista e pesquisador franco-brasileiro
                                                                                       Louis Jacques Mandé Daguerre
                                                                                       pintor e inventor francês




Desenho feito pela luz quando ela atravessa a câmera fotográfica, que é como uma câmera escura munida de um
aparato capaz de fixar a projeção luminosa que entra. A luz passa por um orifício e se projeta dentro da escuridão, for-
mando uma imagem menor e invertida daquilo que está diante do orifício. Essa imagem é, então, fixada, ou grafada, por
processos químicos, sobre películas fotossensíveis (os filmes), ou digitais, em mapas de bits (bitmaps), arquivados
como código binário em cartões de memória.
persistência retiniana




                                                                         1829
                                                                          Joseph Plateau
                                                                         físico e matemático belga




O olho humano retém uma imagem por uma fração de aproximadamente um décimo de segundo e percebe
um único movimento ao ver imagens exibidas rapidamente em seqüência. O fato de que o olho retém uma
imagem por uma fração de segundos mostra que é necessário ter intervalos negros entre cada imagem. A
teoria da persistência retiniana não explica totalmente a percepção do movimento, mas comprova o fato de
não enxergarmos o intervalo negro entre as imagens.
taumátropo




                                                                               1825
                                                                                John Ayrton Paris,
                                                                               físico e matemático belga
                                                                               Peter Mark Roget
                                                                                siologista e lexicógrafo britânico




Brinquedo extremamente simples, que não sugere movimento, mas exemplifica bem a teoria da persistência retini-
ana. Consiste em um disco pequeno, com um desenho na frente e outro, de cabeça para baixo, no verso, preso
por duas cordas amarradas nas bordas paralelas. As cordas devem ser torcidas para um lado e depois esticadas.
Ao esticar as cordas o disco gira rapidamente e as duas imagens se fundem em uma só.
fenaquistocópio




                                                                       1828
                                                                        Joseph Plateau
                                                                       físico e matemático belga




Brinquedo composto por um disco com imagens pintadas em sequência em torno do eixo e um outro disco
com frestas encaixado paralelo a ele. Os dois discos estão presos a uma haste com um cabo. A pessoa
segura a haste com uma mão e gira os discos com outra. Assim, vistas através das frestas, as imagens
ganham movimento.
estroboscópio




                                                                            1832
                                                                             Simon Von Stampfer
                                                                            matemático austríaco




Aprimoramento do fenaquistocópio, este brinquedo consiste em um único disco com fresta abertas entre
as imagens. O observador vê as imagens através das frestas com o dispositivo em frente a um espelho.
A brincadeira fez bastante sucesso ao longo de todo o século XIX.
dædalum




                                                                      1834
                                                                      William Horner
                                                                      matemático inglês




Desenhos em sequência, feitos em tiras de papel, são montados dentro de um tambor giratório com frestas
abertas na parte de cima. O observador, ao girar o aparelho, pode ver as imagens desenhadas em movi-
mento. Este brinquedo também é conhecido como Roda do Diabo, Zootropo e Roda da Vida.
kineógrafo




                                                                           1868
                                                                           John Barnes Linnet
                                                                           litógrafo inglês




Brinquedo prático, barato e, até hoje, bastante popular, o livro mágico ou flipbook é o conhecido livro de
fotos ou desenhos em sequência. Passando as páginas rapidamente com a mão, vemos um movimento.
praxinoscópio




                                                                1877
                                                                Charles-Émile Reynaud
                                                                professor e inventor françês




 O aparelho é semelhante ao zootropo, mas, em vez das frestas acima da tira das imagens, há no
 centro uma roda menor, composta por espelhos. Vemos as imagens animadas na roda maior refleti-
 das nesses espelhos da roda menor e o efeito fica mais agradável.
teatro óptico




                                                                                          1882
                                                                                          Charles-Émile Reynaud
                                                                                          professor e inventor françês



Também conhecido como teatro praxinoscópio, o invento é uma junção do praxinoscópio com a lanterna mágica e
instaura um espetáculo feito com imagens animadas em tiras transparentes com perfuração lateral para serem tra-
cionadas por engrenagem. Os filmes, chamados de pantomines lumineuses (pantomimas luminosas), são coloridos,
têm enredo, trilha sonora sincronizada e quinze minutos de duração.
fotografia sequencial




                                                                                        1877
                                                                                        Eadward Muybridge
                                                                                        fotógrafo inglês




 Método fotográfico para analisar e decompor o movimento dos seres vivos através de imagens estáticas.
 Muybridge registrou o movimento de um galope de cavalo do seguinte modo: posicionou 12 câmeras
 (posteriormente 24) em uma pista de corrida com fios colocados de modo que quando o cavalo esbarrava, os
 fios esticavam e acionavam os obturadores. Seu experimento comprovou que em determinado momento as
 quatro patas do cavalo ficam suspensas.
fuzil fotográfico




                                                                                  1878
                                                                                  Étienne-Jules Marey
                                                                                  cronofotógrafo françês




 Combinação do mecanismo do revólver com o da câmera fotográfica, permite registrar as sucessivas
 etapas de um movimento. Marey desenvolve este equipamento a fim de captar momentos do vôo de
 um pássaro. As imagens em seqüência ficam todas juntas em uma mesma tira fotogáfica e o tempo -
 Chronos - parece ficar ali grafado.
kinetoscópio




                                                                              1891
                                                                              Thomas Edison
                                                                              inventor inglês




É uma caixa, com um visor individual, através do qual se pode assistir à passagem ininterrupta de uma
pequena tira de filme com imagens fotográficas em movimento. Os filmes poderiam ser assistidos mediante a
inserção de uma moeda. Edison também inventa o kinetógrafo: uma câmera filmadora, ou seja, uma câmera
fotográfica que faz várias fotos por segundo, capturando, assim, uma seqüência de imagens em movimento.
cinematógrafo




                                                                    1895
                                                                    Auguste e Luis Lumière
                                                                    inventores françeses




Câmera filmadora e projetor de filmes, essa tecnologia simboliza um marco na história da imagem em
movimento. O cinematógrafo faz uma série de fotos em apenas um segundo e, depois, ao projetar o filme,
cria condições para a reconstituição perceptiva do movimento a partir das imagens paradas. O curioso
desse brinquedo é que ele não tem visor, o cinefotógrafo enquadra por aproximação.
animaemrede.blogspot.com

Contenu connexe

Similaire à Arqueologia do Cinema de Animação: Linha do Tempo

História da fotografia
História da fotografiaHistória da fotografia
História da fotografiaMINAJOCA2010
 
I história da fotografia
I   história da fotografiaI   história da fotografia
I história da fotografiaMINAJOCA2010
 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕESHISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕESisisnogueira
 
HistóRia Da Fotografia
HistóRia Da FotografiaHistóRia Da Fotografia
HistóRia Da Fotografiamartha
 
Da caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicaDa caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicakanina211
 
Da caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicaDa caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicakanina211
 
02 Fotografia Digital - Historia da fotografia
02 Fotografia Digital - Historia da fotografia02 Fotografia Digital - Historia da fotografia
02 Fotografia Digital - Historia da fotografiaPaulo Neves
 
História da Fotografia
História da FotografiaHistória da Fotografia
História da Fotografiaguest668b3
 
A Evolução da Fotografia
A Evolução da FotografiaA Evolução da Fotografia
A Evolução da FotografiaAna Almeida
 
Breve historia-da-fotografia
 Breve historia-da-fotografia Breve historia-da-fotografia
Breve historia-da-fotografiaMarta Monteiro
 

Similaire à Arqueologia do Cinema de Animação: Linha do Tempo (20)

2 cga
2 cga2 cga
2 cga
 
2 cga
2 cga2 cga
2 cga
 
2 cga
2 cga2 cga
2 cga
 
2 cga
2 cga2 cga
2 cga
 
História da fotografia
História da fotografiaHistória da fotografia
História da fotografia
 
I história da fotografia
I   história da fotografiaI   história da fotografia
I história da fotografia
 
Apostila de fotografia
Apostila de fotografiaApostila de fotografia
Apostila de fotografia
 
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕESHISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA -PIONEIROS E SUAS CONTRIBUIÇÕES
 
HistóRia Da Fotografia
HistóRia Da FotografiaHistóRia Da Fotografia
HistóRia Da Fotografia
 
Fotografia
FotografiaFotografia
Fotografia
 
Da caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicaDa caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magica
 
Da caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magicaDa caixa escura a lanterna magica
Da caixa escura a lanterna magica
 
02 Fotografia Digital - Historia da fotografia
02 Fotografia Digital - Historia da fotografia02 Fotografia Digital - Historia da fotografia
02 Fotografia Digital - Historia da fotografia
 
Arte6
Arte6Arte6
Arte6
 
História da Fotografia
História da FotografiaHistória da Fotografia
História da Fotografia
 
Curso fotografia e historia 2013
Curso fotografia e historia 2013Curso fotografia e historia 2013
Curso fotografia e historia 2013
 
Cinema
CinemaCinema
Cinema
 
A Evolução da Fotografia
A Evolução da FotografiaA Evolução da Fotografia
A Evolução da Fotografia
 
Breve historia-da-fotografia
 Breve historia-da-fotografia Breve historia-da-fotografia
Breve historia-da-fotografia
 
Módulo 1 - CGA
Módulo 1 - CGAMódulo 1 - CGA
Módulo 1 - CGA
 

Arqueologia do Cinema de Animação: Linha do Tempo

  • 1. Universidade de Brasília Licenciatura em Artes Visuais Arqueologia do Cinema de Animação Linha do Tempo por Ana Beatriz Barroso e Raquel Piantino setembro de 2010
  • 2. A idéia de brinquedo é muito antiga e associa-se a um objeto esquisito, que foge do normal. Quase sempre os brinquedos são usados nos momentos vagos, quando pre- cisamos de algo para nos entreter, sozinhos ou com amigos. Esses estranhos objetos acabam nos ensinando coisas curiosas. As brincadeiras são como a linguagem dos brinquedos, é o que a gente faz com eles. Aqui se reúne um conjunto de antigos objetos que podem ser vistos como os ancestrais de uma série de tecnologias da imagem com as quais aprendemos a ver as coisas de modo diferente, a falar sobre o tempo e a interagir com outras culturas.
  • 3. imagem de movimento Período Paleolítico Habitantes das cavernas Gruta de Altamira, Espanha Desenhos e pinturas rupestres sugerem movimento, como na imagem desse bisão representado com mais patas do que o real, fazendo alusão ao movimento de correr. Também na pré-história, imagens es- táticas produzidas nas grutas do Piauí (Brasil), Altamira (Espanha), Lascaux e Font-de-Gaune (França), parecem se movimentar. À medida que alguém com uma lanterna se locomove a uma determinada velo- cidade, parte das figuras fica na sombra e parte se ilumina proporcionando uma forte impressão de movi- mento.
  • 4. códices Mundo Antigo Astecas, Maias, Egípcios América Central e Norte da África Manuscritos com desenhos e códigos gravados em cortes retangulares de madeira, pergaminho ou papiro. A palavra (códice ou codex) vem do latim, onde significa livro, bloco de madeira. Os primeiros livros no formato que conhecemos hoje são denominados assim por oposição à forma do rolo, que devia ser desenrolado por inteiro para se visualizar o manuscrito. O fácil manuseio do códice possibilita, além da lei- tura linear sugerida pela sequência de páginas, o acesso não linear. Muitas vezes, a imagem no manuscrito narra e gerencia o texto, tornando-o mais acessível para uma população pouco letrada. Nos códices vemos que as figuras muitas vezes se assemelham à história em quadrinhos e ao movimento sequencial.
  • 5. câmera escura Século XVI Primeira ilustração publicada da câmera escura e o eclipse solar de 24 de janeiro de 1544. Rainer Gemma-Frisius cientista holandês Caixa completamente escura por dentro, com um pequeno furo em um dos lados, por onde entram raios luminosos que projetam, no lado oposto ao do furo, uma imagem invertida e menor da que se vê do lado de fora. Provavel- mente, o princípio da câmara escura era conhecido desde o século IV a.C e consta que, já no século XI, povos árabes a utilizavam para observar os eclipses solares sem prejudicar os olhos. No ano de 1100 o astrônomo e óptico árabe Abu-Ali Al Hasan, ou Halhazan, publicou uma primeira explicação do fenômeno da câmara escura. No século XVI, Leonardo da Vinci a descreve com mais precisão e clareza em um texto que só chegou a ser publicado em 1797. Em 1558, Giovanni Baptista della Porta, cientista napolitano, faz uma descrição detalhada da câmera escura e seus usos no livro Magia Naturalis sive de Miraculis Rerum Naturalium.
  • 6. lanterna mágica Século XVII Athanasius Kircher alquimista e inventor alemão Aparelho constituído de uma fonte de luz gerada por uma chama de querosene e um espelho curvo dentro de uma caixa que projeta em uma tela branca imagens pintadas com cores transparentes em pedaços de vidro. Foi usada inicialmente como instrumento de ensino. As distintas imagens serviam para contar histórias ao público, não se pre- tendia dar ilusão de movimento. Ela realiza, tecnologicamente, a idéia de ampliação ou agigantamento da imagem, como fazem, hoje, os projetores. A lanterma acima é um projetor de slides móveis, desenhado por Johann Zahns, em 1683.
  • 7. fotografia 1826, 1833, 1839 Nicéphore Nièpce inventor e litógrafo francês Hercules Florence desenhista e pesquisador franco-brasileiro Louis Jacques Mandé Daguerre pintor e inventor francês Desenho feito pela luz quando ela atravessa a câmera fotográfica, que é como uma câmera escura munida de um aparato capaz de fixar a projeção luminosa que entra. A luz passa por um orifício e se projeta dentro da escuridão, for- mando uma imagem menor e invertida daquilo que está diante do orifício. Essa imagem é, então, fixada, ou grafada, por processos químicos, sobre películas fotossensíveis (os filmes), ou digitais, em mapas de bits (bitmaps), arquivados como código binário em cartões de memória.
  • 8. persistência retiniana 1829 Joseph Plateau físico e matemático belga O olho humano retém uma imagem por uma fração de aproximadamente um décimo de segundo e percebe um único movimento ao ver imagens exibidas rapidamente em seqüência. O fato de que o olho retém uma imagem por uma fração de segundos mostra que é necessário ter intervalos negros entre cada imagem. A teoria da persistência retiniana não explica totalmente a percepção do movimento, mas comprova o fato de não enxergarmos o intervalo negro entre as imagens.
  • 9. taumátropo 1825 John Ayrton Paris, físico e matemático belga Peter Mark Roget siologista e lexicógrafo britânico Brinquedo extremamente simples, que não sugere movimento, mas exemplifica bem a teoria da persistência retini- ana. Consiste em um disco pequeno, com um desenho na frente e outro, de cabeça para baixo, no verso, preso por duas cordas amarradas nas bordas paralelas. As cordas devem ser torcidas para um lado e depois esticadas. Ao esticar as cordas o disco gira rapidamente e as duas imagens se fundem em uma só.
  • 10. fenaquistocópio 1828 Joseph Plateau físico e matemático belga Brinquedo composto por um disco com imagens pintadas em sequência em torno do eixo e um outro disco com frestas encaixado paralelo a ele. Os dois discos estão presos a uma haste com um cabo. A pessoa segura a haste com uma mão e gira os discos com outra. Assim, vistas através das frestas, as imagens ganham movimento.
  • 11. estroboscópio 1832 Simon Von Stampfer matemático austríaco Aprimoramento do fenaquistocópio, este brinquedo consiste em um único disco com fresta abertas entre as imagens. O observador vê as imagens através das frestas com o dispositivo em frente a um espelho. A brincadeira fez bastante sucesso ao longo de todo o século XIX.
  • 12. dædalum 1834 William Horner matemático inglês Desenhos em sequência, feitos em tiras de papel, são montados dentro de um tambor giratório com frestas abertas na parte de cima. O observador, ao girar o aparelho, pode ver as imagens desenhadas em movi- mento. Este brinquedo também é conhecido como Roda do Diabo, Zootropo e Roda da Vida.
  • 13. kineógrafo 1868 John Barnes Linnet litógrafo inglês Brinquedo prático, barato e, até hoje, bastante popular, o livro mágico ou flipbook é o conhecido livro de fotos ou desenhos em sequência. Passando as páginas rapidamente com a mão, vemos um movimento.
  • 14. praxinoscópio 1877 Charles-Émile Reynaud professor e inventor françês O aparelho é semelhante ao zootropo, mas, em vez das frestas acima da tira das imagens, há no centro uma roda menor, composta por espelhos. Vemos as imagens animadas na roda maior refleti- das nesses espelhos da roda menor e o efeito fica mais agradável.
  • 15. teatro óptico 1882 Charles-Émile Reynaud professor e inventor françês Também conhecido como teatro praxinoscópio, o invento é uma junção do praxinoscópio com a lanterna mágica e instaura um espetáculo feito com imagens animadas em tiras transparentes com perfuração lateral para serem tra- cionadas por engrenagem. Os filmes, chamados de pantomines lumineuses (pantomimas luminosas), são coloridos, têm enredo, trilha sonora sincronizada e quinze minutos de duração.
  • 16. fotografia sequencial 1877 Eadward Muybridge fotógrafo inglês Método fotográfico para analisar e decompor o movimento dos seres vivos através de imagens estáticas. Muybridge registrou o movimento de um galope de cavalo do seguinte modo: posicionou 12 câmeras (posteriormente 24) em uma pista de corrida com fios colocados de modo que quando o cavalo esbarrava, os fios esticavam e acionavam os obturadores. Seu experimento comprovou que em determinado momento as quatro patas do cavalo ficam suspensas.
  • 17. fuzil fotográfico 1878 Étienne-Jules Marey cronofotógrafo françês Combinação do mecanismo do revólver com o da câmera fotográfica, permite registrar as sucessivas etapas de um movimento. Marey desenvolve este equipamento a fim de captar momentos do vôo de um pássaro. As imagens em seqüência ficam todas juntas em uma mesma tira fotogáfica e o tempo - Chronos - parece ficar ali grafado.
  • 18. kinetoscópio 1891 Thomas Edison inventor inglês É uma caixa, com um visor individual, através do qual se pode assistir à passagem ininterrupta de uma pequena tira de filme com imagens fotográficas em movimento. Os filmes poderiam ser assistidos mediante a inserção de uma moeda. Edison também inventa o kinetógrafo: uma câmera filmadora, ou seja, uma câmera fotográfica que faz várias fotos por segundo, capturando, assim, uma seqüência de imagens em movimento.
  • 19. cinematógrafo 1895 Auguste e Luis Lumière inventores françeses Câmera filmadora e projetor de filmes, essa tecnologia simboliza um marco na história da imagem em movimento. O cinematógrafo faz uma série de fotos em apenas um segundo e, depois, ao projetar o filme, cria condições para a reconstituição perceptiva do movimento a partir das imagens paradas. O curioso desse brinquedo é que ele não tem visor, o cinefotógrafo enquadra por aproximação.