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Módulo 2
Instrumentos Pedagógicos para
Preparação e Dinamização de Aulas
com o uso das TIC e da Internet




                             Rossana Beraldo
                             Silviane Barbato




Brasília, janeiro de 2013.
Sumário

Breve mensagem das autoras                                                  5

Objetivo geral                                                              7

Objetivo específicos                                                        7

1 Livro didático e sua influência na estrutura do currículo escolar:        8
potencialidades e dasafios

2 A formação do professor do século XXI                                    15

     2.1 Conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os sistemas   26
     de ensino: planejamento de aulas e renovação didática

     2.2 O trabalho escolar organizado por grupos em sala de aula:         40
     cooperação e coletividade

     2.3 Textos temáticos impressos ou digitais: reorganização de aulas    58

     2.4 Contextualização de conteúdos, hipertextualidade                  59
     na compreensão de conteúdos multirreferenciados

3 Recursos da internet                                                     61

     3.1 Mídias educativas e objetos educacionais diversos                 63

Referências                                                                66

GLOSSÁRIO                                                                  69
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Breve mensagem das autoras

Caro(a) professor(a),

          No mundo atual, a cada dia nos são apresentadas novas ferramentas que,
adaptadas, podem ser utilizadas em nossas escolas e salas de aula. Temos ao nosso dispor
a TV Escola, o Instituto Anísio Teixeira (IAT), o Portal do Educador Baiano, a Rede AT, a
Plataforma Freire, a Universidade Aberta do Brasil (UAB), o sítio do Ministério da Educação
(MEC) para a formação do professor e tantos outros programas. Neste momento, estamos
diante de um novo desafio: o uso das novas tecnologias em sala de aula para nos apoiar
e aos nossos alunos na construção de formas diferenciadas de conhecimento ao longo do
processo de escolarização e em suas relações com o cotidiano.

          Ao longo dos anos, temos dedicado nossos esforços à pesquisa e aplicação
sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e internet na educação.
Assim, queremos compartilhar com você algumas informações significantes para que
possa utilizá-las com segurança e criatividade em suas reflexões e práticas diárias,
sobretudo, no que concerne ao desenvolvimento de raciocínios lógicos relacionados
ao campo do conhecimento que estuda e ensina. Como também pela possibilidade de
construção de relações de novos conhecimentos gerados a partir do trabalho conjunto
entre professores de diferentes áreas enfocando um tema ou problema comum.

           Convidamos você para um diálogo, em que vamos destacar algumas
informações, dicas e cuidados que circulam em torno das TIC e da internet. Você
encontrará, ao longo do texto, caixas em destaque com esses avisos, além de um
glossário com os termos mais recorrentes. Fique atento(a) a essas dicas, elas facilitarão
seu entendimento.

           A partir de uma perspectiva culturalista, em que vemos os diferentes
instrumentos gerados pela comunicação via internet e as possibilidades de avanço que
podem propiciar, somos otimistas e objetivos quanto ao potencial que elas podem oferecer
para finalidades educacionais. Buscaremos refletir e colocar em discussão com você,
seu tutor e colegas de curso diversas possibilidades de integração das novas tecnologias
no cotidiano escolar, não somente como elementos mediadores de transposição didática,
mas, principalmente, potencializadores dos processos motivacionais dos alunos ao
trabalho desenvolvido em conjunto na escola.

          Como sabemos as novas tecnologias estão presentes nas instituições públicas
e privadas, ambiente familiar, pátio da escola, lan houses, telecentros ou até mesmo,
nas ruas, quando utilizamos dispositivos eletrônicos portáteis mais conhecidos por
gadgets (aparelhos móveis, como celulares, smartphones, tocadores de MP3, tablets,
PDAs, netbooks, GPS com diferentes aplicativos e funcionalidades etc.) que podem ser
conectados à internet por meio de rede sem fio (wireless).

                                                                                                               5
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




              Para atender essas novas configurações comunicativas, principalmente, da
    telefonia móvel, são integrados, diariamente, pontos de acesso (Access points) para
    ampliar as possibilidades de conexão em rede. Deste modo, migrar para novos espaços
    interconectados é tendência mundial, contudo, é fundamental saber como usufruir
    dos benefícios e das potencialidades que todo esse aparato tecnológico tem para nos
    oferecer. Nesse sentido, trata-se de reunir as tecnologias disponíveis e empregá-las de
    maneira eficaz para adentrar o mundo das tecnologias digitais sem abandonar o uso dos
    recursos analógicos, como materiais impressos, televisão, rádio, câmeras, aparelhos de
    som, datashow etc.

              Vamos refletir sobre convergência analógica e digital e, a respeito da
    integração, convivência, (re)uso, (re)adequação e formas híbridas de multimídia (por
    exemplo, uso da TV, DVD e computador) e seus usos na educação. Isso é algo que,
    nós, educadores, temos nos preocupado há bastante tempo, são exemplos, os inúmeros
    aparelhos que foram sendo incorporados nas práticas educativas como: mimeógrafo,
    reprodutor de slides, copiadoras, televisão, retroprojetor, vídeo VHS, aparelho de DVD,
    aparelho de som, microfone, scanner, computador, internet, lousa digital e até plataformas
    de aprendizagem. Alguns desses recursos tecnológicos perderam a funcionalidade
    com o passar dos anos, outros ganharam versões mais atualizadas, como é o caso do
    computador (desktop) em formatos recentes: notebook, netbook e tablets.

              Em síntese, a convergência ou formas híbridas de multimídia refere-se
    à adequação do que já temos disponível em nosso contexto com aquilo que é criado
    ou (re)modelado para uma nova realidade. O que pode ser útil em uma escola, talvez
    seja dispensável em outra. A velocidade de conexão é diferente em cada localidade,
    neste caso, o tipo de tecnologia escolhida deve estar alinhado às condições de acesso,
    recepção etc.

                É importante, ainda, considerar as especificidades de cada escola, turma e
    plano de ensino para que essa adequação ocorra com o melhor aproveitamento possível
    de todos os participantes (alunos, professores, comunidade escolar), na hora de elaborar
    um projeto que contemple o currículo e as necessidades do processo ensino-aprendizado
    contextualizado, incluindo as etapas de tomada de decisão no monitoramento enquanto
    ocorre o projeto e sua avaliação (atuação-experimentação/reflexão-nova atuação). Isso
    já é um bom começo para a incorporação das TIC e da internet de modo criativo e
    eficiente, tendo em vista a renovação didática.

              Esperamos que aproveite ao máximo os conteúdos e as tarefas que vamos
    propor neste momento do seu estudo e que essas possam contribuir para a ampliação
    de seus conhecimentos. Sempre que tiver dúvidas sobre um termo ou dificuldade para
    realizar uma atividade, consulte seu tutor(a) ou colegas mais experientes.

                Bom estudo!
                As autoras.
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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




Objetivo geral
Ao final da unidade de aprendizagem e da discussão no fórum, espera-se que você,
professor(a), construa noções gerais sobre as possibilidades e potencialidades que as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a internet oferecem como instrumentos
pedagógicos para a preparação, dinamização e avaliação do processo de ensino-
aprendizagem.


Objetivos específicos
           •	 Promover a reflexão sobre a influência e uso do livro didático material e
              virtual na estrutura do currículo escolar para potencializar a ação educativa
              para a (con)vivência em rede.

           •	 Utilizar os recursos da internet como: hipertextos, objetos educacionais,
              ferramentas interativas, vídeos, aplicativos, gadgets (dispositivos móveis
              como celulares, smartphones, iPhones, tablets, tocadores de MP3, câmeras,
              jogos etc.) em sala.

           •	 Conhecer, discutir e criar possibilidades de aplicação dos applets (interface
              interativa), modelagem, vídeos, simulações (jogos 3D, realidade virtual) e
              outros instrumentos, mídias e softwares para uma pedagogia da imagem.

           •	 Refletir sobre práticas educativas mediadas pelas novas tecnologias e
              o uso da internet para o desenvolvimento de aplicações no processo de
              aprendizagem, procurando construir propostas.




                                                                                                              7
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    1 Livro didático e sua influência na estrutura do currículo escolar:
    potencialidades e desafios
              	 Ao longo dos anos, o processo de ensino-aprendizagem tem sido mediado
    pelo uso de várias ferramentas, entre elas, o livro didático. Esses oferecem leituras e
    atividades que auxiliam na construção de conhecimento em sala.

             Conforme Resolução n. 42 de 28 de agosto de 2012, que dispõe sobre o
    Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para a educação básica,

                      § 3º As obras poderão consistir de livros impressos, incluindo conteúdos
                      multimídia, a partir de objetos educacionais digitais complementares, e também
                      de livros digitais, em meio físico ou ambiente virtual, para acesso de professores
                      e alunos das escolas federais e redes de ensino beneficiárias.




    Saiba mais

    Acesse a legislação sobre o livro didático na íntegra em:

    <http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-legislacao>




              Apesar de a Resolução versar sobre uma pedagogia pluralista, é hora de colocar
    nossas mãos a obra a fim de podermos discutir e construir diferentes possibilidades de uso
    dos recursos e suportes para ampliar os tópicos propostos no livro didático, objetivando
    novas potencialidades para superar os desafios do uso das novas Tecnologias da
    Comunicação e Informação (TIC) na educação para o século XXI.

               O livro didático tem exercido papel muitas vezes central na estrutura do currículo
    escolar e do professor. Tem sido um instrumento que vem auxiliando o(a) professor(a) no
    planejamento de aula, desdobramento e avaliação do processo de ensino-aprendizagem,
    muitas vezes preenchendo a função de norteador do ensino e promovendo a sincronia
    em território nacional, no que se refere ao teor dos conteúdos que devem ser trabalhados
    em cada série do ensino básico e médio.

               No entanto, temos observado que o uso do livro didático pode deixar a desejar,
    pois ao torná-lo fonte única de informação, deixamos de considerar a heterogeneidade de
    discursos e informações, necessidades e demandas da comunidade escolar, a relações
    entre conhecimento escolar e seus usos e funções na vida social também fora da escolar.

8
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




           Ao abstrairmos o conhecimento do que os alunos aprendem na escola, na
sociedade e fora de seus muros, é possível que não consigamos manter a motivação para
o aprendizado do que está sendo tratado num determinado momento da escolarização,
dificultando o desenvolvimento de certos tipos de raciocínios mais abstratos que
promovam a formação de um sistema de pensamento lógico.

           Muitas vezes, utilizamos os livros didáticos para desenvolver o cronograma de
trabalho, estabelecimento de regras, sequenciação de conteúdos, propostas de atividades
ou avaliação, indicação de estratégias, agrupamento de conhecimento teórico, entre
outros. Ao enfocarmos tanto a forma presa ao conteúdo (envolvendo apenas uma força
descritiva do conhecimento), é possível que estejamos levando os alunos a aprender
somente conteúdos de uma forma abstrata, longe de seu cotidiano ou das necessidades
de aprendizagem naquele momento da escolarização. O aluno não se envolve, aprende
apenas para responder às provas e passar de ano, ou seja, enfoca em raciocínios por
imitação, decorando informações e pouco avança nas possibilidades de encontrar outras
soluções, no pensamento crítico que leva a novas atuações.




Saiba mais

Força descritiva: diz respeito apenas ao começo da aprendizagem, em que dizemos algo
sobre o conhecimento, seja mostrando ou respondendo a perguntas que enfocam resultados
já obtidos, eventos terminados: o quê? Quem? Quando? Ao enfocarmos os resultados de
processos como dados e já resolvidos por outras pessoas num passado, não estimulamos a
crítica, a possibilidade de criação de alternativas, de mundos possíveis. Provavelmente, os
alunos não se envolverão pessoalmente com novas soluções e avanços.

Já a força explicativa estabelece lógicas de pensar, por meio de perguntas que enfocam
processos: como? Por quê? Ao darmos ênfase aos processos facilitamos a transferência
de um conhecimento para outro, promovemos estratégias aplicadas em uma situação
problema para outras, com inovações, ou seja, oportunizamos o desenvolvimento de
pensamento criativo.




          Mas como podemos utilizar as ferramentas que temos à mão, como o livro
didático? Como criar novas oportunidades de direcionar a motivação dos alunos para a
aprendizagem e que relações podem ser estabelecidas no sistema de pensamento de
uma área de conhecimento? Como fazer a ponte entre o que os alunos já conhecem,
o que estão aprendendo e o que podem aprender em seguida, em sala e fora dela, de
acordo com suas curiosidades direcionadas para a construção e sua autonomia pessoal
de pensar e agir sobre o mundo que o cerca?
                                                                                                               9
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               Ao envolvermos pessoalmente nossos alunos em tarefas as quais se exige
     responsabilidade, vão tecendo também a reciprocidade, interesse e atenção sobre os
     avanços na aprendizagem, visto que não estão acostumados a tê-la. Da reciprocidade
     dialógica, abrem-se novas possibilidades de lógicas de pensar e o processo de
     aprendizagem vai adquirindo nova qualidade à medida que professor e alunos vão
     aprendendo a explorar as potencialidades de uma pedagogia significativa.

               O professor pode incentivar diálogos e questionamentos ali e acolá para
     resolver dúvidas, criar formas diferenciadas de problematizar, avaliar os diálogos que
     estabelece com seus alunos: o que dizem, o que respondem, quando e como o fazem
     e, assim, desencadear novos modos de resolver um problema de compreensão ou o
     que parece ser uma desatenção durante a resolução de um problema. O professor vai
     se tornando pesquisador junto com seus alunos para produzirem colaborativamente
     conteúdos, ideias e projetos.

                Neste sentido, o que é dito em sala, é instituído em contexto específico, que
     direciona a atuação do professor na construção de significados e nas interlocuções que se
     seguem, é um processo de negociação em que as palavras sofrem deslocamento a fim de
     serem apreciadas e interpretadas pelos interlocutores. Esse direcionamento é ideológico
     e emocional, ou seja, adquire sentidos vivenciais que despertam e motivam a pluralidade
     discursiva, o contraditório e a negociação em busca de denominadores comuns.




     Saiba Mais

     A motivação é um elemento da emoção. Então para promover a motivação é preciso
     envolvimento pessoal que pode ser desencadeada por diferentes eventos criados também
     pelo professor, que envolvem divisão da responsabilidade pela aprendizagem, busca
     de interações mais simétricas, atividades que envolvam argumentação, negociação,
     alternância de trabalho em grupo e trabalho individual, estímulo a perguntas e a
     construção de respostas por parte dos alunos, exposição de exemplos pessoais por
     parte do professor, a fim de dar dicas sobre estratégias de aprendizagem ou provocar
     curiosidade e gerar novas problematizações ou com o objetivo de apoiá-los na construção
     da confiança e autonomia.




               Ao buscar incentivar a reciprocidade, oferecemos diferentes tipos de suporte
     aos alunos, tendo em vista um ensino que funcione como uma alavanca, direcionando o
     conhecimento, por meio de um planejamento que leva em consideração os saberes dos
     alunos, busca ampliá-los e transformá-los em novo conhecimento.

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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




          É possível que ao construir a prática pedagógica dialógica, comecemos a
perceber que ocorrerá: a) mudança social na percepção da escola, porque direciona
o aprendizado para prática contextualizada de cultura local, regional e nacional, e,
mudança nos contextos de aprendizado a partir de novas formas de organização do
ambiente escolar; b) mudança na expectativa dos estudantes porque se baseia no
desenvolvimento intelectual e afetivo de cada um e do grupo; c) o abandono consciente
de posições compensatórias, pois o professor constata, avalia e reavalia sua prática
e a aprendizagem do aluno, engajando-se em projetos interdisciplinares com outros
professores, buscando, inclusive, atuar sobre o que percebe sem que haja pré-requisitos
para inserir passos novos nas atividades mais avançadas; d) oportunidade extensiva a
todos de diferentes formas de aprender e praticar o conhecimento, a partir de atividades
que já contemplem habilidades que um ou outro ainda não adquiriu ou que estão em
processo de aprendizagem, desenvolvendo-se assim uma concepção de suporte
extensivo e inclusivo a todos (SCHECHTMAN; BARBATO, 2005).

Será que isso é tão complexo quanto parece? Sim, mas a prática nos leva a mudar as
formas de atuarmos em sala. Vamos a um exemplo?

           Um excelente trabalho que nos leva a refletir sobre os processos de diálogo em
sala de aula mediados pelo livro didático é o artigo produzido por Mendonça, Aguiar Jr.
e Silva (2008), no qual autores discutem as diferenças entre o professor que leva a sério
as intervenções dos alunos, mesmo que pareçam brincadeiras, para desenvolver um
diálogo mediado pelo livro didático. Note que o professor busca direcionar seus alunos
ao aprendizado das lógicas de pensar, diferentemente dos professores autoritários que
fazem que escutam os alunos mas não dialogam, pois estão paralisados pela preocupação
em atingir seus objetivos exatamente da forma em que planejaram.

          Vamos ao episódio, como descrito pelos autores no referido texto, relatado no
XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008, p. 5-6.

Episódio 1: Professor, eu acho que a gente comer terra faz bem

Nas aulas 1, 2 e 3 o professor abriu o capítulo discutindo com os estudantes o ciclo do
fósforo, representado através de um esquema ilustrado indicando as variadas ocorrências
desse elemento químico. Na aula em que ocorre o primeiro episódio aqui analisado (4ª
aula da sequência), os estudantes levaram os resultados de uma pesquisa solicitada
pelo professor em que deveriam verificar, em rótulos dos alimentos, a presença dos
componentes listados nas questões propostas. Na aula anterior o professor levou vários
rótulos de alimentos e os estudantes foram solicitados a analisá-los buscando dados para
responder às mesmas questões propostas. Os estudantes, em grupos, fizeram parte da
atividade em casa e a concluíram em classe. O episódio analisado refere-se à discussão
coletiva dessa mesma atividade.
                                                                                                              11
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




     As questões propostas na tarefa foram:

     a.	 Anote a composição do produto indicada no rótulo.
     b.	 Verifique se o rótulo indica a presença de carboidratos, proteínas, gorduras e vitaminas.
     c.	 Verifique se o rótulo indica a presença de sais minerais, tais como cálcio, ferro, fósforo,
         sódio e potássio.
     d.	 Discuta com seus colegas: quais seriam as funções dos sais minerais em nosso
         organismo?

     Este episódio (duração de 8min e 30s) se inicia com a participação do aluno Rafael após
     a discussão sobre a presença do mineral ferro nos alimentos e a forma como ele passa
     a fazer parte do nosso organismo.
     1.Rafael: Professor, eu acho que se a gente comer terra faz bem.
     2.Prof.: Vamos explorar essa ideia. Eu acho que na aula passada eu devo ter falado
     alguma coisa assim: sais minerais compõem o solo, não falei?
     3.Alunos: Falou!
     4.Prof.: Gente, então a ideia do Rafael não é tão ruim assim, será que se agente comer
     terra resolve a nossa necessidade de sais minerais?
     5.Alunos: Eu já comi terra...(...)
     6.Prof.: Vocês estão falando dos micro-organismos que estão no solo? Eles podem fazer
     mal? Mas será que é só isso então? Que se eu só comesse terra resolvia meu problema
     de sais minerais?
     7.Gustavo: (...)
     8.Prof.: Mas a planta tem essa capacidade, e a gente não tem não?
     9.Gustavo: Temos, só que menor, eu acho que tipo.
     10.Prof.: Mas olha só, o Gustavo está falando o seguinte: A planta tem a capacidade
     de pegar os sais minerais do solo e pegar o que ela precisa e não precisa, eu estou
     perguntando para ele, será que nós temos essa capacidade de comer terra e aproveitar...?
     11.Gustavo: Não, comer terra não. ((vários alunos se manifestam))
     12.Prof.: Calma, vou ouvir todos, primeiro a Luana.
     13.Luana: Mas a planta pega só o que precisa, a gente não teria essa capacidade, de
     pegar as coisas boas. (...)
     14.Prof.: Mas isso é uma coisa que tem que ser analisada, vocês sabem que o pé dessa
     mesa é feito de ferro, e o ferro é um dos sais minerais que agente listou nos alimentos,
     não é?
     15.Alunos: É.
     16.Prof.: Será que se eu comer um pedacinho de pé de mesa eu resolvo meu problema
     de ferro?
     17.Alunos: Não!!! Tem que estar de forma comestível.
     18.Prof.: De forma comestível? Explica isso.
     19.Rafael: Se você fizer poeirinha com isso e comer aí não vai ser tão duro.

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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




20.Prof.: Ah ... Se eu raspasse esse pé aqui e comesse esse pé raspado...
((Uma aluna, simultaneamente, fala que ferro do pé da cadeira não saiu do solo)) Como
é que é? Esse pé aqui da mesa não saiu do solo não?
21.Alunos: Acho que não.
22.Prof.: O que vocês acham? Esse ferro aqui não saiu da terra?
23.Alunos: Saiu sim! Saiu de onde então?
24.Gustavo: É uma coisa que a gente já está adaptado a comer.
25.Prof.:Você está falando que o organismo está adaptado a algumas substâncias e a
outras não. Então o ferro, esse ferro de pé de mesa não?Mas e o ferro que estava lá na
torrada, desculpa, onde você achou ferro?
26.Alunos: Pipoca de microondas.
27.Prof.: Pipoca de microondas? Feijão preto? Mas será que este ferro que está no feijão
ou na pipoca é diferente desse ferro aqui?
28.Alunos: (...)
29.Prof.: Quem acha que é o mesmo ferro?
30.Rafael: É! Mas eu acho que é em menor quantidade.
31.Prof.: Ok, está em menor quantidade. Muita pergunta e pouca resposta.
32.Luana: De onde vem o ferro daqui? O ferro dos alimentos.
33.Prof.: Vamos tentar responder a pergunta da Luana.
34.Samuel: Do milho.
35.Luana: Não tô falando só da pipoca, porque tem outros alimentos com ferro.
36.Alunos: Ué, do solo.
37.Samuel: O milho nasceu da terra...
38.Luana: Como é que o ferro ia nascer assim do chão, sei lá?
39.Samuel: Vem do animal morto que cai na terra.
40.Alunos: ((Risos))
41.Prof.: O ferro tem um ciclo semelhante aquele do fósforo. Você está lembrada? Então
ele está presente no solo, então a planta acaba absorvendo esse ferro que vai parar lá
no milho, e então a Luana vai comera pipoca. Aí o ferro passa a fazer parte da Luana.
42.Alunos: Aí a Luana vira defunto e...
43.Alunos: ((Risos))
44.Prof.: É um jeito de o ferro voltar para o solo.
45.Luana: Então ferro é o que? É um pozinho? Um “liquidinho”?
((Os alunos continuam discutindo a questão até que o professor termina a sequência no
turno 96, como apresentado a seguir))
93.Prof.: Gente, olha só, eu estou muito satisfeito com esta conversa que agente teve aqui.
94.Alunos: ((discutem sobre uma questão levantada por um estudante deque a origem
dos alimentos orgânicos é do lixo orgânico))
95.Valéria: Isso que ele falou ta certo?
96.Prof.: Ah, não vamos preocupar com isso não, vamos preocupar em ter perguntas
sobre as coisas e aos poucos a gente vai respondendo. Eu sei que tem mais pergunta

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     que resposta agora, mas a gente tem um tanto de coisas para investigar. Então, vamos
     começar essa investigação. Vamos separar um sal mineral e tentar aprender um pouco
     mais sobre ele, talvez, aprendendo mais sobre este sal mineral, a gente consiga responder
     essa pergunta da Luana: afinal, o que é ferro e o que é cálcio? Ou a gente consiga
     responder o que é fósforo e o que é fosfato. Ou outras perguntas que forem surgindo.

     ((O professor encerra a discussão e inicia a leitura de um texto introdutório do próximo
     capítulo do livro didático)).

                 Nesse exemplo, podemos perceber que o professor foi desenvolvendo a difícil
     tarefa de ouvir e negociar os significados que foram surgindo, mesmo que talvez o fizesse
     rir, foi explorando as possíveis respostas, sintetizando a fala de um e outro e também
     fazendo perguntas que foram sendo respondidas em outros momentos da disciplina.

               Desse trecho de aula, que, numa primeira leitura, parece bastante confuso,
     pode-se interpretar um direcionamento do professor em relação à curiosidade dos
     alunos, ao mesmo tempo em que foi utilizando suas motivações para levantar novos
     questionamentos, sem necessariamente se preocupar em dar respostas, deixando-as
     reverberar em sala.

              Imagine só! Se fizéssemos um exercício de imaginar um planejamento da
     sequência dessa aula, qual seria?

               Nós, por exemplo, imaginamos que um evento de construção de conhecimento
     como o citado pudesse levar o professor a conversar com outros professores para
     montarem um projeto conjunto utilizando atividades em laboratório e também as novas
     tecnologias e buscas na internet.

               Há muito que fazer em termos de infraestrutura e outras tarefas
     concomitantemente ao início do uso das TIC em sala. Uma necessidade vai gerando outra
     e com isso podemos, por exemplo, elaborar projetos nas próprias escolas que busquem
     inovar, também pela atuação direcionada dos estudantes para a construção dos novos
     usos das TIC em sala ou no laboratório e, assim, adquirir práticas diferenciadas para a
     pedagogia para a virtualidade.




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2 A formação do professor do século XXI
           Atualmente, defende-se como central para a eficiência e eficácia do processo
de ensino-aprendizagem um trabalho pedagógico que busque integrar as áreas de
conhecimento, levando em conta o (multi)pluralismo, no que é denominado o trabalho na
transdisciplinaridade.

          Nessa perspectiva, por exemplo, os professores de um mesmo grupo propõem
temas e atuações a serem estudados e discutidos que entrelaçam o que é proposto em
Língua Portuguesa com os discursos e conhecimentos históricos, artísticos, filosóficos,
ecológicos, sociológicos etc.

           Ao discutirmos sustentabilidade, por exemplo, podemos buscar entender como
o tema se insere na história, os tipos de gêneros do discurso que estão presentes na
mídia, a localização de áreas degradadas em nossa cidade, região e país, como isso
interfere na vida humana e no planeta e que tipo de atuações podemos desenvolver
para alterar essa situação, buscando desdobrar o conceito em debates plurivocalizados,
construindo uma nova ética, novas estéticas e crítica para formar pessoas “capazes de
lidar com textos e discursos naturalizados, neutralizados, de maneira a perceber seus
valores, suas intenções, suas estratégias, seus efeitos de sentido” (ROJO, 2009, p. 112).

         Assista quando puder palestra cedida para o Segundo Ciclo do Fórum
Universo do Conhecimento por Edgar Morin (2011) em que discute a necessidade de
reunirmos as áreas do saber para que possamos compreender a complexidade do mundo
contemporâneo, por meio do link a seguir.

Palestra de Edgar Morin com o título de A Educação na Era Planetária. Clique em:
<https://www.youtube.com/watch?v=kzHijd3cjCg>

           O trabalho na transdisciplinaridade, então, implica na mudança de um
paradigma da simplificação que domina o ensino que tanto criticamos por ter reduzido o
pensamento complexo e mutilado o conhecimento para um paradigma que nos permita
diferenciar e ao mesmo tempo relacionar (MORIN, 2011) as informações, a teoria com
a prática e a atuação no cotidiano.

           Essa nova perspectiva a ser construída, nos leva a buscar entrelaçar, reunir,
relacionar, dialogar, perpassar as diversas áreas do saber e para tanto, as novas
tecnologias podem se tornar instrumentos fundamentais para provocarmos eventos
de transdisciplinaridade em nossas salas de aula, escolas ao longo do processo de
escolarização e passarmos a falar de uma prática pedagógica para as virtualidades do
ciberespaço e da cibercultura.


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                Ampliamos assim as oportunidades de construção de estruturas interacionais
     mediadas por diferentes instrumentos e práticas multimodais que são mais fluidas e
     flexíveis, pois buscam contemplar a dialogicidade entre os interlocutores que tecem
     objetivos comuns.

     Saiba mais!

     Ciberespaço: chamado também de rede ou web (World Wide Web), espaço de
     intercomunicação digital. Não possui fronteira determinada. Conforme Pierre Lévy (1999),
     é visto com um universo oceânico de informações, que é alimentado por todos que estão
     conectados em algum ponto na rede.

     Cibercultura: conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de
     modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do
     ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17). Atualiza-se em fração de segundos numa lógica interativo-
     colaborativa, ou seja, as informações e os dados são alimentados em tempo real.

     Dialógico: refere-se às interações que são estabelecidas entre os interlocutores,
     considerando-se que cada um pode adicionar algo novo à discussão (por exemplo, por meio
     de perguntas, argumentos, paráfrases e exemplificações, experimentações e atuações
     para modificar algo), pois traz uma história de vida e aprendizagem diferenciadas. No
     dialogismo as ações são direcionadas por aspectos como: a) o respeito recíproco às
     contribuições de cada um; b) a responsabilidade mútua em relação ao assunto discutido
     e ações desenvolvidas; c) a cooperação na solução de problemas; d) a responsividade,
     ou seja, sabemos que, depois de explorados e discutidos até certo nível adequado para o
     momento, alguns assuntos podem ser deixados reverberando e que a solução ou resposta
     pode ocorrer durante a própria interação, em um novo encontro dos interlocutores
     ou mesmo em outro momento da vida de cada um. Dialógico, neste sentido, está em
     contraposição aos discursos e atuações unidirecionais, monológicos e autoritários.

               As mudanças ocasionadas pela inserção das Tecnologias da Informação e
     Comunicação (TIC) e o uso da Internet nas instituições sociais, principalmente, após a
     entrada das ferramentas de interação das redes sociais como blog, wiki, Skype, Twitter,
     Instagram, Slideshare, Picasa etc., e pelo uso de gadgets, dispositivos móveis como
     smartphones, tablets, PDAs, tocadores de MP3, celulares etc., tornaram as formas de
     comunicação mais interativas, cooperativas e compartilhadas. A atualização constante
     e a troca de informações descentralizam rapidamente as fontes do saber implicam “o
     reconhecimento do outro, a aceitação e ajuda mútua, a cooperação, a associação, a
     negociação, para além das diferenças de pontos de vista e de interesses” (LÉVY, 1999).

              As lógicas de pensar modificam-se profundamente devido à distribuição dos
     papéis sociais, funções culturais, relações entre a ordem do discursivo (a lógica) e do

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visível (a forma) (SANTAELLA, 2010), além da inteligência e da sensibilidade que são
continuamente estimuladas, a nosso ver, por diferentes ferramentas mediacionais que
promovem usos diversos do raciocínio, memória, atenção e linguagens; de estratégias
cognitivas e discursivas. As gerações nascidas nas últimas 30 décadas, chamadas
gerações Y e Z usam intensivamente dispositivos tecnológicos, principalmente, games
(brinquedo, celular, computador, tablet, conectados à rede ou não), construindo sensos
de percepção, atenção, intuição, localização espacial e simbolização. Assim como o
raciocínio lógico apurado numa história de conhecimento de si, do outro e do mundo de
forma diferenciada. Como trabalhar essas competências em uma perspectiva ontogenética
para as virtualidades da rede?

Glossário

         Blog: É uma página na internet onde as pessoas escrevem sobre diversos
         assuntos, de forma simples e direta, cuja estrutura permite a atualização rápida
         a partir de acréscimos dos chamados posts. Estes são, em geral, organizados
         de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta pelo blog
(educação, moda, economia, esporte, beleza, política, pessoal etc.), podendo ser escritos
por uma ou mais pessoas.

          Instagram: É um aplicativo gratuito para smartphones para tirar fotos, escolher
          filtros e compartilhar o resultado para os seus contatos nas redes sociais.
          Além dos efeitos de foto analógica, é possível, pelo instagram, “seguir” outros
          usuários para visualizar, “curtir” e comentar nas imagens postadas. O instagram
foi lançado em outubro de 2010, inicialmente apenas para dispositivos iOS, porém, em
2012, o uso passou a ser ampliado também para aparelhos com o sistema Android
instalado. Dessa forma, o aplicativo se popularizou e hoje já ultrapassa a marca de 50
milhões de usuários.

         PDA: Em inglês, significa “assistente digital pessoal”. Basicamente, um PDA é um
         computador de bolso, capaz de prover a “quase totalidade” de funcionalidades
         de um computador de mesa ou notebook/laptops. Antigamente, os termos
         palmtop e handheld eram usados para designar os dispositivos eletrônicos sem
e com teclados, respectivamente. Como estes dispositivos se diversificaram em estilos,
passaram a ser chamados de PDAs.

          Skype: É um software que permite que você converse com pessoas do
          mundo inteiro. Milhões de pessoas e empresas utilizam o skype para fazer de
          graça chamadas com vídeo e chamadas de voz, enviar mensagens de chat
          e compartilhar arquivos com outras pessoas. O skype pode ser utilizado no
          celular, computador ou em uma televisão.


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              Tablet: Esse é o nome dado aos aparelhos portáteis que são um intermédio entre
              um smartphone e os computadores tradicionais, isto é, são equipamentos que
              “imitam” as funções de um computador com a portabilidade dos celulares. Um
              bom e tecnológico exemplo de tablet é o Ipad, da marca norte-americana Apple.

              Twitter: É uma rede social, também conhecida como microblogging, baseada em
              mensagens instantâneas curtas, de até 140 letras. Você utiliza o twitter para
              postar e receber mensagens de uma rede de contatos.

            Gadget: Ao pé da letra, em inglês, a palavra gadget significa geringonça/bugiganga.
            Essa tradução pode nos ajudar a entender o gadget como um produto que não
            é necessário para nossa sobrevivência, mas como um “capricho” sem o qual
            não podemos mais “viver”. No meio tecnológico, gadget designa os “apetrechos”
     ou “geringonças” tecnológicas desenvolvidas com a melhor tecnologia disponível no
     momento, como os tablets, smartphones, tocadores de MP3 etc.

            Widget: Muitas pessoas acham que gadget e widget significam a mesma coisa,
            o que é um equívoco. Apesar de ambos terem finalidade semelhante, os widgets
            são mini-aplicativos (leves, na maioria das vezes) que se tornam “atalhos” para
            serviços e utilidades. Por exemplo, em vez de acessar alguma página na internet
     toda vez que quiser saber sobre o clima da sua cidade ou checar a cotação de alguma
     moeda, por meio dos widgets, você pode ter acesso a essas informações diretamente na
     área de trabalho do seu computador ou em seu dispositivo móvel.

     (Essas informações foram compiladas de diversas fontes da internet)




     Saiba mais

     Para os nativos digitais o trânsito entre a passagem de um ambiente físico para um plano
     virtual é incorporado sem dificuldade, são acostumados a realizar múltiplas tarefas em
     diferentes mídias, em velocidades rápidas, assim, a plasticidade da mente humana e os
     meios estão possibilitando que o efeito da virtualização seja minimizado (LÉVY, 1996).

     O efeito moebius, como é chamado, é mostrado no filme de ficção científica The Matrix,
     em que o ator principal transita entre a realidade física e a virtual, não existe fronteiras
     entre os planos. Vale a pena conferir!

     Filme: The Matrix (1999, diretores Andy e Lana Wachowshi), produção EUA/Canadá.
     Gênero: ação ficção científica, obra de arte multimídia.


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O efeito moebius refere-se ao deslocamento do sujeito entre o espaço físico e o virtual,
em que as dimensões de tempo-espaço perdem sensivelmente seu significado, na
perspectiva de Lévy (1996): “estamos ao mesmo tempo aqui e lá graças às técnicas de
comunicação e telepresença” (p. 27).

Virtualização: para compreender o conceito de virtual temos de considerar o “atual”.
Léyy (1996) explica que “a palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por
sua vez de virtus, força, potência” (p. 15). Por exemplo, a rede é composta de infinitas
possibilidades de atualização, ao fazer uma busca de qualquer natureza pela web é
possível que encontre conteúdos, informações ou dados potenciais para que aquilo que
se está procurando, promovendo um movimento dialético (resposta, troca, atualização
e nova tensão). Conteúdos dispostos em rede estão desterritorializados, virtualizados à
espera de sua atual configuração.




Glossário

Geração Y ou geração do milênio: nascidos nas décadas de 1970 a 1980, na era da
internet, trouxeram novos conceitos e linguagens e mudanças de hábitos sociais por
serem empreendedores, informais, irrequietos, decididos e inovadores com o uso das
novas tecnologias.

Geração Z ou nativos digitais (digital native): termo cunhado por Marc Prensky (2001)
para a geração que precede a geração Y, nascidos entre os anos de 1991 a 1999, não
concebem o mundo sem as tecnologias digitais, as fronteiras geográficas entre o plano
virtual e físico inexistem.

Imigrante digital: geração que antecede a geração Y. Estão imigrando para a era da
informação, adaptando-se ao uso das tecnologias digitais.

Desterritorializado: o que é desatrelado de um enraizamento espaço-temporal preciso.
É descentrado, não presente. O termo refere-se também ao efeito moebius: da passagem
do interior ao exterior e do exterior ao interior.

Ex:. Uma empresa que opera em infraestrutura física atendendo seus clientes e mantém,
simultaneamente, vendas online por meio de site. A interface do site (layout/fachada) é
planejada para transmitir a sensação de que estamos olhando para uma vitrine virtual,
que pode estar alocada em qualquer ponto da rede.




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     Curiosidade sobre as especificidades linguísticas

     Blogs, MSN, Twitter e outras ferramentas de mensagens rápidas delimitam o número de
     caracteres, criaram-se, assim, novos códigos de comunicação. Os sinais de pontuação
     ganharam novas funcionalidades e significados. Veja o resultado de pesquisa sobre
     ressemantização dos sinais de pontuação organizado por Albuquerque (2012).




          o/              :(             =)             :**            U-U             :O

           o/              :/             =/             ^^              =P              :{

          IoI             ;-)           :ooo             <3              =|              :B

           :D             ;))             *-*             :3            =X              (:O

           (:              ;(            *--*             :s             =[           d-_-b



     Os uso de sinais (também chamados emoticons) demonstram ações ou sentimentos
     como alegria, tristeza, espanto, felicidade ou quando se quer dizer que vai dormir ou
     ouvir música. Tente decifrá-los!

     Os emoticons mudam dependendo da língua e dos costumes de cada país ou região,
     acesse para conhecê-los:

     <http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_emoticons>




               A ampliação da capacidade cognitiva decorre da junção de três matrizes
     coordenadas, denominados anteriormente no texto de multimodais: o verbal, o visual
     e o sonoro (SANTAELLA, 2010). A linguagem hipermidiática é essa junção. Pensemos
     nos inúmeros jogos disponíveis em rede, microchips, softwares com suas luzes, sons,
     instruções escritas e visuais, fases pré-programadas, sensores de espaço etc., que
     atuam sobre o córtex cerebral. Vejamos o que a autora argumenta sobre “imagens na
     ponta dos dedos”:

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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




                 [...] diante de imagens manipuláveis, manuseáveis ao toque da ponta de nossos
                 dedos, imagens que se mexem, correm da lá para cá, escorregam, dilatam-se,
                 somem e reaparecem, verticalizam-se, horizontalizam-se nas pequeninas telas
                 de celulares inteligentes, de dispositivos móveis multifuncionais que parecem
                 telefones, mas são antes de tudo, também computadores (2010, p.185).

           Assim, o nativo digital possui performance perceptiva diferenciada, por estar
cercado pelas tecnologias digitais desde o nascimento, já para um migrante digital é um
processo de aquisição de novas competências. Poderíamos até argumentar que em certas
localidades de nosso país as tecnologias não estão presentes, será? Como dissemos,
um simples jogo digital com suas luzes, sons e movimentos cadenciados modifica a
forma do brincar, também o modo como a publicidade mediatiza as mensagens pela
televisão, estimulando a atenção, recepção, percepção e a lógica, por meio de imagens,
sonorização e recursos verbais (ritmo e molduras intertextuais).

          Destacamos duas condições importantes que incidem nas práticas educativas
que favorecem a construção de trabalhos na transdisciplinaridade mediados pelos
transmídias:

           •	 Mudanças na relação professor-aluno perpassadas pela apropriação
              de possibilidades de uso e funções das TIC no processo de ensino-
              aprendizagem, em que vai sendo construída outra lógica de planejamento
              das práticas pedagógicas, isso se traduz em complementação e inovação
              daquilo que você já conhece e faz cotidianamente.

           •	 Descentralização dos saberes, o ensino tido como “tradicional” e
              “transmissivo” perde sentido diante de uma escola sem paredes.
              Esse aspecto é fundamental para que você construa e transforme
              seu planejamento, introduza novos elementos no processo de ensino-
              aprendizagem. Por exemplo, quando busca o apoio e a colaboração de
              colegas para o desenvolvimento de um novo instrumento de aprendizagem,
              uma nova atividade ou um projeto interdisciplinar.

                 No caso da educação, a solução não pode sentir saudades dos tempos passados
                 da velha escola, muito menos, como alguns pretendem, fazer o possível para
                 que ela volte. Mas também não basta fazer pequenos ajustes, colocar band-aids
                 em nossas aulas e em nossos hábitos docentes, introduzindo os computadores
                 e alguma outra tecnologia para continuar desenvolvendo os mesmo currículos
                 (MONEREO; POZZO, 2010, p. 97).

          Esses autores enfatizam a competência docente e mudanças culturais e
pessoais, isto é, a tecnologia é vista apenas como suporte para que as práticas ocorram.
Também consideramos as tecnologias como mediadores comunicativos que favorecem a

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     construção de significados e promovem formas diferenciadas de diálogo entre professor
     e alunos. Mas, por onde começar?

               Antes de iniciarmos o tópico seguinte, vamos refletir sobre o seu papel como
     professor diante deste novo panorama. Que novas habilidades pode adquirir para atuar
     em consonância com uma educação para as virtualidades? Observe e reflita sobre
     algumas, veja se concorda.

     Reflita sobre as competências a seguir:

                 •	 Ser proficiente no manejo do computador e aprender a navegar na rede por
                    meio de hiperlinks e hipertextos (ver item 2.4).

                 •	 Selecionar, analisar, filtrar, organizar e avaliar conteúdos e informações nos
                    repositórios ou sítios, quanto à validade, teor e qualidade da publicação.

                 •	 Disponibilizar roteiro de navegação e guiar os alunos aos conteúdos
                    digitais conforme necessidade de estudo. Ex.: Uma pesquisa em museu
                    virtual pode ser detalhada ao máximo. Para tanto, deve-se elaborar um
                    roteiro com instruções de navegação: link inicial para que os alunos saibam
                    por onde iniciar a visita; definir o movimento artístico que será estudado;
                    descrever pontos a serem observados durante a visita; explicar como
                    buscar outras informações na rede (de preferência, trabalho em grupo com
                    tarefas diferentes, para que ao final reúnam os dados da pesquisa) e como
                    elaborar registro de pesquisa para apresentação de seminário/círculo de
                    discussão/exposição de trabalhos.

                 •	 Administrar e compartilhar arquivos. Ex.: Pode-se criar pasta coletiva para
                    que professores ou professor e alunos das diferentes disciplinas troquem
                    textos, planejamentos de aula, apresentações, fotografias etc. A ferramenta
                    Dropbox disponibiliza serviço gratuito de armazenamento de dados na
                    nuvem (repositório não localizável fisicamente), em que diversos usuários
                    podem postar, baixar, compartilhar arquivos: <https://www.dropbox.com/>

                 •	 Compilar informações e ideias. Pesquisas na internet possibilitam acesso
                    a grande volume informacional, o professor terá de reunir dados mais
                    relevantes e compilar as ideias principais, ou seja, o que é válido e o que
                    pode ser descartado.

                 •	 Negociar e atribuir sentidos. Ex.: A mesma notícia pode ser divulgada sob
                    diferentes formações discursivas, assim, o professor terá de trazer o tema
                    em pauta para que discutam, negociem, dialoguem e atribuam sentidos.

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          •	 Moderar/mediar a interação e o diálogo durante o estudo, para que cada
             pessoa possa expressar ideias, opiniões, argumentos a fim de estabelecer
             a tensão necessária para resolver os conflitos, contradições e pontos
             de vista. Moderar/mediar o processo de construção é o inverso da aula
             transmissiva, na qual o “conteúdo é passado para o aluno”.

          •	 Interagir cooperativamente. Destaca-se o aspecto motivacional, que
             é inseparável de seu contexto sociocultural, nele o aluno mantém
             estado de constante interesse cognitivo e afetivo, por meio de filiação,
             autodeterminação, intercâmbio, interesse, tarefas orientadas, controle
             interno, negociação social etc.

          •	 Gerir a informação e colaborativamente transformá-la em conhecimento.
             Criar o movimento dialético de diferenciar e reagrupar as informações,
             gerando novos questionamentos, retroalimentar constantemente a fim de
             complexificar o assunto em questão, buscando a participação de todos.

          •	 Explorar possibilidades educacionais na rede (objetos interativos, webquests,
             ferramentas colaborativas, visitas virtuais, toolmaps, buscadores, vídeos
             etc.). Ex:. Elaborar webquest com perguntas-desafio (ver item 2.2)e indicar
             visita virtual a museu sobre a técnica de desenho em carvão.

          •	 Planejar “a navegação” nas infovias (criar roteiros prévios de navegação nas
             vias de acesso à informação). Ex:. Visita ao Oceanário de Lisboa <http://
             www.oceanario.pt/cms/13/>, partindo desse link, o professor deve elaborar
             roteiro prévio, o que estará em estudo? Oceanos, golfos, costas, depressões
             e elevações, correntes marítima, biodiversidade marinha, salinidade,
             estruturas de plataformas marinhas, vegetação marinha? Existem infinitas
             possibilidades, o roteiro facilitará e dará rumo à navegação, a busca deve
             ser refinada para que os alunos não se percam nos sites ou portais que,
             geralmente, indicam outros estudos vinculados ao tema. Sem roteiro prévio
             a pesquisa pode tomar proporções fora de foco.

          •	 Relacionar a informação local e global. Um estudo sobre a Guerra no
             Iraque, por exemplo, pode se pensar em como isso afeta o mundo; como
             as notícias se agrupam na rede em torno deste evento (o que dizem os
             iraquianos e os americanos? Quais problemas desencadearam a guerra?
             Existem colônias de iraquianos no Brasil e que ações foram tomadas?
             Entre outros questionamentos que possam surgir. Ou seja, problematizar
             em nível local e global.



                                                                                                             23
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                 •	 Usar buscadores, navegadores e simuladores (ver item 2.2 como utilizá-
                    los). São ferramentas que possibilitam a visão tridimensional e passeios
                    virtuais por meio de navegador.

                 •	 Reconhecer o que é público ou privado, individual ou coletivizado,
                    principalmente, em relação às questões culturais, bem como perfil na rede. A
                    fronteira que separa o que é público ou privado, cópia ou original, individual
                    ou coletivo é “invisível” aos olhos, mas bastante “clara” nas leis que protegem
                    o usuário e as instituições que participam da rede. Não devemos postar
                    fotografias ou imagens sem autorização; apropriar-nos de textos ou trechos de
                    conteúdos originais; utilizar sons ou trilhas sonoras sem pagar os direitos ao
                    ECAD; reproduzir entrevistas completas em blogs ou sítios sem autorização,
                    criar perfis falsos, postar vídeos sem permissão etc.

                 •	 Autorregular e (re)dirigir situações propícias à aprendizagem. Estar atento(a)
                    se a proposta está alinhada aos objetivos iniciais, a autorregulação e (re)
                    direcionamento devem ser contínuos.

                 •	 Promover a socialização para se (con)viver em comunidades de
                    aprendizagem online. Geralmente, atividades em grupo promovem
                    situações mais dialógicas e cooperativas, evitar atividades de competição,
                    do tipo jogos em rede com ranking ou premiações individuais. Games ou
                    jogos em rede fortalecem a competição individual, a escola pode fazer o
                    inverso, trazer o aluno para situações de trabalho coletivo.

                 •	 Conscientizar seus alunos sobre a autoavaliação, autogestão,
                    autossuficiência e trabalho autoral. Principalmente, a questão autoral
                    vem sendo grande problema, existem blogs que fornecem para download
                    trabalhos prontos. Pode-se, assim, valorizar que essa facilidade não
                    ajudará o aluno quando de um concurso, prova ou teste e que só a autoria
                    e autossuficiência permitirá que avance nos estudos e na profissão.

                 •	 Elaborar proposta flexível e adequada ao tema proposto em parceria
                    com professores de outras áreas do saber (ver proposta de estudo sobre
                    naufrágio do Titanic no item 2.2).

                 •	 Garantir a continuidade do tema em estudo por meio de planejamento que
                    responda aos critérios do plano curricular.




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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




            •	 Atualizar-se sobre as notícias locais e globais. A informação em rede é
               alimentada em tempo real pelos inúmeros usuários interconectados, isso
               ultrapassa informações contidas nos livros didáticos. Porém, num primeiro
               momento, é preciso confirmar a veracidade do que está sendo divulgado
               nas redes, o livro didático tem o papel de confirmar dados mais seguros.

            •	 Assegurar comunicação entre a linguagem escrita e as linguagens
               hipermidiáticas, considerando a não linearidade, diferentes ritmos,
               especificidades linguísticas etc. Ex.: Os textos multimodais são elaborados
               por inúmeras camadas informacionais que incluem imagens, sons, conteúdos,
               símbolos, movimentos tridimensionais etc. com um simples movimento do
               mouse em qualquer parte da tela (imagem, ícone, tag (etiqueta), tela de
               fundo etc.), o usuário pode ser conduzido ao outro endereço, não vinculado
               ao tema em estudo.

            •	 Ter competência para manejar hipertextos, sempre observando as abas em
               que está conectado/subordinado (sites, portais e blogs, são, geralmente,
               patrocinados por marcas, produtos, serviços etc.). Existem pessoas que
               recebem para permitir publicidade em seus endereços (BERALDO, em
               elaboração).

          As novas tecnologias, então, estão cada vez mais disponíveis nas escolas e
o acesso à internet mais democrático, assim é importante que o foco, nesta etapa de
apropriação tecnológica, esteja direcionado para as inovações que promovam o ensino-
aprendizagem e dinamizem suas aulas.

            Reflita sobre como pode ir criando situações e eventos, ao longo do ano letivo,
para ir introduzindo em seu planejamento, com o grupo de professores que trabalho com
você, essas novas atuações!




                                                                                                               25
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     2.1 Conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os
     sistemas de ensino: planejamento de aulas e renovação didática
              Com as inúmeras possibilidades de acesso a conteúdos na rede, podemos
     pensar se existem diferenças entre conteúdos educacionais ou não educacionais. O
     que você acha? Existem ou não?

              Qualquer conteúdo disposto em rede é potencialmente educativo, cabe
     ao professor(a) acessar, selecionar, analisar, filtrar, organizar e avaliar conteúdos
     e informações disponíveis nos repositórios ou sítios e decidir se são adequados ao
     planejamento de aula (ILLERA, 2010), e ao longo da sua atuação ir dando dicas aos
     alunos sobre como navegarem em segurança e como construírem críticas sobre o que
     leem, bem como evitar sítios suspeitos com informações duvidosas.

               Por exemplo, visita ao museu virtual, apresentação de documentário,
     visualização de palestra, leitura de notícia ou busca em motor de localização geográfica,
     como o Google Earth, podem ser usados como recursos didáticos. Acesse os links a
     seguir e pense como poderiam ser utilizados.

     Glossário

               O termo link quer dizer elo, nexo ou ligação. Por meio dele podemos “saltar”
     de uma tela a outra, implica a (multi)referenciação, remissão e proximidade de palavras-
     chave, ideias, informações, dados, representações gráficas, códigos etc. Observe o Atlas
     Hiperbólico e veja como os (hiper)links interconectam os pontos no globo.




                                                                       Atlas hiperbólico da internet


                                                                       O mapa hiperbólico da internet é
                                                                       semelhante a uma rede sintética
                                                                       einsteiniana, vista no segundo
                                                                       mapa, abaixo. Os pontos em
                                                                       vermelho marcam a concentração
                                                                       e acesso à rede. [Imagem: Boguna
                                                                       et al./Nature]




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Veja alguns endereços interessantes que vamos apresentar:

Museus virtuais brasileiros: http://www.eravirtual.org/pt/

Documentários em Porta Curtas Petrobrás: http://portacurtas.org.br/

Palestras em Ted Talks (com tradutor):
http://www.ted.com/talks/alexander_tsiaras_conception_to_birth_visualized.html

Acervo de revistas: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx

Localizador Google Earth: http://showmystreet.com/

Vídeos sobre Questões Contemporâneas:
https://www.youtube.com/watch?v=k7drtDdKxcE&list=PL34BB806DEFACDB9A




Vamos falar sobre hiperlink!

Quando indicamos fontes na internet para estudo específico, temos de facilitar o acesso
ao link para organizar o gerenciamento das informações. A rede é composta por rede de
hiperlinks, alguns com informações já sem validade, outros “quebrados”(sem ligação
sequencial) e até com conteúdo atualizado. Assim, o endereço deve ser localizável, num
primeiro momento, pois as informações na rede são alimentadas, muitas vezes, em tempo
real, podemos encontrar links relativamente estáveis, mas no geral, são excluídos sem aviso
prévio. Fique atento(a), pois devem ser avaliados e testados antes de serem divulgados.




Veja o exemplo para compreender como indicar um link corretamente:

No sítio Porta Curtas Petrobrás <http://portacurtas.org.br/> você encontrará inúmeros
documentários, imaginemos que vai escolher um documentário para sua aula.

A título de exemplo, escolheria o tema sobre a infância no Brasil para o projeto, poderia
indicar o documentário A invenção da infância que se encontra em:

<http://portacurtas.org.br/filme/?name=a_invencao_da_infancia>

Observe que além do endereço do sítio, é acrescido os dados codificados de acesso
para o documentário (?name=a invencao da infância). Isso conduzirá seus alunos ao
documentário escolhido. Daí a importância de guiá-los por meio de endereços precisos,
pelo menos no início da proposta.
                                                                                                               27
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




     Reflita!

     Como você, professor, pode dinamizar sua aula a partir da indicação de um link?

     •	 Elaborando projetos temáticos. Se possível com a participação de professores das
        outras áreas.

     Que tecnologias poderiam ser utilizadas?

     •	 Tecnologias analógicas e digitais disponíveis: livros, câmeras, celulares, gravadores
        MP3, televisão, datashow, notebook, tablets, ferramentas de busca, ferramentas de
        interação (fóruns por meio de lista de discussão ou wikis).

     Que atividades propor?

     •	 Formação de grupos para apresentação de seminários sobre o tema abordado
        (entrevistas, levantamento histórico, registros fotográficos, busca documental),
        planejando programas para atender a comunidade local etc.

                Quando puder, acesse o Portal do Ted Talks e pense nas possibilidades de
     dinamizar suas aulas. É preciso selecionar o vídeo e “configurar o tradutor” para o
     português do Brasil. Em certos momentos, será necessário organizar instruções para
     orientar seus alunos. Caso haja acesso restrito à internet em sua escola, use o datashow
     e o computador para projetar os vídeos na sala de aula.

               Neste Portal você terá outras opções nas diversas áreas, convoque outros
     professores(as) para elaborar projetos interdisciplinares. Veja a seguir algumas imagens
     da seleção que fizemos para você! Faça o teste!




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<http://www.ted.com/talks/alexander_tsiaras_conception_to_birth_visualized.html>




                                                                                    Entre no portal e clique
                                                                                    sobre o título!




                                                           Clique no tradutor e
                                                           escolha o idioma.




                                                                                                               29
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                                                     Observe que as imagens são em 3D.




                                  Você poderá dar pausa nas imagens quando necessário e mostrar
                                  detalhes que constam no livro didático.




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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




                                           Você terá uma visão tridimensional para
                                           trabalhar com seus alunos, isso traz nova
                                           dinâmica ao aprendizado.




           Vejamos, ainda, a título de exemplo, material no formato e-book (edições
originais digitalizadas) como registro documental que pode ser utilizado em projetos
temáticos. Acesse <http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx> e navegue no portal
da Revista Veja Digital. Note que é preciso selecionar a década, o mês e a edição para
guiar seus alunos, outra possibilidade é que pesquisem livremente um tema e trabalhem
em grupos. É uma revista de opinião voltada para cultura de massa, todavia é um registro
histórico importante sobre o Brasil.




           Figura 1- Página inicial do portal Veja Digital                                                    31
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




               Observe que no topo da tela você poderá selecionar o ano, mês e edição.
     Estão disponíveis arquivos digitais de 1968 às edições mais recentes. Essa mostra é um
     exemplo de como utilizar portais, sites ou blogs com conteúdos interessantes que podem
     ser adaptados para tematizar suas aulas.

                Note na figura a seguir notícia selecionada na edição n. 665, de 3 de junho
     de 1991, durante o governo do presidente João Figueiredo. A revista encontra-se no
     formato e-book, de modo que os alunos poderão ampliar reduzir, selecionar e capturar
     as imagens (fazer o print) para montar apresentações em powerpoint ou para elaborar
     projetos impressos.




                Passemos, agora, aos conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os
     sistemas de ensino. Você encontrará conteúdos educacionais digitais e multimídias para
     as disciplinas de Matemática ou Física nos links a seguir, acesse e escolha a opção mais
     adequada para sua aula, lembre-se de orientar seus alunos de forma clara, indicando o
     endereço exato, num primeiro momento.




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                                                                 Em cada aba você terá
                                                                 novas opções!




Acesse:
<http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/matematica/condigital1/index.html>




                                                                 O Acessa Física sugere roteiros de
                                                                 aula e experimentos.



Acesse:
<http://177.71.183.29/acessa_fisica/index.php/acessafisica/Temas/Fluidos>




                                                                                                              33
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               O Projeto A Física e o Cotidiano desenvolvido pela Secretaria da Educação do
     Estado da Bahia, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia e concebido por
     um grupo de pesquisadores, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), disponibiliza
     diversos conteúdos.




                                                                          O projeto A Física e o Cotidiano
                                                                          disponibiliza mapa de conteúdos
                                                                          para facilitar a busca, basta clicar
                                                                          sobre o título escolhido.




               No portal do RIVED, do Ministério da Educação, você encontrará diversos
     objetos de aprendizagem, acesse:

                 <http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php>




     O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância (SEED), que tem por objetivo
     a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem.
     Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes,
     associando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. A meta que se
     pretende atingir disponibilizando esses conteúdos digitais é a de melhorar a aprendizagem
     das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do aluno. Além de promover a
     produção e publicar na web os conteúdos digitais para acesso gratuito, o RIVED realiza



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capacitações sobre a metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas
instituições de ensino superior e na rede pública de ensino (MEC, 2012).




Licença de uso


Os conteúdos produzidos pelo RIVED são públicos e estarão sendo, gradativamente,
licenciados pelo CreativeCommons. Esses conteúdos podem ser acessados por meio
do sistema de busca - repositório online,  que permite visualizar, copiar e comentar
os conteúdos publicados. Com a licença CreativeCommons, garante-se os direitos
autorais dos conteúdos publicados e possibilita a outros copiar e distribuir o material
contanto que atribuam o crédito aos  autores (MEC, 2012).

Atenção! Para desbloquear algumas telas do RIVED é necessário desativar o pop-
up no browser e usar o navegador Internet Explorer.




         Você já conhece o Portal do Professor onde o MEC disponibiliza diversos
conteúdos multimídia? Se ainda não navegou, acesse:

           <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/recursos.html>



                                                                                                              35
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




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                                                                                         palavra-chave.


                                                                                       Procure nas coleções recursos
                                                                                       para o Ensino Médio.




              Devido à quantidade de recursos, você deverá selecionar os que melhor se
     adéquam ao seu planejamento de aula. Observe a figura a seguir e veja as possibilidades
     de navegação e de busca. À esquerda, você encontrará:

     •	 No Espaço da Aula qualquer professor pode criar e colaborar; desenvolver aulas
        individualmente ou em equipe; pesquisar e explorar o conteúdo das aulas e coleções
        de aulas.

     •	 Em Jornal do Professor são publicados, quinzenalmente, temas ligados à educação.

     •	 Em Cursos e Materiais são disponibilizados materiais de autoaprendizagem,
        proposições de ensino, parâmetros e referenciais e recursos em diversos formatos
        para fundamentação e dinamização da prática docente.

     •	 Na aba de Interação e Colaboração você tem opções de uso das novas ferramentas
        da web 2.0 para interagir com outros professores. Crie e administre seus grupos,
        compartilhe conteúdos, informações, pesquisas e participe dos debates.

     •	 Em Links você poderá acessar os projetos promovidos pelo MEC em território
        brasileiro.

     •	 Na tela principal, você terá as seguintes opções:

     •	 Recursos Educacionais: em dezembro de 2012, o portal contava com 12.407
        recursos, para acessá-los é preciso selecionar a série, a área e o tema. É importante

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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




   destacar que alguns deles exigem software específico para abrir, caso isso ocorra,
   observe na aba de instalação os softwares disponíveis e baixe no seu computador,
   veja a figura a seguir:



                                                                           Ao clicar no link abrirá as
                                                                           opções de softwares livre.




•	 Estão disponíveis, também, as abas para Coleções de Recursos, Sites Temáticos,
   Cadernos Didáticos e a TV Escola.

         É um ótimo momento para você navegar no Portal do Professor e conferir
esses materiais e recursos.

         Vejamos, a seguir, os materiais didáticos disponíveis no Ambiente Educacional
Web, disponibilizado pela Secretaria de Educação da Bahia, onde haverá inúmeras
opções de conteúdos digitais que podem ser usados em suas aulas.




                                                                                                              37
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     Tela inicial do Portal




Clique em Ambiente Educacional
Web para selecionar os objetos
educacionais e conteúdos!




     Tela de seleção do Ambiente Educacional Web.




      Em cada peça haverá conteúdos que
      poderão fazer parte de seu plano de aula,
      acesse para conhecê-los!




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Tela de seleção dos recursos.




 Clique sobre o recurso ou
 use o buscador para refinar
 sua pesquisa!




Acesse: <http://ambiente.educacao.ba.gov.br>




                                                                                                              39
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     2.2 O trabalho escolar organizado por grupos em sala de aula:
     cooperação e coletividade
                Mostrar o que se sabe na escola provoca mudanças na relação entre professores
     e entre professores e alunos, tendo em vista que, grande parte dos alunos brasileiros
     está na condição de nativos digitais, professores, em sua maioria, “migrantes digitais”.
     Se pensarmos no conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), na perspectiva
     histórico-cultural, em que a aprendizagem de um conhecimento, ainda em construção,
     pode ser mediada por um adulto ou par mais experiente, logo perceberemos que as
     mudanças não são apenas nas práticas educativas, ocorrem também nas posições de
     cada interlocutor.




     Saiba mais!

     Vygostky: nasceu em Orzha, na Bielorus, em 1896, formou-se em Filosofia, Direito,
     Psicologia, Literatura e Pedagogia. Para Vygostky, o sujeito é uma construção do seu
     meio histórico-cultural e a cultura modela o funcionamento mental humano nos planos
     interpsicológico (coletivo) e intrapsicológico (individual).

     ZDP: Vygotsky chama de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal) o domínio psicológico
     que coincide com a distância entre o nível de desenvolvimento real (o que é capaz de fazer
     sozinho) e o nível potencial (o que pode ser capaz de fazer com a ajuda do professor ou
     de uma pessoa mais experiente). Daí a importância da intervenção, da ação pedagógica.




               Portanto, maior peso deve ser dado às relações dialógicas e simétricas
     para que professores e alunos compartilhem experiências, solucionem problemas
     colaborativamente, descubram funcionalidades, criem formas de utilização das TIC em
     auxílio mútuo. Assim, o processo de construção do conhecimento implica formas de
     negociação e convenção de significados, isso requer intercâmbio, tensão, argumentação,
     articulação, embate, produção de sentidos etc.

               No sentido dialógico toda palavra que circula em uma comunidade “serve de
     expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me ao outro, isto é, em
     última análise, em relação à coletividade” (BAKTHIN, 1986, p.113). A palavra vista dessa
     forma não é uma unidade neutra, ela é posta à espera de um ou mais participantes
     para que atualize seu sentido. Assim, promover o diálogo e a atitude responsiva na
     comunidade de estudo é um dos desafios que a escola tem de enfrentar nas próximas

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Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




décadas. Qual seria então o foco de nossa atenção? Como trabalhar coletivamente? Que
ferramentas temos a nossa disposição?




Saiba mais!

Bakthin: nasceu em Orel (Moscou), em 1895. Dedicou atenção para questões
relacionadas à importância do diálogo para o desenvolvimento da consciência em
oposição ao monologismo, as relações entre a linguagem e a sociedade e a dialética do
signo, a língua, a fala e a enunciação e o sujeito no discurso. Para Bakthin, a linguagem
é de natureza dialógica, e “o centro organizador de toda enunciação, de toda expressão,
não é o interior, mas o exterior: está situado no meio social que envolve o indivíduo”
(2010, p. 125).

Responsividade: responder a alguém ou a alguma coisa. “O ato responsível envolve o
conteúdo do ato, seu processo, e, unindo-os, a valoração/avaliação do agente com respeito
a seu próprio ato, vinculada com o pensamento participativo” (SOBRAL, 2005, p. 21).




          As concepções do ensino dialógico são fundamentais para pensarmos a
escola como espaço de trocas, coparticipação, representação, enunciação, dialogismo e
responsividade. É nesse aspecto que as TIC e a internet podem ser grandes aliadas na
intervenção pedagógica.

           A rede também oferece perigos, é necessário que a instituição escolar
tenha cuidado quanto ao uso de ferramentas de redes sociais em práticas de ensino-
aprendizagem. A escola tem se apropriado de várias ferramentas das redes sociais como
blogs, wikis, Skype, Orkut, Myspace, Facebook, Twitter, lista de discussão etc., e diversos
conteúdos foram publicados por professores nos últimos anos com finalidade educativa,
porém, é preciso destacar detalhes importantes quanto a isso.

Atenção!

Ferramentas das redes sociais (Blog, Skype, Twitter, Facebook, Orkut, Myspace, Picasa,
Youtube, entre outras) são abertas ao público em geral, podem ser retiradas da rede,
com seus conteúdos, quando a empresa decidir. Não há segurança legal quanto às
publicações e seus efeitos (entre o público e o privado). Assim, a escola, como entidade
jurídica, deverá responder legalmente quando de uma publicação de imagem, som ou
conteúdo indevido.


                                                                                                               41
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               Ao utilizar ferramentas de uso livre, a coordenação deverá ser informada, a fim de
     planejar um projeto que assegure responsabilidade legal pela exposição pública. Esse tema
     tem gerado discussões, caberá à comunidade escolar decidir a viabilidade do uso.

     Dica!

     O livro Ciberética: responsabilidade em um mundo interligado pela rede digital, organizado
     pelos pesquisadores alemães Kolb, Esterbauer e Ruckenbauer, publicado pela Editora
     Loyola, em 2001, trata de questões sobre a ética da informação, direitos da informação
     na rede, direitos de proteção a dados pessoais etc.

     Fique atento(a)!

     Informação não é comunicação!Um dos principais problemas do futuro consiste em
     relacionar viabilidade econômica com solidariedade, e informação com humanidade
     (KOLB, 2001). O que isso que dizer? Que existem interesses mercadológicos para
     o “despejo” de tecnologias no meio social e nas instituições, forte investimento de
     empresas em marketing voltado para o consumo “customizado” (tipo de aparelho que
     você precisa, conta do tamanho do seu orçamento, banda larga que te conecta com o
     resto do mundo etc.) e instituições privadas potencialmente preparadas para oferecer
     “pacotes educacionais” para as instituições públicas, entre outras questões éticas que
     surgem no ciberespaço.

               Cabe à escola o papel de despertar para a crítica. É importante que os
     alunos aprendam participando, discutindo em sala de aula com o seu apoio, a verificar
     a procedência da informação; o modo como a realidade é mostrada, se virtual ou real;
     o discurso para o consumo, a manipulação de dados ou de imagens; a forma como
     a cultura de massa (conteúdos homogêneos e unidirecionais) replica ideias, além da
     segurança virtual e perigos de exposição na rede.

                Isso é possível? Sim, desde que professor e alunos sejam interlocutores
     ativos na solução de dúvidas, na construção de conhecimentos, na troca de experiências
     pessoais, na busca de informações relevantes para o estudo em questão, ou seja, alunos
     ensinando professor no manejo tecnológico, professor agregando informações nos
     resultados obtidos etc.

     Algumas informações importantes

     Oriente seus alunos sobre os perigos e armadilhas que estão na rede, um portal com jogos
     online, por exemplo, pode ser patrocinado por empresas de qualquer natureza: sites para
     adultos, jogos de azar, sites de relacionamento, vídeos impróprios e maliciosos, “pirataria
     de softwares”, vendas de produtos, entre outros serviços voltados para o consumo.

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          Outro perigo é o cyberbullying. Refere-se à reputação em rede, o usuário pode
sofrer perseguição, ofensas ou difamação, que toma proporções enormes devido ao
alcance e rapidez com que se espalham. Causam danos morais e psicológicos quando
são indexados posts, envio simultâneo de mensagem (virais) ou quando há bloqueio ou
expulsão do jovem no grupo.

Post: referem-se aos comentários (opinião positiva ou ofensa) que outras pessoas podem
indexar/anexarem fotografias ou perfis.

Virais: mensagens enviadas por SMS para inúmeras pessoas, simultaneamente, e,
essas para suas listas de seguidores (Ex:. o Twitter, que pode acabar com a reputação
de uma pessoa em segundos).

Bloqueio e exclusão: qualquer ferramenta interativa (e-mail, AVAs, blog, facebook,
Orkut, Twitter etc.) possui opção para excluir ou bloquear participantes do grupo, sem
aviso prévio, acarretando danos de autoestima e identidade.

          Veja, a seguir, imagem de portal de jogos em rede. Observe a aba lateral à esquerda
e as abas na lateral direita, existem links para sites impróprios em meio a jogos para crianças
e adolescentes. Não é possível filtrar, mas podemos trazer o assunto para discussão.




                                                                                                               43
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                Outros cuidados devem ser tomados, além dos relatados, assim, é preciso estar
     atento(a) para percebê-los e avaliá-los. É interessante elaborar projetos que incluam a
     comunidade escolar, pais, pares ou responsáveis pelo aluno, com a finalidade de fomentar
     o diálogo sobre as mudanças que as tecnologias estão provocando na vida das pessoas e
     como a escola pode lidar com as novas formas de comunicação no mundo contemporâneo.

     Curiosidade

     Web 1.0 ou fase “pontocom”: buscou-se integrar o computador à vida humana, ou seja,
     o período de criação de diversos repositórios de informações em lugares estáticos que
     se atualizavam com determinada periodicidade. Atualmente, a quantidade excessiva de
     informação disponível em rede é dessa fase, baseia-se em consultas, como fazemos aos
     dicionários. Conforme Coll e Monereo, “a Web 1.0 integrada às TIC mostraram-se como
     um elemento de reforço às práticas educacionais existentes” (2010, p. 87).

     Web 2.0: um segundo momento é marcado pela disseminação das redes sociais conferindo às
     pessoas o papel de (co)produtoras de conteúdos, as fontes de informação descentralizaram-
     se dos locais de origem, bem como tornaram-se mais amplas e sofisticadas. Qualquer usuário
     conectado a um ponto na rede pode produzir conteúdos e criar seu próprio núcleo de leitores
     ou (co)produtores, é o que chamamos de “comunidade virtual”.

     Web 3.0: Estamos na fase da Web 3.0 ou Web Semântica que busca agrupar maior
     quantidade de termos na internet. É uma base configurada a partir de motores de busca
     (por exemplo, o Google+, Linkedin etc.) que descrevem de maneira personalizada as
     preferências do usuário, a partir das características psicológica, cultural, orçamentária,
     profissional, etária, acadêmica etc.

                Como vimos, o desafio que surge para a escola neste século não depende
     do aparato tecnológico em si, mas da gestão da informação e do conhecimento que
     são determinantes para a dinamização e inovação do plano de aula. Assim, um site
     institucional é um bom começo para compartilhar o conhecimento produzido na escola.
     Vejamos a seguir como equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP)
     desenvolveu site para publicações.

               O Projeto Investigações Ambientais na Escola do Futuro criado pela USP
     usa site para publicar as produções e como canal comunicativo entre a instituição,
     professores e alunos. Sempre haverá pessoa responsável por alimentar e atualizar os
     conteúdos, imagens, layout, teor das mensagens etc., de modo que os participantes
     dessa comunidade podem estar seguros de que a instituição dará amparo legal para que
     realizem projetos.

     Confira em: <http://www.investigacoesambientais.futuro.usp.br/>

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Conheça outros projetos desenvolvidos pela USP, por meio do endereço:

<http://futuro.usp.br/portal/website.ef>

A Escola do Futuro (USP) produziu junto ao Programa Acessa São Paulo, uma série
de cadernos eletrônicos para inclusão digital (navegação segura, pesquisa na internet,
comunidades virtuais, publicação de conteúdos na internet etc.). Para fazer download do
material, acesse: <www.acessasp.sp.gov.br>




          A criação de grupos de discussão por meio do Googlegroups pode ser também
uma opção. É ferramenta livre de uso mais restrito, devendo ser usada somente com
autorização da escola. Podemos defini-la como sendo uma ferramenta de comunidade
online em que os usuários podem compartilhar arquivos, trocar mensagens, enviar
imagens e comunicados etc. Veja a seguir algumas informações.

Glossário

Google: É uma empresa multinacional de serviços online dos Estados Unidos, sediada
na Califórnia. É executado por um milhão de servidores espalhados pelo mundo,
oferece ferramentas e aplicativos como o Gmail (conta de e-mail), Google+, Google
Talk (mensagem instantâneas), Google Chrome, Google Earth, Google Tradutor, Google
Search (buscador), Googlegroups, entre outros (Fonte: Wikipedia).

Googlegroups: O serviço é gratuito para formação de comunidades online e grupos
de discussão. Para utilizá-la é preciso criar uma conta de e-mail no Gmail para cada
participante, em seguida, o “administrador do grupo” deve criar a conta e enviar um link
para convidá-los.

Leia com atenção as instruções antes de abrir e lembre-se de que deve ter o aval da sua
instituição! Para criar, acesse:

< http://groups.google.com/groups/create?lnk=gcphp&pli=1>




                                                                                                              45
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              Também é possível instalar uma plataforma virtual de aprendizagem (AVA),
     como o Moodle, software livre e de fonte aberta em sua escola. Veja na sequência
     informações sobre o Moodle.

     Moodle: Software livre e de fonte aberta criado por Martin Dougiamas. É um sistema de
     gestão da aprendizagem colaborativa que permite, de maneira simples, que professor e
     alunos interajam, dialoguem e estudem acessando a plataforma de qualquer localidade
     onde haja um computador. Oferece diversas ferramentas e recursos para que os usuários
     compartilhem informações com vistas à construção do conhecimento. É o ambiente que
     estamos utilizando em nosso curso.

     Para mais informações, acesse o manual Conte com Moodle no próximo semestre,
     disponível em formato e-book em:

     <http://www.cead.unb.br/biblioteca-digital/ebooks/conte-com-moodle/index.html>

     Poderá obter mais detalhes no site oficial do Moodle no Brasil: <http://www.moodle.org.br/>




     Figura: Moodle do curso de extensão em Atualização em Práticas Pedagógicas, 2013.

     O Projeto Software Livre na Bahia também disponibiliza informações sobre o uso de
     padrões abertos, acesse para saber um pouco mais:
     <http://wiki.dcc.ufba.br/PSL/OQueESL>

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          A utilização de webquest como atividade investigativa em grupo é outra opção.
É uma proposta criada por Bernie Dodge, da Universidade de San Diego (EUA), uma
metodologia orientada para utilização dos recursos da rede (web). A webquest deve ser
elaborada pelo professor que criará questões para serem solucionadas pelos alunos,
sendo as fontes de pesquisa a própria web (hiperlinks, hipertextos, mapas, sites, e-books,
vídeos etc.).

Procure obter mais informações no endereço neste endereço:

<http://webeduc.mec.gov.br/webquest/>

Observe, a seguir, como o professor Rafael Flores organizou a webquest para os seus alunos.




                                                                                                               47
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                                                                                   Observe os links, ao clicar o
                                                                                   aluno será conduzido a outras
                                                                                   informações na rede que
                                                                                   servirão de base para o estudo.




                 Fonte: <http://www.webquestbrasil.org>




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         Já o Hot Potatoes conta com algumas ferramentas para exercícios variados:
JCloze, JQuiz, JCross, JMix e JMatch. Para instalação é preciso acessar o seguinte
endereço:<http://web.uvic.ca/hrd/hotpot/>




         Os blogs são usados para publicação de conteúdos produzidos em comunidades
ou em diários pessoais. São ferramentas abertas ao público em geral, como também o
Facebook. Para criação de blog, acesse:

           <http://webeduc.mec.gov.br/webquest/>.




                                                                                                              49
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     Saiba mais!

     As ferramentas de busca, em sua maioria, são de uso livre, são potencialmente educativas
     e possuem grande relevância nas áreas das ciências de Geografia, Biologia, Química,
     Matemática, Física e História.

     Por meio delas podem ser obtidas imagens em 3D (terceira dimensão) e navegação de
     360º, além de deslocamentos simulados do espaço-territorial: regiões, ruas, rios, mares,
     estratosfera, vulcões, mapas, plataformas (marinhas e polares) etc.Veja a seguir.




     Google Ocean:http://www.google.com/earth/explore/showcase/ocean.html#tab=ocean-
     acidification

     No mapa apresentado, no Google Ocean, é possível localizar os destroços do Titanic. A
     partir do filme, como estímulo à curiosidade, os alunos poderão trabalhar as coordenadas
     marítimas e a navegação; estrutura interna e externa do transatlântico; as correntes
     marítimas; distância e velocidade de motores; pesquisa de dados históricos de época e
     inúmeras questões que vão sendo levantadas. Devido à quantidade de links vinculados ao
     mapa o usuário será conduzido a outras informações, através de vídeos ou simuladores
     em águas profundas. Poderá conhecer, por exemplo, os destroços, objetos de época e
     compartimentos do Titanic.




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Navegue utilizando o buscador:

Observe que, abaixo do navegador, tem um “ícone laranja/boneco”, basta arrastá-lo para
as áreas terrestres para iniciar a navegação.




Por meio de etiquetas poderá ampliar sua busca, basta clicar!

Google maps: http://maps.google.com.br/

Google Earth: http://www.google.com/earth/index.html

Outras opções do Google Earth: http://www.google.com/intl/ptPT/earth/explore/
showcase/

Google Sky:http://www.google.com/sky/

Google Ocean:http://www.google.com/earth/explore/showcase/ocean.html#tab=ocean-
acidification

Google Street: http://maps.google.com/intl/en/help/maps/streetview/gallery/index.html

Criação de modelos estruturais em 3D: http://sketchup.google.com/yourworldin3d/
learn.html


                                                                                                              51
Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet




     Yahoo Maps: http://maps.yahoo.com/

     INPE – Monitoramento de queimadas e incêndios nas florestas brasileiras: http://
     www.inpe.br/queimadas/

                Veja outros motores de busca e pense na possibilidade de criar projetos
     interdisciplinares!
                 Utilize o navegador para
                 se ampliar ou diminuir a
                 imagem.




                                                                              Basta clicar na barra de
                                                                              rolagem para selecionar uma
                                                                              estrela para observá-la em
                                                                              imagem tridimensional.
                                                                              Informações e hiperlinks serão
                                                                              apresentados em cada uma
                                                                              delas.




     Google Sky: <http://www.google.com/sky/>

              	 Ao trabalhar com um motor de busca como o Google Sky, poderá usar,
     simultaneamente, os objetos digitais disponíveis no Portal do Educador Baiano, como
     exemplo: A vida das estrelas (Formação das estrelas) em:

                 <http://ambiente.educacao.ba.gov.br/conteudos-digitais/conteudos/listar>




52
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Instrumentos Pedagógicos TIC

  • 1. Módulo 2 Instrumentos Pedagógicos para Preparação e Dinamização de Aulas com o uso das TIC e da Internet Rossana Beraldo Silviane Barbato Brasília, janeiro de 2013.
  • 2.
  • 3. Sumário Breve mensagem das autoras 5 Objetivo geral 7 Objetivo específicos 7 1 Livro didático e sua influência na estrutura do currículo escolar: 8 potencialidades e dasafios 2 A formação do professor do século XXI 15 2.1 Conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os sistemas 26 de ensino: planejamento de aulas e renovação didática 2.2 O trabalho escolar organizado por grupos em sala de aula: 40 cooperação e coletividade 2.3 Textos temáticos impressos ou digitais: reorganização de aulas 58 2.4 Contextualização de conteúdos, hipertextualidade 59 na compreensão de conteúdos multirreferenciados 3 Recursos da internet 61 3.1 Mídias educativas e objetos educacionais diversos 63 Referências 66 GLOSSÁRIO 69
  • 4.
  • 5. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Breve mensagem das autoras Caro(a) professor(a), No mundo atual, a cada dia nos são apresentadas novas ferramentas que, adaptadas, podem ser utilizadas em nossas escolas e salas de aula. Temos ao nosso dispor a TV Escola, o Instituto Anísio Teixeira (IAT), o Portal do Educador Baiano, a Rede AT, a Plataforma Freire, a Universidade Aberta do Brasil (UAB), o sítio do Ministério da Educação (MEC) para a formação do professor e tantos outros programas. Neste momento, estamos diante de um novo desafio: o uso das novas tecnologias em sala de aula para nos apoiar e aos nossos alunos na construção de formas diferenciadas de conhecimento ao longo do processo de escolarização e em suas relações com o cotidiano. Ao longo dos anos, temos dedicado nossos esforços à pesquisa e aplicação sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e internet na educação. Assim, queremos compartilhar com você algumas informações significantes para que possa utilizá-las com segurança e criatividade em suas reflexões e práticas diárias, sobretudo, no que concerne ao desenvolvimento de raciocínios lógicos relacionados ao campo do conhecimento que estuda e ensina. Como também pela possibilidade de construção de relações de novos conhecimentos gerados a partir do trabalho conjunto entre professores de diferentes áreas enfocando um tema ou problema comum. Convidamos você para um diálogo, em que vamos destacar algumas informações, dicas e cuidados que circulam em torno das TIC e da internet. Você encontrará, ao longo do texto, caixas em destaque com esses avisos, além de um glossário com os termos mais recorrentes. Fique atento(a) a essas dicas, elas facilitarão seu entendimento. A partir de uma perspectiva culturalista, em que vemos os diferentes instrumentos gerados pela comunicação via internet e as possibilidades de avanço que podem propiciar, somos otimistas e objetivos quanto ao potencial que elas podem oferecer para finalidades educacionais. Buscaremos refletir e colocar em discussão com você, seu tutor e colegas de curso diversas possibilidades de integração das novas tecnologias no cotidiano escolar, não somente como elementos mediadores de transposição didática, mas, principalmente, potencializadores dos processos motivacionais dos alunos ao trabalho desenvolvido em conjunto na escola. Como sabemos as novas tecnologias estão presentes nas instituições públicas e privadas, ambiente familiar, pátio da escola, lan houses, telecentros ou até mesmo, nas ruas, quando utilizamos dispositivos eletrônicos portáteis mais conhecidos por gadgets (aparelhos móveis, como celulares, smartphones, tocadores de MP3, tablets, PDAs, netbooks, GPS com diferentes aplicativos e funcionalidades etc.) que podem ser conectados à internet por meio de rede sem fio (wireless). 5
  • 6. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Para atender essas novas configurações comunicativas, principalmente, da telefonia móvel, são integrados, diariamente, pontos de acesso (Access points) para ampliar as possibilidades de conexão em rede. Deste modo, migrar para novos espaços interconectados é tendência mundial, contudo, é fundamental saber como usufruir dos benefícios e das potencialidades que todo esse aparato tecnológico tem para nos oferecer. Nesse sentido, trata-se de reunir as tecnologias disponíveis e empregá-las de maneira eficaz para adentrar o mundo das tecnologias digitais sem abandonar o uso dos recursos analógicos, como materiais impressos, televisão, rádio, câmeras, aparelhos de som, datashow etc. Vamos refletir sobre convergência analógica e digital e, a respeito da integração, convivência, (re)uso, (re)adequação e formas híbridas de multimídia (por exemplo, uso da TV, DVD e computador) e seus usos na educação. Isso é algo que, nós, educadores, temos nos preocupado há bastante tempo, são exemplos, os inúmeros aparelhos que foram sendo incorporados nas práticas educativas como: mimeógrafo, reprodutor de slides, copiadoras, televisão, retroprojetor, vídeo VHS, aparelho de DVD, aparelho de som, microfone, scanner, computador, internet, lousa digital e até plataformas de aprendizagem. Alguns desses recursos tecnológicos perderam a funcionalidade com o passar dos anos, outros ganharam versões mais atualizadas, como é o caso do computador (desktop) em formatos recentes: notebook, netbook e tablets. Em síntese, a convergência ou formas híbridas de multimídia refere-se à adequação do que já temos disponível em nosso contexto com aquilo que é criado ou (re)modelado para uma nova realidade. O que pode ser útil em uma escola, talvez seja dispensável em outra. A velocidade de conexão é diferente em cada localidade, neste caso, o tipo de tecnologia escolhida deve estar alinhado às condições de acesso, recepção etc. É importante, ainda, considerar as especificidades de cada escola, turma e plano de ensino para que essa adequação ocorra com o melhor aproveitamento possível de todos os participantes (alunos, professores, comunidade escolar), na hora de elaborar um projeto que contemple o currículo e as necessidades do processo ensino-aprendizado contextualizado, incluindo as etapas de tomada de decisão no monitoramento enquanto ocorre o projeto e sua avaliação (atuação-experimentação/reflexão-nova atuação). Isso já é um bom começo para a incorporação das TIC e da internet de modo criativo e eficiente, tendo em vista a renovação didática. Esperamos que aproveite ao máximo os conteúdos e as tarefas que vamos propor neste momento do seu estudo e que essas possam contribuir para a ampliação de seus conhecimentos. Sempre que tiver dúvidas sobre um termo ou dificuldade para realizar uma atividade, consulte seu tutor(a) ou colegas mais experientes. Bom estudo! As autoras. 6
  • 7. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Objetivo geral Ao final da unidade de aprendizagem e da discussão no fórum, espera-se que você, professor(a), construa noções gerais sobre as possibilidades e potencialidades que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a internet oferecem como instrumentos pedagógicos para a preparação, dinamização e avaliação do processo de ensino- aprendizagem. Objetivos específicos • Promover a reflexão sobre a influência e uso do livro didático material e virtual na estrutura do currículo escolar para potencializar a ação educativa para a (con)vivência em rede. • Utilizar os recursos da internet como: hipertextos, objetos educacionais, ferramentas interativas, vídeos, aplicativos, gadgets (dispositivos móveis como celulares, smartphones, iPhones, tablets, tocadores de MP3, câmeras, jogos etc.) em sala. • Conhecer, discutir e criar possibilidades de aplicação dos applets (interface interativa), modelagem, vídeos, simulações (jogos 3D, realidade virtual) e outros instrumentos, mídias e softwares para uma pedagogia da imagem. • Refletir sobre práticas educativas mediadas pelas novas tecnologias e o uso da internet para o desenvolvimento de aplicações no processo de aprendizagem, procurando construir propostas. 7
  • 8. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet 1 Livro didático e sua influência na estrutura do currículo escolar: potencialidades e desafios Ao longo dos anos, o processo de ensino-aprendizagem tem sido mediado pelo uso de várias ferramentas, entre elas, o livro didático. Esses oferecem leituras e atividades que auxiliam na construção de conhecimento em sala. Conforme Resolução n. 42 de 28 de agosto de 2012, que dispõe sobre o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) para a educação básica, § 3º As obras poderão consistir de livros impressos, incluindo conteúdos multimídia, a partir de objetos educacionais digitais complementares, e também de livros digitais, em meio físico ou ambiente virtual, para acesso de professores e alunos das escolas federais e redes de ensino beneficiárias. Saiba mais Acesse a legislação sobre o livro didático na íntegra em: <http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-legislacao> Apesar de a Resolução versar sobre uma pedagogia pluralista, é hora de colocar nossas mãos a obra a fim de podermos discutir e construir diferentes possibilidades de uso dos recursos e suportes para ampliar os tópicos propostos no livro didático, objetivando novas potencialidades para superar os desafios do uso das novas Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC) na educação para o século XXI. O livro didático tem exercido papel muitas vezes central na estrutura do currículo escolar e do professor. Tem sido um instrumento que vem auxiliando o(a) professor(a) no planejamento de aula, desdobramento e avaliação do processo de ensino-aprendizagem, muitas vezes preenchendo a função de norteador do ensino e promovendo a sincronia em território nacional, no que se refere ao teor dos conteúdos que devem ser trabalhados em cada série do ensino básico e médio. No entanto, temos observado que o uso do livro didático pode deixar a desejar, pois ao torná-lo fonte única de informação, deixamos de considerar a heterogeneidade de discursos e informações, necessidades e demandas da comunidade escolar, a relações entre conhecimento escolar e seus usos e funções na vida social também fora da escolar. 8
  • 9. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Ao abstrairmos o conhecimento do que os alunos aprendem na escola, na sociedade e fora de seus muros, é possível que não consigamos manter a motivação para o aprendizado do que está sendo tratado num determinado momento da escolarização, dificultando o desenvolvimento de certos tipos de raciocínios mais abstratos que promovam a formação de um sistema de pensamento lógico. Muitas vezes, utilizamos os livros didáticos para desenvolver o cronograma de trabalho, estabelecimento de regras, sequenciação de conteúdos, propostas de atividades ou avaliação, indicação de estratégias, agrupamento de conhecimento teórico, entre outros. Ao enfocarmos tanto a forma presa ao conteúdo (envolvendo apenas uma força descritiva do conhecimento), é possível que estejamos levando os alunos a aprender somente conteúdos de uma forma abstrata, longe de seu cotidiano ou das necessidades de aprendizagem naquele momento da escolarização. O aluno não se envolve, aprende apenas para responder às provas e passar de ano, ou seja, enfoca em raciocínios por imitação, decorando informações e pouco avança nas possibilidades de encontrar outras soluções, no pensamento crítico que leva a novas atuações. Saiba mais Força descritiva: diz respeito apenas ao começo da aprendizagem, em que dizemos algo sobre o conhecimento, seja mostrando ou respondendo a perguntas que enfocam resultados já obtidos, eventos terminados: o quê? Quem? Quando? Ao enfocarmos os resultados de processos como dados e já resolvidos por outras pessoas num passado, não estimulamos a crítica, a possibilidade de criação de alternativas, de mundos possíveis. Provavelmente, os alunos não se envolverão pessoalmente com novas soluções e avanços. Já a força explicativa estabelece lógicas de pensar, por meio de perguntas que enfocam processos: como? Por quê? Ao darmos ênfase aos processos facilitamos a transferência de um conhecimento para outro, promovemos estratégias aplicadas em uma situação problema para outras, com inovações, ou seja, oportunizamos o desenvolvimento de pensamento criativo. Mas como podemos utilizar as ferramentas que temos à mão, como o livro didático? Como criar novas oportunidades de direcionar a motivação dos alunos para a aprendizagem e que relações podem ser estabelecidas no sistema de pensamento de uma área de conhecimento? Como fazer a ponte entre o que os alunos já conhecem, o que estão aprendendo e o que podem aprender em seguida, em sala e fora dela, de acordo com suas curiosidades direcionadas para a construção e sua autonomia pessoal de pensar e agir sobre o mundo que o cerca? 9
  • 10. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Ao envolvermos pessoalmente nossos alunos em tarefas as quais se exige responsabilidade, vão tecendo também a reciprocidade, interesse e atenção sobre os avanços na aprendizagem, visto que não estão acostumados a tê-la. Da reciprocidade dialógica, abrem-se novas possibilidades de lógicas de pensar e o processo de aprendizagem vai adquirindo nova qualidade à medida que professor e alunos vão aprendendo a explorar as potencialidades de uma pedagogia significativa. O professor pode incentivar diálogos e questionamentos ali e acolá para resolver dúvidas, criar formas diferenciadas de problematizar, avaliar os diálogos que estabelece com seus alunos: o que dizem, o que respondem, quando e como o fazem e, assim, desencadear novos modos de resolver um problema de compreensão ou o que parece ser uma desatenção durante a resolução de um problema. O professor vai se tornando pesquisador junto com seus alunos para produzirem colaborativamente conteúdos, ideias e projetos. Neste sentido, o que é dito em sala, é instituído em contexto específico, que direciona a atuação do professor na construção de significados e nas interlocuções que se seguem, é um processo de negociação em que as palavras sofrem deslocamento a fim de serem apreciadas e interpretadas pelos interlocutores. Esse direcionamento é ideológico e emocional, ou seja, adquire sentidos vivenciais que despertam e motivam a pluralidade discursiva, o contraditório e a negociação em busca de denominadores comuns. Saiba Mais A motivação é um elemento da emoção. Então para promover a motivação é preciso envolvimento pessoal que pode ser desencadeada por diferentes eventos criados também pelo professor, que envolvem divisão da responsabilidade pela aprendizagem, busca de interações mais simétricas, atividades que envolvam argumentação, negociação, alternância de trabalho em grupo e trabalho individual, estímulo a perguntas e a construção de respostas por parte dos alunos, exposição de exemplos pessoais por parte do professor, a fim de dar dicas sobre estratégias de aprendizagem ou provocar curiosidade e gerar novas problematizações ou com o objetivo de apoiá-los na construção da confiança e autonomia. Ao buscar incentivar a reciprocidade, oferecemos diferentes tipos de suporte aos alunos, tendo em vista um ensino que funcione como uma alavanca, direcionando o conhecimento, por meio de um planejamento que leva em consideração os saberes dos alunos, busca ampliá-los e transformá-los em novo conhecimento. 10
  • 11. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet É possível que ao construir a prática pedagógica dialógica, comecemos a perceber que ocorrerá: a) mudança social na percepção da escola, porque direciona o aprendizado para prática contextualizada de cultura local, regional e nacional, e, mudança nos contextos de aprendizado a partir de novas formas de organização do ambiente escolar; b) mudança na expectativa dos estudantes porque se baseia no desenvolvimento intelectual e afetivo de cada um e do grupo; c) o abandono consciente de posições compensatórias, pois o professor constata, avalia e reavalia sua prática e a aprendizagem do aluno, engajando-se em projetos interdisciplinares com outros professores, buscando, inclusive, atuar sobre o que percebe sem que haja pré-requisitos para inserir passos novos nas atividades mais avançadas; d) oportunidade extensiva a todos de diferentes formas de aprender e praticar o conhecimento, a partir de atividades que já contemplem habilidades que um ou outro ainda não adquiriu ou que estão em processo de aprendizagem, desenvolvendo-se assim uma concepção de suporte extensivo e inclusivo a todos (SCHECHTMAN; BARBATO, 2005). Será que isso é tão complexo quanto parece? Sim, mas a prática nos leva a mudar as formas de atuarmos em sala. Vamos a um exemplo? Um excelente trabalho que nos leva a refletir sobre os processos de diálogo em sala de aula mediados pelo livro didático é o artigo produzido por Mendonça, Aguiar Jr. e Silva (2008), no qual autores discutem as diferenças entre o professor que leva a sério as intervenções dos alunos, mesmo que pareçam brincadeiras, para desenvolver um diálogo mediado pelo livro didático. Note que o professor busca direcionar seus alunos ao aprendizado das lógicas de pensar, diferentemente dos professores autoritários que fazem que escutam os alunos mas não dialogam, pois estão paralisados pela preocupação em atingir seus objetivos exatamente da forma em que planejaram. Vamos ao episódio, como descrito pelos autores no referido texto, relatado no XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008, p. 5-6. Episódio 1: Professor, eu acho que a gente comer terra faz bem Nas aulas 1, 2 e 3 o professor abriu o capítulo discutindo com os estudantes o ciclo do fósforo, representado através de um esquema ilustrado indicando as variadas ocorrências desse elemento químico. Na aula em que ocorre o primeiro episódio aqui analisado (4ª aula da sequência), os estudantes levaram os resultados de uma pesquisa solicitada pelo professor em que deveriam verificar, em rótulos dos alimentos, a presença dos componentes listados nas questões propostas. Na aula anterior o professor levou vários rótulos de alimentos e os estudantes foram solicitados a analisá-los buscando dados para responder às mesmas questões propostas. Os estudantes, em grupos, fizeram parte da atividade em casa e a concluíram em classe. O episódio analisado refere-se à discussão coletiva dessa mesma atividade. 11
  • 12. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet As questões propostas na tarefa foram: a. Anote a composição do produto indicada no rótulo. b. Verifique se o rótulo indica a presença de carboidratos, proteínas, gorduras e vitaminas. c. Verifique se o rótulo indica a presença de sais minerais, tais como cálcio, ferro, fósforo, sódio e potássio. d. Discuta com seus colegas: quais seriam as funções dos sais minerais em nosso organismo? Este episódio (duração de 8min e 30s) se inicia com a participação do aluno Rafael após a discussão sobre a presença do mineral ferro nos alimentos e a forma como ele passa a fazer parte do nosso organismo. 1.Rafael: Professor, eu acho que se a gente comer terra faz bem. 2.Prof.: Vamos explorar essa ideia. Eu acho que na aula passada eu devo ter falado alguma coisa assim: sais minerais compõem o solo, não falei? 3.Alunos: Falou! 4.Prof.: Gente, então a ideia do Rafael não é tão ruim assim, será que se agente comer terra resolve a nossa necessidade de sais minerais? 5.Alunos: Eu já comi terra...(...) 6.Prof.: Vocês estão falando dos micro-organismos que estão no solo? Eles podem fazer mal? Mas será que é só isso então? Que se eu só comesse terra resolvia meu problema de sais minerais? 7.Gustavo: (...) 8.Prof.: Mas a planta tem essa capacidade, e a gente não tem não? 9.Gustavo: Temos, só que menor, eu acho que tipo. 10.Prof.: Mas olha só, o Gustavo está falando o seguinte: A planta tem a capacidade de pegar os sais minerais do solo e pegar o que ela precisa e não precisa, eu estou perguntando para ele, será que nós temos essa capacidade de comer terra e aproveitar...? 11.Gustavo: Não, comer terra não. ((vários alunos se manifestam)) 12.Prof.: Calma, vou ouvir todos, primeiro a Luana. 13.Luana: Mas a planta pega só o que precisa, a gente não teria essa capacidade, de pegar as coisas boas. (...) 14.Prof.: Mas isso é uma coisa que tem que ser analisada, vocês sabem que o pé dessa mesa é feito de ferro, e o ferro é um dos sais minerais que agente listou nos alimentos, não é? 15.Alunos: É. 16.Prof.: Será que se eu comer um pedacinho de pé de mesa eu resolvo meu problema de ferro? 17.Alunos: Não!!! Tem que estar de forma comestível. 18.Prof.: De forma comestível? Explica isso. 19.Rafael: Se você fizer poeirinha com isso e comer aí não vai ser tão duro. 12
  • 13. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet 20.Prof.: Ah ... Se eu raspasse esse pé aqui e comesse esse pé raspado... ((Uma aluna, simultaneamente, fala que ferro do pé da cadeira não saiu do solo)) Como é que é? Esse pé aqui da mesa não saiu do solo não? 21.Alunos: Acho que não. 22.Prof.: O que vocês acham? Esse ferro aqui não saiu da terra? 23.Alunos: Saiu sim! Saiu de onde então? 24.Gustavo: É uma coisa que a gente já está adaptado a comer. 25.Prof.:Você está falando que o organismo está adaptado a algumas substâncias e a outras não. Então o ferro, esse ferro de pé de mesa não?Mas e o ferro que estava lá na torrada, desculpa, onde você achou ferro? 26.Alunos: Pipoca de microondas. 27.Prof.: Pipoca de microondas? Feijão preto? Mas será que este ferro que está no feijão ou na pipoca é diferente desse ferro aqui? 28.Alunos: (...) 29.Prof.: Quem acha que é o mesmo ferro? 30.Rafael: É! Mas eu acho que é em menor quantidade. 31.Prof.: Ok, está em menor quantidade. Muita pergunta e pouca resposta. 32.Luana: De onde vem o ferro daqui? O ferro dos alimentos. 33.Prof.: Vamos tentar responder a pergunta da Luana. 34.Samuel: Do milho. 35.Luana: Não tô falando só da pipoca, porque tem outros alimentos com ferro. 36.Alunos: Ué, do solo. 37.Samuel: O milho nasceu da terra... 38.Luana: Como é que o ferro ia nascer assim do chão, sei lá? 39.Samuel: Vem do animal morto que cai na terra. 40.Alunos: ((Risos)) 41.Prof.: O ferro tem um ciclo semelhante aquele do fósforo. Você está lembrada? Então ele está presente no solo, então a planta acaba absorvendo esse ferro que vai parar lá no milho, e então a Luana vai comera pipoca. Aí o ferro passa a fazer parte da Luana. 42.Alunos: Aí a Luana vira defunto e... 43.Alunos: ((Risos)) 44.Prof.: É um jeito de o ferro voltar para o solo. 45.Luana: Então ferro é o que? É um pozinho? Um “liquidinho”? ((Os alunos continuam discutindo a questão até que o professor termina a sequência no turno 96, como apresentado a seguir)) 93.Prof.: Gente, olha só, eu estou muito satisfeito com esta conversa que agente teve aqui. 94.Alunos: ((discutem sobre uma questão levantada por um estudante deque a origem dos alimentos orgânicos é do lixo orgânico)) 95.Valéria: Isso que ele falou ta certo? 96.Prof.: Ah, não vamos preocupar com isso não, vamos preocupar em ter perguntas sobre as coisas e aos poucos a gente vai respondendo. Eu sei que tem mais pergunta 13
  • 14. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet que resposta agora, mas a gente tem um tanto de coisas para investigar. Então, vamos começar essa investigação. Vamos separar um sal mineral e tentar aprender um pouco mais sobre ele, talvez, aprendendo mais sobre este sal mineral, a gente consiga responder essa pergunta da Luana: afinal, o que é ferro e o que é cálcio? Ou a gente consiga responder o que é fósforo e o que é fosfato. Ou outras perguntas que forem surgindo. ((O professor encerra a discussão e inicia a leitura de um texto introdutório do próximo capítulo do livro didático)). Nesse exemplo, podemos perceber que o professor foi desenvolvendo a difícil tarefa de ouvir e negociar os significados que foram surgindo, mesmo que talvez o fizesse rir, foi explorando as possíveis respostas, sintetizando a fala de um e outro e também fazendo perguntas que foram sendo respondidas em outros momentos da disciplina. Desse trecho de aula, que, numa primeira leitura, parece bastante confuso, pode-se interpretar um direcionamento do professor em relação à curiosidade dos alunos, ao mesmo tempo em que foi utilizando suas motivações para levantar novos questionamentos, sem necessariamente se preocupar em dar respostas, deixando-as reverberar em sala. Imagine só! Se fizéssemos um exercício de imaginar um planejamento da sequência dessa aula, qual seria? Nós, por exemplo, imaginamos que um evento de construção de conhecimento como o citado pudesse levar o professor a conversar com outros professores para montarem um projeto conjunto utilizando atividades em laboratório e também as novas tecnologias e buscas na internet. Há muito que fazer em termos de infraestrutura e outras tarefas concomitantemente ao início do uso das TIC em sala. Uma necessidade vai gerando outra e com isso podemos, por exemplo, elaborar projetos nas próprias escolas que busquem inovar, também pela atuação direcionada dos estudantes para a construção dos novos usos das TIC em sala ou no laboratório e, assim, adquirir práticas diferenciadas para a pedagogia para a virtualidade. 14
  • 15. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet 2 A formação do professor do século XXI Atualmente, defende-se como central para a eficiência e eficácia do processo de ensino-aprendizagem um trabalho pedagógico que busque integrar as áreas de conhecimento, levando em conta o (multi)pluralismo, no que é denominado o trabalho na transdisciplinaridade. Nessa perspectiva, por exemplo, os professores de um mesmo grupo propõem temas e atuações a serem estudados e discutidos que entrelaçam o que é proposto em Língua Portuguesa com os discursos e conhecimentos históricos, artísticos, filosóficos, ecológicos, sociológicos etc. Ao discutirmos sustentabilidade, por exemplo, podemos buscar entender como o tema se insere na história, os tipos de gêneros do discurso que estão presentes na mídia, a localização de áreas degradadas em nossa cidade, região e país, como isso interfere na vida humana e no planeta e que tipo de atuações podemos desenvolver para alterar essa situação, buscando desdobrar o conceito em debates plurivocalizados, construindo uma nova ética, novas estéticas e crítica para formar pessoas “capazes de lidar com textos e discursos naturalizados, neutralizados, de maneira a perceber seus valores, suas intenções, suas estratégias, seus efeitos de sentido” (ROJO, 2009, p. 112). Assista quando puder palestra cedida para o Segundo Ciclo do Fórum Universo do Conhecimento por Edgar Morin (2011) em que discute a necessidade de reunirmos as áreas do saber para que possamos compreender a complexidade do mundo contemporâneo, por meio do link a seguir. Palestra de Edgar Morin com o título de A Educação na Era Planetária. Clique em: <https://www.youtube.com/watch?v=kzHijd3cjCg> O trabalho na transdisciplinaridade, então, implica na mudança de um paradigma da simplificação que domina o ensino que tanto criticamos por ter reduzido o pensamento complexo e mutilado o conhecimento para um paradigma que nos permita diferenciar e ao mesmo tempo relacionar (MORIN, 2011) as informações, a teoria com a prática e a atuação no cotidiano. Essa nova perspectiva a ser construída, nos leva a buscar entrelaçar, reunir, relacionar, dialogar, perpassar as diversas áreas do saber e para tanto, as novas tecnologias podem se tornar instrumentos fundamentais para provocarmos eventos de transdisciplinaridade em nossas salas de aula, escolas ao longo do processo de escolarização e passarmos a falar de uma prática pedagógica para as virtualidades do ciberespaço e da cibercultura. 15
  • 16. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Ampliamos assim as oportunidades de construção de estruturas interacionais mediadas por diferentes instrumentos e práticas multimodais que são mais fluidas e flexíveis, pois buscam contemplar a dialogicidade entre os interlocutores que tecem objetivos comuns. Saiba mais! Ciberespaço: chamado também de rede ou web (World Wide Web), espaço de intercomunicação digital. Não possui fronteira determinada. Conforme Pierre Lévy (1999), é visto com um universo oceânico de informações, que é alimentado por todos que estão conectados em algum ponto na rede. Cibercultura: conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (LÉVY, 1999, p. 17). Atualiza-se em fração de segundos numa lógica interativo- colaborativa, ou seja, as informações e os dados são alimentados em tempo real. Dialógico: refere-se às interações que são estabelecidas entre os interlocutores, considerando-se que cada um pode adicionar algo novo à discussão (por exemplo, por meio de perguntas, argumentos, paráfrases e exemplificações, experimentações e atuações para modificar algo), pois traz uma história de vida e aprendizagem diferenciadas. No dialogismo as ações são direcionadas por aspectos como: a) o respeito recíproco às contribuições de cada um; b) a responsabilidade mútua em relação ao assunto discutido e ações desenvolvidas; c) a cooperação na solução de problemas; d) a responsividade, ou seja, sabemos que, depois de explorados e discutidos até certo nível adequado para o momento, alguns assuntos podem ser deixados reverberando e que a solução ou resposta pode ocorrer durante a própria interação, em um novo encontro dos interlocutores ou mesmo em outro momento da vida de cada um. Dialógico, neste sentido, está em contraposição aos discursos e atuações unidirecionais, monológicos e autoritários. As mudanças ocasionadas pela inserção das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e o uso da Internet nas instituições sociais, principalmente, após a entrada das ferramentas de interação das redes sociais como blog, wiki, Skype, Twitter, Instagram, Slideshare, Picasa etc., e pelo uso de gadgets, dispositivos móveis como smartphones, tablets, PDAs, tocadores de MP3, celulares etc., tornaram as formas de comunicação mais interativas, cooperativas e compartilhadas. A atualização constante e a troca de informações descentralizam rapidamente as fontes do saber implicam “o reconhecimento do outro, a aceitação e ajuda mútua, a cooperação, a associação, a negociação, para além das diferenças de pontos de vista e de interesses” (LÉVY, 1999). As lógicas de pensar modificam-se profundamente devido à distribuição dos papéis sociais, funções culturais, relações entre a ordem do discursivo (a lógica) e do 16
  • 17. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet visível (a forma) (SANTAELLA, 2010), além da inteligência e da sensibilidade que são continuamente estimuladas, a nosso ver, por diferentes ferramentas mediacionais que promovem usos diversos do raciocínio, memória, atenção e linguagens; de estratégias cognitivas e discursivas. As gerações nascidas nas últimas 30 décadas, chamadas gerações Y e Z usam intensivamente dispositivos tecnológicos, principalmente, games (brinquedo, celular, computador, tablet, conectados à rede ou não), construindo sensos de percepção, atenção, intuição, localização espacial e simbolização. Assim como o raciocínio lógico apurado numa história de conhecimento de si, do outro e do mundo de forma diferenciada. Como trabalhar essas competências em uma perspectiva ontogenética para as virtualidades da rede? Glossário Blog: É uma página na internet onde as pessoas escrevem sobre diversos assuntos, de forma simples e direta, cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados posts. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta pelo blog (educação, moda, economia, esporte, beleza, política, pessoal etc.), podendo ser escritos por uma ou mais pessoas. Instagram: É um aplicativo gratuito para smartphones para tirar fotos, escolher filtros e compartilhar o resultado para os seus contatos nas redes sociais. Além dos efeitos de foto analógica, é possível, pelo instagram, “seguir” outros usuários para visualizar, “curtir” e comentar nas imagens postadas. O instagram foi lançado em outubro de 2010, inicialmente apenas para dispositivos iOS, porém, em 2012, o uso passou a ser ampliado também para aparelhos com o sistema Android instalado. Dessa forma, o aplicativo se popularizou e hoje já ultrapassa a marca de 50 milhões de usuários. PDA: Em inglês, significa “assistente digital pessoal”. Basicamente, um PDA é um computador de bolso, capaz de prover a “quase totalidade” de funcionalidades de um computador de mesa ou notebook/laptops. Antigamente, os termos palmtop e handheld eram usados para designar os dispositivos eletrônicos sem e com teclados, respectivamente. Como estes dispositivos se diversificaram em estilos, passaram a ser chamados de PDAs. Skype: É um software que permite que você converse com pessoas do mundo inteiro. Milhões de pessoas e empresas utilizam o skype para fazer de graça chamadas com vídeo e chamadas de voz, enviar mensagens de chat e compartilhar arquivos com outras pessoas. O skype pode ser utilizado no celular, computador ou em uma televisão. 17
  • 18. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Tablet: Esse é o nome dado aos aparelhos portáteis que são um intermédio entre um smartphone e os computadores tradicionais, isto é, são equipamentos que “imitam” as funções de um computador com a portabilidade dos celulares. Um bom e tecnológico exemplo de tablet é o Ipad, da marca norte-americana Apple. Twitter: É uma rede social, também conhecida como microblogging, baseada em mensagens instantâneas curtas, de até 140 letras. Você utiliza o twitter para postar e receber mensagens de uma rede de contatos. Gadget: Ao pé da letra, em inglês, a palavra gadget significa geringonça/bugiganga. Essa tradução pode nos ajudar a entender o gadget como um produto que não é necessário para nossa sobrevivência, mas como um “capricho” sem o qual não podemos mais “viver”. No meio tecnológico, gadget designa os “apetrechos” ou “geringonças” tecnológicas desenvolvidas com a melhor tecnologia disponível no momento, como os tablets, smartphones, tocadores de MP3 etc. Widget: Muitas pessoas acham que gadget e widget significam a mesma coisa, o que é um equívoco. Apesar de ambos terem finalidade semelhante, os widgets são mini-aplicativos (leves, na maioria das vezes) que se tornam “atalhos” para serviços e utilidades. Por exemplo, em vez de acessar alguma página na internet toda vez que quiser saber sobre o clima da sua cidade ou checar a cotação de alguma moeda, por meio dos widgets, você pode ter acesso a essas informações diretamente na área de trabalho do seu computador ou em seu dispositivo móvel. (Essas informações foram compiladas de diversas fontes da internet) Saiba mais Para os nativos digitais o trânsito entre a passagem de um ambiente físico para um plano virtual é incorporado sem dificuldade, são acostumados a realizar múltiplas tarefas em diferentes mídias, em velocidades rápidas, assim, a plasticidade da mente humana e os meios estão possibilitando que o efeito da virtualização seja minimizado (LÉVY, 1996). O efeito moebius, como é chamado, é mostrado no filme de ficção científica The Matrix, em que o ator principal transita entre a realidade física e a virtual, não existe fronteiras entre os planos. Vale a pena conferir! Filme: The Matrix (1999, diretores Andy e Lana Wachowshi), produção EUA/Canadá. Gênero: ação ficção científica, obra de arte multimídia. 18
  • 19. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet O efeito moebius refere-se ao deslocamento do sujeito entre o espaço físico e o virtual, em que as dimensões de tempo-espaço perdem sensivelmente seu significado, na perspectiva de Lévy (1996): “estamos ao mesmo tempo aqui e lá graças às técnicas de comunicação e telepresença” (p. 27). Virtualização: para compreender o conceito de virtual temos de considerar o “atual”. Léyy (1996) explica que “a palavra virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus, força, potência” (p. 15). Por exemplo, a rede é composta de infinitas possibilidades de atualização, ao fazer uma busca de qualquer natureza pela web é possível que encontre conteúdos, informações ou dados potenciais para que aquilo que se está procurando, promovendo um movimento dialético (resposta, troca, atualização e nova tensão). Conteúdos dispostos em rede estão desterritorializados, virtualizados à espera de sua atual configuração. Glossário Geração Y ou geração do milênio: nascidos nas décadas de 1970 a 1980, na era da internet, trouxeram novos conceitos e linguagens e mudanças de hábitos sociais por serem empreendedores, informais, irrequietos, decididos e inovadores com o uso das novas tecnologias. Geração Z ou nativos digitais (digital native): termo cunhado por Marc Prensky (2001) para a geração que precede a geração Y, nascidos entre os anos de 1991 a 1999, não concebem o mundo sem as tecnologias digitais, as fronteiras geográficas entre o plano virtual e físico inexistem. Imigrante digital: geração que antecede a geração Y. Estão imigrando para a era da informação, adaptando-se ao uso das tecnologias digitais. Desterritorializado: o que é desatrelado de um enraizamento espaço-temporal preciso. É descentrado, não presente. O termo refere-se também ao efeito moebius: da passagem do interior ao exterior e do exterior ao interior. Ex:. Uma empresa que opera em infraestrutura física atendendo seus clientes e mantém, simultaneamente, vendas online por meio de site. A interface do site (layout/fachada) é planejada para transmitir a sensação de que estamos olhando para uma vitrine virtual, que pode estar alocada em qualquer ponto da rede. 19
  • 20. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Curiosidade sobre as especificidades linguísticas Blogs, MSN, Twitter e outras ferramentas de mensagens rápidas delimitam o número de caracteres, criaram-se, assim, novos códigos de comunicação. Os sinais de pontuação ganharam novas funcionalidades e significados. Veja o resultado de pesquisa sobre ressemantização dos sinais de pontuação organizado por Albuquerque (2012). o/ :( =) :** U-U :O o/ :/ =/ ^^ =P :{ IoI ;-) :ooo <3 =| :B :D ;)) *-* :3 =X (:O (: ;( *--* :s =[ d-_-b Os uso de sinais (também chamados emoticons) demonstram ações ou sentimentos como alegria, tristeza, espanto, felicidade ou quando se quer dizer que vai dormir ou ouvir música. Tente decifrá-los! Os emoticons mudam dependendo da língua e dos costumes de cada país ou região, acesse para conhecê-los: <http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_emoticons> A ampliação da capacidade cognitiva decorre da junção de três matrizes coordenadas, denominados anteriormente no texto de multimodais: o verbal, o visual e o sonoro (SANTAELLA, 2010). A linguagem hipermidiática é essa junção. Pensemos nos inúmeros jogos disponíveis em rede, microchips, softwares com suas luzes, sons, instruções escritas e visuais, fases pré-programadas, sensores de espaço etc., que atuam sobre o córtex cerebral. Vejamos o que a autora argumenta sobre “imagens na ponta dos dedos”: 20
  • 21. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet [...] diante de imagens manipuláveis, manuseáveis ao toque da ponta de nossos dedos, imagens que se mexem, correm da lá para cá, escorregam, dilatam-se, somem e reaparecem, verticalizam-se, horizontalizam-se nas pequeninas telas de celulares inteligentes, de dispositivos móveis multifuncionais que parecem telefones, mas são antes de tudo, também computadores (2010, p.185). Assim, o nativo digital possui performance perceptiva diferenciada, por estar cercado pelas tecnologias digitais desde o nascimento, já para um migrante digital é um processo de aquisição de novas competências. Poderíamos até argumentar que em certas localidades de nosso país as tecnologias não estão presentes, será? Como dissemos, um simples jogo digital com suas luzes, sons e movimentos cadenciados modifica a forma do brincar, também o modo como a publicidade mediatiza as mensagens pela televisão, estimulando a atenção, recepção, percepção e a lógica, por meio de imagens, sonorização e recursos verbais (ritmo e molduras intertextuais). Destacamos duas condições importantes que incidem nas práticas educativas que favorecem a construção de trabalhos na transdisciplinaridade mediados pelos transmídias: • Mudanças na relação professor-aluno perpassadas pela apropriação de possibilidades de uso e funções das TIC no processo de ensino- aprendizagem, em que vai sendo construída outra lógica de planejamento das práticas pedagógicas, isso se traduz em complementação e inovação daquilo que você já conhece e faz cotidianamente. • Descentralização dos saberes, o ensino tido como “tradicional” e “transmissivo” perde sentido diante de uma escola sem paredes. Esse aspecto é fundamental para que você construa e transforme seu planejamento, introduza novos elementos no processo de ensino- aprendizagem. Por exemplo, quando busca o apoio e a colaboração de colegas para o desenvolvimento de um novo instrumento de aprendizagem, uma nova atividade ou um projeto interdisciplinar. No caso da educação, a solução não pode sentir saudades dos tempos passados da velha escola, muito menos, como alguns pretendem, fazer o possível para que ela volte. Mas também não basta fazer pequenos ajustes, colocar band-aids em nossas aulas e em nossos hábitos docentes, introduzindo os computadores e alguma outra tecnologia para continuar desenvolvendo os mesmo currículos (MONEREO; POZZO, 2010, p. 97). Esses autores enfatizam a competência docente e mudanças culturais e pessoais, isto é, a tecnologia é vista apenas como suporte para que as práticas ocorram. Também consideramos as tecnologias como mediadores comunicativos que favorecem a 21
  • 22. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet construção de significados e promovem formas diferenciadas de diálogo entre professor e alunos. Mas, por onde começar? Antes de iniciarmos o tópico seguinte, vamos refletir sobre o seu papel como professor diante deste novo panorama. Que novas habilidades pode adquirir para atuar em consonância com uma educação para as virtualidades? Observe e reflita sobre algumas, veja se concorda. Reflita sobre as competências a seguir: • Ser proficiente no manejo do computador e aprender a navegar na rede por meio de hiperlinks e hipertextos (ver item 2.4). • Selecionar, analisar, filtrar, organizar e avaliar conteúdos e informações nos repositórios ou sítios, quanto à validade, teor e qualidade da publicação. • Disponibilizar roteiro de navegação e guiar os alunos aos conteúdos digitais conforme necessidade de estudo. Ex.: Uma pesquisa em museu virtual pode ser detalhada ao máximo. Para tanto, deve-se elaborar um roteiro com instruções de navegação: link inicial para que os alunos saibam por onde iniciar a visita; definir o movimento artístico que será estudado; descrever pontos a serem observados durante a visita; explicar como buscar outras informações na rede (de preferência, trabalho em grupo com tarefas diferentes, para que ao final reúnam os dados da pesquisa) e como elaborar registro de pesquisa para apresentação de seminário/círculo de discussão/exposição de trabalhos. • Administrar e compartilhar arquivos. Ex.: Pode-se criar pasta coletiva para que professores ou professor e alunos das diferentes disciplinas troquem textos, planejamentos de aula, apresentações, fotografias etc. A ferramenta Dropbox disponibiliza serviço gratuito de armazenamento de dados na nuvem (repositório não localizável fisicamente), em que diversos usuários podem postar, baixar, compartilhar arquivos: <https://www.dropbox.com/> • Compilar informações e ideias. Pesquisas na internet possibilitam acesso a grande volume informacional, o professor terá de reunir dados mais relevantes e compilar as ideias principais, ou seja, o que é válido e o que pode ser descartado. • Negociar e atribuir sentidos. Ex.: A mesma notícia pode ser divulgada sob diferentes formações discursivas, assim, o professor terá de trazer o tema em pauta para que discutam, negociem, dialoguem e atribuam sentidos. 22
  • 23. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet • Moderar/mediar a interação e o diálogo durante o estudo, para que cada pessoa possa expressar ideias, opiniões, argumentos a fim de estabelecer a tensão necessária para resolver os conflitos, contradições e pontos de vista. Moderar/mediar o processo de construção é o inverso da aula transmissiva, na qual o “conteúdo é passado para o aluno”. • Interagir cooperativamente. Destaca-se o aspecto motivacional, que é inseparável de seu contexto sociocultural, nele o aluno mantém estado de constante interesse cognitivo e afetivo, por meio de filiação, autodeterminação, intercâmbio, interesse, tarefas orientadas, controle interno, negociação social etc. • Gerir a informação e colaborativamente transformá-la em conhecimento. Criar o movimento dialético de diferenciar e reagrupar as informações, gerando novos questionamentos, retroalimentar constantemente a fim de complexificar o assunto em questão, buscando a participação de todos. • Explorar possibilidades educacionais na rede (objetos interativos, webquests, ferramentas colaborativas, visitas virtuais, toolmaps, buscadores, vídeos etc.). Ex:. Elaborar webquest com perguntas-desafio (ver item 2.2)e indicar visita virtual a museu sobre a técnica de desenho em carvão. • Planejar “a navegação” nas infovias (criar roteiros prévios de navegação nas vias de acesso à informação). Ex:. Visita ao Oceanário de Lisboa <http:// www.oceanario.pt/cms/13/>, partindo desse link, o professor deve elaborar roteiro prévio, o que estará em estudo? Oceanos, golfos, costas, depressões e elevações, correntes marítima, biodiversidade marinha, salinidade, estruturas de plataformas marinhas, vegetação marinha? Existem infinitas possibilidades, o roteiro facilitará e dará rumo à navegação, a busca deve ser refinada para que os alunos não se percam nos sites ou portais que, geralmente, indicam outros estudos vinculados ao tema. Sem roteiro prévio a pesquisa pode tomar proporções fora de foco. • Relacionar a informação local e global. Um estudo sobre a Guerra no Iraque, por exemplo, pode se pensar em como isso afeta o mundo; como as notícias se agrupam na rede em torno deste evento (o que dizem os iraquianos e os americanos? Quais problemas desencadearam a guerra? Existem colônias de iraquianos no Brasil e que ações foram tomadas? Entre outros questionamentos que possam surgir. Ou seja, problematizar em nível local e global. 23
  • 24. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet • Usar buscadores, navegadores e simuladores (ver item 2.2 como utilizá- los). São ferramentas que possibilitam a visão tridimensional e passeios virtuais por meio de navegador. • Reconhecer o que é público ou privado, individual ou coletivizado, principalmente, em relação às questões culturais, bem como perfil na rede. A fronteira que separa o que é público ou privado, cópia ou original, individual ou coletivo é “invisível” aos olhos, mas bastante “clara” nas leis que protegem o usuário e as instituições que participam da rede. Não devemos postar fotografias ou imagens sem autorização; apropriar-nos de textos ou trechos de conteúdos originais; utilizar sons ou trilhas sonoras sem pagar os direitos ao ECAD; reproduzir entrevistas completas em blogs ou sítios sem autorização, criar perfis falsos, postar vídeos sem permissão etc. • Autorregular e (re)dirigir situações propícias à aprendizagem. Estar atento(a) se a proposta está alinhada aos objetivos iniciais, a autorregulação e (re) direcionamento devem ser contínuos. • Promover a socialização para se (con)viver em comunidades de aprendizagem online. Geralmente, atividades em grupo promovem situações mais dialógicas e cooperativas, evitar atividades de competição, do tipo jogos em rede com ranking ou premiações individuais. Games ou jogos em rede fortalecem a competição individual, a escola pode fazer o inverso, trazer o aluno para situações de trabalho coletivo. • Conscientizar seus alunos sobre a autoavaliação, autogestão, autossuficiência e trabalho autoral. Principalmente, a questão autoral vem sendo grande problema, existem blogs que fornecem para download trabalhos prontos. Pode-se, assim, valorizar que essa facilidade não ajudará o aluno quando de um concurso, prova ou teste e que só a autoria e autossuficiência permitirá que avance nos estudos e na profissão. • Elaborar proposta flexível e adequada ao tema proposto em parceria com professores de outras áreas do saber (ver proposta de estudo sobre naufrágio do Titanic no item 2.2). • Garantir a continuidade do tema em estudo por meio de planejamento que responda aos critérios do plano curricular. 24
  • 25. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet • Atualizar-se sobre as notícias locais e globais. A informação em rede é alimentada em tempo real pelos inúmeros usuários interconectados, isso ultrapassa informações contidas nos livros didáticos. Porém, num primeiro momento, é preciso confirmar a veracidade do que está sendo divulgado nas redes, o livro didático tem o papel de confirmar dados mais seguros. • Assegurar comunicação entre a linguagem escrita e as linguagens hipermidiáticas, considerando a não linearidade, diferentes ritmos, especificidades linguísticas etc. Ex.: Os textos multimodais são elaborados por inúmeras camadas informacionais que incluem imagens, sons, conteúdos, símbolos, movimentos tridimensionais etc. com um simples movimento do mouse em qualquer parte da tela (imagem, ícone, tag (etiqueta), tela de fundo etc.), o usuário pode ser conduzido ao outro endereço, não vinculado ao tema em estudo. • Ter competência para manejar hipertextos, sempre observando as abas em que está conectado/subordinado (sites, portais e blogs, são, geralmente, patrocinados por marcas, produtos, serviços etc.). Existem pessoas que recebem para permitir publicidade em seus endereços (BERALDO, em elaboração). As novas tecnologias, então, estão cada vez mais disponíveis nas escolas e o acesso à internet mais democrático, assim é importante que o foco, nesta etapa de apropriação tecnológica, esteja direcionado para as inovações que promovam o ensino- aprendizagem e dinamizem suas aulas. Reflita sobre como pode ir criando situações e eventos, ao longo do ano letivo, para ir introduzindo em seu planejamento, com o grupo de professores que trabalho com você, essas novas atuações! 25
  • 26. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet 2.1 Conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os sistemas de ensino: planejamento de aulas e renovação didática Com as inúmeras possibilidades de acesso a conteúdos na rede, podemos pensar se existem diferenças entre conteúdos educacionais ou não educacionais. O que você acha? Existem ou não? Qualquer conteúdo disposto em rede é potencialmente educativo, cabe ao professor(a) acessar, selecionar, analisar, filtrar, organizar e avaliar conteúdos e informações disponíveis nos repositórios ou sítios e decidir se são adequados ao planejamento de aula (ILLERA, 2010), e ao longo da sua atuação ir dando dicas aos alunos sobre como navegarem em segurança e como construírem críticas sobre o que leem, bem como evitar sítios suspeitos com informações duvidosas. Por exemplo, visita ao museu virtual, apresentação de documentário, visualização de palestra, leitura de notícia ou busca em motor de localização geográfica, como o Google Earth, podem ser usados como recursos didáticos. Acesse os links a seguir e pense como poderiam ser utilizados. Glossário O termo link quer dizer elo, nexo ou ligação. Por meio dele podemos “saltar” de uma tela a outra, implica a (multi)referenciação, remissão e proximidade de palavras- chave, ideias, informações, dados, representações gráficas, códigos etc. Observe o Atlas Hiperbólico e veja como os (hiper)links interconectam os pontos no globo. Atlas hiperbólico da internet O mapa hiperbólico da internet é semelhante a uma rede sintética einsteiniana, vista no segundo mapa, abaixo. Os pontos em vermelho marcam a concentração e acesso à rede. [Imagem: Boguna et al./Nature] 26
  • 27. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Veja alguns endereços interessantes que vamos apresentar: Museus virtuais brasileiros: http://www.eravirtual.org/pt/ Documentários em Porta Curtas Petrobrás: http://portacurtas.org.br/ Palestras em Ted Talks (com tradutor): http://www.ted.com/talks/alexander_tsiaras_conception_to_birth_visualized.html Acervo de revistas: http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx Localizador Google Earth: http://showmystreet.com/ Vídeos sobre Questões Contemporâneas: https://www.youtube.com/watch?v=k7drtDdKxcE&list=PL34BB806DEFACDB9A Vamos falar sobre hiperlink! Quando indicamos fontes na internet para estudo específico, temos de facilitar o acesso ao link para organizar o gerenciamento das informações. A rede é composta por rede de hiperlinks, alguns com informações já sem validade, outros “quebrados”(sem ligação sequencial) e até com conteúdo atualizado. Assim, o endereço deve ser localizável, num primeiro momento, pois as informações na rede são alimentadas, muitas vezes, em tempo real, podemos encontrar links relativamente estáveis, mas no geral, são excluídos sem aviso prévio. Fique atento(a), pois devem ser avaliados e testados antes de serem divulgados. Veja o exemplo para compreender como indicar um link corretamente: No sítio Porta Curtas Petrobrás <http://portacurtas.org.br/> você encontrará inúmeros documentários, imaginemos que vai escolher um documentário para sua aula. A título de exemplo, escolheria o tema sobre a infância no Brasil para o projeto, poderia indicar o documentário A invenção da infância que se encontra em: <http://portacurtas.org.br/filme/?name=a_invencao_da_infancia> Observe que além do endereço do sítio, é acrescido os dados codificados de acesso para o documentário (?name=a invencao da infância). Isso conduzirá seus alunos ao documentário escolhido. Daí a importância de guiá-los por meio de endereços precisos, pelo menos no início da proposta. 27
  • 28. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Reflita! Como você, professor, pode dinamizar sua aula a partir da indicação de um link? • Elaborando projetos temáticos. Se possível com a participação de professores das outras áreas. Que tecnologias poderiam ser utilizadas? • Tecnologias analógicas e digitais disponíveis: livros, câmeras, celulares, gravadores MP3, televisão, datashow, notebook, tablets, ferramentas de busca, ferramentas de interação (fóruns por meio de lista de discussão ou wikis). Que atividades propor? • Formação de grupos para apresentação de seminários sobre o tema abordado (entrevistas, levantamento histórico, registros fotográficos, busca documental), planejando programas para atender a comunidade local etc. Quando puder, acesse o Portal do Ted Talks e pense nas possibilidades de dinamizar suas aulas. É preciso selecionar o vídeo e “configurar o tradutor” para o português do Brasil. Em certos momentos, será necessário organizar instruções para orientar seus alunos. Caso haja acesso restrito à internet em sua escola, use o datashow e o computador para projetar os vídeos na sala de aula. Neste Portal você terá outras opções nas diversas áreas, convoque outros professores(as) para elaborar projetos interdisciplinares. Veja a seguir algumas imagens da seleção que fizemos para você! Faça o teste! 28
  • 29. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet <http://www.ted.com/talks/alexander_tsiaras_conception_to_birth_visualized.html> Entre no portal e clique sobre o título! Clique no tradutor e escolha o idioma. 29
  • 30. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Observe que as imagens são em 3D. Você poderá dar pausa nas imagens quando necessário e mostrar detalhes que constam no livro didático. 30
  • 31. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Você terá uma visão tridimensional para trabalhar com seus alunos, isso traz nova dinâmica ao aprendizado. Vejamos, ainda, a título de exemplo, material no formato e-book (edições originais digitalizadas) como registro documental que pode ser utilizado em projetos temáticos. Acesse <http://veja.abril.com.br/acervodigital/home.aspx> e navegue no portal da Revista Veja Digital. Note que é preciso selecionar a década, o mês e a edição para guiar seus alunos, outra possibilidade é que pesquisem livremente um tema e trabalhem em grupos. É uma revista de opinião voltada para cultura de massa, todavia é um registro histórico importante sobre o Brasil. Figura 1- Página inicial do portal Veja Digital 31
  • 32. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Observe que no topo da tela você poderá selecionar o ano, mês e edição. Estão disponíveis arquivos digitais de 1968 às edições mais recentes. Essa mostra é um exemplo de como utilizar portais, sites ou blogs com conteúdos interessantes que podem ser adaptados para tematizar suas aulas. Note na figura a seguir notícia selecionada na edição n. 665, de 3 de junho de 1991, durante o governo do presidente João Figueiredo. A revista encontra-se no formato e-book, de modo que os alunos poderão ampliar reduzir, selecionar e capturar as imagens (fazer o print) para montar apresentações em powerpoint ou para elaborar projetos impressos. Passemos, agora, aos conteúdos digitais já produzidos e disponíveis para os sistemas de ensino. Você encontrará conteúdos educacionais digitais e multimídias para as disciplinas de Matemática ou Física nos links a seguir, acesse e escolha a opção mais adequada para sua aula, lembre-se de orientar seus alunos de forma clara, indicando o endereço exato, num primeiro momento. 32
  • 33. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Em cada aba você terá novas opções! Acesse: <http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/matematica/condigital1/index.html> O Acessa Física sugere roteiros de aula e experimentos. Acesse: <http://177.71.183.29/acessa_fisica/index.php/acessafisica/Temas/Fluidos> 33
  • 34. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet O Projeto A Física e o Cotidiano desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, em parceria com a Universidade do Estado da Bahia e concebido por um grupo de pesquisadores, com o apoio do Ministério da Educação (MEC), disponibiliza diversos conteúdos. O projeto A Física e o Cotidiano disponibiliza mapa de conteúdos para facilitar a busca, basta clicar sobre o título escolhido. No portal do RIVED, do Ministério da Educação, você encontrará diversos objetos de aprendizagem, acesse: <http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php> O RIVED é um programa da Secretaria de Educação a Distância (SEED), que tem por objetivo a produção de conteúdos pedagógicos digitais, na forma de objetos de aprendizagem. Tais conteúdos primam por estimular o raciocínio e o pensamento crítico dos estudantes, associando o potencial da informática às novas abordagens pedagógicas. A meta que se pretende atingir disponibilizando esses conteúdos digitais é a de melhorar a aprendizagem das disciplinas da educação básica e a formação cidadã do aluno. Além de promover a produção e publicar na web os conteúdos digitais para acesso gratuito, o RIVED realiza 34
  • 35. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet capacitações sobre a metodologia para produzir e utilizar os objetos de aprendizagem nas instituições de ensino superior e na rede pública de ensino (MEC, 2012). Licença de uso Os conteúdos produzidos pelo RIVED são públicos e estarão sendo, gradativamente, licenciados pelo CreativeCommons. Esses conteúdos podem ser acessados por meio do sistema de busca - repositório online,  que permite visualizar, copiar e comentar os conteúdos publicados. Com a licença CreativeCommons, garante-se os direitos autorais dos conteúdos publicados e possibilita a outros copiar e distribuir o material contanto que atribuam o crédito aos  autores (MEC, 2012). Atenção! Para desbloquear algumas telas do RIVED é necessário desativar o pop- up no browser e usar o navegador Internet Explorer. Você já conhece o Portal do Professor onde o MEC disponibiliza diversos conteúdos multimídia? Se ainda não navegou, acesse: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/recursos.html> 35
  • 36. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Insira no buscador a palavra-chave. Procure nas coleções recursos para o Ensino Médio. Devido à quantidade de recursos, você deverá selecionar os que melhor se adéquam ao seu planejamento de aula. Observe a figura a seguir e veja as possibilidades de navegação e de busca. À esquerda, você encontrará: • No Espaço da Aula qualquer professor pode criar e colaborar; desenvolver aulas individualmente ou em equipe; pesquisar e explorar o conteúdo das aulas e coleções de aulas. • Em Jornal do Professor são publicados, quinzenalmente, temas ligados à educação. • Em Cursos e Materiais são disponibilizados materiais de autoaprendizagem, proposições de ensino, parâmetros e referenciais e recursos em diversos formatos para fundamentação e dinamização da prática docente. • Na aba de Interação e Colaboração você tem opções de uso das novas ferramentas da web 2.0 para interagir com outros professores. Crie e administre seus grupos, compartilhe conteúdos, informações, pesquisas e participe dos debates. • Em Links você poderá acessar os projetos promovidos pelo MEC em território brasileiro. • Na tela principal, você terá as seguintes opções: • Recursos Educacionais: em dezembro de 2012, o portal contava com 12.407 recursos, para acessá-los é preciso selecionar a série, a área e o tema. É importante 36
  • 37. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet destacar que alguns deles exigem software específico para abrir, caso isso ocorra, observe na aba de instalação os softwares disponíveis e baixe no seu computador, veja a figura a seguir: Ao clicar no link abrirá as opções de softwares livre. • Estão disponíveis, também, as abas para Coleções de Recursos, Sites Temáticos, Cadernos Didáticos e a TV Escola. É um ótimo momento para você navegar no Portal do Professor e conferir esses materiais e recursos. Vejamos, a seguir, os materiais didáticos disponíveis no Ambiente Educacional Web, disponibilizado pela Secretaria de Educação da Bahia, onde haverá inúmeras opções de conteúdos digitais que podem ser usados em suas aulas. 37
  • 38. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Tela inicial do Portal Clique em Ambiente Educacional Web para selecionar os objetos educacionais e conteúdos! Tela de seleção do Ambiente Educacional Web. Em cada peça haverá conteúdos que poderão fazer parte de seu plano de aula, acesse para conhecê-los! 38
  • 39. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Tela de seleção dos recursos. Clique sobre o recurso ou use o buscador para refinar sua pesquisa! Acesse: <http://ambiente.educacao.ba.gov.br> 39
  • 40. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet 2.2 O trabalho escolar organizado por grupos em sala de aula: cooperação e coletividade Mostrar o que se sabe na escola provoca mudanças na relação entre professores e entre professores e alunos, tendo em vista que, grande parte dos alunos brasileiros está na condição de nativos digitais, professores, em sua maioria, “migrantes digitais”. Se pensarmos no conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), na perspectiva histórico-cultural, em que a aprendizagem de um conhecimento, ainda em construção, pode ser mediada por um adulto ou par mais experiente, logo perceberemos que as mudanças não são apenas nas práticas educativas, ocorrem também nas posições de cada interlocutor. Saiba mais! Vygostky: nasceu em Orzha, na Bielorus, em 1896, formou-se em Filosofia, Direito, Psicologia, Literatura e Pedagogia. Para Vygostky, o sujeito é uma construção do seu meio histórico-cultural e a cultura modela o funcionamento mental humano nos planos interpsicológico (coletivo) e intrapsicológico (individual). ZDP: Vygotsky chama de ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal) o domínio psicológico que coincide com a distância entre o nível de desenvolvimento real (o que é capaz de fazer sozinho) e o nível potencial (o que pode ser capaz de fazer com a ajuda do professor ou de uma pessoa mais experiente). Daí a importância da intervenção, da ação pedagógica. Portanto, maior peso deve ser dado às relações dialógicas e simétricas para que professores e alunos compartilhem experiências, solucionem problemas colaborativamente, descubram funcionalidades, criem formas de utilização das TIC em auxílio mútuo. Assim, o processo de construção do conhecimento implica formas de negociação e convenção de significados, isso requer intercâmbio, tensão, argumentação, articulação, embate, produção de sentidos etc. No sentido dialógico toda palavra que circula em uma comunidade “serve de expressão a um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade” (BAKTHIN, 1986, p.113). A palavra vista dessa forma não é uma unidade neutra, ela é posta à espera de um ou mais participantes para que atualize seu sentido. Assim, promover o diálogo e a atitude responsiva na comunidade de estudo é um dos desafios que a escola tem de enfrentar nas próximas 40
  • 41. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet décadas. Qual seria então o foco de nossa atenção? Como trabalhar coletivamente? Que ferramentas temos a nossa disposição? Saiba mais! Bakthin: nasceu em Orel (Moscou), em 1895. Dedicou atenção para questões relacionadas à importância do diálogo para o desenvolvimento da consciência em oposição ao monologismo, as relações entre a linguagem e a sociedade e a dialética do signo, a língua, a fala e a enunciação e o sujeito no discurso. Para Bakthin, a linguagem é de natureza dialógica, e “o centro organizador de toda enunciação, de toda expressão, não é o interior, mas o exterior: está situado no meio social que envolve o indivíduo” (2010, p. 125). Responsividade: responder a alguém ou a alguma coisa. “O ato responsível envolve o conteúdo do ato, seu processo, e, unindo-os, a valoração/avaliação do agente com respeito a seu próprio ato, vinculada com o pensamento participativo” (SOBRAL, 2005, p. 21). As concepções do ensino dialógico são fundamentais para pensarmos a escola como espaço de trocas, coparticipação, representação, enunciação, dialogismo e responsividade. É nesse aspecto que as TIC e a internet podem ser grandes aliadas na intervenção pedagógica. A rede também oferece perigos, é necessário que a instituição escolar tenha cuidado quanto ao uso de ferramentas de redes sociais em práticas de ensino- aprendizagem. A escola tem se apropriado de várias ferramentas das redes sociais como blogs, wikis, Skype, Orkut, Myspace, Facebook, Twitter, lista de discussão etc., e diversos conteúdos foram publicados por professores nos últimos anos com finalidade educativa, porém, é preciso destacar detalhes importantes quanto a isso. Atenção! Ferramentas das redes sociais (Blog, Skype, Twitter, Facebook, Orkut, Myspace, Picasa, Youtube, entre outras) são abertas ao público em geral, podem ser retiradas da rede, com seus conteúdos, quando a empresa decidir. Não há segurança legal quanto às publicações e seus efeitos (entre o público e o privado). Assim, a escola, como entidade jurídica, deverá responder legalmente quando de uma publicação de imagem, som ou conteúdo indevido. 41
  • 42. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Ao utilizar ferramentas de uso livre, a coordenação deverá ser informada, a fim de planejar um projeto que assegure responsabilidade legal pela exposição pública. Esse tema tem gerado discussões, caberá à comunidade escolar decidir a viabilidade do uso. Dica! O livro Ciberética: responsabilidade em um mundo interligado pela rede digital, organizado pelos pesquisadores alemães Kolb, Esterbauer e Ruckenbauer, publicado pela Editora Loyola, em 2001, trata de questões sobre a ética da informação, direitos da informação na rede, direitos de proteção a dados pessoais etc. Fique atento(a)! Informação não é comunicação!Um dos principais problemas do futuro consiste em relacionar viabilidade econômica com solidariedade, e informação com humanidade (KOLB, 2001). O que isso que dizer? Que existem interesses mercadológicos para o “despejo” de tecnologias no meio social e nas instituições, forte investimento de empresas em marketing voltado para o consumo “customizado” (tipo de aparelho que você precisa, conta do tamanho do seu orçamento, banda larga que te conecta com o resto do mundo etc.) e instituições privadas potencialmente preparadas para oferecer “pacotes educacionais” para as instituições públicas, entre outras questões éticas que surgem no ciberespaço. Cabe à escola o papel de despertar para a crítica. É importante que os alunos aprendam participando, discutindo em sala de aula com o seu apoio, a verificar a procedência da informação; o modo como a realidade é mostrada, se virtual ou real; o discurso para o consumo, a manipulação de dados ou de imagens; a forma como a cultura de massa (conteúdos homogêneos e unidirecionais) replica ideias, além da segurança virtual e perigos de exposição na rede. Isso é possível? Sim, desde que professor e alunos sejam interlocutores ativos na solução de dúvidas, na construção de conhecimentos, na troca de experiências pessoais, na busca de informações relevantes para o estudo em questão, ou seja, alunos ensinando professor no manejo tecnológico, professor agregando informações nos resultados obtidos etc. Algumas informações importantes Oriente seus alunos sobre os perigos e armadilhas que estão na rede, um portal com jogos online, por exemplo, pode ser patrocinado por empresas de qualquer natureza: sites para adultos, jogos de azar, sites de relacionamento, vídeos impróprios e maliciosos, “pirataria de softwares”, vendas de produtos, entre outros serviços voltados para o consumo. 42
  • 43. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Outro perigo é o cyberbullying. Refere-se à reputação em rede, o usuário pode sofrer perseguição, ofensas ou difamação, que toma proporções enormes devido ao alcance e rapidez com que se espalham. Causam danos morais e psicológicos quando são indexados posts, envio simultâneo de mensagem (virais) ou quando há bloqueio ou expulsão do jovem no grupo. Post: referem-se aos comentários (opinião positiva ou ofensa) que outras pessoas podem indexar/anexarem fotografias ou perfis. Virais: mensagens enviadas por SMS para inúmeras pessoas, simultaneamente, e, essas para suas listas de seguidores (Ex:. o Twitter, que pode acabar com a reputação de uma pessoa em segundos). Bloqueio e exclusão: qualquer ferramenta interativa (e-mail, AVAs, blog, facebook, Orkut, Twitter etc.) possui opção para excluir ou bloquear participantes do grupo, sem aviso prévio, acarretando danos de autoestima e identidade. Veja, a seguir, imagem de portal de jogos em rede. Observe a aba lateral à esquerda e as abas na lateral direita, existem links para sites impróprios em meio a jogos para crianças e adolescentes. Não é possível filtrar, mas podemos trazer o assunto para discussão. 43
  • 44. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Outros cuidados devem ser tomados, além dos relatados, assim, é preciso estar atento(a) para percebê-los e avaliá-los. É interessante elaborar projetos que incluam a comunidade escolar, pais, pares ou responsáveis pelo aluno, com a finalidade de fomentar o diálogo sobre as mudanças que as tecnologias estão provocando na vida das pessoas e como a escola pode lidar com as novas formas de comunicação no mundo contemporâneo. Curiosidade Web 1.0 ou fase “pontocom”: buscou-se integrar o computador à vida humana, ou seja, o período de criação de diversos repositórios de informações em lugares estáticos que se atualizavam com determinada periodicidade. Atualmente, a quantidade excessiva de informação disponível em rede é dessa fase, baseia-se em consultas, como fazemos aos dicionários. Conforme Coll e Monereo, “a Web 1.0 integrada às TIC mostraram-se como um elemento de reforço às práticas educacionais existentes” (2010, p. 87). Web 2.0: um segundo momento é marcado pela disseminação das redes sociais conferindo às pessoas o papel de (co)produtoras de conteúdos, as fontes de informação descentralizaram- se dos locais de origem, bem como tornaram-se mais amplas e sofisticadas. Qualquer usuário conectado a um ponto na rede pode produzir conteúdos e criar seu próprio núcleo de leitores ou (co)produtores, é o que chamamos de “comunidade virtual”. Web 3.0: Estamos na fase da Web 3.0 ou Web Semântica que busca agrupar maior quantidade de termos na internet. É uma base configurada a partir de motores de busca (por exemplo, o Google+, Linkedin etc.) que descrevem de maneira personalizada as preferências do usuário, a partir das características psicológica, cultural, orçamentária, profissional, etária, acadêmica etc. Como vimos, o desafio que surge para a escola neste século não depende do aparato tecnológico em si, mas da gestão da informação e do conhecimento que são determinantes para a dinamização e inovação do plano de aula. Assim, um site institucional é um bom começo para compartilhar o conhecimento produzido na escola. Vejamos a seguir como equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu site para publicações. O Projeto Investigações Ambientais na Escola do Futuro criado pela USP usa site para publicar as produções e como canal comunicativo entre a instituição, professores e alunos. Sempre haverá pessoa responsável por alimentar e atualizar os conteúdos, imagens, layout, teor das mensagens etc., de modo que os participantes dessa comunidade podem estar seguros de que a instituição dará amparo legal para que realizem projetos. Confira em: <http://www.investigacoesambientais.futuro.usp.br/> 44
  • 45. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Conheça outros projetos desenvolvidos pela USP, por meio do endereço: <http://futuro.usp.br/portal/website.ef> A Escola do Futuro (USP) produziu junto ao Programa Acessa São Paulo, uma série de cadernos eletrônicos para inclusão digital (navegação segura, pesquisa na internet, comunidades virtuais, publicação de conteúdos na internet etc.). Para fazer download do material, acesse: <www.acessasp.sp.gov.br> A criação de grupos de discussão por meio do Googlegroups pode ser também uma opção. É ferramenta livre de uso mais restrito, devendo ser usada somente com autorização da escola. Podemos defini-la como sendo uma ferramenta de comunidade online em que os usuários podem compartilhar arquivos, trocar mensagens, enviar imagens e comunicados etc. Veja a seguir algumas informações. Glossário Google: É uma empresa multinacional de serviços online dos Estados Unidos, sediada na Califórnia. É executado por um milhão de servidores espalhados pelo mundo, oferece ferramentas e aplicativos como o Gmail (conta de e-mail), Google+, Google Talk (mensagem instantâneas), Google Chrome, Google Earth, Google Tradutor, Google Search (buscador), Googlegroups, entre outros (Fonte: Wikipedia). Googlegroups: O serviço é gratuito para formação de comunidades online e grupos de discussão. Para utilizá-la é preciso criar uma conta de e-mail no Gmail para cada participante, em seguida, o “administrador do grupo” deve criar a conta e enviar um link para convidá-los. Leia com atenção as instruções antes de abrir e lembre-se de que deve ter o aval da sua instituição! Para criar, acesse: < http://groups.google.com/groups/create?lnk=gcphp&pli=1> 45
  • 46. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Também é possível instalar uma plataforma virtual de aprendizagem (AVA), como o Moodle, software livre e de fonte aberta em sua escola. Veja na sequência informações sobre o Moodle. Moodle: Software livre e de fonte aberta criado por Martin Dougiamas. É um sistema de gestão da aprendizagem colaborativa que permite, de maneira simples, que professor e alunos interajam, dialoguem e estudem acessando a plataforma de qualquer localidade onde haja um computador. Oferece diversas ferramentas e recursos para que os usuários compartilhem informações com vistas à construção do conhecimento. É o ambiente que estamos utilizando em nosso curso. Para mais informações, acesse o manual Conte com Moodle no próximo semestre, disponível em formato e-book em: <http://www.cead.unb.br/biblioteca-digital/ebooks/conte-com-moodle/index.html> Poderá obter mais detalhes no site oficial do Moodle no Brasil: <http://www.moodle.org.br/> Figura: Moodle do curso de extensão em Atualização em Práticas Pedagógicas, 2013. O Projeto Software Livre na Bahia também disponibiliza informações sobre o uso de padrões abertos, acesse para saber um pouco mais: <http://wiki.dcc.ufba.br/PSL/OQueESL> 46
  • 47. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet A utilização de webquest como atividade investigativa em grupo é outra opção. É uma proposta criada por Bernie Dodge, da Universidade de San Diego (EUA), uma metodologia orientada para utilização dos recursos da rede (web). A webquest deve ser elaborada pelo professor que criará questões para serem solucionadas pelos alunos, sendo as fontes de pesquisa a própria web (hiperlinks, hipertextos, mapas, sites, e-books, vídeos etc.). Procure obter mais informações no endereço neste endereço: <http://webeduc.mec.gov.br/webquest/> Observe, a seguir, como o professor Rafael Flores organizou a webquest para os seus alunos. 47
  • 48. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Observe os links, ao clicar o aluno será conduzido a outras informações na rede que servirão de base para o estudo. Fonte: <http://www.webquestbrasil.org> 48
  • 49. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Já o Hot Potatoes conta com algumas ferramentas para exercícios variados: JCloze, JQuiz, JCross, JMix e JMatch. Para instalação é preciso acessar o seguinte endereço:<http://web.uvic.ca/hrd/hotpot/> Os blogs são usados para publicação de conteúdos produzidos em comunidades ou em diários pessoais. São ferramentas abertas ao público em geral, como também o Facebook. Para criação de blog, acesse: <http://webeduc.mec.gov.br/webquest/>. 49
  • 50. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Saiba mais! As ferramentas de busca, em sua maioria, são de uso livre, são potencialmente educativas e possuem grande relevância nas áreas das ciências de Geografia, Biologia, Química, Matemática, Física e História. Por meio delas podem ser obtidas imagens em 3D (terceira dimensão) e navegação de 360º, além de deslocamentos simulados do espaço-territorial: regiões, ruas, rios, mares, estratosfera, vulcões, mapas, plataformas (marinhas e polares) etc.Veja a seguir. Google Ocean:http://www.google.com/earth/explore/showcase/ocean.html#tab=ocean- acidification No mapa apresentado, no Google Ocean, é possível localizar os destroços do Titanic. A partir do filme, como estímulo à curiosidade, os alunos poderão trabalhar as coordenadas marítimas e a navegação; estrutura interna e externa do transatlântico; as correntes marítimas; distância e velocidade de motores; pesquisa de dados históricos de época e inúmeras questões que vão sendo levantadas. Devido à quantidade de links vinculados ao mapa o usuário será conduzido a outras informações, através de vídeos ou simuladores em águas profundas. Poderá conhecer, por exemplo, os destroços, objetos de época e compartimentos do Titanic. 50
  • 51. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Navegue utilizando o buscador: Observe que, abaixo do navegador, tem um “ícone laranja/boneco”, basta arrastá-lo para as áreas terrestres para iniciar a navegação. Por meio de etiquetas poderá ampliar sua busca, basta clicar! Google maps: http://maps.google.com.br/ Google Earth: http://www.google.com/earth/index.html Outras opções do Google Earth: http://www.google.com/intl/ptPT/earth/explore/ showcase/ Google Sky:http://www.google.com/sky/ Google Ocean:http://www.google.com/earth/explore/showcase/ocean.html#tab=ocean- acidification Google Street: http://maps.google.com/intl/en/help/maps/streetview/gallery/index.html Criação de modelos estruturais em 3D: http://sketchup.google.com/yourworldin3d/ learn.html 51
  • 52. Módulo 2 / Instrumentos Pedagógicos para preparação e dinamização de aulas com o uso das TIC e da Internet Yahoo Maps: http://maps.yahoo.com/ INPE – Monitoramento de queimadas e incêndios nas florestas brasileiras: http:// www.inpe.br/queimadas/ Veja outros motores de busca e pense na possibilidade de criar projetos interdisciplinares! Utilize o navegador para se ampliar ou diminuir a imagem. Basta clicar na barra de rolagem para selecionar uma estrela para observá-la em imagem tridimensional. Informações e hiperlinks serão apresentados em cada uma delas. Google Sky: <http://www.google.com/sky/> Ao trabalhar com um motor de busca como o Google Sky, poderá usar, simultaneamente, os objetos digitais disponíveis no Portal do Educador Baiano, como exemplo: A vida das estrelas (Formação das estrelas) em: <http://ambiente.educacao.ba.gov.br/conteudos-digitais/conteudos/listar> 52